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quinta-feira, janeiro 19, 2012

Jatene nega, mas PM e Bombeiros estão em greve. E agora, quem irá nos proteger?

Já passava da meia-noite, quando o governo do Pará emitiu uma nota à imprensa dizendo que a greve da Polícia estava suspensa. 

Era mentira! 

A greve da PM, ao contrário do que foi dito oficialmente pelo governo Simão Jatene, através da Secretaria de inSegurança Pública, se estendeu aos Bombeiros e as fotos de Wagner Almeida, enviado do DOL (Diário On Line), nesta madrugada, para registrar os políciais grevistas, em diversos pontos de Belém. 

Conhecedores do desejo de manterem-se de braços cruzados até uma oferta condizente com a prestação dos servidores públicos, o governo estadual pediu ajuda da Força Nacional para patrulhamento da RMB e escondeu a informação até agora, com o claro intuito de manter a população e os néscios apenas com a sensação de insegurança que há muito tempo ronda os governos do PSDB no Pará.

A categoria quer 100% de reajuste no soldo para repor perdas de 65%, desde 1995 e Jatene só oferece 14,13% e olhe lá, apenas para os praças, sem incluir as demais patentes, o que para a categoria é um absurdo intolerável pois alegam que “a proposta tem que ser unificada de soldado a coronel" e por isso, a greve continua.

Leia a matéria e entenda a dinâmica do caos, instalado no Estado do Pará.


Mesmo com a decisão tomada em assembleia geral, realizada ontem à noite, de transferir para a manhã de hoje a deliberação sobre uma possível greve da categoria, policiais militares e bombeiros iniciaram por conta própria uma paralisação em diversos pontos da cidade.

O movimento começou logo depois da assembleia, realizada em frente à Associação dos Policiais Militares da Reserva (Aspomire), na avenida Pedro Miranda, na Pedreira, que reuniu centenas de policiais e bombeiros.


Na Base da Polícia Militar do Tucunduba, onde ficam localizadas os comandos da 24ª, 11ª e 4ª ZPols, pelo menos seis veículos de ronda interativa estavam parados. Segundo os policiais, só seriam atendidos os casos de extrema gravidade.



No Quartel do Comando de Operações Especiais, de onde saem os homens e veículos da tropa de choque, canil e cavalaria, na avenida Alcindo Cacela, na Cremação, nenhum veículo estava sendo liberado. Os policiais colocaram cavaletes fechando a entrada do quartel e cruzaram os braços. Segundo os policiais, equipes da Força Nacional de Segurança já estavam sendo acionadas, ontem à noite.



Na frente da Seccional de São Brás pelo menos oito viaturas da ronda interativa estavam paradas, mas os policiais se dispersaram rapidamente com a chegada da equipe do DIÁRIO.
Segundo informações dos policiais, também já estavam parados o 6º Batalhão de Ananindeua, a 25ª ZPol de Benevides e o 21º Batalhão de Marituba. A decisão sobre a greve só deveria ser tomada no final de uma nova rodada de negociações marcada pelo governo para as 9h de hoje, no Centro Integrado do Governo (CIG), na avenida Nazaré.
  

Em princípio, a categoria não aprova a proposta que o governo apresentou em reunião realizada, anteontem, de um aumento de 14,13% somente para os praças, deixando de fora os oficiais. Eles querem uma proposta só para todos. Segundo o supervisor técnico do Dieese-PA, Roberto Sena, que assessora a categoria, a proposta “tem que ser unificada de soldado a coronel. Politicamente não dá para pensar numa proposta que não abranja a todos”.

A categoria quer 100% de reajuste no soldo para repor perdas de 65%, desde 1995, segundo o Dieese. Outras reivindicações como o pagamento do adicional de interiorização, o aumento da gratificação de risco de vida de 50% para 100%, o aumento de 100% do auxílio moradia e creche e o fardamento no contracheque foram reivindicações que ficaram de ser analisadas depois de março. Os policiais também exigem coletes à prova de bala e melhorias nos alojamentos.

segunda-feira, março 22, 2021

A dor da mãe que teve o filho torturado por PMs e está desaparecido há 48 dias

Mateus Gabriel sumiu desde o dia em que foi abordado, espancado e levado por 4 policiais militares para local desconhecido. Passados 48 dias, a família segue sem explicações e nem apoio por parte das autoridades e entidades de proteção aos Direitos Humanos.


Por Diógenes Brandão

O PRIMEIRO RAIO 

No dia 07 de Junho de 1999, o adolescente W.S.S, de apenas 15 anos de idade foi severamente torturado por policiais militares e civis, até o mesmo desfalecer por várias vezes, por conta dos golpes que por horas recebeu, com requintes de crueldade, por horas, tanto em um local desconhecido, quanto dentro da delegacia do município de Xinguara. 

O motivo torpe do crime cometido pelos policiais foi que o adolescente andava empinando a roda dianteira de uma motocicleta, pelas ruas da cidade. Mesmo com uma orquestrada tentativa de abafar o caso, o crime ganhou uma enorme repercussão, após a mãe do adolescente ter buscado ajuda da Anistia Internacional, que mobilizou diversas instituições e depois de muita luta, humilhações, dificuldades financeiras e ameaças de morte, conseguiu levar a julgamento os policiais que cometeram o crime, o qual abalou para o resto da vida tanto a saúde do jovem, quanto de sua família. 

W.S.S passou por diversos tratamentos em clínicas psiquiátricas e consultórios de psicologia, tendo diversas vezes problemas gravíssimos por causa dos surtos que o levaram diversas vezes à beira de ser preso e ainda hoje convive com dificuldades e traumas psicológicos, causados pela violência policial, nestes 22 anos em que espera por reparação pelos danos que sofreu e que a morosidade da justiça paraense insiste em postergar, apesar de várias decisões que obrigam o Estado a indenizar a vítima que precisa manter seu tratamento e dar continuidade em sua vida, mesmo que conturbada e que nunca mais será normal.

O caso foi relatado em um livro da Anistia Internacional, o qual trazemos a capa abaixo:

Citado em um livro da Anistia Internacional, o caso do jovem paraense de apenas 15 anos que foi espancado e ficou com sequelas no cérebro, segue sem indenização por parte do Estado, devida a morosidade judicial do TJE-PA. 

O SEGUNDO RAIO

No dia 03 Fevereiro deste ano, como diz o ditado, "o raio caiu novamente no mesmo lugar". Ou seja, outro jovem, dessa vez o Mateus Gabriel da Silva Costa, com 18 anos de idade, sofreu a mesma violência policial em Xinguara, só que está desaparecido, completando hoje 48 dias, para o desespero de seus familiares, principalmente sua mãe, uma empregada doméstica que sofre desde então.

Segundo 07 testemunhas, 04 policiais militares do Grupamento Tático Operacional foram vistos perseguindo e espancando o jovem, que saiu de uma jogo de futebol em sua moto e foi parado em beco, onde apanhou, violentamente, por volta de 5 minutos e depois disso o colocaram dentro de uma viatura e ele nunca mais foi visto. Em inquérito policial, os policiais militares preferiram não falar e seguem na ativa. 

Zely Aparecida, 40, e seu filho, Mateus Gabriel, 18, desaparecido desde que foi espancado por 04 policiais militares, em Xinguara, município do sudeste do Pará.


O comandante do 17º BPM de Xinguara, Ten. Cel Keythson Valente Gaia, perguntado sobre a posição do comando da PM, disse que, “temos colaborado e dado total apoio às investigações, quando requisitado pela Polícia Civil. Estamos aguardando a manifestação do MP para podermos tomar qualquer medida sobre o caso”, afirmou. 

Sobre os policiais acusados do desaparecimento de Matheus Gabriel, o Comandante disse que todos foram afastados de suas funções, logo depois da conclusão do inquérito da Polícia Civil, e estão cumprindo expediente no quartel.

O caso foi apurado pelo delegado da Polícia Civil de Xinguara, José Orimaldo Silva Farias e encaminhado para a Promotora de Justiça Flávia Miranda Ferreira Mecchi, responsável pela 1ª Promotoria de Justiça de Xinguara, que por sua vez encaminhou o resultado do inquérito para o Ministério Público do Estado e este despachou para a Promotoria Militar, o qual tem como titular, o promotor Armando Brasil

A mãe do jovem relatou que até agora nenhuma autoridade - seja da Secretaria de Segurança Pública do Pará, ou o Comandante da Polícia Militar, Coronel Dilson Júnior, assim como o Promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, procurou a família do jovem desaparecido para prestar qualquer assistência ou informar as providências que estão sendo tomadas ou ouvir o que eles tem a dizer.

"Eles praticamente me excluíram dessa parte aí. Eles fecharam às portas pra mim", disse Zely Aparecida, de 40 anos, a mãe do jovem desparecido, relatando o tratamento que recebeu por parte da Polícia Militar e demais órgão de segurança e entidades de Direitos Humanos do Pará.



A PROCURA PELO PARADEIRO DO JOVEM

Na última quinta-feira, 18, a Secretaria de Justiça e de Direitos Humanos do Estado do Pará - SEJUDH - teve conhecimento do caso e determinou que uma equipe viajasse até o município para acompanhar as providências adotadas até então e irá solicitar a posição da Promotoria Militar, que está responsável pelos desdobramentos do caso. 

O inquérito da Polícia Civil junta imagens e testemunhos que trazem fortes indícios de que o jovem apreendido ao voltar para sua casa, em uma moto foi espancando  e pelos PMs e pode ter seu corpo desovado em um local fora do município. Até agora seu paradeiro é desconhecido, o que causa uma angústia enorme à sua família, amigos e todos que passam a saber do caso.

Segundo informou ao blog AS FALAS DA PÓLIS, a mãe rejeitou a oferta do Programa de Proteção às vítimas e testemunhas do governo do Estado, alegando que mesmo correndo risco de vida por ameaças que está recebendo, não quer deixar o município de Xinguara, até saber onde está seu filho.

A história já foi contada por diversos veículos de comunicação da região e em um programa de rádio da capital paraense, mas as instituições e os órgãos de segurança não se pronunciam sobre o caso, que tem tudo para se transformar em mais um escândalo de violações aos direitos humanos nesta terra sem lei que é o nosso estado.  

"Meu filho foi encurralado em um beco de uma rua (rua sem saída). Foi espancado por vários minutos. Os gritos do meu filho apanhando foi gravado pelos moradores (são testemunhas). Em seguida eles levaram o meu filho para um lugar onde até agora eles não explicaram. Os policiais do GTO sequestram o meu Matheus, eu peço que o estado devolva meu filho.

No dia 03 de fevereiro, ele foi visto pela última vez, por volta das 23 horas. Ele saiu de um campo de futebol, onde jogava bola, dando carona para um amigo. Ao deixar o amigo em sua casa, ele começou a ser seguido por uma viatura do Grupo Tático Operacional – GTO, da Polícia Militar do 17º BPM. 

Os policias continuam suas vidas normalmente prestando serviços dentro do quartel. A promotoria de justiça de Xinguara, não está procedendo. A promotora disse que o caso tem que ser da promotoria militar. Eu temo pela minha vida, pois tenho informação que dentre os policiais dessa guarnição tem uns que são muito perigosos. 

Um inquérito policial já apurou o caso. Imagens de câmeras de segurança, requisitadas pelo delegado na investigação mostram claramente o meu filho sendo perseguido e depois sendo levado pelos policiais. O delegado José Orimaldo Silva Farias, disse que não restam dúvidas que os policiais sumiram com o meu filho e a moto dele. O inquérito já foi concluído e os quatro policiais foram indiciados.

O inquérito foi encaminhado à justiça, mas o delegado não pediu a prisão dos policiais, (suponho que seja por medo dos acusados, ou precaução) e o certo é que estou sozinha a lutar por justiça. Os policiais indiciados são: Wagner Braga Almeida, André Pinto da Silva, Dionatan João Neves Pantoja e Ismael Noia Vieira

Meu filho trabalhava em um posto de gasolina abastecendo carros. Ele gosta de andar de moto e praticar manobras. Talvez seja por isso a motivação para eles seguirem o meu filho. Mas isso não justifica. Eu trabalho como doméstica em outro posto de gasolina. 

PEDIDO: Peço o apoio de vocês, para levar o meu clamor ao promotor de justiça militar em Belém. Eu estou lutando por justiça sem qualquer proteção. Vejo que estou correndo risco de vida. Não é justo, os policiais somem com meu filho e continuam livres. O Estado tem que me ajudar.  Socorro, pelo amor de Deus", concluiu Zely Aparecida a mãe do jovem que desapareceu após uma abordagem policial no município de Xinguara desde o dia 03 de fevereiro de 2021.

O caso já foi revelado por matérias divulgadas até então por alguns veículos de imprensa do estado do Pará, mas que até agora não conseguiram sensibilizar as autoridades competentes para agir de forma célere e elucidar este fato dramático.




quinta-feira, setembro 05, 2019

PM investiga quem atirou contra a jovem que pulou do prédio em Belém

Promotoria Militar abriu inquérito para apurar a responsabilidade de policiais envolvidos na morte da estilista Grazielli Martinelli, que pulou da cobertura de um prédio de 12 andares, em Belém, nesta segunda-feira, 2.  

Por Diógenes Brandão

Matéria do jornal O Liberal - um dos veículos de comunicação da família Maiorana - rompe o silêncio de três dias e finalmente aborda o caso da jovem que pulou do alto de um edifício de 12 andares, na última segunda-feira, 2, em Belém.

O caso estava sendo abafado por setores da imprensa paraense, que evitam mostrar as imagens, assim como evitaram comentá-lo, com receio de responsabilizar os culpados por este crime, neste caso, agentes da SEGUP.

"Segundo informações apuradas pelo portal AmazonLive, o PM que disparou o tiro de choque e correu em direção da jovem, faz parte do COE – Comando de Operações Especiais da Polícia Militar do Pará.  Até agora nenhum órgão público explicou o ocorrido, sobretudo os envolvidos na operação de resgate, como o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar e a SESMA/192. 

Uma operação abafa tenta impedir que o caso seja investigado e os fatos sejam revelados e apurados.  Responsável pelo comando da Polícia Militar, o governo do estado se cala, mas se o policial tivesse acertado o tiro de choque e imobilizado a jovem que provavelmente sofria uma crise emocional, a imprensa paraense romperia o silêncio e o caso ganharia as capas dos jornais O Liberal, Diário do Pará e Amazônia Jornal estampariam a fotos do governador Helder Barbalho condecorando e homenageado o mesmo pelo feito heróico. 

Como a operação foi um desastre, só o PM – até agora não identificado – deve responder pela barbeiragem", informou o portal AmazonLive que fez uma cobertura completa sobre o caso e recebeu os vídeos e depoimentos que mostraram que ao invés de suicídio, o que houve foi um homicídio culposo.

Veja também: 

Semi-nua, mulher ameaça se jogar de um prédio em Belém

Vídeo: Após 4 horas semi-nua no terraço de um prédio, mulher pula para a morte

Serei eu a próxima? Perguntou Grazielli, após compartilhar notícia de um suicídio 

Novo vídeo: Jovem pulou após tentativa de contenção

 Vídeo: O erro da PM que resultou em tragédia e segue abafado no Pará 


A matéria do Jornal O Liberal online está repleta de erros. Tanto de digitação, quanto na narrativa dos fatos. A começar por dizer que foram policiais e não um policial que fez o disparo contra a estilista. 

Mas o mais curioso é a justificativa da SEGUP dizendo que a PM foi acionada "depois que todas as todas as possibilidades de diálogo já haviam sido esgotadas".

E por que ao invés de usar um PM fardado e portando uma pistola, não chamaram um profissional, especialista em dialogar com pessoas aparentemente em surto psicótico ou crise emocional, como a jovem aparentava estar sofrendo?

Leia a matéria e tire suas conclusões:

O promotor Armando Brasil requisitou o inquérito (Elielson Modesto / Arquivo O Liberal)

Promotoria Militar vai investigar conduta de policiais em morte de estilista Vídeos que circulam nas redes sociais mostram policiais militares disparando uma arma de choque antes do suicídio

Por Dilson Pimentel, em O Liberal.

O promotor de Justiça Militar Armando Brasil requisitou que a Corregedoria da Polícia Militar instaure um inquérito para apurar "a dinâmica dos fatos" no suicídio de uma estilista, em Belém, na segunda-feira desta semana. "Eu quero investigar tudo. A dinâmica dos fatos. A gente vai investigar de tudo o que aconteceu: por que ela foi para lá cima (do prédio), por que a Companhia de Operações Especiais (COE), da Polícia Militar, foi chamada, por que o Corpo de Bombeiros acionou a COE", explicou.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram policiais militares disparando uma arma de choque. E, na sequência, a jovem se joga do alto do prédio - de uma altura de 12 andares. "Vamos investigar porque o militar atirou de uma curta distância e não acertou", afirmou. "É uma arma de choque, que, ao atingir o alvo, neutraliza o alvo", acrescentou Armando Brasil.

As imagens mostram que a jovem não foi neutralizada. Nas imagens, ela aparece com uma bolsa. E vai-se apurar se a arma de choque atingiu essa bolsa, não pegando, portanto, na etilista. Os policiais militares da COE e os militares do Corpo de Bombeiros que participaram da operação serão ouvidos durante o Inquérito Policial Militar, que o promotor mandou instaurar nesta quinta-feira (5).

Uma arma não letal, o taser dispara um forte pulso elétrico, que imobiliza o alvo. O promotor Armando Brasil disse que a investigação dura, no máximo, 40 dias. Mas que, se necessário, o encarregado do IPM pode solicitar a prorrogação da investigação. Segundo o www.estudopratico.com.br, a arma emite um impulso elétrico com 50 mil volts a 35 quilômetros por hora. Essa descarga é emitida por meio de sondas contidas em um cartucho localizado na extremidade da pistola. A emissão é disparada graças ao nitrogênio. Para que o alvo seja atingido pela descarga é necessário que as duas ondas elétricas atinjam o alvo. Depois que isso acontece, a descarga fica sendo transmitida por cinco segundos, que é um tempo seguro e necessário para que o corpo fique paralisado.

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) informa que, sempre que acionada, as forças de segurança atuam para tentar coibir situações de suicídio. Os agentes de segurança são capacitados em gerenciamento de crise e atendimento ao suicida. As abordagens levam em consideração o perfil de cada pessoa com a execução de protocolo específico, levando em conta, por exemplo, se a pessoa sofre de depressão, se é um caso pontual por questões passionais ou se o paciente é usuário de drogas. No caso em específico, durante a negociação houve a atuação tanto do Corpo de Bombeiros quanto da Policia Militar, esta última quando todas as possibilidades de diálogo já haviam sido esgotadas.

As instituições de segurança já estão em contato com a Promotoria de Justiça Militar repassando todas as informações necessárias para atender os questionamentos e colaborar para a elucidação dos fatos, acrescentou a Segup.

quarta-feira, novembro 05, 2014

Chacina em Belém mostra a necessidade da desmilitarização da PM e o fim das milícias

Morte do cabo Figueiredo revoltou policiais militares, que ocuparam as ruas. A população - com medo - ficou dividida. (Foto: Reprodução/Facebook)

Tal como no filme “Tropa de Elite”, a Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) da Polícia Militar do Pará, se compara ao Batalhão de Operação Especiais (BOPE) do RJ e há fortes indícios que este agrupamento protagonize atos de violência e extermínio no Estado.

Ontem a noite não foi diferente, foi pior. Após a morte de um de seus integrantes, o cabo Antônio Figueiredo, provavelmente executado por bandidos e suposto membro de uma milícia que age nas áreas periféricas da capital do Estado, vários assassinatos aconteceram próximo e em bairros da redondeza ao fato, promovendo um banho de sangue nas áreas periféricas de Belém do Pará, onde ainda não se sabe quem saiu caçando, julgando e matando jovens na noite desta terça-feira (05). 

Entre as nove vítimas (dez, incluindo o PM), oito já foram identificadas e seus corpos liberados pelo IML. Entre elas, há um cadeirante que estava visitando a namorada em Guamá, o jovem Eduardo Felipe Galucio Chaves de 16 anos, que voltava da escola e um homem com problemas mentais que saiu correndo durante o ataque promovido pela PM-PA. Ele tomou cinco tiros a queima roupa.

“Nenhum dos mortos tinha ligação com o assassinato do policial. Pode ser que até tivessem ligação com outros crimes, mas não com esse. Deram cinco tiros em um doente mental que ficou assustado com o barulho e correu. Covardia! Quem matou o cabo ainda não foi encontrado, mas disseram que vão abrir investigação”, disse o coordenador da Comissão de Justiça e Paz da Igreja Católica, Francisco Batista que é morador do bairro da Terra Firme, um dos mais violentos e onde houveram diversas mortes.

“O policial morto era conhecido pela atuação dele como miliciano, justiceiro nos bairros pobres de Belém. Depois da morte dele deu pra ouvir muitos fogos de artifício. Todo mundo ficou feliz com a notícia, pra você ter uma ideia de como ele agia na região”, conta Francisco.

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB), promoveu uma coletiva para tratar das execuções e contou com a presença de Ana Cláudia Lins, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), que destacou que não está descartada a hipótese de represália de policiais por causa da morte do cabo Antonio Figueiredo, da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam).

Também participou da coletiva o sargento Rossicley Silva, da Polícia Militar, e presidente da associação de militares, que sustentou que a série de mortes teria ocorrido por confronto entre facções rivais dos bairros da Terra Firme e do Guamá.

A posição do militar, no entanto, foi refutada por membros dos órgãos de Direitos Humanos devido às características dos homicídios - mais próximas de uma execução ao invés de brigas e conflitos. Porém, Rossicley argumentou que seis pessoas foram mortas por um mesmo grupo, de uma única facção, sem a participação de policiais.

Sargento nega, mas entidade de Direitos Humanos e OAB irão investigar o envolvimento dele e demais policiais na chacina.

Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (05), no Comando Geral da Polícia Militar, em Belém, o Secretário de Segurança do Estado do Pará disse que nenhum confronto entre policiais e bandidos foi registrado ao longo da noite - inclusive do cabo Figueiredo, visto que não estava em serviço.

Segundo Luis Fernandes, a população não precisa temer por novos atos de violência. "As pessoas podem sair de casa sem medo e ir a locais públicos. Estamos trabalhando para continuar garantindo a segurança", destacou.

Apesar do depoimento do secretário de Segurança, a direção da Universidade Federal do Pará (UFPA) teria liberado os alunos e suspendeu suas atividades, assim como várias escolas e empresas que também funcionam próximo de onde ocorreram os assassinatos.

O promotor de Jusiça Armando Brasil não concorda com a opinião do secretário Luis Fernandes e destacou o medo da população na capital paraense. “Temos que tratar toda esta situação com bastante cuidado, não sabemos o que pode ocorrer e não podemos descartar a hipótese de policiais estarem envolvidos nos crimes. Até mesmo postagens com possíveis ameaças e retaliações de criminosos não podem ser ignorados”, disse.

Armando Brasil lembrou que o cabo Figueiredo era combatente e temido pelos criminosos. Em 2007, foi considerado suspeito de executar uma pessoa e respondia a inquérito na Polícia Civil e na corregedoria da SEGUP.

Também esteve presente na coletiva Francisco Xavier, presidente da Associação de Cabos da Polícia Militar e Bombeiros do Estado do Pará. Segundo ele, a morte de "Pet", como era conhecido o cabo Figueiredo, confirma ainda mais a insegurança a que todos estão submetidos no estado.

“Pedimos providências para o governo. O pai de família sai pra trabalhar, para garantir a segurança da população, mas ele mesmo não tem segurança. Precisamos de medidas mais concretas”, desabafou o presidente, que não informou se alguma paralisação ou ato deve ser organizado para os próximas horas ou durante a semana.

Entidades e a Sociedade Civil esperam por investigações sérias e punição dos envolvidos.

A Anistia Internacional emitiu uma nota nesta quarta-feira (5) comentando sobre a série de execuções ocorridas na madrugada de hoje em pelo menos três bairros de Belém. O órgão classifica o acontecimento como uma “chacina” e pede a investigação imediata.

O texto da instituição afirma que “a chacina foi cometida supostamente por policias militares como vingança pela morte de um cabo membro da ROTAM”, se referindo a morte do cabo Antônio Figueiredo, e que “há indícios de que a ação foi convocada por meio de redes sociais”.

A Anistia ainda afirma que coletou relatos de moradores afirmando que “as entradas e saídas do bairro (da Terra Firme) foram fechadas durante a ação criminosa por veículos oficiais da Polícia Militar, impedindo que moradores retornassem às suas residências” e que “homens encapuzados portando armamento pesado em motos e carros não identificados invadiram casas e assassinaram diversas pessoas”.

A nota ainda afirma que “há suspeitas que o número de vítimas possa ser maior do que as reconhecidas oficialmente pelo governo do Estado” e pede que o  governo federal investigue o caso.

A suspeita da existência de um milicia formada por policiais militares, inclusive o PM morto, assim como fotos, vídeos e áudios espalharam-se nas redes sociais, logo após a morte e a ameaça explícita feita por uma página da ROTAM-PA.

A página não-oficina da ROTAM conclama para a vingança, algo típico quando acontece alguma morte de policial no Pará.

Nas redes sociais, as mensagens supostamente enviadas por policiais avisam aos moradores dos bairros de Guamá e Terra Firme sobre o ataque. No mais expressivo deles, um soldado convoca outros colegas para vingar a morte do cabo. “O nosso irmãozinho Pet (apelido do cabo Antônio Figueiredo) acabou de ser assassinado no Guamá. Estou indo (para o bairro) e espero contar com o máximo de amigos. Vamos dar a resposta”, publicou o sargento Rossicley Silva, da ROTAM, em seu perfil no Facebook. Em outro áudio, espalhado pelo serviço de mensagens por celular, WhatsApp, um suposto policial alerta para que ninguém se dirija ao bairro, pois será feita uma “limpeza na área”. “Ninguém segura ninguém, nem coronel das galáxias”, finaliza o homem.

Se houve realmente uma convocação geral, a polícia militar, a corregedoria da SEGUP, o Ministério Público, a OAB e demais instituições devem averiguar e tomar as devidas providências contra essa barbárie que toma conta das áreas periféricas, onde traficantes, milícias, policiais corruptos e bandidos em geral atormentam a vida e colocam as famílias reféns e acuadas em suas próprias casas.

O caso já sensibilizou a Secretaria Nacional de Direitos Humanos que estará enviando o ouvidor geral nesta madrugada para ajudar nas investigações sobre o caso. 

A ouvidora do Sistema de Segurança Pública do Estado do Pará, Eliana Fonseca, monitora as investigações e ações da polícia, assim como de toda a SEGUP e tem ouvido familiares e populares sobre os fatos ocorridos, sendo que em suas entrevistas, percebe-se claramente as suspeitas, de que há sim, uma milícia agindo em Belém e isso não pode ser colocado para debaixo do tapete, como tenta ser feito pelos representantes do governo do Estado.

O corpo do cabo Antonio Figueiredo, da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) da Polícia Militar, foi velado na tarde de hoje, na igreja dos Capuchinhos, no bairro do Guamá, em Belém. 

O sepultamento acontecerá nesta quinta-feira (6), em um cemitério particular, no município de Marituba, região Metropolitana de Belém.

Existe ou não milícias formadas por policiais paraenses?

Em entrevista ao jornalismo da TV Record, o  promotor de Justiça Militar Armando Brasil Teixeira, lembrou que há menos de dois meses atrás ordenou a prisão dos 20 policiais militares denunciados em crimes de concussão, prevaricação, corrupção ativa e extorsão, segundo apurações da "Operação Katrina". 

Os policiais foram acusados de estarem envolvidos em atividades ilícitas como arrecadação de dinheiro proveniente de comércio ilegal de estrangeiros e rede de corrupção instalada no 2ª Batalhão da Polícia Militar.

O promotor de Justiça Armando Brasil requereu a prisão com base nas conclusões do inquérito policial militar. A corregedoria da Polícia Militar efetuou as prisões. O representante do MPPA também já pediu a abertura de procedimento para a expulsão dos envolvidos da corporação.

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@JimmyNight

terça-feira, outubro 27, 2015

Guerra entre milicianos e assaltantes retoma o terror e a violência em Belém



O site do governo do Estado informa mais uma ação criminosa por parte de uma possível quadrilha de milicianos, que deixou a capital paraense em pânico, na noite desta segunda-feira, (26). 

Oito homens encapuzados e fortemente armados invadiram um hospital em Belém, causando terror entre funcionários e pacientes e fuzilaram Jaime Tomas Nogueira, conhecido como “Pocotó”, que estava internado sob custódia de um agente prisional e dois policiais militares. Ele foi preso em flagrante no domingo, 25, após uma tentativa de assalto que resultou na morte do policial militar Vitor Cezar de Almeida Pedroso.  

Além deste assassinato, ainda no domingo, outros pontos da cidade tiveram a visita de pessoas igualmente encapuzadas, que chegaram em motos e mataram pessoas, que tudo indica serem inocentes, na periferia de Belém. Segundo o jornal Diário do Pará, em apenas 4 dias, mais de 60 pessoas foram assassinadas no Estado do Pará, enquanto que em menos de dois meses, 15 policiais militares foram assassinados

O Jornal OLiberal também noticiou o fato, na matéria: "Suspeito de envolvimento em morte de PM é morto dentro de hospital".

Este tipo de "justiceiro" é diariamente citado e ovacionado em um programa policial na TV paraense, como sendo o "motoqueiro fantasma". Logo após a execução de "Pocotó", um vídeo circulou através de grupos do whatsapp. O material editado de forma amadora, mostra uma caveira com uniforme policial e uma faca em uma das mãos e uma cabeça degolada na outra. No fundo, um símbolo com o nome de possível organização denominada Heróis de Farda - Polícia Militar. 

O vídeo exibe fotos de "Pocotó" já morto e com amigos e finaliza com uma imagem com a seguinte frase: "Não se vai ao velório do amigo, sem antes promover o velório do inimigo". A "produção" dura 30 segundos e tem como fundo musical o funk "eguinha pocotó", em uma clara alusão ao apelido do suspeito de assassinar o policial da ROTAM.


Pra piorar, o fato gerou inúmeros comentários nas redes sociais, do tipo "bandido bom, é bandido morto", justificando a existência de criminosos entre os servidores da segurança pública, pagos com o dinheiro de nossos impostos para cumprirem as leis e acabam optando por decretar pena de morte contra quem bem entendem. 

Em nota, o governador Simão Jatene (PSDB) deu ordens para que a polícia civil apure as circunstâncias do homicídio e a corregedoria da PM já abriu sua própria investigação e deverá punir com rigor os que se acham acima das leis e querem impor um estado paralelo, seguindo a insanidade pregada por apresentadores de programas policialescos, os quais fazem apologia ao crime, todo santo dia, em diversas emissoras de rádio e TV.

CPI DAS MILÍCIAS INDICIOU, MAS NÃO PRENDEU TODOS OS CRIMINOSOS

A audácia criminosa acirra ainda mais a guerra entre policiais honestos e criminosos e coloca em risco a vida de pessoas inocentes, que são atingidas por tiros, a exemplo da chacina que matou 11 pessoas em novembro do ano passado e foi investigada através da CPI das Milicias, instalada na ALEPA, que durante 44 dias investigou e apurou o envolvimento de policiais e ex-policiais que agem, no controle do tráfico de drogas, em áreas comandas pelas milícias; assassinatos por encomenda; "contratos" de segurança privada, feita por policiais e ex-policiais de forma clandestina; venda de "proteção" para traficantes venderem suas drogas tranquilamente; apropriação e revenda de drogas roubadas de outros traficantes e usuários de drogas; roubos; assaltos e até desvio de recursos públicos, seja através do financiamento de candidaturas e depois fraudes em licitações, além de outras ações ilegais e corruptas, junto à prefeituras e mandatos parlamentares. 

Esta CPI indiciou mais de 60 pessoas que estão respondendo na justiça e contribuiu nas investigação instauradas pela corregedoria da PM, que confirmou a existência do crime organizado pelas miliciais. 

Pelo jeito, ainda falta prender muita gente, tanto os que são chamados de bandidos e estão nas ruas praticando crimes, quantos os polícias honestos e desonestos.

quarta-feira, setembro 27, 2017

Cadê os políticos e jornalistas que defenderam os bandidos alojados na polícia?



Por Diógenes Brandão

É com essa pergunta que um leitor do blog nos encaminhou a matéria do MPE-PA sobre a chacina de Pau D'Arco. Na época do crime, deputados federais, estaduais, vereadores, radialistas e apresentadores de TV bradavam em defesa dos policiais e acusavam as vítimas de serem criminosos e os agentes dos Direitos Humanos e do Ministério Público de defensores de bandidos.

E agora, o que dirão estes que defendem torturadores, assassinos frios e calculistas e depois aparecem com bíblias debaixo do braço dizendo que são cristãos e defensores da família e dos bons costumes?

Leia em REDENÇÃO: MPPA oferece denúncia e 15 policiais são presos por chacina

inistério O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), por meio dos promotores de Justiça de Redenção Alfredo Martins de Amorim, José Alberto Grisi Dantas e Leonardo Jorge Lima Caldas, ofereceu denúncia contra 17 policiais (13 militares e 4 civis) pelos crimes de homicídio qualificado, constituição de milícia privada, fraude processual e tortura, praticados contra 10 trabalhadores que foram mortos quando se encontravam acampados no interior na Fazenda Santa Lúcia, na zona rural da cidade de Pau D’arco, por ocasião da operação destinada ao cumprimento de mandados de prisão temporária e preventiva contra essas pessoas.  

A Justiça estadual recebeu a denúncia e determinou a prisão preventiva de 15 denunciados, a pedido do Ministério Público. Não foi pedida a prisão preventiva de dois dos 17 denunciados, por estes estarem incluídos no programa de proteção, por terem colaborado com as investigações. Foram 11 prisões em Redenção e quatro em Belém.  

DENÚNCIA   

As investigações do Ministério Público do Estado concluíram que não houve confronto na fazenda, os policiais já se deslocaram ao local com o intuito de causar a morte dos trabalhadores.  “Nesse particular, há de se observar a conduta dos agrupamentos de policiais civis e militares que foram formados, por ocasião da operação no interior da Fazenda Santa Lúcia, na cidade de Pau D’Arco. Segundo restou evidenciado, todos os denunciados agiram com unidade de desígnio, desde o instante em que se reuniram na sede do 7ª Batalhão da Polícia Militar de Redenção, até o momento em que se estabeleceram na entrada do local do fato e dali partiram para o cumprimento da operação, a qual, em nenhum momento, era o de efetivar ordens de prisão provisória, como determinado pelo Poder Judiciário”, frisaram os promotores de Justiça na denúncia.  

“Para o resultado alcançado – morte das 10 (dez) vítimas –, houve a colaboração da integralidade dos denunciados, seja na forma comissiva (ação), seja na forma omissiva”, disseram os promotores.  Conforme apurado, os policiais civis Valdivino Miranda da Silva Junior e Raimundo Nonato de Oliveira Lopes inicialmente prestaram depoimento sustentando a versão de confronto, mais tarde os mesmos procuraram a Polícia Federal e o Ministério Público, no sentido de contribuírem com as investigações realizadas e relatarem o que, de fato, aconteceu.  

Eles relataram que a versão do suposto confronto foi fruto de um “pacto” estabelecido entre todos os policiais ali presentes, Civis e Militares, como forma de justificar o que havia acontecido, tendo havido uma pressão por parte dos demais para que, caso tal acordo não fosse firmado e sustentado, consequências outras poderiam ocorrer, sendo mais razoável propagar a ideia do confronto, pois assim ficariam impunes.  

A prova técnica mostrou que algumas vítimas foram alvejadas de uma pequena distância, o que caracteriza execução. Além do laudo de balística, os laudos necroscópicos evidenciaram ainda que houve vítimas que além dos ferimentos decorrentes de arma de fogo, contavam também com fraturas em diversas partes do corpo, a exemplo da cabeça, na tíbia, nos arcos costais e na boca, o que se revela compatível com a prática de agressões.  

Carlos Kened Goncalves de Souza, Rômulo Neves de Azevedo, Cristiano Fernando da Silva, Welinton da Silva Lira, Jonatas Pereira e Silva, Rodrigo Matias de Souza e Neuily Sousa da Silva foram denunciados em concurso material pelos crimes do art. 121, §2º, incisos I e IV, §6º (10 vezes); 121, §2º, incisos I e IV, §6º c/c o artigo 14, inciso II (2 vezes); 288, parágrafo único; 347, todos do Código Penal, e 1º, inciso II, da Lei nº 9.455/97 – crimes de tortura (5 vezes).  

Já os denunciados Valdivino Miranda da Silva Junior, Douglas Eduardo da Silva Luz, Euclides da Silva Lima Junior, Raimundo Nonato de Oliveira Lopes, Adivone Vitorino da Silva, Orlando Cunha de Sousa, Ronaldo Silva Lima, Ricardo Moreira da Costa Dutra, Francisco Ragau Cipriano de Almeida e Uilson Alves da Silva vão responder pelos crimes capitulados nos artigos 121, §2º, incisos I e IV, §6º (10 vezes); 288, parágrafo único; e 347, todos do Código Penal.  

As vítimas dos crimes foram: Wedson Pereira da Silva, Nelson Souza Milhomem, Clebson Pereira Milhomem, Oseir Rodrigues da Silva, Jane Júlia de Oliveira, Hércules Santos de Oliveira, Ronaldo Pereira de Souza, Antônio Pereira Milhomem, Bruno Henrique Pereira Gomes e Regivaldo Pereira da Silva.

domingo, maio 20, 2018

PM diz que violência diminuiu com investimentos na área da segurança, mas associação dos cabos e policiais reclama de 03 anos sem reajuste salarial

PM e governo dizem que investimento na segurança pública reduz índices de criminalidade no Pará.

Por Diógenes Brandão

Matéria do portal Agência Pará noticia que de janeiro a abril de 2018, houve redução de 12% nos índices de furtos, 14% no número de roubos, e 17,44% nos registros de latrocínio (roubo seguido de morte) e lesão corporal seguida de morte, em comparação ao mesmo período de 2017. Além disso, o governo fala da aquisição de novas armas e viaturas para a capital e interior. 

Quanto aos benefícios aos policiais, o comando da PM diz que nos últimos anos houve aumento do vale alimentação, de R$ 100 para R$ 650 reais; os auxílios de invalidez permanente e por morte, que aumentaram, respectivamente, de R$ 5 mil para R$ 30 mil e de R$ 10 mil para R$ 70 mil; a vantagem por tempo de serviço, de 5%, que hoje é automática para todos os militares; o adicional de risco de vida, que aumentou de 50% para 100%; o auxílio fardamento, que equivale a um mês de soldo, e passou a contemplar sargentos e tenentes, além de soldados e cabos, duas vezes ao ano; e, por fim, a remuneração inicial dos praças, que aumentou de R$ 1.681 para R$ 3.090.  

Segundo o governo do Estado, a categoria também foi beneficiada com a promoção de 7 mil militares nos anos de 2015 e 2016 e que passou a ser possível um praça se tornar oficial a partir de 15 anos de serviço, com dois anos de graduação de 3° Sargento, se este possuir diploma de nível superior ou com o certificado de curso de aperfeiçoamento de sargento. Anteriormente, esta patente era possível apenas para 1º sargento e subtenente.

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Já a Associação dos Cabos e Soldados relata em seu site a seguinte informação: 

Associação de Cabos e Policiais diz que está na luta pelo reajuste da classe.

Reunião na Secretaria de Segurança Pública do Estado -SEGUP com autoridades representativas do Estado! 

Diretores das entidades representativas presentes na reunião, demonstraram total revolta em relação aos anos que os Policiais Militares estão exercendo suas funções sem receber reajuste salarial.  Ocasião em que também foi apresentada todas as nossas insatisfações com o descaso do Governo frente a situação caótica da segurança pública no Estado do Pará.

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domingo, março 07, 2021

PMs presos por tiros contra batalhão da polícia passarão por Audiência de Custódia

 

Por Diógenes Brandão 

Dois policiais militares de Soure, embriagados e à paisana foram presos na noite deste sábado, 7, e deverão ser expulsos da PM, após terem atirado em frente a um Quartel da Polícia Militar, em Belém. Eles estavam na companhia de outro homem, em um veículo Hyundai Tucson prata e em uma moto, quando atiraram no Batalhão da Polícia Ambiental, que fica na Av. João Paulo II. 

A Promotoria Militar promete não deixar a irresponsabilidade passar batida. 

Os dois PMs acusados foram presos em flagrante e estão na corregedoria da Polícia Militar, onde hoje deverão responder pelo crime, em Audiência de custódia ainda neste domingo. O outro homem que acompanhava os PMs segue foragido.


“Não sei nem como eles estão vivos. Mataram um policial penal ainda a pouco e eles fazem isso na frente do quartel. Quem estava dentro do BPA entendeu que estavam tentando invadir o local. Os militares envolvidos na abordagem merecem parabéns pelo profissionalismo que demonstraram, com cabeça fria e serenidade. Essa resposta imediata, graças a Deus, evitou uma tragédia”, disse Armando Brasil, promotor de justiça militar se referindo ao pânico após o assassinato de mais um agente penitenciário,  que levou tiros no conjunto Cordeiro de Farias, no bairro do Tapanã. Adryell Gonçalves de Borborema, de 34 anos, que trabalhava no PEM-I  (Presídio Estadual Metropolitano), em Marituba.  

As pistolas dos policiais militares foram apreendidas e eles deverão passar por audiência de custódia e depois expulsos da corporação.

terça-feira, abril 23, 2019

Concurso não resolve os problemas dos policiais, que esperam por aumento e moradia prometido

Governador Helder Barbalho vem enrolando para não pagar e nem garantir a moradia prometida em campanha.
Foto: Agência Pará.

Por Diógenes Brandão

Passados 122 dias desde que assumiu o poder, o governador Helder Barbalho continua sendo o grande marqueteiro de sua própria gestão. Sem cumprir a promessa de que faria o pagamento do piso salarial nacional da educação, logo que tomasse posse, o SINTEPP entrou em Estado de Greve e promete paralisar as escolas, se as secretarias de Administração e de Planejamento do governo continuarem enrolando a categoria.

Cabos, policiais e oficiais da PM, bombeiros e policiais civis também estão 'porraqui', com as desculpas apresentadas pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dilson Júnior. Usado como escudo e porta-voz do governador é ele quem vem escutando as críticas pela falta do cumprimento da promessa feita durante a campanha eleitoral, de que a tropa teria o aumento de seu soldo.

Para tentar acalmar os ânimos, o governo anunciou nesta segunda-feira (22), que pretende realizar um concurso público para contratar sete mil novos policiais militares, ofertando vagas para oficiais e praças da PM. Programado para o segundo semestre, o anúncio do concurso não agradou quem já é policial e espera pela promessa de ter moradia em um conjunto habitacional seguro para viver e pelo aumento de seu salário, considerado um dos piores do país.

Sabendo que 58% do Orçamento do Estado já estão comprometidos com pagamento da folha de pessoal e que o limite constitucional da  Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) é de 60%, como é que o governador vai absorver mais 7 mil policiais, se anda mandando dizer que não paga o aumento do soldo para os policiais, para não ultrapassar os limites impostos pela lei?

O blog AS FALAS DA PÓLIS realiza um estudo, com cálculos sobre os dados oficiais e as promessas de campanha, para verificar o impacto desse concurso anunciado pelo governador, juntando com a promessa de aumento do soldo dos policiais e o pagamento do piso dos professores, para verificar se, o que tem sido dito não passa de uma grande potoca para dar tempo e continuar empurrando com a barriga, as reivindicações daqueles que há décadas esperam por respeito e dignidade aos que exercem seu dever no serviço público do Estado do Pará.

sábado, agosto 15, 2015

Retaliação policial é principal linha de investigação de chacina de 18 pessoas na Grande SP


Na Folha.

A principal linha de investigação da polícia neste momento envolve a participação de policiais militares na chacina que deixou 18 mortos e seis feridos na última noite nas cidades de Osasco e Barueri, na Grande SP.

Segundo essa linha de apuração, a onda de crimes teria sido uma retaliação ao assassinato de um PM, na semana passada, em Osasco. O policial foi baleado ao reagir a um assalto, em um posto de combustíveis da cidade.

A suposta participação de policiais nos assassinatos colocou o comando das corporações sob alerta. Os efetivos foram colocados de prontidão e reforçados na região metropolitana, para reagir a eventuais retaliações de criminosos a carros ou bases policiais nas próximas noites e madrugadas.

A participação de policiais em chacinas desse tipo não é incomum. Nas cinco principais chacinas registradas na capital paulista desde 2013, onde morreram 42 pessoas, existe a suspeita de participação da polícia. Em abril, polícias militares são suspeitos de participar da execução sumária de oito pessoas que participavam de uma festa na sede da torcida Pavilhão 9, do Corinthians.

A Corregedoria da Polícia Militar também já está atuando no caso, para que a chacina seja esclarecida o mais rápido possível, como cobrou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) nesta sexta-feira (14). O governo, porém, nega a entrada da corregedoria, já que essa participação configura uma suspeita mais forte da atuação de policiais no crime.

O secretário estadual da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, está acompanhando diretamente o caso. Segundo ele, a atuação de policiais é apenas uma das linhas de investigação.

Cápsulas de três diferentes calibres de armas foram encontradas próximas aos corpos das vítimas: 9 mm (de uso das Forças Armadas) e 38 e 380, de uso de guardas civis metropolitanos.

As ações foram semelhantes. Homens encapuzados estacionaram um carro, desembarcaram e dispararam vários tiros contra as vítimas. Em alguns locais dos crimes, testemunhas disseram que os assassinos perguntaram por antecedentes criminais, o que definia vida ou morte das pessoas.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, após apurar as características dos carros usados pelos criminosos, ao menos dois grupos participaram dos assassinatos –homens em uma moto e em um Peugeot prata em Osasco e em um Renault Sandero prata em Barueri.

O governo, porém, ainda não afirma se as 15 mortes em Osasco têm relação com as três de Barueri. Os horários dos crimes e o modus operandi indicam atuação em conjunto.

Dos 18 mortos, seis deles, segundo o governo, tinham antecedentes criminais, com passagens por roubo, furto, receptação, tráfico de drogas e tentativa de homicídio.

quarta-feira, julho 12, 2017

A chacina de Pau D'Arco e a prisão de 10 policiais

Chacina de Pau D'Arco: 10 trabalhadores rurais assassinados e 10 policiais presos.

Por Carlos Bordalo, no Facebook

O avanço das investigações no caso Pau D'Arco vai confirmando as linhas centrais do relatório emitido por mim e pelos deputados Lélio Costa e Ozório Juvenil, membros titulares da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Pará. 

Nosso relatório foi atacado ferozmente, eu sofri agressões nas redes sociais e uma tentativa de agressão física por deputado federal policial, dentro do prédio da Alepa. Com as prisões de dez policiais militares e dois civis ontem (10), solicitadas pelo Ministério Público do Estado, a verdade vai jogando luzes sobre a tenebrosa operação que vitimou dez pessoas na agora comprovada Chacina de Pau D'Arco

As instituições policiais precisam ser preservadas e defendidas. As polícias Civil e Militar do Pará são inestimáveis para a garantia da ordem pública e defesa da população. 

É preciso coragem e determinação para não sucumbir diante de corporativismos cegos e efetivamente afastar desvios de conduta e a captura das corporações por interesses incompatíveis com a missão constitucional das instituições policiais. 

As delações premiadas de policiais presentes naquele teatro de horror devem trazer novas e importantes informações. E mais uma vez ressaltamos que não nos alegra - pelo contrário, nos entristece o envolvimento de agentes da lei em práticas avessas ao Estado Democrático de Direito. 

Continuamos acompanhando o caso com tranquilidade, principalmente pela zelosa e firme condução das investigações conduzidas pelo MP paraense. 

Nossa principal declaração à época do massacre foi esta: "Houve de tudo na fazenda Santa Lúcia em Pau D'Arco, menos confronto. É preciso chegar às motivações que conduziram àquela aberração e identificar possíveis financiadores da matança. Chega de impunidade e crime de mando no Pará". 


quinta-feira, maio 30, 2019

PM Miliciano preso no Distrito Federal é tio de Michelle Bolsonaro

        O 1º sargento João Batista Firmo Ferreira foi preso na Operação Horus. O Palácio do Planalto informou que não se pronunciará sobre o assunto. 

Por Ana Viriato e Helena Mader, no Correio Brasiliense

Um dos sete policiais militares presos nesta quarta-feira (29/05) por integrarem uma milícia com atuação na região do Sol Nascente, em Ceilândia, é tio da primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro. O 1º sargento João Batista Firmo Ferreira foi um dos alvos da Operação Horus, que investiga PMs por crimes de loteamento irregular do solo, extorsão e até homicídio, relacionados à grilagem de terras. O militar reformado é irmão de Maria das Graças, mãe de Michelle. A família da primeira-dama mora na região do Sol Nascente.     

A operação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal, em parceria com a Coordenação Especial de Repressão à Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária da Polícia Civil DF e com a Corregedoria Militar do Distrito Federal.     

Os sete sargentos presos são lotados ou já atuaram no 8º e no 10º Batalhão da Polícia Militar, unidades responsáveis pelo policiamento ostensivo na região do Sol Nascente. Além de Jorge Firmo Ferreira, foram presos e denunciados pelo Ministério Público do DF os sargentos Jorge Alves dos Santos, Agnaldo Figueiredo de Assis, Francisco Carlos da Silva Cardoso, José Deli Pereira da Gama, Paulo Henrique da Silva e Jair Dias.     

As investigações começaram em 2011, mas avançaram graças à participação de um colaborador, que integrou e liderou a quadrilha, mas resolveu ajudar na apuração para receber o benefício da redução da pena. Ele procurou a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado da PCDF e detalhou o funcionamento da organização criminosa.     

Com autorização judicial, as ligações telefônicas dos suspeitos foram interceptadas e as conversas revelaram a forma de atuação dos policiais militares responsáveis pela grilagem na região do Sol Nascente. A denúncia destaca que os dados obtidos com a quebra do sigilo bancário de João Firmo, autorizada pela Justiça, reforçam a ligação do PM com a organização criminosa. O órgão identificou duas transferências dele para Francisco Cardoso, outro integrante da suposta quadrilha de milicianos, em 27 de julho de 2015, que totalizaram R$ 8 mil.     

O 1º sargento entrou na reserva da Polícia Militar em 16 de janeiro de 2017. Conforme o Portal da Transparência, a remuneração mensal dele é de R$ 8.227,68, fora benefícios.     

Outro lado  

Em nota, a Polícia Militar alegou ter colaborado com as investigações por meio da Corregedoria. A corporação acrescentou que instaurou procedimentos internos para apurar a conduta dos policiais. “Mas todos correm sob segredo de Justiça. Portanto, não podemos dar mais detalhes”, informou.     

O Palácio do Planalto informou que não se pronunciará sobre o assunto. O Correio não conseguiu contato com a defesa de João Firmo Ferreira e dos outros acusados presos. O processo tramita em segredo de Justiça.  

Colaboraram Alexandre de Paula e Roberta Belyse

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...