terça-feira, abril 20, 2010

Governo do Pará é destaque em debate do Valor Econômico

Do Valor Econômico bilhões em investimentos públicos e privados entre 2011 e 2014. De acordo com o plano de desenvolvimento estadual apresentado a empresários paulistas no seminário "Pará - Oportunidades de Negócios", promovido pelo Valor, os recursos serão direcionados a novos projetos siderúrgicos, de habitação, saneamento, logística rodoviária, ferroviária e portuária e geração e transmissão de energia, inclusive a construção da usina de Belo Monte. A iniciativa privada vai responder pelos aportes de 80% do montante, com destaque para os desembolsos de R$ 37 bilhões no setor elétrico.

Durante o evento, a governadora procurou "vender" o Pará como "a nova terra das oportunidades", oferecendo contrapartidas de infraestrutura, incentivos tributários e segurança jurídica para empresas interessadas em se instalar no Estado. "Sempre tivemos muito recurso natural e exportamos muita matéria-prima, atividade que gera pouco emprego e não rende receita estadual. O que fica para a gente? O buraco, os impactos. Fizemos um modelo de desenvolvimento para gerar e usufruir das riquezas", explicou ela. "Para isso, criamos instrumentos jurídicos e regulamentações necessárias para dar tranquilidade e segurança para quem vai investir."

Um dos primeiros passos dados para implementar esse modelo foi a criação de um zoneamento econômico ecológico (ZEE), que dividiu o Estado em setores e regularizou a exploração fundiária de 32% do território - 44 milhões de hectares - para atividades produtivas da indústria e do agronegócio. Segundo Ana Julia, isso agiliza o licenciamento ambiental, pois no ZEE também está contemplado o reflorestamento de uma área de 4,9 milhões de hectares.

Na área de infraestrutura, o governo estadual promete melhorar a integração das três maiores cidades do Estado, Santarém, Belém e Marabá, que funcionarão como distritos industriais. A governadora garante que vai conseguir incluir no PAC 2 várias obras que darão agilidade ao escoamento da produção. Entre elas, a expansão do porto de Vila Conde, na região metropolitana de Belém, e o asfaltamento das rodovias Transamazônica, que cruza o Estado de Leste a Oeste, e da Santarém-Cuiabá. O projeto, que totaliza R$ 5,1 bilhões de recursos federais e estaduais, também prevê retomar a construção das eclusas de Tucuruí e para viabilizar a Hidrovia do Tocantins, que liga o porto de Vila Conde a Marabá, no Sul do Estado.

Na visão do secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Pará, Maurílio Monteiro, a solução dos gargalos de ordem fundiária e na infraestrutura abrem espaço para a chegada das empresas. As interessadas terão descontos significativos na aquisição de terrenos e abatimento no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "Consideramos crédito presumido, redução da base de cálculo, isenção e diferimento na tributação e, para devedores, há a possibilidade de financiar até 75% do ICMS por um prazo de 15 anos", explicou Monteiro.

Ele lembrou que o governo também vai investir em criação de centros tecnológicos nas regiões que receberem indústrias e luta para conseguir a abertura de uma universidade federal no Sul do Estado. "A governadora já conseguiu uma instituição de ensino para acompanhar o desenvolvimento regional no Oeste do Pará [Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), inaugurada em 2008], agora o ideal é termos a aprovação de uma universidade na região de Marabá."

Ana Julia Carepa observou que o modelo já apresenta resultados, com a definição da abertura de uma fábrica de chocolates, uma siderúrgica da Vale (ver abaixo) e alguns polos industriais para produção de móveis e biodiesel.

segunda-feira, abril 19, 2010

Era uma vez um menino

Por Ricardo Amorim*

Era uma vez um menino franzino que, desde o jardim da infância, se acostumou a ser o saco de pancadas na escola. Era só o clima esquentar e os grandalhões partiam para cima dele. Assim, ele acabou se acostumando ao seu destino.

De repente, sem que ninguém soubesse como nem por quê, houve uma longa temporada de calmaria na escola. Nada de brigas, só festa.

Como tudo que é bom um dia termina, a calmaria passou e os ânimos começaram a ferver novamente. O menino já foi se encolhendo, pronto para a tradicional surra. Sentia a dor antes mesmo que o tocassem.

Desta vez, para sua imensa surpresa, ninguém quis se meter com ele. Os grandalhões até olharam para ele, mas preferiram bulir com outros grandões a se meter com ele. Nosso menino adorou, mas não entendeu o que acontecia e continua até hoje com medo que na próxima briga vá sobrar para ele, como no passado.

Ele não percebeu é que, durante o período de tranquilidade, sua madrasta o havia alimentado de forma especialmente nutritiva, o que, somado aos exercícios que ele vinha fazendo há tempos, o deixara forte e musculoso. Enquanto isso, os grandalhões, depois de muito tempo desfrutando do poder que tinham na escola, ficaram acomodados, preguiçosos, engordaram e perderam agilidade.

Este menino se chama Brasil. Sua madrasta tem nome, China. Sua alimentação foram as exportações; os exercícios, a estabilização da economia e ajustes fiscais posteriores ao Plano Real.

Os grandalhões são os países ricos e, como você já deve imaginar, as brigas nesta escola chamada mundo são as crises econômicas.

Com superávit comercial, reservas internacionais superiores a US$ 200 bilhões, um dos menores déficits fiscais do planeta e sem bolha imobiliária, excesso de consumo ou fragilidades latentes em seu setor financeiro, o Brasil tem hoje uma das economias mais sólidas do mundo.

O interessante é que poucos brasileiros conseguem acreditar nisso.

Duas décadas e meia de péssimo desempenho econômico entre o final dos anos 1970 e 2003, quando o crescimento médio da economia brasileira não passou de ínfimos 2,3% ao ano, transformaram o país do futuro no país da descrença. A geração perdida – afinal, 25 anos correspondem a toda uma geração, não apenas a uma década, como costumamos nos referir à década de 1980 – deixou de ter a capacidade de acreditar que o país possa dar certo.

Sem perceber que a entrada da China na Organização Mundial do Comércio em 2001 alterou completamente a ordem econômica mundial a nosso favor – elevando a demanda e o preço das commodities que produzimos e exportamos e reduzindo a inflação e as taxas de juros mundiais, oferecendo-nos capital barato para financiarmos nosso crescimento –, não acreditamos que um país onde ainda reinam corrupção, má educação e infraestrutura sofrível possa dar certo. Esta descrença molda a economia brasileira e o perigo é se tornar uma profecia autorrealizável.

Decisões econômicas de empresários e do governo têm sido pautadas pelo Brasil que não dá certo.

Exemplo: toda a regulamentação cambial foi feita para evitar fuga de dólares do País em meio a crises, porém a situação que vivemos nos últimos anos é oposta: abundância – segundo alguns, excesso – de divisas estrangeiras, e não falta delas.

Sorte não é destino. Claro que é preciso fazermos a nossa parte. Para começar, devemos perder o medo de ser felizes.

* Ricardo Amorim é economista, apresentador do "Manhattan Connection" (GNT) e do "Economia e Negócios" (Rede Eldorado) e presidente da Ricam Consultoria.

domingo, abril 18, 2010

Assessora por um dia.

Do Blog do Espaço Aberto.

“Há preconceito contra mulher bonita”, diz Kaveira

Charge do J. Bosco no blog Lápis de Memória.
O ex-vereador André Lobato, o Kaveira (na foto ao lado, com a esposa), disse ontem ao blog, por telefone, que partiu dele e do grupo político que integra a iniciativa de pedir ao governo do Estado para desconsiderar a nomeação da mulher dele, a atriz e ecologista Elida Braz, para desempenhar as funções de assessora especial da governadora Ana Júlia. O ato, de exoneração, segundo confirmou o próprio Kaveira, foi publicado nesta quinta-feira (15), numa edição suplementar do Diário Oficial do Estado.
Segundo Kaveira, a carta, encaminhada formalmente ao subchefe da Casa Civil do governo do Estado, Milton Resende, foi escrita ainda na noite de quarta-feira, mesmo dia em que o DO publicou o ato de nomeação de Elida Brás. Na carta, há o pedido para ser desconsiderado o ato que nomeou Élida para ser lotada na Governadoria. Kaveira, filiado ao Partido Verde e atualmente militando na Apaverde, um ONG voltada à preservação ambiental e à doção de órgãos, atribuiu basicamente à “hipocrisia” e ao “preconceito contra mulher bonita”, além da tentativa de atingir com críticas o governo do Estado, as razões que levaram à polêmica criada com a nomeação de sua mulher para assessora especial do governo do Estado. A seguir, os principais trechos da conversa de André Kaveira com o repórter, no início da noite de ontem, logo depois de confirmada por ele mesmo a exoneração de Élida Braz. Mais aqui.
Foto do casal Élida/Kaveira desfilando em um carnaval passado, publicada no blog do Deputado Federal Vic Pires Franco. Aqui a performance da artísta Élida Brás na boite que mantinha com seu marido, onde entre outras coisa, dança e põe uma cobra em sua boca. Aqui o vídeo da performance " O ritual do açaí" apresentado no programa "Altas horas" da TV globo. Sem dúvida alguma que a atriz deve ser considerada uma personalidade de grande talento.

sexta-feira, abril 16, 2010

A Lenda do Pato no Tucupí

Numa parte isolada da floresta amazônica, havia a tribo Ma'Fu'Xi'co, milenar povo de origem não pesquisada. Vivia da agricultura, da caça e da pesca, tudo muito rudimentar.

Dentre os vegetais que plantavam estava a mandioca, da qual era extraída a farinha, feita ao meio dia no calor de uma ita'Kú (pedra amarela).

O caldo que saía da raladura e da prensagem da mandioca, chamado de tu'Kú (líquido amarelo), era usado para a caça, pois sendo venenoso, era colocado em cabaças nas trilhas dos animais, e estes morriam ao tomar tu'Kú.

Os índios tiravam as vísceras envenenadas e comiam a carne à vontade, pois o veneno não a atingia. Havia muitos mamíferos e ovíparos na mata, e estes morriam logo que tomavam tu'Kú.

Os Ma'Fu'Xi'co estavam pensando em plantar árvores de cuiuda (ou cuieira), pois era cada vez menor o número de trepadeiras cabaçudas (ou cabaceiras) na região, para fazer as cumbu´cas.

Quando os Ma'Fu'Xi'co brigavam, eles discutiam muito (eram machistas empedernidos) e desejavam a morte uns dos outros, gritando bem alto:

- Vão tomar tu'Kú.

Ma'Q'Xi'Xí era um jovem índio que se apaixonou por uma Xo'Xo'ta (índia formosa), filha de K'bi'dela, o pajé, e que era muito namoradeira, namorava com todo mundo mas não queria nada com Xi'Xí (assim era chamado o jovem). O apelido da índia, por ser pequenina, briguenta e barulhenta, e após o testemunho de um jovem índio que ela gritava toda vez que botava, era "ga´linha de K'bi'dela". Xi'Xí, loucamente apaixonado, tentou conquistá - la:

- Tu pode vir P'í (quente), que eu estar P'á (fervendo).

- Vai tomar tu'Kú, foi a resposta definitiva da jovem.

Xí'Xí, ao ser rechaçado, resolveu se matar. Mas tinha que ser um suicídio diferente, que chamasse a atenção. Resolveu tomar tu'Kú , mas antes o pôs no fogo, até que ele P'á (fervesse). Ele achava que se tomasse P'í (quente, depois da fervura dada), a morte seria mais rápida, indolor. Quando o tu 'Kú ficou no ponto, ele tomou bem P'í. Surpresa: não morreu. Ao contrário, achou que tomar tu'Kú era até que gostoso, se soubesse teria tomado desde garotinho. Saiu gritando: "tu'Ku'P'í bom, tu'Ku'P'í bom ". A mãe de Xi'Xí, ao ver que o filho havia tomado tu'Kú, tentando o suicídio, e estava gritando que era bom, resolveu igualmente tomar, pensando que iria morrer junto com o filho, e teve a mesma surprêsa: não apenas não morreu, como aquele líquido amarelo, fervido sem tempero algum, era bom demais, imagine se bem preparado. Excelente cozinheira, a índia mãe resolveu preparar alguma coisa para acompanhar o tu'Kú'Pí. Pensou antes em frutas, e procurou todas as que fossem Kú: Ba'Kú'rí, Kú'P'u'Açú, Tu'Kú' Mã, e até A'bri'Có. (Até hoje não se sabe porque o nome não é A'bri'Kú, pois a fruta é amarela). Não deu certo. Pensou em peixes Kú: Pí'Ra'Ru'Kú, Pá' Kú, Tú'Kú'Na'ré, Kú'ri'ma'tã. Até que ficaram bons, mas ainda não eram os acompanhantes ideais. Tentou os animais: car´nei´ro, vá-ca, gá'los. Destes, os gá'los eram os que mais se aproximavam do ideal. Teve até um fato inusitado: “K'bi'dela Jr. (="filho de K'bi'dela") jogou no tú'Kú, a P'ir´qui, (periquita) da sua (dele) mãe, e quase foi obrigado a tomar tú'Kú, pois a citada periquita era muito querida, principalmente pelo seu (dele) índio pai. Xí'Xí perguntou para a mãe: "porquê tu num experimenta P'á-to´to” (“ave de tesão {tô que tô} fervente {pa}), pra jogá no tu´Kú quando tiver pa (fervendo)? Ela experimentou, e os dois acharam que era o ideal, o P'á-to´to no tú'Kú'P'í. Para ter um verde no prato, ela juntou folhas de uma plantinha que gostava muito, o jam´bú (=“folha da tremelicagem”) – dizem que ela até enrolava e fumava - e xi´có´ria (= “folha que está sem estar”). Chamaram os índios e deram para que eles provassem. Os índios vieram meio ressabiados, mas eram muito curiosos (daqueles que cheiram microfone de repórter), experimentaram e gostaram. A partir daí, o p'á-to´to no tú'Kú'P'í passou a ser o prato´to típico daquela aldeia perdida na amazônia. Xi'Xí, feliz, dizia para todo mundo que era melhor comer o p'á-to no tú'Kú'P'í “que a ga´linha de K'bi'dela."

Felizes com a descoberta e com a fama, Xi'Xí e a mãe passaram a tentar inventar pratos. Tentavam de tudo. Um dia Xi'Xí falou:

- Mãe, i si nós juntá Ma'ní (folha da maniva), com tudo que é Só (gordura animal), e B'a (ferver intensamente, dias infindos), será qui vai ficá uma cumida gostosa e nos deixá mais famôsos ?

- Num sei, Xi'Xí. Ma'ni'Só'B'a ? Acho qui é veneno.

- Será? O tu'Kú num era? Sei não. Vá tapá (novo prato na aldeia? N.A.) a panela do tu'Kú qui tá P'á. Eu vou colher Ma'ní, juntá muito Só e B'á tudo junto. Sí dé certo a Ma'ni'Só'B'a, vou ter mais ainda todas as Xo'Xo'tas (índias formosas) da tribo no meu mão.

Crônica de Orlando Carneiro, publicada primeiramente aqui.

quinta-feira, abril 15, 2010

Líder condena sabotagem ao site do PT

O líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE), qualificou ontem como um "expediente de deliquentes" o novo ataque de crackers ao site do Partido dos Trabalhadores, ocorrido na tarde de quarta-feira (14). Ao condenar o ataque, o líder disse esperar que o PSDB nada tenha a ver com a ação e pediu atenção ao partido de oposição para que a campanha não descambe para a baixaria. "Queremos fazer uma campanha de debates e não com tais expedientes, com o uso do nome do PSDB para atacar a candidata Dilma, interferindo na nossa comunicação", disse Ferro. Os crackers deixaram uma mensagem favorável ao pré-candidato tucano à Presidência da República e redirecionaram a página do PT ao endereço do partido de oposição. No domingo, o portal do PT já havia sido objeto de outro ataque, com a inserção de vírus. Fernando Ferro afirmou que prefere não acreditar que a sabotagem esteja vinculada ao PSDB, "porque não é o estilo que nós queremos" e ainda não contribui para o ambiente do debate."Queremos debater projetos e não participar desse expediente de delinquentes e de criminosos, que estão utilizando de propaganda falsa, enganosa, para provocar exatamente um clima de acirramento, o qual não queremos e não achamos importante". O secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PT-PR), também disse esperar que a candidatura adversária não esteja estimulando este tipo de comportamento de "desocupados" que passam o dia estudando como invadir sites. "Seria péssimo para a democracia", disse Vargas. O coordenador da pré-campanha de Dilma Rousseff nas redes sociais da internet, Marcelo Branco, denunciou que o ataque desta quarta-feira teria sido orquestrado por parte de apoiadores do tucano José Serra à petista. Para ele, o portal do PT foi alvo de um "atentado político". Pela manhã, Dilma foi bombardeada com centenas de mensagens agressivas em seu twitter. "Não posso afirmar que isso seja organizado pela campanha do Serra. Espero que não. Mas são seguidores dele com certeza. Todos usam o logotipo ou a camiseta dele no avatar (imagem do usuário)", disse Marcelo Branco. Segundo Branco, o texto desta quarta-feira é apenas um exemplo. "É pura baixaria. Eles usam palavrões, termos baixos", disse. Segundo ele, há indícios de que muitos dos autores dos ataques usam perfis falsos no Twitter. "São perfis que têm três ou quatro seguidores, criados há poucos dias", afirmou. "Além disso ficam repetindo o mesmo texto ou variantes. Não tenho dúvida de que é um ataque orquestrado" , disse. No vocabulário da internet os autores destes ataques são chamados "trolls", ou seja, provocadores, cuja intenção é perturbar o candidato e tirar o foco do debate principal. "Tenho orientado nossos seguidores a não entrarem no jogo destes trolls. Representamos um governo que tem 76% de aprovação e para nós o que interessa é o debate político e de projetos",afirmou. Guerra suja O PT divulgou nota nesta quarta-feira (14) dizendo que o portal do partido na internet foi alvo de um ataque virtual. Segundo a empresa responsável pela manutenção do site, o portal foi alvo da "inserção de iframes maliciosos em vários arquivos". O primeiro ataque aconteceu às 3h05 de domingo e fez com que o site ficasse fora do ar por 24h. Liderança do PT (www.ptnacamara. org.br)

I Mostra de Cinema Marajoara

O Museu do Marajó promoverá no período de 24 à 27/04, a 1ª Mostra de Cinema Marajoara no município de Cachoeira do Arari/Marajó e privilegiará filmes que tenham sido rodados no arquipélago.

A programação contará com obras raras como as de Líbero Luxardo “Marajó- Barreira do Mar” e o lançamento dos documentários “O Ajuntador de Cacos” de Paulo Miranda - Lux Amazônia, “Sou teu Maninho - Um grito Marajoara” de Daniel Corrêa, selecionado no Projeto Revelando os Brasis e “O Glorioso”, produzido pela Castanha Filmes, com direção, fotografia e edição de Gavin Andrews e que contou com a participação da equipe de pesquisadores do IPHAN, além de outros filmes curta-metragem selecionados para a Mostra até o dia 20/04. As inscrições para exibição de outros filmes devem ser feitas pelo email: cinemamarajo@gmail.com.

Além da exibição dos filmes da Mostra, serão realizadas as oficinas “Cineclube: Cinema pra Gente” e “Elaboração de Projetos e Captação de Recursos”, na qual, haverá elaboração prática de projetos para o MINC.

A I mostra de Cinema Marajoara está prevista para acontecer durante as homenagens de aniversário do Padre Giovanni Gallo, que este ano completaria 83 anos no dia 27/04. O projeto é promovido pelo Museu do Marajó em parceira com a prefeitura Municipal de Cachoeira do Arari, Governo do Estado, Irmandade de São Sebastião, AMAM, ONG Argonautas e a produtora LUX Amazônia.

quarta-feira, abril 14, 2010

Amazônia: caminhos para o desenvolvimento sócio-econômico, sustentável e includente

Do Site da Fundação Persel Abramo, artigo de dois paraenses.

Por Marquinhos Oliveira e Alda Selma Frota Monteiro*

A Amazônia Legal Brasileira compreende os Estados do Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Tocantins e parte do Maranhão, possui 5,2 milhões de km² e corresponde a 61% do território brasileiro. Reúne um terço das florestas úmidas do planeta, 20% da água doce fluvial e lacustre do mundo, 30% da diversidade biológica mundial, além de abrigar em seu subsolo gigantescas reservas minerais. A Amazônia legal é sete vezes maior que a França e só a ilha do Marajó é maior que alguns países, como a Bélgica. Entretanto, a grandeza dessa região contradiz os Índices de Desenvolvimento Humano alcançados pelo Brasil, pois, seja na educação, na renda, na longevidade e na taxa de mortalidade infantil, a Amazônia não conseguiu acompanhar os índices nacionais.

As tentativas do Estado brasileiro para alavancar o desenvolvimento da Amazônia a partir das ações de Planejamento Regional, remetem a criação da Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia - SPEVEA, em 1953, pelo governo Getúlio Vargas e, posteriormente, em 1966, a criação da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia-SUDAM, pelo governo Castelo Branco. Em 2006, no Governo de Fernando Henrique Cardoso, a SUDAM foi extinta, sendo instituída a Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), que, por sua vez, foi extinta no ano de 2007, pelo governo Lula, responsável pela recriação da SUDAM. Entretanto, apesar dos esforços do estado brasileiro em criar uma instituição com o intuito de pensar as políticas de planejamento da região, as ações de desenvolvimento da Amazônia foram elaboradas, historicamente, a partir dos interesses das elites nacionais, sem levar em consideração as reais necessidades da região.

Com essa concepção, foram implantados grandes projetos na região, como: Fordlândia (1947), ICOMI (1957), Jari (1967), as Rodovias Transamazônica (1972), Manaus-Porto Velho (1973) e Santarém-Cuiabá (1976), Hidrelétrica de Tucuruí (1976-1984), Programa Grande Carajás-PGC (1979-1986) e Hidrelétrica de Balbina (1985-1989), que se constituíram nos principais investimentos do estado brasileiro para desenvolver a região.

Diferente do conceito historicamente construído de que essa região é formada por um grande vazio demográfico, a Amazônia é uma região habitada por aproximadamente 25 milhões de pessoas, dentre quilombolas, ribeirinhos, índios, pescadores, extrativistas, operários e agricultores familiares que expressam uma diversidade de povos, tão heterogênea quanto suas potencialidades econômicas. A agroindústria da soja destaca-se nas regiões sul do Maranhão, norte do Mato Grosso e no estado de Rondônia. A pecuária está presente na região sul do Pará e no estado do Tocantins. Já o setor industrial destaca-se na zona franca de Manaus-AM e no Complexo Albrás/Alunorte, no Pará. Nos estados do Acre e do Amapá, destaca-se o beneficiamento de produtos florestais. A mineração está presente nos estados do Pará e Maranhão e as atividades madeireiras ocorrem com maior expressão nos estados do Pará, Rondônia, Mato Grosso e Amapá. Já a indústria do pescado possui forte presença nos estados do Pará e Amapá e o turismo nos estados do Pará e Amazonas. Porém, o estado nacional ainda não alcançou um grau de compreensão dessa diversidade sócio-produtiva e cultural da Amazônia, nas ações de políticas públicas traçadas para a região.

Há que se reconhecer os avanços alcançados ao longo dos últimos dez anos, notadamente, a partir de 2002, com o advento do governo Lula e o desenvolvimento de diversas políticas, a partir de processos dialogados com a região. O Plano Amazônia Sustentável (PAS) e a demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, inauguraram uma nova forma de relacionamento do estado brasileiro, pautada pela inclusão dos diversos povos amazônicos no processo de desenvolvimento da região. Junte-se a isso, a conclusão de obras como as Eclusas de Tucuruí e o início das obras da Siderúrgica Aços Laminados do Pará (ALPA) que iniciará o processo de verticalização da produção mineral amazônica. Entretanto, essas iniciativas são insuficientes para responder ao histórico passivo do estado brasileiro com a região amazônica. Há uma necessidade premente de reverter o modelo de desenvolvimento ambientalmente predatório e não inclusivo desses povos. Políticas pontuais como a Operação Arco de Fogo, não dão conta de responder às complexidades amazônicas, nem de inverter a lógica de desenvolvimento pautada na indústria da madeira.

Algumas questões colocam-se de forma recorrente nesse debate amazônico, como por exemplo, a existência de um maior número de doutores em apenas uma universidade da região sudeste do país, ao mesmo tempo em que não se consegue atender as demandas das universidades amazônicas. As sedes de empresas estatais que compõem o Sistema Telebrás situam-se em suas próprias regiões, porém, a sede da Eletronorte é a única que fica localizada junto ao governo central e fora de sua região. Da mesma forma, o recém-criado Fundo Amazônia, não é gerenciado pelo Banco da Amazônia, mas sim pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social-BNDES. A SUDAM, apesar de ter sido recriada, ainda não foi efetivamente consolidada como um órgão de planejamento Regional, estando muito aquém das reais necessidades exigidas para tal.

Portanto, no ano em que a população brasileira terá que escolher entre o projeto neoliberal, que repetiu os mesmos erros de pensar a Amazônia a partir dos interesses concentrados no sudeste do país e, o projeto de mudança e transformação inclusiva que ousou pensar o desenvolvimento dessa região a partir do diálogo com suas populações, almeja-se que os desafios amazônicos façam parte de um projeto de nação. Com isso, a próxima etapa da revolução democrática iniciada pelo governo do presidente Lula poderá evitar erros como de Tucuruí e Balbina, nos projetos hidrelétricos do Madeira e Xingu, e ainda, possibilitar, que o PAC e o PAS, não se contraponham, ao contrário, se constituam em projetos complementares e ambientalmente sustentáveis.

*Marquinhos Oliveira, bacharel em Ciências Sociais/UFPA, assessor parlamentar do deputado federal Paulo Rocha e membro do DN-PT; Alda Selma Frota Monteiro, bachaarel em Turismo/UFPA e mestre em Planejamento do Desenvolvimento Regional/NAEA/UFPA.

terça-feira, abril 13, 2010

Cultura e educação na garupa da bicicleta

Do Blog do Gláuber Piva.
Os moradores da comunidade Cidade de Deus, no Rio, têm, desde ontem, livros à disposição na porta de casa. É o projeto Bicicloteca. A ação é da CUFA (Central Única das Favelas) e foi idealizada pela roteirista de cinema Manuela Dias com o apoio do Colégio Mopi e Diálogo Design. Os livros chegarão aos moradores em uma bicicleta dirigida por um garoto que vai ser chamado de "biciclotecário". A bicicloteca vai percorrer as ruas com alto-falante com locução das atrizes Camila Pitanga e Heloísa Perissé, que são madrinhas do projeto. O debate sobre desenvolvimento que fazemos aqui neste blog também passa pelo debate da democratização do acesso aos bens culturais. Está mais do que provado que gosto se ensina e se aprende. Erram os que ficam apenas reclamando que brasileiro não sabe ler, que brasileiro lê mal etc., etc. Só haverá radicalização democrática, por exemplo, se as políticas de educação e cultura e meio ambiente e esportes dialogarem. É claro que os diálogos podem reunir e distanciar agentes de vários setores, a depender da pauta e do momento. Cultura e educação são temas estruturantes no debate sobre o alargamento das políticas para o desenvolvimento. Reduzir a cultura às artes ou a educação ao conteudismo instrumental é aproximar os horizontes e diminuir as possibilidades de emancipação. Por outro lado, políticas de cultura que não sejam efetivas no tratamento das artes e artistas, ativando setores da economia criativa e induzindo práticas de economia solidária são políticas condenadas a um modelo financiamento à cultura de curto prazo, já que as perspectivas dos beneficiários diretos se encerram na dependência do caixa estatal. O projeto da CUFA na Cidade de Deus é o típico modelo de política pública que, mesmo não sendo realizado por ente estatal, tem o reconhecimento e participação da comunidade, perspectiva de longa duração, democratiza o acesso e contribui para a consolidação de uma visão de mundo não alicerçada no consumo. Certamente há muito o que se aprender com a CUFA.

segunda-feira, abril 12, 2010

Açaizeiros

Do Blog Azougues. A Amazônia é a maior mãe da natureza e penso, agradavelmente, que nós, paraenses, somos seus filhos preferidos. O mesmo devem sentir os açaizeiros.
Estamos num quintal em Mosqueiro, serão 18 horas; noto que uma touceira de açaizeiros disputa espaço com uma mangueira. A mangueira, enraizada, projeta e espalha os galhos, e sombreia várias pequenas palmeiras na disputa pelo sol. Acima da copa da mangueira, porém, balança um açaizeiro que cresceu mais do que os irmãos, e atravessou os galhos e a fronde. As folhas deste açaizeiro-primôgenito, mais verdes que as dos irmãos, atestam a inteligência de sobrevivência da touceira, que concentrou numa árvore o melhor de suas raízes, fincadas em feixes envolvendo raízes de outras espécies. Do jeito que, na vida, disputamos espaços e outros objetivos, e quanto maior o triunfo, maior o verdor.
Veja, no quintal ao lado (em Mosqueiro, os terrenos são quintas) exibem-se outras touceiras de açaizeiros. Duas, a uns quinze metros uma da outra, parecem rivais. Dir-se-ia que adotaram estilos diferentes para competir em altura: enquanto a maior árvore da touceira à direita tem igualmente o tronco mais grosso, consistente sobre as irmãs, a maior da touceira à esquerda é, digamos assim, um palito. As folhas das altas rivais têm quase a mesma tonalidade/intensidade (as da que tem o caule mais consistente são mais intensas, puxando ao musgo). Ambas as palmeiras estão entre as mais altas entre todos os quintais e, como se enxerga, o vento está forte, quase friorento. E nossas duas rivais balançam, não, bailam, em gestual.
O açaizeiro é um dos traços mais lindos da natureza. Mão de artista o desenhou num único movimento (tenho a impressão impossível de que foi de cima pra baixo) com lápis de ponta fina. Aquelas raízes em feixe, cada vez mais fincadas, erguendo-se em contraponto, mais alto, mais alto, e tanto mais alto o açaizeiro, mais parece feito de uma só ondulação com o lápis.
No ar, as raízes viram folhas e cachos, e à medida que estes caem, o tronco alteia-se em nódulos de fibra, que se projetam em novos nós, sempre para o alto, como se o tempo, quanto mais tentasse abatê-lo, mais lhe prolongasse a elegância.
Muitas árvores se protegem do vento com grandes raízes; enfrentam-no, fincadas como braçadas de clorofila. O açaizeiro relaciona-se com o vento sendo esguio. O vento não se choca contra ele, e sim parece atravessá-lo, ou melhor, quase não o toca. E assim desenvolveram ambos tal bailado: o esguio das palmeiras é vergado a partir das pequenas copas (como se o vento as puxasse pela cabeleira) para um lado e outro, e às vezes a linha ondulada do caule verga-se tanto que parece obedecer a forças opostas, apontando para lados diferentes, e é evidente o prazer comum que sentem, árvore e vento, de tal forma que o friozinho que nos acalenta se prolonga por horas: mais do que química, rola uma física nessa noite de sábado, e é como se hoje estivesse tão perfeito que árvore e vento ultrapassassem os próprios limites, e agora a cintura da palmeira está a ponto de partir-se, e lhe podemos até adivinhar-se na ponta das sapatilhas, digo, das raízes e outras terminações nervosas.
O paraense é bom de dança, sabemos, de tal forma que, em qualquer periferia ou interior, os casais girando parecem pré-selecionados num concurso. Mas tirar o vento para dançar, ou aceitar-lhe o convite, de forma que o estar das folhas seja como o estar da dança, e não o contrário, é um capricho e tanto da Amazônia. Pensar que tal palmeira ainda dá o açaí...

sexta-feira, abril 09, 2010

Por enquanto não

"O tumor está diminuindo, vou vencê-lo, mas ainda não estou curado. Acho que eu seria capaz de enfrentar a campanha, mas e o mandato? Então, não seria honesto de minha parte entrar nesta campanha.
José de Alencar, ontem ao anunciar ao presidente Lula que não irá mais disputar as eleições de 2010 por causa do tratamento ao câncer que enfrenta.

terça-feira, abril 06, 2010

A Mosca Azul de Frei Betto

Um militante de esquerda pode perder tudo – a liberdade, o emprego, a vida. Menos a Moral. Ao desmoralizar-se, enxovalha a causa que defende e encarna. Presta um inestimável serviço à direita, a exemplo do que ocorreu no escândalo dos financiamentos do PT, envolvido com dinheiro escuso destinado a partidos e políticos, como veio à luz em 2005.” (p. 149).

Do blog chapa vermelha: Pará Terra de Direitos

A seleção do PT, Somos Estrelas Ou Constelações ?

PRÉ– CANDIDATOS A DEPUTADO ESTADUAL
1. Alfredo Cardoso Costa
2. Adalberto Aguiar Nunes
3. Antônio Ferreira Lima
4. Ana Suely Maia de Oliveira
5. Airton Luiz Faleiro
6. Bernadete Tem Caten 7. Carlos Alberto Barros Bordalo 8. Carlos Alberto Gonçalves Custodio 9. Cleidelene Galvão de Araujo
10. Cilas Dos Santos Souza 11. Edilza Joana Oliveira Fontes 12. Edilson Moura da Silva 13. Euzébio Rodrigues 14. José Maria de Sousa Melo 15. Joclau Barra Lima 16. Joilson Ranieri 17. João Alves Bezerra(Sabiá) 18. João Laurentino da Silva 19. José Raimundo Pompeu Portilho
20. Josimar de Souza Lira(Mazinho)
21. João Nazareno Nascimento Moraes 22. João Claudio Arroyo Tupinabá (Arroyo) 23. Laércio Rodrigues Pereira 24. Lucia Maria Carvalho de Sousa 25. Miguel da Silva Guimarães 26. Milton Zimmer Schneider 27. Otávio de Souza Pinheiro Neto 28. Pedro Aquino de Santana 29. Raimundo de Oliveira Filho 30. Raimundo Nonato Coelho Souza(Nonatinho) 31. Regina Barata 32. Rivelino 33. Sebastião Ferreira Neto (Ferrerinha) 34. Sandra Batista 35. Vanildo Silva Maciel 36. Valdir Ganzer 37. Ubiracy Rodrigues Soares(Bira) PRÉ – CANDIDATOS A DEPUTADO FEDERAL
1. Carlos Eduardo Cardoso Martins
2. Cláudio Alberto Castelo Branco(Puty)
3. Esmerindo Neri Batista Filho (Miriquinho)
4. Ivan Lopes Pontes de Souza
5. José Geraldo Torres da Silva
6. José Roberto Oliveira Faro
7. Jose Carlos Soares Tavares
8. Mario Andrade Cardoso
9. Márcio André Barros Moreira
10. Raimundo de Pinho Marques

Lula e o baile do Canal Livre

Do Blog do Rovai, da revista Fórum.

A entrevista que Lula deu ontem no Canal Livre vai ficar na história como uma daquelas em que um político deu olés subseqüentes marcando um gol atrás do outro enquanto os entrevistadores se olhavam atônitos tentando cada qual salvar sua pele perante a audiência. À bem da verdade nem todos estavam ali com as mesmas intenções.

Entre Datena e Boris Casoy há uma grande diferença não só de altura e peso, mas também de posições políticas. Por incrível que possa parecer, apesar de ser Datena o apresentador de programas policialescos é ele quem tem mais respeito à diversidade democrática.

Até por isso, entre muitos trechos do programa, destaco para que o leitor não deixe de ver o trecho onde o presidente Lula é provocado por Casoy que se disse preocupado com o fato de o presidente e seu governo buscarem em diferentes momentos controlar a mídia.

Casoy, óbvio, teve uma dificuldade enorme em entender o que o presidente queria dizer quando falava em debater teses sobre instrumentos de participação democrática. Afinal, de democracia Casoy entende muito pouco.

Para quem perdeu, o sempre esperto Nacif mostra tudinho em vídeo, aqui.

segunda-feira, abril 05, 2010

Troca de Anéis

A Secretária de Educação, Socorro Coelho, esta semana anunciará mudanças significativas na SEDUC. Trata-se de mudanças afim de repactuar por dentro do próprio grupo petista (Unidade na Luta - encabeçada por Paulo Rocha) à quem coube ajustar os ponteiros, para manter a secretária à frente do cargo da maior secretaria do governo Ana Júlia.

Entre os setores que estão certos para sofrerem substituições está a ASPOL, ASJUR e Rede Física. Como não se trata de repactuação com nenhum outro partido aliado, como imaginarão alguns, a "oxigenada" com outros anéis trará a paz que a educação requer nestes meses de obras, negociações salariais (PCCR) e as realizações no campo educacional com a implementação das diretrizes debatidas na II Conferência Estadual de Educação, realizada em Novembro do ano passado.

No centro, a secretária de Educação Socorro Coelho, com o amigo e professor Zurita Leão e seu secretário Adjunto de Gestão, Albertinho Leão, durante sua posse em Setembro de 2009.

domingo, abril 04, 2010

"Os bancos são proprietários do Congresso dos EUA"

Um critério segundo o qual é possível calibrar a decadência da vida cultural, política e econômica nos Estados Unidos é responder a seguinte pergunta: as forças do poder econômico, que fracassaram de forma evidente, tornaram-se mais fracas ou mais fortes depois que os danos amplamente conhecidos que causaram converteram-se em um tema de domínio público? Apesar das manchetes na imprensa há dois anos sobre a autodestruição dos gigantes financeiros de Wall Street, os bancos seguem mandando na política dos EUA. O artigo é de Ralph Nader.

Por Ralph Nader, na Carta Maior.

sexta-feira, abril 02, 2010

Respeito aos educadores

No Blog do Noblat, por José Dirceu.

Os brasileiros têm a oportunidade de ver de perto como se comporta o PSDB no Governo. Engana-se quem pensa que vou mencionar o descalabro na cidade de São Paulo, herança que o governador José Serra deixou para os paulistanos após abandonar a prefeitura para disputar o Governo do Estado. Não cabe aqui igualmente discutir o caos no trânsito que provoca perdas milionárias à economia, nem o fato de que São Paulo não pode mais receber chuva porque alaga e para. Esses são problemas para um outro debate.
O momento pede urgência para uma área que impacta diretamente no futuro do País: a Educação.

A realidade em São Paulo é que os professores ganham pouco e não receberam a reposição da inflação nos últimos anos. Sem uma sinalização do Governo Serra —cujo secretário de Educação é Paulo Renato Souza, ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso —, os professores decidiram, há quase um mês, paralisar suas atividades e pedir reajuste salarial de 34,3%.

O que faria um governante comprometido com a Educação no lugar do governador? Algumas respostas são possíveis, mas tenho certeza de que nenhuma inclui a opção “agressão aos manifestantes pela Polícia Militar”. É de estarrecer, mas foi isso o que aconteceu sob o olhar de Serra. Prevaleceu a truculência ao diálogo.

Se o governador acha injusta a reivindicação, se discorda da greve, se tem argumentos para apresentar, que recebesse os representantes e os demovesse da paralisação. Ou que chegasse a um acordo por reajuste menor. Um governante, qualquer que seja o cargo que ocupa, deve ter condições de dialogar com a população, com os funcionários públicos, com os educadores (!) e com os opositores. É tarefa própria do político.

Mas Serra se coloca na condição de inacessível e autoriza uma ação da PM extremamente despropositada, autoritária e repressiva, com contornos do regime militar.

Desde quando liberdade de expressão é motivo para apanhar da polícia? Ora, quem deseja ser presidente não pode achar que a melhor forma de lidar com 60 mil professores protestando é fingir que a greve não existe. Pior: chamar a greve de política é dar de ombros à dura realidade do professor, que todos os dias batalha para conseguir dar conta da missão que é educar.

O comportamento do governador é reincidente. Em 2008, durante a greve da Polícia Civil, recusou-se a dialogar com a categoria e empurrou a PM para o confronto com os policiais civis nas cercanias do Palácio do Governo do Estado! Atuou no limite da irresponsabilidade ao permitir que suas duas polícias se digladiassem em praça pública.

No entanto, além da inabilidade para negociar, a dificuldade de Serra tem uma razão oculta. Se receber os professores, terá que admitir que, ano a ano, diminui o Orçamento da Educação —de 16% em 2002, foram apenas 13,8% em 2008. Terá que reconhecer que fragmentou o setor em três secretarias, ao invés de fortalecer a Educação de forma unificada. E, por trás dessas ações, esconde-se a inexistência de uma política planejada à Educação.

Há duas maneiras básicas de melhorar o sistema educacional. Investir em infraestrutura —novas escolas, bibliotecas, material escolar, uniformes, computadores. E, certamente mais importante, aplicar verbas para melhorar a qualidade —atualização do conteúdo letivo, qualificação dos professores e incremento salarial. A chave está em atuar nas duas frentes de forma complementar.

Foi o que fez o PT, por exemplo, na gestão da prefeita Marta Suplicy em São Paulo, criando o CEU (Centro de Educacional Unificado). Os CEUs permitiram trazer para o interior das escolas esporte, lazer e cultura, integrando-os aos processos educativos. E transformou a dura realidade das periferias ao legar às comunidades um espaço de vivência nos finais de semana, ou seja, foi também um programa de inclusão social.

O Governo Lula também atuou nas duas frentes, ao criar o Pró-Uni e abrir 596 mil bolsas, ao construir 12 novas universidades e 79 escolas técnicas, mas igualmente ao fixar o piso salarial do professor em R$ 950. É esse o tipo de comparação que o Brasil deve fazer nas próximas eleições.

José Dirceu, 64, é advogado e ex-ministro da Casa Civil

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...