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quinta-feira, novembro 26, 2020

A bomba entre Helder Barbalho, a Assembleia de Deus e o PROS, por causa de Edmilson do PSOL

Helder teria pedido o apoio do PROS para Edmilson Rodrigues (PSOL) e como não foi atendido, retaliou com a exoneração de mais de 30 pessoas que eram lotadas no governo do Pará, indicadas pelo partido e pelo deputado Olival Marques (DEM), que nem sua mãe e seu irmão foram poupados da guilhotina. O parlamentar confirmou que irá reunir ainda hoje, pela manhã, para decidir o que o seu grupo político e religioso pretende fazer de agora em diante.  


Por Diógenes Brandão

Chegando à metade do seu mandato de governador, Helder Barbalho enfrenta seu pior inferno astral e o clima de tensão, que só aumenta, não é causado por nenhum opositor, já que ele praticamente não os tem. 

Trata-se de um reação em cadeia, provocada por ação e omissão dele próprio, que vai desde a deliberada orquestração de um processo de corrupção intenso, voraz e recorrente, que fez com que o STJ, o MPF e o MPE concluam que ele é o chefe de uma organização criminosa, que se instalou no governo do Pará, até o desgaste daquele que vestiu e gostou da fantasia de "Rei do Norte", achando que tudo pode e ninguém o freia.

AS ELEIÇÕES EM BELÉM

A bomba que Helder acionou desta vez e está prestes a explodir, tem efeitos catastróficos em sua articulação para a pretensa reeleição em 2022, mas os sinais emitidos até agora mostram que ele ignora os efeitos da explosão que sua atitude pode causar em sua base aliada, tanto na ALEPA, quanto na bancada federal paraense e por isso preferiu passar a guilhotina em aliados, por causa das eleições em Belém, onde Helder acaba de assumir, não com palavras, mas com atitudes, de que Edmilson Rodrigues (PSOL) é seu candidato favorito.

O blog recebeu a informação e confirmou no Diário Oficial do Estado e com o deputado federal Olival Marques (DEM) de que seu grupo político foi retaliado pelo governador Helder Barbalho. 

Segundo o blog apurou, a retaliação se deu após Helder ter tentado convencer o PROS de apoiar a candidatura de Edmilson Rodrigues (PSOL) a prefeito de Belém e na condição de presidente do partido, Joyce Marques - esposa de Olival Marques - consultou seu grupo político -o qual tem lideranças política e evangélicas ligados à Assembleia de Deus - e decidiu não acatar o pedido do governador. 

Isso teria sido suficiente para que Helder determinasse a exoneração da lista de indicados por ela e seu marido, o deputado federal Olival Marques.

Na lista, a mãe de Olival Marques, Maria Alice Morais de Souza, seu irmão, Ritter José Marques de Souza e mais cerca de 30 outras pessoas que estavam lotadas no governo do estado, indicadas pelo deputado e que foram exoneradas. A maioria estava lotada na Casa Civil, como assessores especiais.

Veja abaixo os decretos de exoneração da mãe e do irmão do deputado federal Olival Marques:



O blog aguarda a confirmação se o PROS irá declarar apoio ao candidato Eguchi, mas o efeito dessa determinação de Helder será avaliado amanhã de manhã, após uma reunião que definirá o destino do grupo político ligado ao deputado Olival Marques, que envolve o senador Zequinha Marinho, entre outras lideranças políticas e religiosas.

Tudo caminha para a ruptura deste setor político-evangélico ligado à Assembleia de Deus, que não aceita votar em Edmilson e em nenhum outro candidato de partidos de esquerda, dada a diferença abismal de bandeiras e visões de mundo entre estas instituições.  

O PRB, que tem um forte laço com a igreja Universal também tem dificuldade de aceitar uma determinação desta, caso seja feita por Helder Barbalho, para que o deputado federal Vavá e o deputado estadual Fábio Freitas, também inclinem o partido para uma aliança com o PSOL de Edmilson Rodrigues, que tem como vice, Edilson Moura do PT.

Em recente campanha eleitoral no primeiro turno, Vavá gravou vídeos, fez lives e diversas manifestações em suas redes sociais, sobre as diferenças e distância que pretende manter de partidos e do pensamento de esquerda. 

Resta saber se o PRB dos deputados Vavá e Fábio Freitas também será retaliado por Helder Barbalho e se a SEEL será tomada deles.

terça-feira, novembro 24, 2020

PSB vai com Edmilson Rodrigues no 2° turno

A orientação nacional do PSB foi fundamental na decisão partidária de apoiar Edmilson para fortalecer a unidade do campo progressista em todo o país.


Por Diógenes Brandão 

No último sábado, 21, informei através do artigo O empate técnico entre Edmilson e Eguchi e a neutralidade dos demais candidatos, torna 2º turno indefinido em Belém, que o ex-candidato a prefeito pelo Partido Socialista Brasileiro, o deputado federal Cássio Andrade se manteria neutro, mas o blog AS FALAS DA PÓLIS acaba de receber a decisão do partido em apoiar o candidato do PSOL, Edmilson Rodrigues neste segundo turno das eleições em Belém. 

Segundo nota enviada pela Executiva Estadual do PSB do Pará e a Executiva Municipal do PSB de Belém, os dirigentes do partido se reuniram na noite desta segunda-feira, 23, juntamente com a bancada de vereadores eleitos e suplentes, para deliberar sobre o posicionamento partidário no segundo turno das eleições municipais em Belém. 

"Tendo em vista orientações da Direção Nacional do PSB, no sentido de fortalecer a unidade do campo progressista em todo o país, deliberamos pelo apoio à candidatura de Edmilson Rodrigues. 

O PSB realizará um ato nesta terça-feira, 24/11, às 12h, no auditório do edifício Rogélio Fernandez (Trav. Quintino Bocaiuva, 2301), para informar à imprensa local e ao público em geral sobre as razões que nos levaram a esta decisão", explica a nota assinada pelo Dep. Federal Cássio Andrade, que é o presidente do PSB do Pará e por José Francisco de Jesus Pantoja Pereira, presidente do PSB de Belém. 

quinta-feira, novembro 19, 2020

Curiosidades das eleições em Belém


Por Raimundo Castro, com informações do www.72horas.org

O PSOL investiu quase R$2,3 milhões em Belém, sendo R$1.555 mil em Edmílson, de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha- FEFC, popularmente conhecido como fundo eleitoral. O restante foi aplicado na campanha de vereadores (as).

O MDB investiu em Priante R$1,5 milhão e mais R$322 mil, em diversos candidatos (as) a vereador, do referido fundo.

Já o PATRIOTAS, embora com $35,1 milhões do FEFC , usou $22,1 em outras candidaturas pelo Brasil e nada em Belém, em Eguchi e vereadores (as).

Está circulando nas Redes Sociais um suposto pedido de doações do candidato Eguchi. 

Fake News?? 

Eleitores se perguntam por que a direção nacional do PATRIOTAS não destinou recursos do FEFC para o candidato Eguchi e seus apoiadores.

Em outras cidades do Pará, o PATRIOTAS aplicou $193.000 do FEFC.

domingo, setembro 20, 2020

Eleições 2020: sociedade que deu origem ao PT não existe mais, diz Pochmann

Edmilson perdeu as duas últimas eleições em que tentou ser novamente prefeito de Belém sem o PT, partido que rejeitou após este ser bombardeado pelo envolvimento com sucessivos escândalos e agora o tem como vice, retornando um programa de governo antigo, pintado com novas cores, mas que dificilmente o farão superar seu teto eleitoral, o qual não consegue ultrapassar desde que deixou a prefeitura de Belém, há 16 anos.

Por Diógenes Brandão

O PT não lidera as pesquisas em nenhuma das principais capitais do país. Em Belém, o partido que que venceu quatro eleições presidenciais consecutivas neste século e governou o país até quatro anos atrás, vem a reboque do PSOL, que tem como candidato único, em sua quinta disputa pela capital paraense, Edmilson Rodrigues, com um programa que se diz novo e moderno, mas que só reedita a velha fórmula da esquerda que o PT inaugurou há décadas e que já não é mais aceita pela maioria da sociedade, como revelaram os resultados das últimas eleições.

Falo isso sem nenhum prazer, pois contribuí por muitos anos com o partido, analisando erros e acertos, pontuando sempre as críticas pelas contradições existentes e que distancia a teorias, da prática, daquela que chamo agora de ex-querda paraense.

É com essa lógica que o blog AS FALAS DA PÓLIS sustenta sua tese de que a esquerda paraense, mesmo com um candidato liderando todas as pesquisas, como aconteceu nas duas últimas eleições, se aproxima de sua terceira derrota consecutiva.

O raciocínio pode incomodar meus ex-companheiros de partido e dirigentes de movimentos sociais que ainda não se deram conta de que precisam evoluir, se conetar com a realidade e passarem a dar ouvidos críticas de outros intelectuais, como o Pochmann, que a matéria de Ricardo Kotschono UOL lembrou muito bem. 

Leia abaixo:

Onde foi parar o Brasil que estava aqui quando o PT foi fundado, 40 anos atrás, ainda em plena ditadura? "Precisamos prestar muita atenção neste momento, pois estamos definindo o país que teremos nos próximos 40 ou 50 anos", alertou o economista Marcio Pochmann, ex-presidente da Fundação Perseu Abramo, em palestra profética que fez em Porto Alegre um ano atrás, ao analisar as perspectivas da esquerda para as eleições municipais deste ano, que não são nada animadoras. 

Para Pochmann, o PT perdeu o bonde da história e não percebeu as profundas mudanças que passaram pela janela nos últimos anos até a chegada da extrema-direita do capitão Bolsonaro ao poder. 

A dois meses da eleição, perdido em seu labirinto, o PT não lidera as pesquisas em nenhuma das principais capitais do país. 

É mais dramática a situação em São Paulo, onde o partido corre o risco de não ir para o segundo turno e ainda perder a hegemonia na esquerda para o PSOL, mas nas outras regiões do país o quadro não é mais favorável. O que aconteceu com o partido que venceu quatro eleições presidenciais consecutivas neste século e governou o país até quatro anos atrás? 

"A sociedade do final dos anos 70 e início dos anos 80, que deu origem ao PT, não existe mais. Se seguirmos fazendo as coisas do jeito que fizemos até aqui não teremos melhores resultados do que os que já obtivemos", constata Pochman, que foi candidato derrotado do partido a prefeito de Campinas, em 2016. 

A pá de cal naquela sociedade civil organizada, que surgiu na Campanha das Diretas, em 1984, da qual o PT se tornou a maior expressão partidária, foi dada com a reforma trabalhista de Michel Temer, após o golpe de 2016, uma sentença de morte para os sindicatos que deram origem ao PT e à CUT. 

Quando Lula fala em defesa da classe dos trabalhadores, como fez no 7 de setembro, é o caso de perguntar de quem estamos falando. Quatro entre cada cinco trabalhadores não estão mais na indústria, que hoje representa menos de 10% do PIB (menos do que em 1910), mas nas diversas áreas de serviços.

Sem lideranças e sem condições de reagir ao massacre da nova legislação trabalhista, que praticamente acabou também com a Justiça do Trabalho, eles não se engajam mais em lutas coletivas. Vigora a lei do salve-se quem puder. 

O grosso do eleitorado não está mais nas fábricas, mas nos shoppings, call-centers e no Uber ou trabalhando por conta própria. 

Carteira assinada virou coisa do passado e quem ainda tem emprego morre de medo de perder o salário no fim do mês. Passa longe dos sindicatos. 

"Essa nova realidade não faz parte do discurso dos sindicatos e dos nossos partidos. Estamos com uma retórica envelhecida", afirma o ex-presidente da Fundação Perseu Abramo, um centro de estudos e pesquisas do PT. 

Envelheceram as lideranças e os discursos. A esquerda já não sabe como chegar e o que falar para esse eleitorado individualista, conquistado pela teologia da prosperidade das igrejas evangélicas dos Edires e Malafaias, em lugar da teologia da libertação, de católicos como Frei Betto, meu guru.

Ao mesmo tempo, as seitas neopentecostais e as milícias avançaram no espaço deixado aberto por movimentos sociais criados pelas pastorais da ala progressista da Igreja católica, que teve um papel fundamental na formação do partido. 

Sem uma organização pela base, nos locais de trabalho e nas universidades, o eleitorado ficou solto no espaço à mercê dos líderes da "nova política", que prometem a salvação aqui e agora, do "deixa que eu resolvo, contra tudo isso que está aí".

De que jeito? Liberando armas e munições para todos, abrindo as porteiras para "passar a boiada" e cada um que se vire. 

Com bala, porrada e bomba, a ordem é atropelar quem se puser no caminho - o Congresso, o STF, as ONGs, as entidades que restaram na sociedade civil (ABI, OAB, CNBB). Quem não é aniquilado, é cooptado com gordas verbas federais, como está acontecendo com boa parte da mídia.

Em lugar de assembleias de trabalhadores, nos sindicatos e nos movimentos estudantis, o povo começou a ir cada vez mais às assembleias de Deus para buscar ajuda em territórios dominados pela milícia. 

É com essas novas forças políticas, que dominam as redes sociais, unindo governo com mercado financeiro, igrejas evangélicas, policiais e militares, marombados de academias e invasores de terras indígenas, destruidores da Amazônia e do Pantanal, que o país segue em direção ao glorioso passado da ditadura.

Elio Gaspari poderia escrever um novo volume da sua coleção sobre aquele período, agora revivido: " A ditadura esculachada". 

Enquanto o atraso avança, o PT, primeiro partido a abrir espaço para as mulheres na política, não é capaz de encontrar nenhuma negra para formar chapa com Jilmar Tatto, seu candidato oficial em São Paulo, neste momento de luta contra o racismo e o machismo.

E acabou formando uma chapa de dois homens brancos, de meia idade, sem nenhuma expressão popular e sem ter uma bandeira para empunhar na campanha. É a vitória do aparelho do partido, que será derrotado nas urnas. 

A classe trabalhadora que deu origem ao PT não existe mais. A sociedade civil organizada está hibernando. A classe média assalariada deu lugar a PJs, pessoas jurídicas, e consultores sem vínculo empregatício.

Esta semana, por um desses acasos do destino, se estivessem vivos, d. Paulo e Paulo Freire completariam 99 anos. 

Símbolos da resistência à ditadura, eles estariam tristes ao ver que aquele Brasil solidário e justo, com o qual sonharam e ao qual dedicaram suas vidas, perdeu-se no horizonte. 

Em seu discurso de Porto Alegre, um antigo reduto do PT de outros tempos, Pochmann lembrou Habermas: "Toda vez que perdemos a referência no horizonte, a gente se debruça sobre amenidades. Temos hoje uma narrativa inapropriada que nos leva à acomodação e a saídas individuais".

"E daí?", perguntaria Bolsonaro. 

Confesso que também não saberia o que responder. 

Neste momento, em que a luta coletiva por um Brasil para todos, que marcou a história do PT, está numa encruzilhada da vida sem encontrar saídas, se eu votasse em São Paulo não teria dúvidas em apoiar Boulos e Erundina, que pelo menos representam uma esperança. 

Ninguém vive sem esperança. Eleição é sempre uma oportunidade para mudar a realidade, por mais adverso que seja o cenário. Foi assim que o PT chegou ao poder, depois de muitas derrotas. 

Amanhã será outro dia. 

Vida que segue.


sábado, setembro 12, 2020

Recém-condenada na justiça, vice de Edmilson desistiu da campanha alegando problemas de saúde

Ivanise Gasparim foi indicada pelo PT para ser vice de Edmilson Rodrigues, que a considerava uma ótima candidata e parabenizou o partido pela indicação, que agora é revista sem que tenham dito o verdadeiro motivo.

Por Diógenes Brandão

O PT e o PSOL fazem um discurso cobrando transparência, mas precisam parar de enganar seus militantes e a sociedade em geral. A falta de uma explicação verdadeira e transparente, causa muita indignação em que percebe a manobra por de trás de cada argumento ou notícia falsa, como a que vimos ser emitida desde ontem, quando a pré-candidata a vice-prefeita de Edmilson Rodrigues anunciou que não seria mais candidata por motivos de saúde. 

Hoje em dia, com a Internet, chega até ser burrice e pega muito mal passar uma mentira em frente ou sonegar informações sem levar em consideração a quantidade de ferramentas e instrumentos de comunicação que a Era da Informação nos oferece. O certo seria que a ex-querda paraense tivesse explicado melhor essa troca, da vice de Edmilson, que chegou a se vangloriar, dizendo ter acertado ter uma mulher em sua chapa e agora surge com um homem, no caso, o petista Edilson Moura. 

Nada de errado em ter um homem como vice, ou troca o mesmo, mas a falta de transparência dos partidos em suas tomadas de decisão, agora são amplamente debatidas nas mídias sociais.

Se mentem e escondem informações imprescindíveis e de fácil acesso e conhecimento público, imaginem se estiveram no poder, com condições de ocultar o que pretendem fazer de errado!

Para ilustrar o que digo, usarei a informação que a jornalista Franssinete Florenzano, publicou em seu blog, logo após a matéria do blog AS FALAS DA PÓLIS, que trouxe luz à recente decisão de condenação por parte do TCE-PA (Tribunal de Contas do Estado do Pará), um dos processos que Ivanise Gasparim responde como ré em um processo judicial e que motivou a retirada abrupta e em tempo record, da pré-candidata a vice-prefeita na chapa de Edmilson Rodrigues (PSOL). 

A petista, como já dissemos na matéria O PT e a súbita troca da vice de Edmilson Rodrigues, se complicou essa semana com a decisão do TCE-PA, que a multou por um dos três processos que ela responde na justiça estadual. 

"Ivanise Gasparim alegou problemas de saúde, mas, coincidentemente, seu processo cujas contas foram rejeitadas em condição irrecorrível foi ontem, no final da manhã, para a Coordenadoria de Informação e Documentação do Tribunal de Contas do Estado do Pará, conforme se observa na tramitação processual do TCE-PA (cliquem aqui para acessar). Trata-se de condenação, à unanimidade, em Tomada de Contas Especial, relativa ao Convênio Seter nº 013/2010, cujo relator foi o conselheiro Nelson Chaves, o que a torna inelegível, além da aplicação de multas e devolução de recursos ao erário. O Acórdão transitou em julgado em 25 de janeiro deste ano e seu nome está na lista suja do TCE-PA. Sem dúvida, seria um peso enorme na candidatura de Edmilson.

Ivanise foi secretária municipal de Economia de Belém na gestão de Edmilson Rodrigues. No governo de Lula, atuou no Instituto Interamericano de Combate a Pobreza Rural -IICA e na Secretaria Nacional de Reordenamento Agrário. E no governo de Ana Júlia exerceu a função de Secretária de Estado de Trabalho, Emprego e Renda", informou o blog da Franssinete.

"A indicada do Beto Faro (deputado federal e presidente estadual do PT) foi "limada" pelo PSOL, para não comprometer a campanha do Ed50, o qual já tem dezenas de processos para explicar e ainda vinha com uma vice com problemas? Eles foram rápidos e chamaram o PT para tratar da substituição da vice e assim foi feito", informou ao blog AS FALAS DA PÓLIS, uma fonte do Partido dos Trabalhadores.

A condenação de Ivanise Gasparim e de Eduardo Correa e Silva, ambos na época da SEATER, durante o governo de Ana Júlia Carepa (PT) se deu pelo desleixo na fiscalização de um convênio entre o governo e uma ONG, no valor de mais de 46 mil reais, que hoje em valores corrigidos representam mais de 161 mil reais, os quais ambos terão que devolver aos cofres públicos, segundo decretou o Tribunal de Contas do Pará.

O PT e a súbita troca da vice de Edmilson Rodrigues

Edilson Moura derrotou Regina Barata e Telma Saraiva que entraram em disputa pela indicação do PT para a vice-prefeitura de Edmilson Rodrigues (PSOL), após Ivanise Gasparim alegar problemas de saúde e deixar a campanha, sem deixar as finanças do PT.

Por Diógenes Brandão 

O Diretório Municipal do PT Belém dispensou a sua indicada para ser a vice-prefeita na chapa de Edmilson Rodrigues (PSOL) faltando apenas cinco dias para o prazo final das convenções partidárias, onde se define as candidaturas para as eleições municipais deste ano.

Trata-se de Ivanise Gasparim, ex-vereadora de Belém, ligada ao grupo do senador Paulo Rocha e dos deputados Beto Faro (federal) e Carlos Bordalo (estadual). A troca de Ivanise Gasparim foi justificada por ela em nota publicada em suas redes sociais, onde disse o seguinte:

"Em junho deste ano, assumi a tarefa de ser pré-candidata a vice prefeita em Belém, indicada pelo PT na chapa com Edmilson Rodrigues (PSOL). Participei de dezenas de lives, plenárias, debates, encontros com a militância e juntos abrimos caminhos para construir a Belém que sonhamos e sabemos como concretizar, devido a experiência que adquirimos quando governamos a cidade. Mas comunico a todos que, por motivos de saúde, infelizmente não poderei disputar esta eleição", escreveu Ivanise Gasparim. 

Mas segundo uma matéria do portal Roma News, os motivos seriam outros: "Por responder a processos judiciais por conta do escândalo da suposta fraude em kits escolares durante o governo da Ana Júlia, em 2009, não será mais a candidata do PT", afirma a notícia.

Pelo que o blog apurou no tribunal de Justiça  do Estado do Pará, Ivanise responde como ré em 3 processos, que não estão sob segredo de justiça. Ela foi Secretária de Trabalho, Emprego e Renda no governo de Ana Júlia e hoje é tesoureira do PT estadual, onde o problema de saúde não lhe impede de continuar no cargo.

Com o avanço das discussões internas no PSOL, o qual lidera a chapa com Edmilson Rodrigues, o partido pressionou pela troca de Ivanise para evitar maiores desgastes quando a campanha começar a revelar a ficha dos candidatos na TV e nas redes sociais.

O ex-petista Cláudio Paty, hoje no PSOL, teria sido o principal articulador da pressão para a troca de Ivanise, e operou com sucesso, a indicação de Edilson Moura, seu companheiro de tendência no PT, o qual é professor de História e foi secretário de Cultura do governo de Ana Júlia. Integrante do grupo político da governadora, junto com Puty, Edilson conseguiu se eleger deputado estadual em 2010, mas com Ana Júlia fora do poder, ele não conseguiu a reeleição em 2014.

Enquanto foi deputado estadual, Edilson Moura fez fortes amizades na ALEPA, entre elas com o ex-deputado estadual Márcio Miranda (DEM), que segundo dizem pelos corredores do parlamento estadual, lhe ajudou bastante após o petista ter perdido seu mandato.

Regina Barata já foi deputada, vereadora e concorreu nas últimas eleições à prefeitura de Belém pelo PT. 

O resultado de sua votação em 2016 foi o pior da história do partido: Apenas 13.332 votos, o que correspondeu a 1,71% do total de votos válidos (de mais de um milhão de eleitores aptos) no primeiro turno. 

Seu marketeiro naquela campanha, o também petista Patrick Paraense usou as redes sociais, após as eleições, para denunciar que não havia recebido o valor de seu trabalho, nesta  campanha que teve o pior resultado eleitoral na história do Partido dos Trabalhadores na capital paraense, quiçá nas capitais brasileiras, durante os 40 anos de história da legenda.

Já a novata nessa disputa era Telma Batista. Artista, produtora e ativista cultural, tendo se candidatado ao cargo de deputada estadual pelo PT em 2018 e já disputado outros cargos internos no PT, sem nunca ter sido eleita, Telma aposta na renovação dos nomes que se revezam no comando do partido, mas suas chances, junto com Regina já eram consideradas mínimas e Edilson Moura foi eleito como pré-candidato a vice na chapa de Edmilson Rodrigues, na tarde deste sábado, 12.

Em uma reunião às portas fechadas, com 13 membros da executiva municipal do PT, Edilson Moura foi eleito com 8 votos, sendo que Regina recebeu 1 e Telma também 1. 3 abstenções foram registradas e encerrou-se o processo "democrático" do PT Belém.

No entanto, a pergunta que não quer calar é: por que PT e PSOL deixaram de debater internamente com seus filiados, de forma ampla e democrática, quem seria o candidato a prefeito e vice-prefeito de Belém? 

É importante lembrar que o PSOL já lançou Edmilson como candidato duas vezes e nas duas vezes foi derrotado, por coincidência,  nas duas últimas eleições consecutivas e este negava a aliança com o PT. Agora a quis de qualquer jeito e sem consulta às bases dos partidos de esquerda, que antes se vangloriam de não terem donos e nem patrões e hoje estão com seus feudos, onde filhos, esposas e familiares se revezam nas candidaturas dos caciques que comandam estes que hoje são considerados a ex-querda paraense.

A convenção multi-partidária que confirmará os nomes para a disputa pela chapa formada pelos partidos de esquerda está marcada para a próxima quarta-feira, 16, onde será lançada a chapa de Edmilson Rodrigues para sua quinta eleição para a prefeitura de Belém,  agora  com o apoio do PT, Rede, UP, PCB, PCdoB e PDT, além do seu próprio partido, o PSOL, onde alguns setores se ressentem pela reaproximação com o PT e demais partidos que militantes do PSOL acusam de aliados da burguesia e de carreia de transmissão das elites e dos empresários corruptos de Belém e do Pará. 

Leia também: 

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Racha pelo apoio do PDT: Edmilson Rodrigues quer, mas PSOL não

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quinta-feira, julho 16, 2020

PSOL recebe apoio do PT em Belém, mas não retribui em Santarém



Por Diógenes Brandão

Mesmo com Maria do Carmo (PT) liderando todas as pesquisas e com chances reais de vencer as eleições e derrotar os demais candidatos da direita em Santarém, município do Oeste paraense, o PSOL decidiu nesta quinta-feira, 16, lançar candidatura própria. A candidatura da petista é considerada a mais importante para o PT e a mais provável de ter êxito nas urnas.

Em Belém, o PT aceitou o pedido do PSOL e apoiará oficialmente o pré-candidato do partido, o deputado federal Edmilson Rodrigues, que disputa pela 5ª vez a cadeira de prefeito e que já governou a capital paraense por dois mandatos consecutivos (1997-2004), mas também foi derrotado nas duas últimas eleições municipais (2012 e 2016).  A candidatura do psolista é considerada a mais importante para o PSOL e a mais provável de ter êxito nas urnas.

Morador da região do Tapajós, onde fica Santarém, o jornalista Ronaldo Brasiliense comentou a decisão do PSOL: "Deu uma rasteira na Maria do Carmo Martins em Santarém. O PSOL racha a esquerda e ajuda o Nélio Aguiar, que concorre à reeleição com a máquina da prefeitura na mão".

ACORDO PSOL - MDB

Segundo rumores que circulam nos bastidores da política paraense, um dos motivos que tenha pesado na decisão do PSOL, em não apoiar a candidata do PT em Santarém, seja o acordo velado de Edmilson Rodrigues e Helder Barbalho, que teme que Maria eleita prefeita em Santarém, cresça eleitoralmente e venha a ser sua potencial concorrente em 2022, quando o atual governador estará concorrendo à reeleição. O PSOL por sua vez, espera ter apoio financeiro e dos meios de comunicação da família barbalho para vencer a disputa eleitoral em Belém, onde o partido aposta todas as suas fichas.

A classe política paraense lembra que em 2002, Maria do Carmo concorreu ao governo do Pará com Simão Jatene (PSDB), com quem foi para o segundo turno e quase foi eleita a primeira mulher a governar o Pará. Naquela eleição, Maria recebeu 48,28% dos votos e chegou a liderar todas as pesquisas eleitorais, mas a máquina do Estado conseguiu levar Jatene à vitória, com grande ajuda do então Governador Almir Gabriel (PSDB), que tinha forte apoio popular e alta aprovação após seus dois mandatos como governador, mas que mesmo assim levou um baita susto.

Em Santarém, cidade que Maria do Carmo já governou por dois mandatos (2004-2012), o clima entre os petista em relação ao PSOL é o pior possível.

PESQUISA APONTA PARA VITÓRIA DO PT EM SANTARÉM

Na última pesquisa registrada realizada em Santarém pelo Instituto Destak, em um cenário em que foram listados 10 pré-candidatos a prefeito, Maria do Carmo (PT) lidera de forma absoluta com 50% da preferência do eleitor. Na sequência, Nélio Aguiar aparece com 19%, Ney Santana com 13%, Coronel Tomaso (Patriota) vem com 4%, seguido do vereador Valdir Matias Jr., do PV, com 2%. Os demais cravaram 1% — Birinha (PSB), João da Massamix (PSC) , Jota Ninos (PCdoB), Jackson do Folclore (PSL) e Jarsen Guimarães (PDT).

Segundo o blog do Jeso, a proposta de apoio à candidatura da petista Maria do Carmo ao cargo foi derrotada pela maioria dos integrantes do diretório. "A estratégia de lançar nome próprio a prefeito é adotada pelo PSOL desde as eleições de 2008, quando lançou Márcio Pinto, e se repetiu em 2012 e 2016 – sempre com o mesmo candidato. Neste ano, Márcio Pinto concorrerá por vaga à Câmara de Vereadores".

PSOL x PT

Mesmo sem o apoio oficial, filiados e simpatizantes do PT em Belém, sempre votam em massa em Edmilson Rodrigues, quem consideram "o melhor prefeito que Belém já teve". Tendo sido fundado após um racha do PT, o PSOL nasceu chamando o PT de partido de traidores e correia de transmissão da burguesia e não aceitava apoiar os candidatos do partido, mantendo distância de suas campanhas, até mesmo em locais onde o PT passava para o segundo turno, o PSOL não abria mão de manter-se neutro, fazendo com que muitos optassem pelo voto nulo. A exceção foi na primeira campanha eleitoral de Dilma Rousseff, quando Lula terminava um ciclo de 08 anos no poder e mesmo com uma série de escândalos, sobretudo aquele que ficou conhecido como "Mensalão", sua aprovação popular era alta e apontava a candidata que liderava as pesquisas. 

Depois da vitória de Dilma, o PSOL voltou a rejeitar o PT nos estados e municípios. Esse ano é diferente. O tempo de TV pesou na decisão do PSOL em ter o PT como um aliado oficial, por isso, o partido ofereceu a vaga de vice para o partido que em Belém está com uma péssima avaliação popular e acumula as duas últimas eleições com derrotas expressivas e consideradas até humilhantes: Em 2012, com Alfredo Costa como candidato, o PT recebeu 3% dos votos válidos para prefeito. Já em 2016, com Regina Barata, o PT obteve 1,7% dos votos nas urnas. 

Há quem diga que o que levou Beto Faro, deputado federal e presidente do PT no Pará a ter negociado apoio a Edmilson Rodrigues, foi a promessa deste que em uma possível vitória do candidato do PSOL, o partido de Lula e Dilma ficará com 30% dos cargos da prefeitura, podendo inclusive escolher secretarias municipais de peso, como as maiores: SEMEC e SESMA. 

Mais ainda, Edmilson se encarregaria de convencer o PSOL de apoiar a candidatura de Beto Faro ao senado, em 2020, quando o atual senador do PT, Paulo Rocha deve se aposentar da política.

Leia também: 

segunda-feira, julho 13, 2020

Psolistas travam guerra com Edmilson por aliança com petistas e barbalhistas

Edmilson Rodrigues, ao lado de Carlos Bordalo e Ana Júlia. O pré-candidato a prefeito de Belém vai disputar sua quinta eleição pela prefeitura de Belém e tem gerado uma crise interna em seu partido, onde é acusado de não ser democrático, ao decidir coligar com o PT nas eleições municipais deste ano.


Edmilson Prefeito, em aliança com o povo pobre e trabalhador de Belém.  

Quando realizamos o encontro de fundação do PSOL, em junho/2004, meses após o Partido dos Trabalhadores expulsar quatro de seus parlamentares, por terem votado contra a “reforma” da Previdência do governo Lula, deixamos registrado em nosso programa de fundação: “Lula entregou-se aos antigos adversários, e voltou as costas às suas combativas bases sociais históricas. Transformou-se num agente na defesa dos interesses do grande capital financeiro”. E avaliamos que o PT havia se transformado em “correia de transmissão” desse governo. 

Quando fundamos o PSOL, deixamos claro que o PT, traidor da classe trabalhadora, havia deixado de ser nosso aliado. Criamos o PSOL para ser oposição de esquerda à política de conciliação de classes do PT, e não para ser seu partido-satélite, subserviente e bem comportado. Um ano depois, quando estoura o escândalo de corrupção do mensalão, Edmilson Rodrigues rompe com o PT e se filia no PSOL.  

Aliança com o PT: desnecessária e perigosa  

Qual a justificativa para nos aliarmos com um partido que fez a opção em governar para e com a burguesia? Nos quatorze anos em que esteve à frente do Poder Executivo nacional o PT deu um giro à direita e selou um pacto de governabilidade com setores da patronal que circularam com frequência nas páginas policiais: de Fernando Collor a Jader Barbalho, passando por José Sarney, Paulo Maluf e Gilberto Kassab. O PT fez a opção em governar com os latifundiários e os banqueiros, representados por Kátia Abreu, José Carlos Bumlai, Henrique Meirelles

O PT ultrapassou o limite da decência e foi buscar aliados na antiga ARENA, da ditadura militar, chegando a ressuscitar Delfim Netto, ministro da Fazenda (Economia) no governo Médici, o qual se tornou conselheiro econômico de Lula. Defensor ferrenho do regime militar, não se envergonha em afirmar que “o AI-5 foi uma necessidade” e que “se as condições fossem as mesmas, assinaria de novo”. Sobre seu novo amigo, foi taxativo: “Lula salvou o capitalismo nacional”, afirmou em entrevista publicada em 2008. Por que a direção majoritária do PSOL/Belém se presta a buscar um acordo de cúpula com um partido assim?

A base petista já iria fazer campanha para Edmilson, como já fez antes, independente de acordos feitos entre as direções partidárias. Fazer um acordo superestrutural com a direção petista é completamente desnecessário. E considerando o trânsito dos dirigentes petistas entre políticos e empresários acusados de corrupção, esse acordo é um enorme perigo que pode desconstruir a imagem que nosso PSOL goza diante da população: um partido limpo, que não está metido em esquemas de corrupção; um partido que está ao lado da classe trabalhadora e não se vende a empresários e patrões. 

Ao privilegiar os acordos de cúpula, sem debates internos, sem plenárias, sem reuniões, a direção majoritária do PSOL opta em seguir por um caminho antidemocrático, pelo qual as instâncias partidárias e a base psolista tomam conhecimento das articulações pela imprensa e pelas postagens em redes sociais. Uma tática perversa, que agride ainda mais a nossa frágil democracia interna. Uma tática antidemocrática, que se utiliza da pressão de fora para determinar a política eleitoral do PSOL. Unidades podem até ser construídas em meio à divergências e diversidades, mas não se constrói unidade, sem confiança mútua.  

O PT irá romper com Helder Barbalho?  

Os setores do PT que estão no governo dos Barbalho, e foram contra o apoio à candidatura de Edmilson, irão fazer campanha para o PSOL? Irão romper com a família Barbalho, ou farão campanha para seus candidatos? O deputado estadual Carlos Bordalo/PT, que votou a favor da “reforma” da Previdência de Helder/Bolsonaro e, com o dedo em riste, mandou um cotoco para os professores e outros servidores públicos durante as manifestações nas galerias da ALEPA, irá fazer campanha para Edmilson? Ou vai mandar um cotoco para o PSOL, também? 

Se esse acordo eleitoral se mantiver, nosso PSOL estará perdendo mais uma oportunidade em ocupar politicamente um espaço privilegiado à esquerda, como principal porta-voz das demandas da classe trabalhadora, do povo pobre, dos explorados e oprimidos. E ocupar esse espaço, abandonado pelo PT, é fundamental para superarmos a desastrosa experiência do “modo petista de governar”, que privilegiou os acordos com setores da burguesia e retirou direitos dos trabalhadores da cidade, do campo, e dos povos das florestas, negando diversas de suas reivindicações.  

Quem rompe com a “unidade das esquerdas”?  

Rejeitar a aliança eleitoral com o PT, para alguns, significaria “romper a unidade das esquerdas e fragilizar a campanha de Edmilson”. Refutamos isso. O que irá fragilizar a candidatura de Edmilson é justamente ter como vice-prefeito um partido envolvido em esquemas de corrupção; que é base aliada do governo Helder Barbalho; que construiu Belo Monte; que retirou direitos dos servidores públicos; que deu prosseguimento ao projeto de privatizações de FHC/PSDB. 

Quem rompe com a “unidade das esquerdas” é o PT, quando Lula diz publicamente que não é hora do “Fora Bolsonaro”, pois teríamos que esperar até 2022 para mudar o país somente nas próximas eleições. Quem rompe com a “unidade das esquerdas” é o PT, que orientou seus três deputados estaduais a votarem a favor da “reforma” da Previdência estadual de Helder Barbalho, seguindo as diretrizes impostas pelo governo Bolsonaro; Quem rompe com a “unidade das esquerdas” é o PT, cujo governador Camilo Santana, do Ceará, manda helicópteros e a tropa de choque da PM para impedir a realização de atos antifascistas, jogando bombas de gás e balas de borracha. 

Quem rompe com a “unidade das esquerdas” é o PT, que com sua política de conciliação com a burguesia causou um retrocesso na consciência de classe dos trabalhadores.  

Por um governo do PSOL com os movimentos sociais 

Nossos principais aliados não tem que ser os partidos da ordem. Queremos aliança com os sindicatos de trabalhadores; com o movimento popular; com as entidades estudantis; com o movimento sem-terra; com as comunidades quilombolas; com os povos indígenas; com o movimento feminista; com as associações de bairros; com as agremiações culturais. 

Queremos a aliança do PSOL com o Povo, não com os poderosos. Conquistaremos a governabilidade com a mobilização e pressão popular. Governaremos com o Povo na rua, lutando por seus direitos. 

A pressão que os empresários e lobistas fazem sobre os vereadores, para aprovarem projetos de seu interesse, faremos com os trabalhadores mobilizados. A pressão que os patrões fazem, nas sombras, nos gabinetes, às escondidas na calada da noite, faremos ao ar livre, sob o sol pleno, ocupando ruas e praças para fazer valer a vontade popular. Os debates e deliberações faremos nos Conselhos Populares, que governarão juntos com Edmilson e o PSOL. 

Em tempos de pandemia e crise na Saúde pública, queremos Edmilson prefeito, com uma vice-prefeita indicada pelos trabalhadores da Saúde, que levante um programa onde estejam incluídas: a garantia da gestão democrática nas escolas e creches municipais; a garantia de condições dignas de trabalho para os profissionais da Saúde; a regularização das ocupações urbanas; a isenção do IPTU para a população com menor poder aquisitivo; a criação de uma frota municipal, rumo à estatização do transporte coletivo urbano; a eleição dos secretários municipais pelos servidores de carreira; a proteção ao meio ambiente e a implantação de um sistema de coleta seletiva; além de diversas outras demandas que atendam as necessidades do povo trabalhador. 

É possível dar continuidade à construção de uma nova Belém, dando sequência às tarefas da Revolução Cabana, interrompida que foi, com sangue e traições. Mas somente seremos vitoriosos se aprendermos com os erros do passado e o povo assumir o poder, junto com o PSOL.

quarta-feira, abril 22, 2020

Edmilson Rodrigues: a pedra no caminho do PT



Por Diógenes Brandão


No meio do caminho tinha uma pedra 
Tinha uma pedra no meio do caminho 
Tinha uma pedra 
No meio do caminho tinha uma pedra

Nunca me esquecerei desse acontecimento 
Na vida de minhas retinas tão fatigadas 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho

Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra

Carlos Drumond de Andrade.

Desde o processo de redemocratização brasileira, poucos partidos tiveram tantas chances de conquistar a confiança dos eleitores paraenses, quanto o PT teve. 

A partir de uma disputa recheada de baixo nível, entre a candidata do PMDB, Elcione Barbalho e Ramiro Bentes (PDT), nas eleições municipais de 1996o Partido dos Trabalhadores conseguiu eleger o professor e sindicalista Edmilson Rodrigues prefeito de Belém, e o reelegeu no ano 2000. 

Em 2006, o PT elegeu a primeira mulher como governadora do Pará, a bancária Ana Júlia. Nacionalmente, o PT também crescia: elegeu Lula em 2002, o reelegeu em 2006, bem como elegeu sua sucessora, Dilma Rousseff em 2010 e a reelegeu em 2014.

Voltando ao Pará, o PT teve todas as oportunidades de mostrar que o modo petista de governar seria diferente; que traria pessoas honestas e competentes para cuidar dos cofres públicos e que implementaria políticas públicas arrojadas, tanto na área educacional, quanto na saúde e assistência. Diferente do que ocorreu em outros estados, porém, onde o partido conseguiu imprimir marcas que o diferenciaram dos governos anteriores, de outros partidos, por aqui o PT se revelou um grande fiasco, que a população não esquece. Muitos entendem essa decepção como uma traição aos princípios que o Partido dos Trabalhadores sempre pregava.

Para se ter uma pequena amostra disso, basta ver que o partido não construiu nenhum hospital de grande porte, como os 19 hospitais regionais deixados pela gestão do PSDB, partido considerado o maior adversário dos petistas, por atrair os votos de centro-esquerda, ou seja, mesmo campo ideológico do PT em suas práticas, apesar de sempre ter pregado ser esquerda puro-sangue. No caso de Belém, a gestão petista construiu um segundo pronto-socorro municipal, mas a obra, de tão pequeno porte, precisou ser ampliada recentemente, para fazer valer a nomenclatura. Esta unidade, no Guamá, quando funcionava, assemelhava-se, na verdade, a uma UPA, entretanto com o pomposo nome de Hospital de Pronto-Socorro. 

Hoje, o PT só pensa em uma coisa: voltar ao poder, com ou sem o protagonismo, como aliás já atua, de forma coadjuvante, no governo de Helder Barbalho, do MDB, por exemplo. O importante é garantir os cargos que o partido costumou ter, para distribuir para sua militância. Por eles, topa-se tudo, até abrir mão das bandeiras de luta dos movimentos sociais, que são a base que deu origem ao partido e um dia o fez crescer no seio da sociedade brasileira, inclusive em setores da classe média, principalmente entre professores e outros servidores públicos. 

As sucessivas demonstrações de perda de identidade com estes setores e a constatação de que acabou utilizando das mesmas práticas e vícios dos demais partidos, entretanto, trouxeram derrotas eleitorais estrondosas ao partido, principalmente depois da apuração de casos de corrupção em prefeituras, governos estaduais e no próprio governo federal, quando o PT governava. 

Para se ter ideia da fragilidade eleitoral petista, depois de governar a capital do Pará por dois mandatos, o PT entrou em um declínio acelerado e constante, que o fez chegar, hoje, a um dos piores patamares em popularidade, entre os partidos de expressão nacional. 

Embora o PT paulista dite que a estratégia eleitoral do PT nacionalmente deve ser considerar o PSDB como seu maior adversário, a história recente do partido, em Belém, revela que o pior empecilho de retomada da força do PT na capital do estado, é o PSOL, partido que surgiu de um racha do Partido dos Trabalhadores, após alguns de seus membros terem sidos expulsos por desobedecerem determinações partidárias. É ou não é um baita paradoxo?



Para refrescar a memória dos mais distraídos, vamos voltar algumas casas desse tabuleiro.

Primeiro, é preciso dizer que o candidato mais forte em todas as últimas pesquisas, desde que deixou o poder, é Edmilson Rodrigues, mas curiosamente é quem acumula, sucessivamente, também, os maiores índices de rejeição e, por isso, não consegue se reeleger desde então, comprometendo, inclusive, suas atuais ambições. 

Das quatro eleições que disputou, Edmilson venceu duas e perdeu outras duas, justamente as duas últimas eleições municipais (2012 e 2016).

Relembrando: com Edmilson fora da disputa, por não poder concorrer pela terceira vez, nas eleições de  2004o PT apresentou o nome da bancária Ana Júlia, que havia sido vice-prefeita de Belém, com Edmilson Rodrigues. Naquela eleição, a petista conseguiu terminar o primeiro turno, conquistando 32,74% dos votos válidos, enquanto Duciomar Costa (PTB) obteve 48,93%. No segundo turno, Duciomar terminou eleito com 58,28% dos votos válidos, enquanto Ana Júlia recebeu 41,72%.

Já nas eleições de 2008com Lula governando o país e Ana Júlia governando o Pará, o PT apresentou o professor Mário Cardoso, que obteve somente 18,11% dos votos válidos, ficando em terceiro colocado. Já eram sinais claros do declínio petista. Disputando a reeleição, Duciomar Costa foi para o segundo turno com José Priante (PMDB), que acabou sendo derrotado com 40,4% dos votos, enquanto Duciomar foi reeleito com 59,6%.

Nas eleições de 2012 já no PSOL, Edmilson Rodrigues foi lançado, mais uma vez, como candidato a prefeito e o PT veio com o professor Alfredo Costa para a disputa pela prefeitura de Belém. Embora o PT estivesse governando o país, com Dilma na presidência e em lua de mel com o eleitorado, em seu primeiro mandato, assim como tinha o 3º maior tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV - o que é fundamental para ganhar uma eleição - o resultado foi humilhante para o Partido dos Trabalhadores: Alfredo Costa só obteve 3,06% dos votos válidos. Vergonhoso ocaso de um partido que queria governar por décadas. 

Naquele pleito eleitoral, o candidato petista adotou como slogan de campanha, a frase: "O verdadeiro candidato do PT", passando recibo público diante do fato de que Edmilson Rodrigues, já no PSOL, desidratou e sugou a maioria dos votos e da base de apoio popular do seu ex-partido. Com isso, Ed conseguiu passar para o segundo turno e lá recebeu o apoio partidário dos petistas, contando ainda contou com o apoio de peso de Lula e Dilma, naquela altura, dois fenômenos eleitorais no país.



Os dois candidatos mais votados naquela eleição foram Edmilson Rodrigues, que recebeu 32,58% dos votos válidos e Zenaldo Coutinho, que obteve 30,67%. No segundo turno, Zenaldo Coutinho reverteu o jogo e com 56,61% dos votos, contra 43,39%, o tucano derrotou o psolista, tornando-se prefeito de Belém. 


Quatro anos depois, em 2016, não foi diferente. O PSOL insistiu, mais uma vez, com Edmilson Rodrigues, enquanto o PT lançou a promotora de justiça Regina Barata, pela sucessão de Zenaldo Coutinho, que disputava a reeleição. A candidata petista obteve naquela eleição, a pior votação já recebida pelo PT:  apenas 1,71% dos votos válidos. Novamente, percebeu-se o quanto Edmilson desidratou e sugou os votos petistas para si. Prova disso é que o psolista saiu das urnas no primeiro turno com 29,50% dos votos válidos, enquanto Zenaldo Coutinho obteve 31,0%.

No segundo turno, Zenaldo manteve a liderança e com 52,33% dos votos válidos, derrotou Edmilson - com 47,67% dos votos - pela segunda vez consecutiva.

No final de seu segundo mandato, Zenaldo não poderá mais disputar a reeleição, enquanto Edmilson disputará pela quinta vez a prefeitura de Belém. Dessa vez, o PT não dá sinais de que apresentará candidato para o pleito e está, neste momento, rachado entre a candidatura de Edmilson Rodrigues (PSOL) e de Ursula Vidal, agora no PODEMOS.

Com esse histórico, repleto de altos e baixos, a pergunta que fica no ar é o tema de um artigo do cientista político Dornélio Silva, que realizou um estudo eleitoral com os últimos resultados eleitorais: Quais as chances da esquerda voltar a governar Belém?

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quarta-feira, abril 15, 2020

A traição do SINTEPP e o acordo político-eleitoral do PSOL com o MDB



Por Diógenes Brandão

Podemos afirmar sem medo de errar, que no ano em que completou 35 primaveras, o Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Estado do Pará morreu. Morreu no dia 1° de Janeiro de 2019, quando Helder Barbalho assumiu o cargo de governador do estado do Pará. De lá pra cá, nesses 15 meses foram vários ataques proferidos contra a categoria que o sindicato representava, sem a devida reação dos dirigentes da entidade, a maioria filiada ao PSOL.  

Professores da rede estadual de ensino já descrentes no seu sindicato, entram em contato com este blog, desde a semana passada, denunciando o que consideram uma traição por parte dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Pará - SINTEPP, que estão calados diante de mais um ataque proferido por Helder Barbalho contra a categoria: O decreto 670, de 07 de Abril deste ano.

Há cinco anos, os trabalhadores da educação não recebem o piso nacional, prometido pelo então candidato ao governo e hoje governador, que se utilizou de seu jornal, rádios e tv para mentir à população e para os profissionais da educação, de que o Piso Salarial do Magistério já está sendo pago.

Presos aos itens do acordo político-eleitoral feito com a família Barbalho, para que Edmilson Rodrigues tenha o apoio político, financeiro e midiático que aumente suas chances de vitória na disputa pela quinta vez, ao cargo de prefeito de Belém, os dirigentes do SINTEPP abrem mão da sua tarefa e principal missão e dever: Lutar pelos direitos da categoria. Em troca, os psolistas que controlam o maior sindicato do Pará, se mantêm submissos aos golpes que o atual governador difere contra os servidores.

Quem não lembra do primeiro ano (2019) deste governo, quando Helder já prometia fazer uma Reforma da Previdência e a aprovou em dezembro passado, com direito a bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e algumas cacetadas nos poucos sindicalistas que estiveram em frente à ALEPA, onde o Pacote de Maldades foi aprovado?  

Pois é. Aquele jogo de cena faz parte do pacto velado entre os mentores do acordo eleitoral do PSOL com o MDB, onde é preciso haver essa tipo de encenação, para que o grupo político que comanda o sindicato, continue por lá, negociando com governos e partidos para consagrar seu verdadeiro interesse: Continuar elegendo seus candidatos.  

Beto Andrade, o atual coordenador do SINTEPP é capaz de morrer jurando que tudo não passa de um complô da direita, dos tucanos e dos EUA, mas ele próprio também tem o interesse de se eleger vereador, deputado ou prefeito. Basta ver as diversas tentativas dele nesse sentido. Pessoalmente, não tenho nada contra ele, e até o considero "boa praça", mas agora que Helder apresenta mais um "Pacote de Maldades", que retira gratificações, adianta as férias de julho para Abril e subtrai direitos que mexem na parte mais sensível dos profissionais da educação do estado: O bolso, vejo Beto Andrade em um vídeo, quase que agradecendo ao governo pelos ataques aos trabalhadores e tentando animá-los, como se estivessem tendo alguma vantagem.  


Não estranho. Se para ajoelhar e desconfigurar por completo o PT e fazer do partido um mero serviçal, abrindo mão de disputar as prefeituras em diversos municípios, o MDB prometeu apoiar o atual presidente estadual do PT, Beto Faro para o senado, nas eleições de 2022, a promessa para manter o PSOL e seus sindicatos inertes e domesticados é que o partido de Marinor Brito e Edmilson Rodrigues não permita greves e nem que a categoria se rebele contra o governo estadual.  

Eles, os sindicalistas e parlamentares do PSOL, dirão que é mentira minha e me acusarão de tudo que não presta, imputando-me as mesmas acusações maquiavélicas utilizadas pelos stalinistas para eliminar os críticos ao regime totalitário, que matou diversos companheiros do partido comunista e de outras organizações políticas, que se uniram para na revolução Russa, nos idos de 1917.

Mas você, trabalhador da educação na ativa ou aposentado, que conhece a história de luta deste sindicato, que já foi aguerrido, combatente e enfrentou diversos governos, passando pelo regime militar, até o governo do PT, quando o SINTEPP fez uma oposição implacável à gestão de Ana Júlia, até pior do que fez nos governos de Simão Jatene, sabe do que estou falando, ao dizer com esse artigo que o seu sindicato morreu e que o que restou dele foi o interesse de seus diretores em eleger e reeleger seus companheiros de partido.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...