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terça-feira, fevereiro 19, 2013
domingo, março 11, 2012
Nitroglicerina pura: Novelino não foi canonizado santo, nem será!
Faz duas semanas que a imprensa local e diversas pessoas comentaram nas redes sociais, a morte e sepultamento do corpo do ex-deputado Alessandro Novelino, morto num trágico acidento aéreo que também ceifou a vida do piloto da aeoronave e de um assesssor parlamentar, que o acompanhava.
A notícia gerou comoção e quase vira um ato de canonização, devido à tantas honrarias recebidas pelo parlamentar, que também era um conhecido empresário paraense, famoso pelo "jeitão" de ser.
A notícia gerou comoção e quase vira um ato de canonização, devido à tantas honrarias recebidas pelo parlamentar, que também era um conhecido empresário paraense, famoso pelo "jeitão" de ser.
Como o Vaticano não aceitou o pedido para transformá-lo em Santo,o Blog do Barata descreveu uma história pós-morte, que ainda vai desenterrar muitas histórias sobre a gatunagem que cerca o meio político paraense, em uma trama mafiosa que permanece vivinha da Silva.
Nitroglicerina pura. Assim são definidos os depoimentos prestados ao Ministério Público Estadual por Adiel Fernandes Luna, que durante 27 anos serviu à família Novelino, mantendo estreitos laços com o ex-deputado estadual Alessandro Novelino (PSC), também empresário e recentemente falecido em desastre aéreo. As denúncias que ele fez, inclusive documentais, valendo-se da delação premiada, e que comprometiam Alessandro Novelino, serão arquivadas, diante da morte do parlamentar. Mas perduram válidas no que se referem às empresas da família Novelino, cuja prosperidade é habitualmente associada a ilícitos. Um desses ilícitos – a agiotagem – foi publica e impunemente assumido por Alessandro Novelino, em entrevista a O Liberal, a quando do assassinato de dois dos seus irmão, Uraquitã e Ubiraci, em 25 de abril de 2007, a mando empresário João Batista Ferreira Bastos, conhecido como Chico Ferreira, em um crime relacionado a uma dívida com os Novelino que chegaria, com os juros, a R$ 4 milhões.
A súbita ascensão de Chico Ferreira sempre esteve associada a práticas ilícitas, quase sempre incluindo a pilhagem aos cofres públicos. Condenado pelo assassinato de Uraquitã e Ubiraci Novelino, juntamente com o jornalista Luiz Araújo e o ex-policial Sebastião Cardias, Chico Ferreira, recorde-se, foi preso anteriormente pela Polícia Federal, em novembro de 2006, na esteira da Operação Rêmora, juntamente com Marcelo Gabriel, filho do ex-governador Almir Gabriel. Chico Ferreira e Marcelo Gabriel foram presos sob a acusação de formação de quadrilha, fraudes em licitações, corrupção passiva, falsidade ideológica e sonegação previdenciária, juntamente com empresários, servidores públicos, contadores e funcionários das empresas ligadas ao esquema.
Adiel Fernandes Luna chegou a ser entrevistado pela repórter Jalilia Messias, da TV Liberal, afiliada da TV Globo no Pará, em matéria na qual também foram ouvidos os promotores de Justiça Arnaldo Azevedo e Nelson Medrado, do Ministério Público Estadual. A reportagem – feita anteriormente a morte de Alessandro Novelino – não foi ao ar e até hoje a emissora e a jornalista não ofereceram qualquer explicação a nenhum dos entrevistados, o que irritou profundamente o promotor de Justiça Arnaldo Azevedo. Além dos depoimentos prestados, Adiel afirma ter fornecido ao promotor de Justiça Arnaldo Azevedo os documentos que disponibilizava sobre as falcatruas das quais participou, a serviço dos Novelino. No início do ano, antes da abortada reportagem da Jalilia Messias, em declaração ao Amazônia Jornal - o tablóide popular do grupo de comunicação da família Maiorana, que ainda inclui a TV Liberal e O Liberal, o segundo jornal de maior vendagem no Pará -, o promotor de Justiça Arnaldo Azevedo antecipou, em passant, as denúncias de Adiel, sem, porém, obter a repercussão na qual obviamente apostou, ao suscitar um tema naturalmente explosivo e de óbvio interesse jornalístico.
Para entender melhor o caso, leia:
NOVELINO – A motivação do denunciante
NOVELINO – Subterrâneos das falcatruas
quarta-feira, novembro 16, 2011
Entrevista: Almir Gabriel prefeito de Belém?
No blog da Perereca: Almir Gabriel garante que é pré-candidato e que vai ganhar a disputa pela Prefeitura de Belém.
Almir Gabriel e sua ficha de desfiliação do PSDB-PA. |
Quando se ouve ele falar, a primeira coisa que vem à cabeça é aquela marchinha de 1950 que embalou a eleição de Getúlio Vargas, e que dizia mais ou menos assim: “Bota o retrato do velho outra vez/Bota no mesmo lugar”.
Aos 79 anos, ex-prefeito de Belém, ex-senador Constituinte e duas vezes governador do Pará, Almir Gabriel garante que é pré-candidato na eleição municipal do ano que vem e que ganhará, sim, a disputa pela Prefeitura de Belém:
“Vamos à vitória: eu, o povo e o PTB”.
Numa longa entrevista à Perereca – por vezes, um bate-papo; por vezes, uma troca de farpas – o “velho”, o eterno tucanão, deu a impressão de estar tinindo para a batalha que se avizinha.
Tem a resposta na ponta da língua, mesmo quando cutucado acerca das mazelas de seu principal apoiador, o atual prefeito de Belém, Duciomar Costa.
Diploma falso de médico do Dudu? “Tem prova disso? Eu não vi! Ele é acusado. E a imprensa entra – como você – e já condena antes”.
Administração desastrada do prefeito pela situação em que se encontra a cidade? “Não. Ele está fazendo um dos melhores governos que esta cidade já teve”.
Processos movidos pelo Ministério Público? “E quem disse que o Ministério Público sempre acerta?”
O “velho” também garante que tem projetos para Belém e que a sua pré-candidatura não é simplesmente mais um capítulo da sua rusga – ou seria malinagem? – com o governador Simão Jatene, seu ex-melhor amigo.
Radicalmente contrário à divisão do Pará; a favor da posse de Jader Barbalho no Senado; incapaz de admitir qualquer responsabilidade pela cisão do PSDB que culminou na sua saída do partido que ajudou a fundar; ranzinza, turrão e, por vezes, de um esnobismo insuportável, mas muito, muito inteligente e bem disposto, Almir Gabriel foi nesta entrevista mais do que nunca Almir Gabriel.
E é ela que você confere a seguir:
Perereca: Doeu muito deixar o PSDB?
Almir Gabriel: Claro! Foi um partido que eu ajudei a fundar no nível nacional e no Pará. No nível nacional, nós procuramos o Ulisses Guimarães (o nós que digo é Fernando Henrique, Covas, Scalco e outros companheiros), para dizer pra ele que, na nossa análise, o PMDB havia esgotado a sua missão histórica, no sentido de reconquistar a liberdade do Brasil – a Democracia, melhor dizendo. Ou a Democracia possível naquele tempo. O Ulisses ficou enrolando a gente não sei quanto tempo. E aí nós decidimos montar o PSDB, sendo que aqui no Pará achei conveniente fundá-lo algum tempo depois da fundação do nacional. E... claro que dói quando a gente sai de um lugar onde a gente tem amigos muito bons, mas que acabaram seguindo a trilha antiga da política.
quinta-feira, novembro 03, 2011
O PT-Belém e as eleições 2012 – Parte I
Ainda falta muita água passar por debaixo da ponte do PT-Belém, até que o partido defina quem será de fato, o candidato à prefeitura da cidade das mangueiras.
É verdade que pretendentes não faltam: Entre eles, já haviam sidos apresentados como pré-candidatos durante do Encontro Municipal, realizado em Maio deste ano, o deputado estadual Carlos Bordalo, da tendência Articulação Socialista; o vereador Alfredo Costa, da Unidade na Luta e o também deputado estadual Valdir Ganzer, do PT pra Valer.
A Democracia Socialista - Tendência interna do PT, a qual a ex-governadora Ana Júlia é ligada - ainda não havia se pronunciado, mas recentemente, resolveu dizer que também tem pré-candidato e o nome dele é Cláudio Puty, deputado federal e presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
Como a agenda do PT-Belém previa que os nomes dos pretendentes fossem apresentados e debatidos até este mês de Novembro e isso não foi possível, a executiva municipal conta agora com um impasse para definição de datas que atendam os interesses do Campo Majoritário (UL, AS e PTV) e da Mensagem ao Partido (DS e outras forças menores).
Com os nomes sendo “ventilados” em vários lugares, Paulo Rocha e Ana Júlia descartam com firmeza a possibilidade de disputarem eleições municipais em 2012.
Alfredo Costa no café da manhã do PT. Apoio de Miriquinho e Paulo Rocha. |
Primeiro presidente de Honra do PT-PA, Paulo Rocha reuniu-se terça-feira num café da manhã principais lideranças as principais lideranças do PT, em sua sede e foi categórico ao afirmar que irá descansar sua imagem pública e não disputará eleições municipais. A idéia do candidato ao Senado Federal, que ficou em 3º lugar nas eleições de 2010 e ainda alimenta expectativas de ser proclamado Senador, é rodar o interior do Estado e “costurar” a articulação política necessária para manter o maior número de prefeituras sob o comando do PT e até ampliá-la, fazendo um número maior de prefeitos, vices-prefeitos e vereadores, fortalecendo assim o partido para o processo eleitoral de 2014.
Já a ex-governadora Ana Júlia, estuda um convite feito pelo Palácio do Planalto para assumir um cargo no governo federal. Por enquanto, Ana Júlia tem se desdobrado para desempenhar papel pró-ativo em defesa da continuidade dos projetos de infraestrutura estratégicos para o desenvolvimento do Estado, tais como a contrução do novo berço e a ampliação de Vila do Conde para a efetivação do projeto da Hidrovia Araguaia-Tocantins que garantirá o escoamento da produção de minério das siderúricas de Marabá.
Ana preocupa-se que as grandes obras e projetos que teve a oportunidade de iniciar, não fiquem paralizados pela atual gestão tucana e para isso tem participado de reuniões com líderes partidários, em Belém e em Brasília, com o alto escalão do governo Dilma.
quinta-feira, abril 21, 2011
15 anos de impunidade do Massacre de Eldorado dos Carajás
Da Folha de São Paulo
Júlia Pereira da Silva, sobrevivente do massacre, em Belém
Foto: Tarso Sarraf/Folhapress
Foto: Tarso Sarraf/Folhapress
MINHA HISTÓRIA JÚLIA PEREIRA DA SILVA, 64
Não tiro o massacre da cabeça.
Não tiro o massacre da cabeça.
[Em Eldorado do Carajás, no Pará, policiais] soltaram bombas e todo mundo saiu correndo Aí senti aquele baque: pá! A bala já tinha entrado no meu pescoço. Fiquei tonta, mas continuei a puxá-lo [o marido] Hoje, quando vejo um policial, me dá ódio. Fica um trauma Júlia Pereira da Silva, 64, levou um tiro no pescoço durante o massacre de Eldorado do Carajás, há 15 anos, e perdeu o marido. Francisco Divino da Silva não está na lista dos 19 sem-terra que morreram na rodovia PA-150, na curva do "S". Morreu meses depois, em Belém, no dia em que seria operado para tratar os ferimentos a bala. FELIPE LUCHETE DE BELÉM Fiquei viúva sete vezes. Uns morreram de doença, um de acidente de carro, outro brigou na rua. O último marido foi o Francisco, que morreu por causa do massacre. Ele tinha 52 anos, a gente estava junto havia 12 e tinha uma filha adotiva de 9. A gente morava em Curionópolis, perto de Carajás. Quando o pessoal do MST chegou procurando gente para fazer parte do movimento, fizemos o cadastro. Pagávamos aluguel e queríamos uma terrinha para morar. Em 1996, fomos para a fazenda Macaxeira. Éramos mais de 5.000 pessoas, e as casas eram barraquinhas cobertas de palha. Eu assistia a todas as reuniões do MST. Um dia, o movimento decidiu ir para Marabá e depois para Belém, pedir assentamento da fazenda. Antes do massacre, tive o mesmo sonho três dias seguidos. Eu e meu marido atravessávamos de barco um igarapé. De um lado era água, do outro, só sangue. Por isso eu disse que não queria viajar. Ele falou que eu precisava ir, porque tinha que me cadastrar para conseguir um pedaço de terra. Fomos todos caminhando. Foi a primeira manifestação de que participei com o movimento. Chegamos na curva do "S" e montamos barracas. O coronel Pantoja disse que ia mandar ônibus para levar a gente para Belém. BOMBAS E FACÕES Começaram a chegar vários ônibus, até a rodovia ficar toda tomada, para não ter por onde passar. De lá, desceu um monte de policiais. Eles soltaram bombas e todo mundo saiu correndo. Depois, começaram a atirar para todo lado, só tinha neguinho caindo. Uns quatro sem-terra tentaram ir para cima dos policiais, com facões e pedaços de madeira. Mandei minha filha correr para o meio do mato. Meu marido tinha ido para longe de mim e, quando vi, ele tinha levado dois tiros. Eu saí doida, gritando. Ele foi baleado na cabeça e na nuca, rodou e caiu. Na hora em que fui pegá-lo, levei muita pancada de cassetete, mas saí arrastando o Francisco para fora da estrada. Aí senti aquele baque: pá! A bala já tinha entrado no meu pescoço. Fiquei tonta, mas continuei a puxá-lo para não deixar que acabassem de matá-lo. Pedi socorro, enquanto o sangue escorria. Saí gritando por minha filha. Ela correu para o mato, com medo, dizendo que não era eu, era minha alma. Me ajudaram a levar o Francisco para uma casa. Lá, dei banho e lavei a cabeça dele com água morna e sal. No mesmo dia -fraca, ainda sangrando-, consegui carona para levá-lo ao hospital de Curionópolis. De lá, ele foi para Marabá. O Francisco ficou internado um tempo, até que o hospital falou que tinha que ir para Belém, não ia ter jeito. Arranjei dinheiro para pegar ônibus até Belém e deixei minha menina na casa da minha irmã. Vim com meu marido deitado nas minhas pernas, ainda consciente. Ele foi para a Santa Casa e morreu no dia da operação. Era aniversário dele. Depois disso, fui operada no pescoço, mas ainda sinto uma dor que fica queimando. Quando voltei para a cidade, minha filha não estava mais na casa da minha irmã. Minha sobrinha tinha colocado a criança para se prostituir e se juntar com um cara. A menina ficou com esse homem e depois engravidou. Desde então, já teve oito filhos, de três pais. Há uns sete meses, fui para Belém, porque nosso advogado pediu a presença dos sobreviventes. Dois dias depois que voltei para a 17 de Abril, que era a fazenda Macaxeira, o namorado da minha filha levou nove vagabundos para a minha casa. Eles queriam matar um dos meus netos, porque tinham rixa com ele, e falaram: "Vamos levar tudo o que ela tem". Achavam que eu tinha recebido indenização do massacre, mas não. Nesse dia, resolvi ir para Tucuruí. Lá moram seis filhos meus, de outros casamentos. Vivo com dois netinhos. Recebo pensão de R$ 304 e Bolsa Família de R$ 40 para um neto. Não tiro o massacre da cabeça. Ele acabou comigo. Eu era bem forte, não magricela assim. Meu marido era muito bom, não faltava nada. Hoje, quando vejo policial, me dá ódio. Sei que não são todos assim, mas eles me lembram aqueles do massacre. Fica um trauma. |
quarta-feira, fevereiro 09, 2011
Dois pesos, duas medidas
Do blog Reflexões e Provocações
Não é novidade que os veículos de imprensa atuam conforme os interesses de seus donos, que na grande maioria atuam diretamente na vida pública, ou em cargos ou assessorando políticos.
No estado do Pará, os dois maiores veículos de informação, as Organizações Rômulo Maiorana (ORM) e o grupo RBA, da família Barbalho, ditam grande volume de informação no estado. Durante os 12 anos do governo tucano (oito com Almir Gabriel e mais quatro com Jatene, que volta agora) as ORM sempre foram agraciados com contratos milionários de publicidade, que chegavam a cifra de 26 milhões de reais por ano.
A relação dos governos tucanos com as ORM sempre foi clara. Os veículos de comunicação da família Maiorana, tinham por objetivo fazer quase o papel de imprensa oficial do governo, justificando os altos contratos de publicidade e propaganda e outros obscuros e absurdos acordos (como no caso dos retransmissores da Funtelpa).
Pela proximidade dos Maioranas com os governos do PSDB, o grupo RBA sempre mantinha (pelo menos oficialmente) distância do Palácio dos Despachos e assim o fez por 12 anos.
Em 2007 chegava ao poder estadual o PT, que elegeu Ana Júlia governadora do Estado. O novo governo tratou de rever a forma de como se relacionava com os grandes veículos de comunicação do Estado. Os contratos milionários de publicidade com as ORM logo seria revisto e cancelado, assim como o vexatório pagamento por parte do Estado do uso dos retransmissores pela filiada da Rede Globo no Pará.
Esse distanciamento provocou um posicionamento firme dos Maioranas em relação ao governo, que passou a ser atacado diariamente nos veículos da empresa. Além dessa tensão, a atitude do governo Ana Júlia reaproximou os petistas da RBA, que passou a receber grandes recursos advindos dos contratos de publicidade com o governo. Esse “namoro” durou pouco, foi efêmero. Logo as divergências políticas do PMDB faria a RBA, principalmente o jornal Diário do Pará, voltar sua artilharia ao governo.
Nos últimos dois anos, os dois principais veículos de comunicação do Pará atacavam o governo de Ana Júlia diariamente, de todas as formas e ações. Movimento claro para destituir o então governo petista e o retorno dos tucanos ao Palácio dos Despachos.
A vitória de Jatene representou aos Maioranas, pomposos contratos de publicidade, reforçando o caixa da filiada da Rede Globo, além de outras benesses. Com o PMDB (braço político do grupo RBA) no governo, representa que o principal veículo da casa, o jornal Diário do Pará (o maior em vendagens segundo o Ibope) apoiaria a nova gestão, evitando matérias contra o governo.
Desde quando Jatene assumiu o governo do Pará, algumas trapalhadas foram feitas (muitas até para pouco mais de 30 dias de governo) sem a devida cobertura dos dois principais jornais do Pará, assim como os telejornais das emissoras. Secretários que foram nomeados e em seguida exonerados por motivos de pendências com a justiça; ações arbitrárias, como no caso do Hangar; contratação de serviços de milhões de reais com despensa de licitação; nepotismo direto; escândalos de governos tucanos passados, etc.
Esses fatos não foram devidamente abordados por nossos jornais e seus respectivos jornalistas. Parecem que fazem vista grossa aos fatos do governo Jatene. Se fosse feitos na gestão passada (como de fato algumas arbitrariedades aconteceram) seriam manchete de capa. A forte cooptação tucana não permite que sejam divulgados notícias de desagravo ao novo governo.
O papel da imprensa é sempre informar. Independente de governos ou partidos. Além da informação, deve investigar, esclarecer e apresentar os fatos para a sociedade. Nunca se omitir de relatar a realidade.
A questão está justamente na árvore genealógica de nossa imprensa, ou pelo menos, parte dela. São controladas por famílias que tem interesses bem particulares pelo que é noticiado. E o povo? Os leitores como ficam? É confiável até que ponto uma matéria?
Defendo que, tanto os jornais, quanto a mídia televisiva seja imparcial com os fatos. Não omisso como estão sendo com os acontecimentos do governo Jatene. Ou voltaremos ao “Pará, ilha da fantasia” dos 12 anos do tucanato no Pará?
No estado do Pará, os dois maiores veículos de informação, as Organizações Rômulo Maiorana (ORM) e o grupo RBA, da família Barbalho, ditam grande volume de informação no estado. Durante os 12 anos do governo tucano (oito com Almir Gabriel e mais quatro com Jatene, que volta agora) as ORM sempre foram agraciados com contratos milionários de publicidade, que chegavam a cifra de 26 milhões de reais por ano.
A relação dos governos tucanos com as ORM sempre foi clara. Os veículos de comunicação da família Maiorana, tinham por objetivo fazer quase o papel de imprensa oficial do governo, justificando os altos contratos de publicidade e propaganda e outros obscuros e absurdos acordos (como no caso dos retransmissores da Funtelpa).
Pela proximidade dos Maioranas com os governos do PSDB, o grupo RBA sempre mantinha (pelo menos oficialmente) distância do Palácio dos Despachos e assim o fez por 12 anos.
Em 2007 chegava ao poder estadual o PT, que elegeu Ana Júlia governadora do Estado. O novo governo tratou de rever a forma de como se relacionava com os grandes veículos de comunicação do Estado. Os contratos milionários de publicidade com as ORM logo seria revisto e cancelado, assim como o vexatório pagamento por parte do Estado do uso dos retransmissores pela filiada da Rede Globo no Pará.
Esse distanciamento provocou um posicionamento firme dos Maioranas em relação ao governo, que passou a ser atacado diariamente nos veículos da empresa. Além dessa tensão, a atitude do governo Ana Júlia reaproximou os petistas da RBA, que passou a receber grandes recursos advindos dos contratos de publicidade com o governo. Esse “namoro” durou pouco, foi efêmero. Logo as divergências políticas do PMDB faria a RBA, principalmente o jornal Diário do Pará, voltar sua artilharia ao governo.
Nos últimos dois anos, os dois principais veículos de comunicação do Pará atacavam o governo de Ana Júlia diariamente, de todas as formas e ações. Movimento claro para destituir o então governo petista e o retorno dos tucanos ao Palácio dos Despachos.
A vitória de Jatene representou aos Maioranas, pomposos contratos de publicidade, reforçando o caixa da filiada da Rede Globo, além de outras benesses. Com o PMDB (braço político do grupo RBA) no governo, representa que o principal veículo da casa, o jornal Diário do Pará (o maior em vendagens segundo o Ibope) apoiaria a nova gestão, evitando matérias contra o governo.
Desde quando Jatene assumiu o governo do Pará, algumas trapalhadas foram feitas (muitas até para pouco mais de 30 dias de governo) sem a devida cobertura dos dois principais jornais do Pará, assim como os telejornais das emissoras. Secretários que foram nomeados e em seguida exonerados por motivos de pendências com a justiça; ações arbitrárias, como no caso do Hangar; contratação de serviços de milhões de reais com despensa de licitação; nepotismo direto; escândalos de governos tucanos passados, etc.
Esses fatos não foram devidamente abordados por nossos jornais e seus respectivos jornalistas. Parecem que fazem vista grossa aos fatos do governo Jatene. Se fosse feitos na gestão passada (como de fato algumas arbitrariedades aconteceram) seriam manchete de capa. A forte cooptação tucana não permite que sejam divulgados notícias de desagravo ao novo governo.
O papel da imprensa é sempre informar. Independente de governos ou partidos. Além da informação, deve investigar, esclarecer e apresentar os fatos para a sociedade. Nunca se omitir de relatar a realidade.
A questão está justamente na árvore genealógica de nossa imprensa, ou pelo menos, parte dela. São controladas por famílias que tem interesses bem particulares pelo que é noticiado. E o povo? Os leitores como ficam? É confiável até que ponto uma matéria?
Defendo que, tanto os jornais, quanto a mídia televisiva seja imparcial com os fatos. Não omisso como estão sendo com os acontecimentos do governo Jatene. Ou voltaremos ao “Pará, ilha da fantasia” dos 12 anos do tucanato no Pará?
quinta-feira, setembro 16, 2010
O Pacificador?
Em abril de 1996, em pleno governo tucano de Almir Gabriel e Simão Jatene sob ordens dos acionistas da Vale do Rio Doce - Privatizada pelo governo FHC em parceria com os próprios - repassam a ordem aos comandos da PM de Marabá e Parauapebas para desobstruirem "à qualquer custo" a linha do trem que levava nossas riquezas extraídas pela CVRD
Quem estava impedindo a saída dos vagões cheios de minérios era o MST e 19 vidas foram ceifadas - com muitos tiros dados à queima roupa - transformando aquele dia no mais sangrento capítulo da história dos conflitos agrários do Brasil.
A vergonhosa atitude dos governantes tucanos, foi condenada por diversos organismos internacionais e até hoje configura-se como um atentado à vida e aos direitos humanos.
Como se nada disso estivesse escrito, falado e televisionado, assessores de comunicação do agora candidato Simão Jatene, tentam ocultar sua história reacionária e responsável pelas grande mazelas em nosso Estado, à exemplo desta.
É preciso mentir pra sí mesmo para acreditar que o homem que há décadas está pregado no concreto da máquina pública do Estado não seja cumplice - quando não autor - das maiores decisões que impediram nosso Pará se desenvolver com equilíbrio econômico-social, direitos humanos, distribuição de renda e paz no campo.
Saudações à quem tem coragem, principalmente coragem de lembrar e fazer outros lembrarem!
segunda-feira, julho 26, 2010
Quem foi o melhor governante do Pará?
Já está no ar (alí ao lado) a enquete que quer a opinião dos leitores do blog e vai direto ao ponto, sem direcionar as respostas, como muitos fazem por aí e pergunta: qual o governante que mais fez pelo Pará.
A pergunta se refere aos político que já estiveram no poder executivo, ou seja, já foram governadores.
Com exeção de Almir Gabriel e Jader Barbalho, os demais são candidatos novamente ao governo do Estado, a saber, Ana Júlia (PT) e Simão Jatene (PSDB).
A votação será encerrada na próxima segunda-feira, portanto vote e acompanhe a decisão d@s minhas (meus) querid@s leitoras (es).
terça-feira, junho 08, 2010
sexta-feira, setembro 25, 2009
Vic, Almir e Jader se merecem !
O Blog do Vic é do Vic só no nome. Todos sabem que quem faz as postagens é a jornalista que tem um blog que curto muito ler.
Extraí as postagens abaixo e resolvi ir lê o que ela anda escrevendo e me divertir de montão, não com sua condição financeira e emocional, mas por ver a aplicação direta do ditado: "quem com ferro fere, com ferro será ferido".
Vale à pena conferir aqui.
Almir Gabriel é candidato.
Ao governo !
Quem diz isso é o ex senador Luis Otávio Campos.
Diz, e até aposta com quem quiser.
Vamos lá com o que ele acha:
Almir começou de mansinho com essa história de Mario Couto.
Apoio pra cá, apoio pra lá.
Tudo cena
Era só pra ganhar tempo e afastar o senador do Jatene, o maior de todos os seus inimigos.
Conseguiu !
Ficou assim quase um ano.
Com isso, levou o Mario para o seu lado.
Defendeu a candidatura do Mario até não poder mais.
Na última pesquisa encomendada pelo PMDB, Almir aparece na frente do Jatene e do Mario.
Na marra, ele conseguiu incluir seu nome nessa pesquisa que o PSDB encomendou.
Essa que ninguém sabe, ninguém viu.
Se aparecer bem, não vai abrir mão de sua candidatura.
Vai começar a fazer o que mais gosta na vida. Política.
E conhecendo o jatene, é certo que ele vai amarelar.
E o Mario, adorar.
Luis Otávio sabe o que fala.
luis Otávio conhece Almir Gabriel como poucos.
Luis Otávio também conhece o Jatene.
Pelo menos, melhor do que eu.
O Jader, Que Não Prestava, Agora é a Salvação | |||
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terça-feira, junho 23, 2009
A hipocrisia dos "éticos"
"No atual quadro de correlação de forças, Lula deveria, tal como João Goulart desorientado, atacar, de uma só vez, todos os pilares da estrutura capitalista numa formação social ainda periférica?"
Por Gilson Caroni Filho*
Quando a indigência analítica é muito grande, torna-se impossível evitar a suspeita de que estejamos diante de um exercício de má-fé. Tornou-se moeda corrente, entre atores de certa esquerda, a acusação de que, chegando ao poder, o Partido dos Trabalhadores abandonou a grande política, definida por Gramsci como aquela que põe em questão as estruturas de uma sociedade, para reproduzir a gramática do poder conservador. Operando em um registro simplificado de abordagem, nossos esquerdistas de salão têm um mérito: demonstram, de forma cabal, que o amesquinhamento do debate não é exclusividade da direita que fingem combater, mesmo se igualando a ela no método e nas formas de ação.
Confundindo, ou fingindo confundir, a primeira eleição presidencial de Lula com o fim da hegemonia neoliberal, argumentam que o PT tinha plenas condições de realizar reformas estruturais já que os adversários estavam desnorteados. Cabe perguntar se ignoram a capilaridade social dos derrotados nas urnas, suas estruturas clientelísticas e, como já frisamos em vários artigos, que a vitória sobre o candidato da direita necessitou de um amplo leque de alianças que, se bateu forte no conteúdo doutrinário do partido, deixou evidente a necessidade de ampliar os termos dos seus debates internos. O que fariam nossos “bravos companheiros" se tivessem o mesmo capital político do presidente eleito? Que modificações estruturais implementariam?
É grande a semelhança com o argumento dos tucanos quanto ao crescimento do Brasil no período das vacas gordas, ou seja, que o país cresceu, mas poderia ter crescido muito mais se o governo fosse competente. Mas não diziam como fazer para que isso acontecesse. O que propõem afinal os militantes da "esquerda pura"? Uma aventura bem ao gosto do gueto que esperaria a derrota para capitalizar a tragédia?
No atual quadro de correlação de forças, Lula deveria, tal como João Goulart desorientado, atacar, de uma só vez, todos os pilares da estrutura capitalista numa formação social ainda periférica? Em um país onde retirar do baú a velha arma do anticomunismo primário ainda é um expediente que funciona, o governo deveria ter reeditado, com algumas adaptações, as “reformas de base”? Disciplinar a remessa de lucros, desapropriar latifúndios, auditar a dívida pública, contando com o apoio de segmentos militares e núcleos progressistas da burguesia?
Ou Lula não age com mais sabedoria quando aponta que a saída está na ampliação da democracia? No resgate de uma esfera pública antes regulada por corporações multilaterais. Na grande subversão que é, gradativamente, criar condições para que o trabalho ganhe prioridade sobre o capital. É uma tarefa que passa pela reversão de valores arraigados por anos de patrimonialismo. Melhor que ninguém, mais uma vez, cabe ao ex-líder sindicalista objetivar o significado de sua vitória em duas eleições e das esperanças políticas das classes trabalhadoras e dos excluídos.
Nesse contexto, chega a ser engraçado ver a convergência de opiniões sobre a declaração de Lula contrária ao linchamento político do senador José Sarney. “Esquerdistas éticos" e analistas tucanos fingiram espanto, vendo nas palavras do presidente uma legitimação do coronelismo. Quem conhece os efeitos do Bolsa-Família sobre os velhos currais, sabe como estão sendo erodidas antigas formas de dominação.
Faz-se necessário repetir o ensinamento de Gramsci: “É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade”. Voluntarismo e oportunismo andam de mãos dadas.
*Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Observatório da Imprensa.
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