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Pedrinho foi candidato a senador pelo PSOL nas eleições de 2014 e agora é acusado de agressão física e psicológica contra mulheres. |
Na manhã desta quarta-feira (20), os vereadores de Belém aprovaram Votos de Repúdio contra a agressão do dirigente do PSOL-PA, Pedro Maia, mais conhecido como "Pedrinho", candidato a senador pelo partido nas eleições de 2014.
O requerimento para a sessão foi de autoria do vereador Moa Moraes (PCdoB) e a aprovação dos Votos de Repúdio contra o Pedrinho, se deu pelo fato deste ter sido acusado de ter agredido 3 mulheres durante apuração de uma eleição no DCE/UFPA, na semana passada.
Entre os que votaram contrários ao repúdio, está o Dr. Chiquinho (PSOL) e Meg Barros eleita pelo PSOL, mas hoje filiada ao PROS. A combatente vereadora e defensora dos Direitos das Mulheres, Marinor Brito e o aguerrido Fernando Carneiro, ambos do partido do agressor, infelizmente não foram trabalhar e por isso estão entre os ausentes desta histórica abstenção.
Em um cometário publicado no facebook deste blogueiro, a vereadora Marinor Brito se posicionou da seguinte forma:
Toda e qualquer denuncia de agressão ou violência, precisa ser apurada. E ao agressor dado o direito constitucional de defesa. Independente de onde venha a agressão, se confirmada, que seja aplicado as punições previstas na Lei. Eu repudio todo e qualquer tipo de violência. Aliás, meu querido Jimmy, minhas posições sobre esse tipo de assunto, sempre foram claras e de domínio público. Doa a quem doer, EU digo Não à violência!!
Assim como a direção nacional e estadual do PSOL mantém um silêncio gritante sobre o caso, a principal liderança local do partido, segue a mesma linha.
Edmilson Rodrigues, atual deputado federal e provável candidato a prefeitura de Belém, mantém silêncio sobre o fato.
Segundo informações apuradas com militantes do próprio PSOL, apesar dele e Marinor quererem, seu grupo interno não tem força para fazer os demais se posicionarem com uma punição exemplar ao dirigente agressor e esta postura poderá trazer um grande prejuízo político e arranhar a imagem pública de todos os integrantes do PSOL.
Por ser um caso histórico, o vereador Moa Moraes concedeu uma entrevista ao blog AS FALAS DA PÓLIS, sobre este caso que já havíamos noticiado e que pode render a expulsão de mais um dirigente
do PSOL ou ficar impune. Leia mais aqui http://goo.gl/3lZuoD
Segue a entrevista:
Blogger: Bom dia, vereador! O que motivou o requerimento pedindo os votos de repúdio contra o Pedro Maia?
Moa Moraes: Olá, bom dia!
Em primeiro lugar quero agradecer a oportunidade deixar mais nítido para a população de Belém os fatos ocorridos. Vamos a eles: nos últimos dias 14 e 15 de Maio, o movimento estudantil da UFPA promoveu as eleições de seu Diretório Central de Estudantes-DCE, momento histórico para a politica estudantil daquela instituição de ensino público. Ao final do dia 15, iniciou-se o processo de apuração, que historicamente, entra pela noite e madrugada.
Estivemos lá acompanhando o processo por julgar importante a política estudantil e juvenil em nosso estado, contudo não pudemos acompanhar as apurações. Em um dado momento na madrugada do dia 16, os ânimos já estavam tensos, as pessoas cansadas (de 2 dias de eleições).
Houveram questionamentos por parte de militantes do PSOL que tentaram invadir a sala do DCE onde estavam fazendo as apurações. Em um ato de coragem e de comprometimento com a lisura do processo, pois haviam na sala de apurações representantes das 6 chapas concorrentes (e assim, obviamente, também da chapa do agressor), alguns estudantes foram à porta tentar segurá-la para que não fosse invadida, quando foram surpreendidos por um forte empurrão, que adentraram a sala e já imediatamente vieram os empurrões e socos.
Um desse empurrões foi sobre uma militante, liderança da União Juventude Socialista- UJS, juventude estudantil organizada ligada ao nosso partido, o Partido Comunista do Brasil - PCdoB e um soco foi deferido sobre outra jovem ligada ao movimento Levante Popular da Juventude. Dito isso, o que nos motivou a fazer o requerimento de votos de repudio foi a agressão (física e emocional) cometida por um militante sobre seus pares, outros militantes também do Movimento Estudantil (ME), mas sobretudo, o que nos motivou após alguns dias do fato ocorrido, foi o completo silêncio da direção do PSOL-PA, sobre o fato lastimável. Nossa assessoria fez uma varredura nos meios de comunicação e redes sociais, e não foi encontrado uma linha sequer, que fosse oficial da direção do partido, sobre o ocorrido.
Assim, como pela violência física e verbal desmensurada que foi deferida sobre mulheres, que ali estavam no momento. Além de que o agressor não é uma pessoa qualquer, é um politico, uma liderança desse partido, foi candidato a Senador nas eleições passadas.
Encontramos notas de uma corrente do PSOL (CST) e do próprio agressor que faz uma autocritica do fato ocorrido, mas em nossa avaliação não diminui a gravidade do fato, muito menos nos motiva abrandar a situação. Mas vejam: Não encontramos, como já dito, uma linha se quer da DIREÇÃO DO PSOL-PA em direção à tomada de medidas contra o que consideramos muito grave.
Dessa forma, o que nos motivou foi a violência na política estudantil, a violência contra as mulheres, mas sobretudo, o descaso do PSOL-PA com o fato ocorrido.
Blogger: Segundo informações publicadas nas redes sociais, foram 03 mulheres agredidas. Porque o sr. só pediu votos de repúdio contra a agressão à jovem ligada a UJS?
Moa Moraes: As informações que apuramos foi que a agressão foi mais diretamente a duas jovens, como já informamos anteriormente. Sobre o fato de pedir repúdio contra a agressão à uma jovem ligada a UJS, já expliquei que esta juventude é ligada a meu partido, e foi para demostrar um pouco de nossa preocupação e relevância que o movimento estudantil e sobretudo, a UJS tem para nossa atuação política, porque a jovem agredida é nossa amiga e camarada, uma jovem mãe de família, trabalhadora, e que este seria um gesto solidariedade à camarada.
Contudo, tal como deixei nítido em minha fala no Plenário, estendo este votos de repúdio em nome de todos e todas que se sentiram agredidos naquela mal fadada madrugada.
Blogger: Como o Sr. avalia a ausência da vereadora Marinor Brito, do vereador Fernando Carneiro e do voto contrário do vereador Chiquinho, todos do PSOL?
Moa Moraes: De antemão digo que os fatos não tem nada haver. São questões distintas. o fato dos vereadores citados não estarem em Plenário na hora da votação, nada tem haver com a votação do requerimento. Nós, vereadores temos um dia de trabalho bem corrido, às vezes não estamos em Plenário (mesmo no horário de sessões) para atendermos situações emergentes dentro da própria Câmara, atendendo a população que nos procura, e outros momentos precisamos nos ausentar para estar em reuniões e movimentos sociais, como eu próprio que estive acompanhando, esses dias, o movimento grevista dos professores da rede pública de ensino do Estado.
Não sei a agenda dos nobres Vereadores, por isso não poderia falar por eles. Sobre o voto "não" do vereador Dr. Chiquinho , no momento da discussão do requerimento ele justificou dizendo que não cabia o requerimento porque os fatos não foram bem como colocamos e que o agressor já havia divulgado uma nota de esclarecimento. Mas como as versões são conflitantes, preferimos ficar com a versão que nos foi apresentada pel@s camaradas. Também sabemos que o agressor faz parte da corrente politica do Vereador Dr. Chiquinho.
Blogger: Como os votos de repúdio podem ajudar na punição do agressor?
Moa Moraes: Acreditamos que nosso gesto político ajude, sobretudo, não em uma "punição" (pois esta cabe à justiça e procedimentos cabíveis foram tomados pelas agredidas), mas sim em uma tomada de consciência social e politica. Não há mais espaço na sociedade em que vivemos para violências, sobretudo aquelas que podem suscitar discriminação e preconceito, como as de gênero que aquelas jovens sofreram. A força do mais forte não pode mais subjugar os mais fracos! É contra isso que isso que eu e nosso partido lutamos !
Blogger: Quais as outras medidas adotadas pela UJS contra o Pedro Maia?
Moa Moraes: Em conversa com lideranças da UJS, fui informado que a mesma já deliberou como encaminhamento que lutará e não medirá esforços para, literalmente, banir pessoas como essa do ME, tomando inclusive este, como um fato politico marcante e histórico de agressão e desrespeito a diversidade politica, cultural e de gênero em Belém, expurgando pessoas como essas de nosso convívio; essa foi a declaração.