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sábado, agosto 06, 2016

O Liberal: Temer é vaiado e jornal fala de vira-lata



Editorial do jornal O Liberal deste sábado fala de vira-lata, mas não diz se está se referindo a Temer ou algum membro do seu governo "biônico".

Leia abaixo:

Nem vira-latas, nem ufanistas. Sejamos apenas realistas.

Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, inaugurados oficialmente ontem, têm servido para o bem e para o mal.

Para o bem, toma-se a Rio 2016 com uma vitrine para exibir o País no que ele tem de melhor - e cada um escolha o que o Brasil tem de melhor.

Para o mal, toma-se a Rio 2016 como uma vitrine para mostrar ao mundo um País que teria atingido o auge de seu pior.

Para o bem, a Rio 2016 é o Brasil da concórdia, da inventividade, do povo acolhedor, da diversidade cultural e de instituições democráticas consolidadas - e tanto é assim que uma presidente provisoriamente afastada está na iminência de perder o cargo em decorrência de um processo de impeachment que tramita no Senado.

Para o mal, a Rio 2016 mostra o Brasil da violência, da impontualidade, da falta de planejamento, do improviso, da crise econômica, de preconceitos maldisfarçados e do golpismo contra os eleitos democraticamente.

Nem vira-latas, nem ufanistas. Sejamos apenas realistas.

Nos anos 1950, Nelson Rodrigues, o jornalista, dramaturgo e cronista a que poucos podem ser comparados, escreveu uma crônica a que deu o título de “Complexo de vira-latas”.

Em um dos trechos, lê-se: “A pura, a santa verdade é a seguinte: - qualquer jogador brasileiro, quando se desamarra de suas inibições e se põe em estado de graça, é algo de único em matéria de fantasia, de improvisação, de invenção. Em suma: - temos dons em excesso. E só uma coisa nos atrapalha e, por vezes, invalida as nossas qualidades. Quero aludir ao que eu poderia chamar de ‘complexo de vira-latas’. Estou a imaginar o espanto do leitor: - ‘O que vem a ser isso?’ Eu explico.”

Explicou Nelson: “Por ‘complexo de vira-latas’ entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. Isto em todos os setores e, sobretudo, no futebol.” Pronto. Estava criada a vira-latice, ou o vira-latismo, como preferia o próprio Nelson.

Os que tomam a Rio 2016 pelo mal parecem inebriados pela oportunidade de pintar o Brasil como uma espécie de primus inter pares entre os piores.

Em contraponto, o ufanismo se mostra também inebriado e já contabiliza os feitos que colocarão a Rio 2016 como a única, a maior, insuperável e mais espetacular Olimpíadas de todos os tempos.

Esses extremos revelam apenas um País que, nos últimos tempos, parece não conseguir encontrar meio-termo para as coisas. E isso é péssimo.

Até porque a Rio 2016 - apenas e tão somente ela - não tornará o Brasil nem melhor, nem pior. Apenas reforçará algumas de nossas qualidades e, inevitavelmente, alguns de nossos defeitos. Apenas isso.

quarta-feira, fevereiro 24, 2016

Apesar do bombardeio midiático contra Lula e o PT, cresce aprovação de Dilma e diminiu a rejeição



No Valor Econômico, sob o título "Aprovação do governo Dilma sobe para 11,4%, aponta CNT/MDA"

A avaliação positiva do governo Dilma Rousseff subiu para 11,4% na pesquisa CNT/MDA divulgada nesta quarta-feira, ante o resultado de 8,8% registrado em outubro. Para 62,4% dos entrevistados, a avaliação do governo é negativa, número inferior aos 70% registrados em outubro do ano passado. 

A avaliação pessoal da presidente subiu quase seis pontos percentuais, passando de 15,9% em outubro para 21,8% em fevereiro. A desaprovação caiu de 80,7%, na última pesquisa, para 73,9% agora. Em fevereiro, 4,3% não sabem ou não quiseram responder à pergunta. 

A pesquisa, divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), foi realizada entre os dias 18 a 21 de fevereiro. 

Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios de 25 Unidades da Federação. 

A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%. 

Dificuldade para lidar com a crise 

Para 79,3% dos entrevistados a presidente não está sabendo lidar com a crise econômica. Em outubro de 2015 esse percentual era R$ 80,6%. Para 64,1% dos entrevistados, a avaliação é de que em três anos ou mais será possível resolver a crise em que o país se encontra. 

Ainda de acordo com o levantamento, 52,2% consideram que a crise mais grave atualmente é a econômica, enquanto 44,1% consideram que mais grave é a crise política. Em outubro de 2015 esses percentuais eram de 60,9% e 35,4% respectivamente. 




segunda-feira, fevereiro 08, 2016

Globo diz que apurar informação não é dever dos jornalistas



Por Dayane Santos, no Portal Vermelho.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acionou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro exigindo reparação de danos contra as ilações do jornal da Famiglia Marinho, O Globo. Lula aponta a “falta de apuração” e o desprezo com a ética jornalística ao ignorar as informações fornecidas por ele.

A referida matéria do Globo foi publicada sob o título “Youssef deu dinheiro a firma ligada a obra do prédio de Lula”. De acordo com a publicação, o ex-presidente seria proprietário de um triplex no Edifício Solaris, no Guarujá, litoral de São Paulo. Além disso, sem apontar nenhuma prova, o Globo disse que o dinheiro usado para construir o imóvel teria vindo da OAS, uma das empreiteiras investigadas por desvios em contratos da Petrobras.

Os advogados de Lula, Roberto Teixeira e Cristiano Zanin Martins, afirmam que o ex-presidente não é proprietário do triplex e jamais teve qualquer relação comercial com a OAS ou com seus parceiros no empreendimento do Edifício Solaris. 

Já os advogados do jornal, Sérgio Bermudes e Frederico Ferreira, dizem que “a veracidade dos fatos não se encontra em causa” e que não cabe aos jornalistas “perscrutar” a verdade, ou seja, não cabe investigar e apurar se de fato o que dizem tem veracidade ou não. 

Apesar da conduta ética ser um fundamento de qualquer jornalista que se preze, em qualquer lugar do mundo, a apuração da verdade não é um mero adereço verbal para os profissionais. Diferentemente do que dizem os advogados da Famiglia Marinho, o Código de Ética dos Jornalistas prevê no Capítulo II, que trata da conduta profissional do jornalista, em seu artigo 4º: “O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação”.

Além disso, um cidadão comum com o mínimo de caráter não vai propagar uma acusação de crime sem a certeza de que de fato isso é verdade. Mas pelo jeito, o código de ética do jornalismo da Globo não segue parâmetros mínimos de ética.

Apesar disso, o juiz Mauro Nicolau Júnior, da 48ª Vara Cível do Rio de Janeiro, julgou improcedente a ação. Na sentença, o juiz reconhece que Cleide Carvalho não fez nenhuma apuração dos fatos embora assine a reportagem e, ainda, que Ascânio Seleme autorizou a publicação sem qualquer verificação, mas afirma que a existência de uma investigação no Ministério Público afastaria a prática de um ato ilícito pelos réus.

Os advogados de Lula apresentaram recurso argumentando que os jornalistas agiram de maneira incompatível com a atividade executada, pois admitiram no processo não terem feito nenhuma apuração dos fatos. Ou seja, não só não fizeram a apuração, como admitem que “o apelado não é proprietário do imóvel indicado na reportagem em questão e não possui qualquer relação com as empresas e as pessoas indicadas naquela publicação”.

“Quando existe apenas uma investigação, qualquer notícia publicada pela imprensa a respeito do tema deve observar redobrada cautela e sempre estar acompanhada de expressas ressalvas”, enfatizam os advogados do ex-presidente. 


sexta-feira, janeiro 01, 2016

Em artigo, Dilma afirma que se empenhará por um país forte para todo o povo brasileiro

Dilma: ano de 2016 será de diálogo com “todos os que desejam construir uma realidade melhor”. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Causou um grande estranhamento entre blogueiros, ativistas digitais e os mais atentos, a publicação da 1ª mensagem do ano da presidenta Dilma ter sido lançada na manhã desta sexta-feira, com exclusividade no jornal Folha de São Paulo, na área para assinantes e só às 13:39 é que foi distribuída livremente no Blog do Planalto.

Para quem não conseguiu ler, segue abaixo:


Um feliz 2016 para o povo brasileiro*

O ano de 2015 chegou ao final e a virada do calendário nos faz reavaliar expectativas e planejar novas etapas e desafios. Assim, como sempre, nos traz a necessidade de refletir sobre erros e acertos de nossas decisões e atitudes.

Este 2015 foi um ano muito duro. Revendo minhas responsabilidades nesse ambiente de dificuldades, vejo que nossos erros e acertos devem ser tratados com humildade e perspectiva histórica.

Foi um ano no qual a necessária revisão da estratégia econômica do país coincidiu com fatores internacionais que reduziram nossa atividade produtiva: queda vertiginosa do valor de nossos principais produtos de exportação, desaceleração de economias estratégicas para o Brasil e a adaptação a um novo patamar cambial, com suas evidentes pressões inflacionárias.

Tivemos também a instabilidade política que se aprofundou por uma conduta muitas vezes imatura de setores da oposição que não aceitaram o resultado das urnas e tentaram legitimar sua atitude pelas dificuldades enfrentadas pelo país.

Mais do que fazer um balanço do que se passou, quero falar aqui da minha confiança no nosso futuro e reafirmar minha crença no Brasil e na força do povo brasileiro. Estou convicta da nossa capacidade de chegarmos ao fim de 2016 melhores do que indicam as previsões atuais.

A principal característica das crises econômicas do Brasil, desde os anos 1950, é uma combinação entre crise externa e crise fiscal. As economias emergentes sempre foram pressionadas pela combinação de déficit e dívida externa, com desarranjos fiscais do Estado.

A realidade brasileira hoje é outra. A solidez da nossa economia é a base da retomada do crescimento. Temos uma posição sólida nas reservas internacionais, que se encontram em torno de US$ 368 bilhões, a sexta maior do mundo.

O déficit em transações correntes terá recuado no final do ano de cerca de 4,3% para 3,5% do PIB, comparativamente a 2014. O investimento direto estrangeiro na casa de US$ 66 bilhões demonstra a confiança dos investidores no nosso país.

Em 2016, com o apoio do Congresso, persistiremos pelos necessários ajustes orçamentários, vitais para o equilíbrio fiscal. Em diálogo com os trabalhadores e empresários, construiremos uma proposta de reforma previdenciária, medida essencial para a sobrevivência estrutural desse sistema que protege dezenas de milhões de trabalhadores.

É claro que os direitos adquiridos serão preservados, e devem ser respeitadas as expectativas de quem está no mercado de trabalho, mas de forma efetivamente sustentável.

Convocarei o Conselho de Desenvolvimento Social, formado por trabalhadores, empresários e ministros, para discutir propostas de reformas para o nosso sistema produtivo, especialmente no aspecto tributário, a fim de construirmos um Brasil mais eficiente e competitivo no mercado internacional.

Não basta apenas a modernização do nosso parque industrial, é fundamental continuarmos investindo em educação, formação tecnológica e científica.

Precisamos também respeitar e dialogar com os anseios populares, desenvolvendo uma estrutura de poder mais próxima da sociedade, instituições fortes no combate à corrupção, oferta de serviços públicos de qualidade e ampliação dos instrumentos de participação e controle da sociedade civil.

As diferentes operações anticorrupção tornaram as instituições públicas mais robustas e protegidas. Devem continuar assegurando o amplo direito de defesa e punindo os responsáveis, sem destruir empregos e empresas.

Reafirmo minha determinação pela reforma administrativa que iniciei. Quero um governo que gaste bem os recursos públicos, que seja racional nos processos de trabalho e eficiente no atendimento às demandas da sociedade.

O governo está fazendo sua parte. Executamos um duro plano de contenção de gastos, economizando mais de R$ 108 bilhões em 2015 -o maior contingenciamento já realizado no país. Para 2016, firmamos o compromisso de produzir um superavit primário de 0,5% do PIB. Fizemos e faremos esse esforço sem transferir a conta para os que mais precisam.

Sei que as famílias brasileiras se preocupam com a inflação. Enfrentá-la é nossa prioridade. Ela cairá em 2016, como demonstram as expectativas dos próprios agentes econômicos.

O governo manteve, no ano de 2015, os investimentos que realizamos para melhorar a vida dos brasileiros. Por exemplo, foram cerca de 389 mil moradias entregues e mais de 402 mil contratadas no Minha Casa, Minha Vida. Quase 14 milhões de famílias receberam o Bolsa Família.

Oferecemos 906 mil novas vagas em universidades públicas e privadas e 1,3 milhão no Pronatec. Entregamos 808 km de rodovias, tanto por meio de obras públicas como pelas concessões privadas. Autorizamos dez terminais portuários privados, concedemos e modernizamos aeroportos. Ampliamos a oferta de energia em 5.070 MW.

É hora de viabilizar o crescimento. O plano de concessões em infraestrutura já é uma realidade. Os leilões de portos, aeroportos, rodovias e ferrovias vão impulsionar a nossa economia e contribuirão para a geração de empregos. Não vamos parar por aí.

É importante ressaltar que em 2015 as instituições da nossa democracia foram exigidas como nunca e responderam às suas responsabilidades, preservando a estabilidade institucional do Brasil.

Todos esses sinais me dão a certeza de que teremos um 2016 melhor. Mesmo injustamente questionada pela tentativa de impeachment, não alimento mágoas nem rancores. O governo fará de 2016 um ano de diálogo com todos os que desejam construir uma realidade melhor.

O Brasil é maior do que os interesses individuais e de grupos. Por isso, quero me empenhar para o que é essencial: um Brasil forte para todo o povo brasileiro.

* Artigo da presidenta Dilma Rousseff publicado no jornal Folha de São Paulo nesta sexta-feira (1º). 

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segunda-feira, dezembro 07, 2015

A melhor análise sobre o golpe que a grande imprensa já publicou

Troque o nome Mazzili por Aécio e veja a capa que a grande imprensa tanto quer estampar novamente nos jornais do Brasil.

Passei o dia vendo este artigo da Folha de São Paulo sendo compartilhado, mas só agora que fui lê-lo por completo. Considero importante para que nossos amigos e familiares conheçam esta análise, não só por ser de uma pessoa isenta e respeitada, mas sobretudo por lançar luz sobre o momento político que o nosso país atravessa e nem sempre todos tem a oportunidade de se dar conta do que está por de trás de tudo isso.

O DIA DA INFÂMIA. Por Fernando Morais*

Publicado no jornal Folha de São Paulo, neste domingo, 06/12/2015. 

Minha geração testemunhou o que eu acreditava ter sido o episódio mais infame da história do Congresso. Na madrugada de 2 de abril de 1964, o senador Auro de Moura Andrade declarou vaga a Presidência da República, sob o falso pretexto de que João Goulart teria deixado o país, consumando o golpe que nos levou a 21 anos de ditadura.

Indignado, o polido deputado Tancredo Neves surpreendeu o plenário aos gritos de "Canalha! Canalha!".

No crepúsculo deste 2 de dezembro, um patético descendente dos golpistas de 64 deu início ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A natureza do golpe é a mesma, embora os interesses, no caso os do deputado Eduardo Cunha, sejam ainda mais torpes. E no mesmo plenário onde antes o avô enfrentara o usurpador, o senador Aécio Neves celebrou com os golpistas este segundo Dia da Infâmia.

Jamais imaginei que pudéssemos chegar à lama em que o gangsterismo de uns e o oportunismo de outros mergulharam o país. O Brasil passou um ano emparedado entre a chantagem de Eduardo Cunha –que abusa do cargo para escapar ao julgamento de seus delitos– e a hipocrisia da oposição, que vem namorando o golpe desde que perdeu as eleições presidenciais para o PT, pela quarta vez consecutiva.

Pediram uma ridícula recontagem de votos; entraram com ações para anular a eleição; ocuparam os meios de comunicação para divulgar delações inexistentes; compraram pareceres no balcão de juristas de ocasião e, escondidos atrás de siglas desconhecidas, botaram seus exércitos nas ruas, sempre magnificados nas contas da imprensa.

Nada conseguiram, a não ser tumultuar a vida política e agravar irresponsavelmente a situação da economia, sabotando o país com suas pautas-bomba.

Nada conseguiram por duas singelas razões: Dilma é uma mulher honesta e o povo sabe que, mesmo com todos os problemas, a oposição foi incapaz de apresentar um projeto de país alternativo aos avanços dos governos Lula e Dilma.

Aos inconformados com as urnas restou o comparsa que eles plantaram na presidência da Câmara –como se sabe, o PSDB, o DEM e o PPS votaram em Eduardo Cunha contra o candidato do PT, Arlindo Chinaglia. Dono de "capivara" policial mais extensa que a biografia, Cunha disparou a arma colocada em suas mãos por Hélio Bicudo.

O triste de tudo isso é saber que o ódio de Bicudo ao PT não vem de divergências políticas e ideológicas, mas por ter-lhe escapado das mãos uma sinecura –ou, como ele declarou aos jornais, "um alto cargo, provavelmente fora do país".

Dilma não será processada por ter roubado, desviado, mentido, acobertado ou ameaçado. Será processada porque tomou decisões para manter em dia pagamentos de compromissos sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.

O TCU viu crimes nessas decisões, embora não os visse em atos semelhantes de outros governos. Mas é o relator das contas do governo, o ministro Augusto Nardes, e não Dilma, que é investigado na Operação Zelotes, junto com o sobrinho. E é o presidente do TCU, Aroldo Cedraz, e não Dilma, que é citado na Lava Jato, junto com o filho. Todos suspeitos de tráfico de influência. Provoca náusea, mas não surpreende.

"Claras las cosas, oscuro el chocolate", dizem os portenhos. Agora a linha divisória está clara. Vamos ver quem está do lado da lei, do Estado democrático de Direito, da democracia e do respeito ao voto do povo.

E veremos quem se alia ao oportunismo, ao gangsterismo, ao vale-tudo pelo poder. Não tenho dúvidas: a presidente Dilma sairá maior dessa guerra, mais uma entre tantas que enfrentou, sem jamais ter se ajoelhado diante de seus algozes."

*FERNANDO MORAIS, 69, é jornalista e escritor. É autor, entre outros, dos livros "Chatô, o Rei do Brasil" e "Olga".

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Nota do Blog: A imagem que ilustra essa postagem é capa do jornal OGlobo, pertencente à família Marinho, que apoiou o golpe, a implantação e todos os 21 anos que a Ditadura Militar durou no Brasil e só assumiu seu erro nas vésperas das manifestações de rua promovidas pela juventude brasileira, nos meados de 2013, quando teve sua sede pichada com os dizeres "Globo mente", além de ser alvo de fezes que foram arremessadas por participantes do ato, no Rio de Janeiro e depois em várias capitais brasileiras.

Ou seja, embora a Globo já tenha admitido que errou, nunca assumiu que mentiu por diversas vezes ao publicar inverdades de forma leviana, como a capa em questão, onde afirmou que o presidente João Goulart havia fugido. 

Agora vejam como tudo se repete, quase 50 anos depois desta poderosa empresa familiar servir como principal instrumento midiático, usado na desestabilização de um governo democraticamente eleito e que foi sumariamente retirado do poder em 1964, por uma manobra realizada no Congresso Nacional, após um golpe muito parecido com o que tentam novamente impor ao Brasil.

domingo, dezembro 06, 2015

O destino de Eduardo Cunha



Na Carta Capital, sob o título "A imolação de Cunha".

Ao tentar queimar Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, ainda em exercício, ateou fogo às suas vestes.


Não foi por qualquer razão de natureza técnica. Ao contrário. A decisão tomada por Eduardo Cunha, presidente da Câmara de Deputados, de acolher o pedido de impeachment de Dilma foi, acima de tudo, um ato de desespero.

Este é o fator preponderante de um movimento, muito além de mero jogo político, temperado pelo sentimento de vingança. Cunha jogou a toalha. Um gesto simbólico de desespero.

Ele confiava desconfiando no acordo com feitio de chantagem imposto por ele ao Partido dos Trabalhadores. Esperava contar com os votos de três angustiados deputados petistas, integrantes do Conselho de Ética.

Nota distribuída pelo presidente do PT, Rui Falcão, anunciou o afastamento de Cunha. O partido juntou os cacos e uniu-se contra a maldita aliança que provocava engulhos. Com isso, perdeu a maioria no Conselho de Ética. A suposta barganha foi para o espaço. Cunha reagiu.

Sem a maioria no Conselho de Ética, ele será empurrado em direção ao cadafalso na Câmara que preside. Vai responder à denúncia de ter mentido a seus pares quando garantiu não ter contas no exterior, conforme a denúncia contra ele encaminhada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal. Os argumentos apresentados por Cunha são frágeis. Risíveis até. Ele está sem saída.

Meses atrás, ao anunciar seu rompimento com Dilma, ele prometeu “incendiar” o governo. Isso porque julgava que Dilma pudesse interferir nas ações do Ministério Público Federal ou mesmo nas ações da Polícia Federal. Se quisesse, não deveria.

Cunha, no centro da crise política, foi mais longe. Com apoio da oposição, notadamente o PSDB, atrapalhou bastante, e ainda atrapalha, a administração de Dilma. Ele contribuiu efetivamente para a desmontagem da base do governo no Congresso. 

Ao perder o apoio envergonhado do PT, voltou ao ninho tucano. Estimulado, fez o que os adversários do governo pretendiam. Mas não terá o apoio necessário para evitar a reação interna. Para tentar queimar Dilma ateou fogo às vestes. Agora arde sozinho. Será que os tucanos vão blindá-lo?

O golpe, em formato de impeachment, dificilmente será bem-sucedido.

Os números governam o processo se ele seguir o curso. Uma comissão especial com 66 titulares, representação proporcional ao tamanho das bancadas. Se não cair nesta fase, será discutido e votado pelo plenário da Câmara. O processo de impeachment, para ser aberto, precisará alcançar dois terços da Câmara. Ou seja, 342 deputados.

No Senado a aprovação será ainda mais difícil. A maioria necessária para aprovação é de dois terços. Nesse caso, 54 senadores dos 81 existentes. A oposição, ciente disso, vai promover com os meios que tiver e a influência nos meios de comunicação os movimentos ditos “espontâneos”.  Essa é outra história.

Mas o curso do destino de Eduardo Cunha está traçado. Será desonroso. Voltará mais cedo para casa. Talvez antes passe pela cadeia.

sábado, dezembro 05, 2015

Simão Jatene (PSDB-PA) se manifesta contra o impeachment



Assim como Marconi Perillo (GO) e Geraldo Alckmin (SP), o governador do Pará, Simão Jatene é mais um governador do PSDB que defende cautela com o pedido de impeachment, aceito pelo deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados e um dos investigados na onda de corrupção com recurso da Petrobras.

Assim com o ex-presidente FHC, Jatene disse para o jornal O Estadão, que o país atravessa um momento crítico e o impedimento do governo Dilma não resolverá os problemas do Brasil. "Não é assim", afirmou. Para ele, um dos problemas mais graves que o País enfrenta hoje é a perda de representatividade geral dos partidos.

Em seu terceiro mandato como governador do Pará, o tucano fez questão de amenizar o tom de crítica ao impeachment ao dizer que os deputados do PSDB estão no seu papel, de buscar justificativas jurídicas para o processo de afastamento de sua adversária, a presidenta Dilma, mas afirma que "nenhum partido ou aliança, por maior que seja, representa a realidade do país", conclui.


Leia "O impeachment não é uma panaceia, diz Simão Jatene" de Elizabeth Lopes, no Estadão

sábado, outubro 31, 2015

O Brasil vai mesmo virar um país de intolerantes?



Por Philippe Ladvocat, no BrasilPost.

Sempre que discussões como o feminismo, os direitos das mulheres ou a violência contra minorias vêm à tona, um grupo de pessoas (com muitas características em comum) é insistente em bradar que não pode ser enquadrado na mesma categoria por não ser estuprador, violento, pedófilo ou homofóbico.

A questão é sempre a mesma: "temos que pagar o pato pelos erros dos outros?". E aqui vai uma notícia para você: sim, você tem que pagar o pato. Nós temos que pagar o pato. E sabe por quê?

Porque essas pessoas que sofrem a violência e a desigualdade diariamente vêm pagando o pato há muito tempo. E agora é hora de acertar as contas.

Quando eu era mais novo, insistia em dizer que não existia dívida histórica porque eu não escravizei ninguém.

O que eu falhava em perceber é que uma sociedade completamente dividida em que negros não usufruem dos mesmos direitos dos brancos, são olhados com desconfiança em um País de mestiços e são tratados, muitas vezes, como cidadãos de segunda classe (se é que são tratados como cidadãos), há sim uma dívida histórica e essa conta ficou para todos nós.

E os juros continuam subindo e destruindo qualquer esperança de uma sociedade justa.

E aí é que entra a conivência geral, mesmo quando você não é o indivíduo ameaçando ou abusando.

O brasileiro adora se orgulhar de levar a vida com leveza e bom humor. Adora rir de tudo e dizer que é especial porque faz piada mesmo com as mazelas da vida.

E assim explica-se boa parte do problema: tudo é engraçado, tudo vira humor, nada é levado a sério.

Boa parte dos brasileiros prefere compartilhar a zuêra para ganhar curtidas no Facebook, se perde nas tirinhas infames, nas montagens ridículas, na boçalidade diária de não levar nada a sério. Esquece da filosofia, da história, do contexto, para divulgar uma idiotice ofensiva -- seja política ou social.

O que importa é ganhar um "hahaha" ou um "rsrs", não é discutir, debater ou desenvolver uma sociedade melhor. Até que ponto vale realmente a pena ridicularizar absolutamente tudo em vez de criar discussões válidas e embasadas?

A primeira herança da ditadura militar já sabemos bem: as instituições públicas absolutamente sucateadas (ou você acha que a educação pública, a segurança das grandes cidades e o sistema de saúde se tornaram todos tão caóticos durante os anos 60, 70 e 80 por coincidência?).

A outra herança é uma geração de desinformados que, com o acesso às novas mídias sociais e a falta de noção da importância de se apurarem os fatos (para isso existe, em teoria, o jornalismo), grita seus preconceitos, indignações seletivas e revoltas preguiçosas aos quatro ventos, sem nem se preocupar em entender definições.

Às vezes sabem que a notícia é falsa, mas não importa. Fora o humor canalha, a ridicularizarão do outro, que vale mais do que uma discussão saudável. Os adjetivos preconceituosos, a piadinha elitista para sugerir que os pobres são todos bandidos e/ou ignorantes, está tudo lá, substituindo o argumento.

Junto com parte dessa geração (a parcela que se revolta mas não se informa), os filhos mimados e igualmente preguiçosos, ex-alunos medíocres, que perderam a oportunidade de criar um senso crítico -- qualquer que seja a ideologia.

Junto com seus erros gramaticais, repetem as falácias cansadas, vazias e superficiais e se orgulham de dizer que são contra o governo (qualquer que seja), o feminismo, a igualdade de gêneros, os direitos homossexuais, a proteção ao meio ambiente, a diminuição da quantidade de carros nas ruas, porque "nada disso é importante".

Pedem disciplina, cadeias, punição, gasolina barata, reduzem tudo a dois lados e não percebem a ignorância do mundinho em que estão inseridos: um pensamento erradicado em boa parte do mundo há décadas mas que persiste naqueles que não se esforçam para considerar algo diferente daquilo que acham que produziram com o próprio cérebro.

Já sabemos que grande parte dos comentários altamente intolerantes vem da lavagem cerebral promovida pelos oportunistas falsamente religiosos, mas existem os outros intolerantes que acham que têm o direito de fiscalizar a vida alheia, seja em suas relações amorosas, em sua decisão sobre o corpo ou em sua luta pela igualdade onde quer que seja.

São os tipos patéticos que reclamam da falta de humor alheio, que acham que "tudo virou fobia" e que confundem a liberdade de expressão com a mediocridade de suas palavras. Que acham que só aquilo que conhece importa e danem-se os outros porque são uma parcela menor da população.

Que acham que lutar por direitos é garantir privilégios enquanto os verdadeiros privilégios são os de não ter que lutar por nada.

São aqueles que comentam uma 'piadinha' ou um comentário 'revoltado' sobre um ex-presidente no vídeo de um cachorro fazendo algo engraçado.

São os obcecados que não deixam ninguém em paz porque precisam descontar as próprias frustrações em qualquer culpado que vá gerar curtidas no comentário.

São aqueles que reduzem o mundo a dois lados, a direita e a esquerda, sem perceber a complexidade do pensamento crítico e sem lembrar que aquela cagada histórica chamada Muro de Berlim caiu faz muito tempo.

E toda essa violência verbal (e às vezes física mesmo) que clama por morte (do bandido pobre ou do político), por punição, pelo fim da defesa dos direitos humanos, que acha que a disciplina pura vai resolver o problema, só demonstra a falta de vivência, de experiência e de diálogo.

Quem vai atrás do "bandido bom é bandido morto" ou do "leva pra casa" claramente nunca se preocupou em conversar com quem dá aula na favela.

Quem fala "feminazismo" nunca parou pra pensar em quão tosca e desrespeitosa é essa comparação (inclusive com os próprios judeus).

Quem acha graça em piada com mulher sendo violentada não pensa na mãe, na namorada ou na irmã vivendo essa situação.

O Brasil caminha, ou corre, em direção ao extremismo, à intolerância, ao radicalismo. Os mesmos que vimos destruir países do Oriente Médio, que às vezes nem parecem tão distantes do gigante latino.

E se o País não fizer meia volta e começar a usar a empatia como combustível, o destino final pode ser terrível.

quarta-feira, outubro 07, 2015

CONFUSÃO NAS RUAS E NAS REDES


Por Diógenes Brandão

Tá todo mundo meio confuso, não acham?

O PSTU e o PSOL dizem que o PT não é mais um partido de esquerda e que implanta a política neoliberal, enquanto os partidos da direita dizem o contrário: Acusam o PT de ser comunista e de querer implantar o socialismo bolivariano no Brasil.

Os novos movimentos e manifestações de rua, que levam milhares de pessoas a saírem de suas casas aos domingos, com faixas e cartazes, com diversas expressões e críticas, são de fato superiores em número e organização, comparando-se aos movimentos sociais históricos, que muitas das suas lideranças se burocratizaram, mas mesmo assim, seguem de forma envelhecida, na luta por seus interesses.

Mesmo assim, a oposição brasileira diz que é necessário tirar o PT do poder, independente da forma, sob a alegação de que o partido quer implantar um regime totalitário, tal como diziam em plena guerra fria, com censura à imprensa e medidas autoritárias, como aconteceu na ditadura imposta pelos militares, quando deram dois golpes no Brasil.

Alguns grupos que defendem a saída do PT, também defendem a volta da ditadura, através de uma intervenção militar democrática (¿). Vai entender o que isso quer dizer!

E desse jeito, eleitores, filiados, simpatizantes e militantes do PT começam a se afastar do partido, ou evitar defendê-lo, sob a ótica, mesmo que disfarçada, de que o partido está "queimado", perante a sociedade.

Boa parte da classe dirigente partidária e sindical, não consegue reagir à onda conservadora que varre o país e cresce a cada dia. A militância já não sabe se crítica ou defende o governo, que tanto esforço fez para manter no poder, através da reeleição de Dilma, criticada inclusive por sindicalistas da ligados à CUT, central sindical presente em todos os estados brasileiros e que reúne mais jornalistas que a rede Globo, mas como não possui uma ação coordenada para se comunicar de forma eficiente com a classe trabalhadora, patinha sem cumprir o papel e a função social que tem potencial e legitimidade.

Blogueiros, comunicadores populares e ativistas digitas se organizam como podem e com imensa dificuldade lutam para democratizar a mídia, alimentada pela propaganda privada, mas principalmente com as verbas publicitárias do Estado, que são repassadas quase que integralmente para as empresas de comunicação, que se mantém de forma inconstitucional, sob o controle de 8 poderosas famílias brasileiras, as quais decidem de forma unilateral, o que vai ser noticiado e como será divulgada, toda e qualquer informação no Brasil.

Para manter a sua "liberdade de empresa", os donos da mídia dizem que defendem a democracia e a liberdade de expressão, mas através de seus tentáculos no parlamento e na justiça, coíbem a simples existência de rádios comunitárias e não abrem mão de manterem suas retransmissoras de rádio e TV, nas mãos de políticos e líderes religiosos, nos estados e municípios brasileiros, tal como a constituição federal proíbe, mas é sumariamente ignorada.

A classe média diz que bandido bom é bandido morto, mas saúda a existência de Eduardo Cunha. Dizem e conseguem influenciar milhares de pessoas para que sejam a favor da família, mas só se forem heterossexuais, brancas e não receberem bolsa família.


Afirmam que defendem direitos, mas não querem pagar o que as suas empregadas domésticas finalmente conquistaram: O salário mínimo e a carteira assinada, com FGTS pago pelo patrão.

Os ricos fazem panelaço contra a corrupção, mas sonegam impostos, compram carteira de habilitação para dirigirem e não perdem a oportunidade de sempre saírem ganhando muito, seja em suas negociações em busca do lucro, ou numa simples negociação trabalhista. Sem falar que ainda é comum o trabalho escravo e a exploração de mão de obra barata, devido ao enorme exército de desfavorecidos, herdados pelo atraso no fim do sistema escravocrata deste país e mantido por todos os demais governos que antecederam o atual.

A justiça manda prender os moleques pretos e pobres, que os policiais pretos e pobres espancam e torturam, em busca da confissão de que são bandidos, enquanto juízes e ministros do STF jantam com doleiros, que participam da lavagem do dinheiro público desviado da saúde, educação e segurança e quando alguma coisa dá errado, levando o "bacana" a ser flagrado ou denunciado, corre o "acerto" com o juiz e o bandido de paletó, ao invés de ser espancado até a morte, volta para sua casa em jatinhos, helicópteros ou carros de luxo.

Dizem que podem prender o ex-presidente Lula, pelo fato deste ter defendido interesses de empresas brasileiras, em outros países, mas José Serra é aplaudido por defender empresas estrangeiras que querem atuar na exploração da poderosa e extensa camada de Petróleo, o Pré-sal, recentemente descoberto no Brasil.

Barack Obama faz pelos EUA, o que Lula supostamente fez pelo Brasil, mas é o José Serra que é aplaudido, pela mesma imprensa que critica o ex-presidente brasileiro de fazer o que o americano faz pelo seu país.

Afinal de contas, onde vai dar e o que pretendem com toda essa confusão?

Tim Maia bem que disse que o Brasil é o único país que traficante se vicia, puta se apaixona e pobre vota na direita. Faltou só prever que o PT ficaria 4 ou mais eleições sem perder a presidência, para estes que andam como surtados, pelas ruas e redes sociais do Brasil.



quarta-feira, setembro 09, 2015

Carta ao Fábio Jr ou "Senta aqui"



Por Fernando Waschburger.

Fábio, fiquei pensando sobre o que escrever a respeito desse desabafo de Nova Iorque. Confesso que você, com toda a franqueza, há algum tempo vem parecendo decadente, beirando ao ocaso, um tanto em busca do seu canto do cisne, sabe?

Discursos politizados nunca foram o seu forte. Durante os anos de chumbo você falava de outros temas, lembra? É claro que lembra, até hoje você canta as mesmas músicas.

Quero te dizer que nunca me interessei pela sua vida privada, seus múltiplos casamentos e o seus problemas extracampo. Isso eu deixo para as revistas de fofoca. Agora, vamos e venhamos, Vinicius de Moraes lidou muito melhor com seus vários amores e até com o problema do álcool. Mas, que cabeça a minha, que comparação descabida, né?

Vou ser direto: aquela piadinha sobre o dedo do Lula, não fica bem nem em mesa de boteco no meio dos amigos. Ficou feio demais. Se você tem algo enfiado aí, guarda pra ti, amigão. Isso é coisa íntima e não interessa pra ninguém se dói ou não. Eu quase não resisti e ia escrever que para você o "Lula pintou como um sonho e foi atrás com tudo". Mas mudei de ideia. Se eu escrevesse isso, estaria me rebaixando ao teu nível de discurso.

Faz assim, diz que tinha bebido umas e outras e pede desculpas. Faz isso rápido, porque o Lobão foi nessa linha e tem cancelado um monte de shows. Se tudo der errado, também não invente de virar cantor gospel. A moçada dessa área é profissional, sabe ganhar grana e não vai cair nesse teu papinho oportunista.

A única palavra que me vem à cabeça sobre tudo isso é "constrangedor".

Mas, Fabinho... Resta uma saída! Como você é especialista em casamentos, quem sabe você não passa uma cantada na eterna "namoradinha do Brasil". A Regina, dizem que tem umas fazendas em terras indígenas e o discurso é bem parecidinho com o teu. Vai fundo amigão, afinal quem sabe vocês não são "almas gêmeas".


sexta-feira, setembro 04, 2015

Para reflexão de todos: Pacto contra o rentismo



Por Silvio Caccia Bava.

Não há “erros” praticados na condução do ajuste. É a defesa dos interesses rentistas que define a política, em oposição a um amplo leque de atores que sofrem com essa estratégia.

A estratégia tem vários componentes: capturar o Estado e submetê-lo a seu estrito controle, apropriar-se da receita pública para proveito próprio, baixar o custo da força de trabalho, privatizar bens públicos, cortar políticas sociais, transformar a questão social numa questão de polícia.

Na crise, as grandes empresas aplicam no mercado financeiro para garantir seus lucros, mas as pessoas passam a ter menos dinheiro para consumir, o aumento do desemprego rebaixa os salários e a pobreza retoma seu espaço no lar das maiorias. Com isso, o mercado se contrai e o faturamento dos comerciantes e prestadores de serviços cai. As pequenas e médias empresas se veem em dificuldades. Evidentemente, há muita gente descontente, e o grande vilão são os juros.  

Contra a alta dos juros e em favor da manutenção do emprego, da ampliação da capacidade de consumo e da dinamização do mercado interno, podemos observar manifestações recentes de centrais sindicais, da Fiesp, da Abimaq, entre outras importantes entidades dos trabalhadores e empresariais.

É preciso superar a interdição do debate sobre as alternativas de desenvolvimento e trazer para o espaço público as análises e propostas que podem enfrentar a crise de uma perspectiva que garanta a retomada do crescimento com inclusão social e sustentabilidade ambiental.

Há questões que a conjuntura estimula a pensar. É possível estabelecer pactos sociais pontuais para enfrentar as políticas macroeconômicas do rentismo? O impacto do ajuste, que começa a ser mais intenso agora, abre uma oportunidade ímpar de negociações e articulações para organizar a resistência e a reversão dessas políticas. 

Há, no entanto, uma condição essencial: a reapropriação do espaço público. Os cidadãos, e suas representações coletivas, precisam vir a público debater suas ideias, suas posições. É o contrário do panelaço, que interdita a fala. É preciso assegurar aos cidadãos brasileiros que há estratégias alternativas para superarmos a presente crise, sem que a conta recaia unicamente nas costas dos mais pobres.

Sabemos que a democracia está em risco, violada em todos os poderes da República, violada no respeito mútuo que a igualdade de direitos deveria assegurar entre os cidadãos. Caminhamos para a radicalização, a violência, regimes autoritários.

Essa tendência, no entanto, pode ser revertida. É uma tarefa para a cidadania ativa. No mundo, e aqui mesmo, assistimos recentemente a enormes manifestações de rua. No nosso caso, desde junho de 2013, e mesmo antes, se considerarmos o número crescente de greves e manifestações dos movimentos sociais, os cidadãos estão se reapropriando do espaço público. A particularidade deste momento é a presença das classes médias nas ruas. Há uma disputa do espaço público e das narrativas que explicam a crise e apontam seus responsáveis.

Mesmo com toda a mídia contra, as forças sociais de resistência ao ajuste ainda têm espaço de expressão pública e podem conquistar espaços mais amplos. Agregando distintos setores sociais, a combinação de seus esforços pode ampliar a adesão social ao movimento de resistência. Porque é disto que se trata: disputar na sociedade as alternativas de desenvolvimento. Não sobraram instituições políticas capazes de processar os conflitos sociais.

A democracia e suas instituições serão revigoradas apenas por pressão social e por mudanças nas políticas macroeconômicas que atendam aos interesses das maiorias. Neste momento trata-se de politizar o social e socializar a política. Trata-se de realizar um enorme esforço de esclarecer a cidadania, organizar debates públicos, apresentar e debater propostas de saída para a crise, para construir um Brasil melhor para todos.     

Já há uma trajetória de acúmulos nos debates e negociações sobre a possibilidade de pactos sociais que envolvam atores interessados na promoção do desenvolvimento sustentável com inclusão social. Pouco tempo atrás, depois de um ano de debates, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social apontou para a possibilidade efetiva de estabelecer um mínimo denominador comum, um conjunto pequeno de proposições que alinham interesses e atores diversos num compromisso de ação para superarmos a presente crise.

A construção de um pacto contra o rentismo vai se tecendo. A recente declaração conjunta de todas as centrais sindicais em defesa do emprego e da democracia é um importante passo nesse sentido. Mas o acontecimento mais importante na perspectiva de articular as forças de resistência ao ajuste é o lançamento, neste mês, da Frente Brasil Popular. Passam a agir em conjunto movimentos, entidades, associações, sindicatos e partidos, fundamentalmente para lutar contra o rentismo, ampliar o espaço público e debater com a sociedade a encruzilhada do nosso desenvolvimento.

Há uma necessidade sentida por toda parte, nos bares, nos ônibus, nas conversas, nesta particular conjuntura, de um debate nacional sobre o futuro do país. Como superar a crise? Qual desenvolvimento queremos? Como chegar lá? Criar novos espaços para abrigar essas preocupações e debatê-las pode aglutinar distintas forças sociais. Pode mesmo criar condições para que se convoque um Fórum de Desenvolvimento e se convidem entidades patronais para o diálogo.

O diálogo e o debate são o caminho para o resgate da democracia, para a negociação de novos pactos sociais, para sairmos do estrangulamento econômico que o ajuste nos impõe. Para isso a sociedade precisa se dotar de instrumentos e espaços para o diálogo. Há exemplos, como as “mesas de concertación” no Peru, de construção de mesas de diálogo nacionais e regionais com a participação de todas as classes sociais, para negociar o modelo de desenvolvimento e questões específicas. O futuro se decide agora.


*Silvio Caccia Bava é diretor e editor-chefe do Le Monde Diplomatique Brasil.

terça-feira, setembro 01, 2015

Quem te viu, quem te vê: Luciana Genro cai nas graças de FHC



Depois de Marina Silva aceitar ter sido financiada pelo Itaú, em sua campanha para presidente em 2014, chegou a vez de outra presidenciável da esquerda piscar para o outro lado.

Segundo a Folha, Luciana Genro se encontrou com FHC, isso mesmo, Fernando Henrique Cardoso, um dos caciques do PSDB, nesta segunda-feira (30) e não estava sozinha. Levou consigo a cúpula do PSOL para pedir apoio do tucano e juntos tiveram momentos de descontração e alegria, ao ser recebida pelo ex-presidente, que sempre acusou de neoliberal e representante das elites, que ela e seu partido dizem combater. 

Luciana Genro foi expulsa do PT junto com a então senadora Heloísa Helena (AL) e os deputados João Batista Babá (PA) e João Fontes (SE), em dezembro de 2003, após decisão do Diretório Nacional do partido que decidiu que não havia espaço no partido para quem queria fazer oposição ao governo (Lula) à época. 


Marina Silva foi ministra de Lula e desfiliou-se em Agosto de 2009, alegando que iria "em busca do sonho de lutar pelo desenvolvimento sustentável do meio ambiente".

Como se vê, ambas saíram do PT dizendo entre outras coisas, que o partido havia perdido seus princípios fundadores e que por isso, não lhes caberiam mais. Assim como as duas fizeram em 2014, Heloísa Helena também concorreu à cadeira de presidente do Brasil (em 2010), porém todas, como se sabe, não obtiveram êxito. 



A matéria da Folha dá o resto do informe histórico e até outro dia, inacreditável para milhares de militantes do Partido do Socialismo e Liberdade

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tentou explicar sua declaração sugerindo a renúncia da presidente Dilma Rousseff durante uma reunião com uma comitiva do PSOL nesta segunda-feira (31). Ele ainda ofereceu ajuda ao pequeno partido contra uma proposta em tramitação no Congresso.

O grupo, recebido pelo ex-presidente em seu instituto, era liderado pela ex-deputada Luciana Genro, que se notabilizou por embates com o tucano Aécio Neves na campanha eleitoral de 2014.

Há duas semanas, Fernando Henrique afirmou, em texto publicado em sua página no Facebook, que a renúncia da presidente seria um "gesto de grandeza".

Aos dirigentes do PSOL ele disse que a sua declaração foi interpretada de modo equivocado, e que o sentido da manifestação foi: "Ou renuncia ou governa."

Luciana Genro organizou a reunião com o ex-presidente buscando apoio para evitar a aprovação no Senado de um projeto que reduz o espaço de partidos menores em debates e na TV já na campanha eleitoral do ano que vem.

Em clima descontraído, os temas do encontro migraram para assuntos de afinidade entre os dirigentes do partido e o ex-presidente, como o movimento estudantil de 1968 na França e o papel das redes sociais na organização política.

O tucano provocou gargalhadas ao responder a um comentário de Luciana sobre pesquisas que a mostram em segundo lugar na disputa pela Prefeitura de Porto Alegre no próximo ano. "O povo é maluco mesmo", falou.

O ex-presidente ainda levou a cúpula do partido a uma visita por galerias de seu instituto, no centro de São Paulo. O PSOL tentou marcar um encontro também com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para debater a proposta, mas a reunião não foi realizada.

Luciana disse que já tinha conversado com o tucano há um mês e que ele vem adotando uma posição "muito corajosa" sobre a descriminalização da maconha. "É uma pessoa que preza valores democráticos e por isso está nos ouvindo", disse à reportagem.

Para a ex-candidata, o apoio do PSDB é fundamental para derrubar a proposta no Senado. Fernando Henrique disse que sua influência no partido é limitada, mas falou que contataria senadores para discutir o assunto.

Veja abaixo o que Luciana disse sobre FHC, em um debate ocorrido em Setembro do ano passado. Para coisas mais pesadas, uma rápida busca no Google fará qualquer um ficar de boca aberta com a mudança de comportamento de "revolucionária" militante do PSOL.

domingo, julho 05, 2015

TUCANO PREGA GOLPE E VÊ DILMA PERTO DA CASSAÇÃO




Integrante da linha-dura do PSDB, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que seria ministro da Justiça de um eventual governo Aécio Neves (PSDB-MG), defende abertamente a ruptura democrática no Brasil.

"Caso as contas de Dilma sejam rejeitadas, não haverá outro caminho que não seja um processo de cassação de seu mandato a ser conduzido no Congresso", diz ele. "O impeachment da presidente Dilma é uma hipótese cada vez mais considerada entre os parlamentares". Leia abaixo:

A uma "pedalada" da cassação

Carlos Sampaio

Caso sejam rejeitadas as contas de Dilma, não haverá outro caminho que não seja um processo de cassação a ser conduzido no Congresso

O TCU (Tribunal de Contas da União) foi protagonista de uma manifestação histórica de independência e seriedade na fiscalização do Executivo ao exigir da presidente Dilma Rousseff, num prazo de 30 dias, esclarecimentos sobre 13 gravíssimas irregularidades cometidas pelo governo nas contas de 2014.

Trata-se de um marco no relacionamento entre as instituições democráticas brasileiras, pois é a primeira vez que tal exigência é feita. A rejeição das contas também seria algo inédito e feriria de morte o governo da presidente Dilma, que estaria, assim, sujeita à cassação por crime de responsabilidade.

Tanto o ministro-relator do processo no Tribunal de Contas, Augusto Nardes, como o procurador do Ministério Público no TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, foram enfáticos e contundentes ao afirmarem que Dilma é a responsável direta pelas irregularidades encontradas.

Para eles, a presidente afrontou a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Constituição, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o decreto que rege as aplicações dos recursos do Tesouro com o objetivo de fraudar as contas públicas para beneficiar-se politicamente em pleno ano eleitoral.

Esse entendimento embasa representação assinada pelo PSDB e por outros partidos da oposição, entregue à PGR (Procuradoria Geral da República) no final de maio. No documento, solicitamos que a PGR apresente ao Supremo Tribunal Federal uma ação penal contra Dilma "pela prática continuada dos crimes contra as finanças públicas". Ainda aguardamos um posicionamento.

São tantas as atrocidades fiscais cometidas pela presidente que seria demasiado enfadonho ao leitor relacioná-las neste espaço. Mas, apenas para termos uma ideia da bandalheira, cito as duas principais ilegalidades: infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal por causa das "pedaladas" e omitir dos resultados fiscais do seu governo as transações deficitárias da União junto ao Banco do Brasil, BNDES e FGTS.

Por tudo isso, é grande a expectativa da oposição e dos brasileiros de bem com relação ao posicionamento do TCU. Caso as contas de Dilma sejam rejeitadas, não haverá outro caminho que não seja um processo de cassação de seu mandato a ser conduzido no Congresso.

O impeachment da presidente Dilma é uma hipótese cada vez mais considerada entre os parlamentares. Fragilizada politicamente, ilhada pela corrupção em seu governo e pela crise na economia, pressionada pelas vozes das ruas e pela baixíssima popularidade, a presidente pode, sim, ser alvo de um irreversível processo de cassação.

Isso sem falar nos desdobramentos da Operação Lava Jato, que já começam a subir a rampa do Planalto, com novas e reveladoras delações.

As "pedaladas" de Dilma podem marcar o fim melancólico de um governo que já entrou para a história como o mais corrupto, mentiroso e incompetente de que se tem notícia. A depender da vontade esmagadora dos brasileiros, esse governo poderia muito bem terminar assim, numa "pedalada" e pronto!

sábado, julho 04, 2015

Greve nas IFES: É esse o melhor caminho?


Por Socorro Coelho*

O que está acontecendo no Brasil? 

Viemos a público, primeiramente, chamar a atenção para o fato de que a propagada ‘Pátria Educadora’, entrou em contradição com  o corte de 49% dos recursos destinados à educação, em função das restrições orçamentárias implementadas pela equipe econômica de Dilma.

Essa ação do governo vai na contramão da sua própria proposta de aumento progressivo do financiamento da educação, em 10% do PIB, previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2014.

É notório que o contingenciamento dos recursos ameaçaram importantes programas educacionais, como o pioneiro e eficiente Programa de Formação Docente, o PARFOR, cujas novas turmas não ingressarão este ano nas universidades, em função da não transferência de recursos da União.

Preocupado com os docentes federais  do Brasil e com a população, o PROIFES vem combatendo a política econômica e as manobras efetivadas no Congresso Nacional, onde foi aprovada a aposentadoria compulsória aos servidores públicos aos 75 anos, a redução da maioridade penal e o reajuste salarial dos servidores do Judiciário, com o escandaloso aumento de até 70% de seus salários, o que demonstra que este congresso não tem a miníma preocupação com o quadro econômico desfavorável do país e está desconectado da pauta de reivindicação dos servidores públicos da esfera federal e dos anseios populares.

O PROIFES protocolou nossa pauta de reestruturação de carreira e reajuste salarial dos docentes das instituições federais, desde outubro de 2014, participou da mesa de negociação, realizada em 06/05/2015 e sugeriu ao governo, celeridade para uma nova rodada de negociação, o que ocorreu em 25/06 do corrente, quando o governo apresentou sua proposta de reajuste, separada da pauta acadêmica e social.

Por sua vez, o governo propôs reajuste de 04 anos, no valor de 5,5% a partir de 01/01/ 2016, de 5% em 01/01/2017 e o percentual de 4,75% em 01/01/2018 e 4,5% a vigorar em 01/01/2019. Segundo o Secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento do Governo (MPOG), a proposta tem como objetivo “preservar o poder de compra dos servidores públicos”.

No entanto, consideramos que a proposta apresentada não responde aos anseios presentes na pauta geral dos servidores, assim como não repõe as perdas inflacionárias. Sem contar, que nos induz a um otimismo exacerbado, no que diz respeito ao teto de futuras inflações, ao longo dos 04 anos.

Diante de um quadro econômico instável e de uma  proposta insuficiente, não restou outra alternativa ao Conselho Deliberativo do PROIFES, que em  reunião  analisou a situação e se posicionou pela GREVE, como forma de pressionar o executivo , na melhoria de sua proposta aos servidores.
Com o objetivo de obter sucesso nas negociações, a referida entidade, por intermédio da sua Coordenação Nacional de Mobilização, intensificou a visita aos parlamentares no Congresso Nacional, apresentando a pauta de reivindicações dos Professores Federais do Magistério Superior e Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT), assim como, reuniu com o MEC e na oportunidade reiterou que, oficializou ao governo a solicitação de uma mesa setorial dos professores, por entender que tem pontos de pauta específicos que ficaram pendentes, desde o acordo anterior.

E no Pará?

O Sindicato dos Professores das Instituições de Ensino Federal Superior do Estado do Pará - SINDPROIFES-PA, em apenas dois meses de fundação, tem realizado reuniões envolvendo os docentes por unidade e Campi do interior, proporcionando o debate em torno da proposta da carreira, salário, progressão funcional e aposentadoria.

No dia 07/07/2015 haverá nova rodada de negociação entre Governo e Servidores e em seguida, o grupo de Educação do PROIFES, reunirá para discutir  a implementação do  PNE e o Fórum Nacional da Educação - FNE. Será uma semana de intensa atividade, uma vez que haverá o Encontro Nacional da entidade, no período de 09 a 12/07/2015, para entre outros temas, avaliar o resultado da mesa de negociação nacional. 

Nos eventos acima citados, o SINDPROIFES-PA estará presente com 03 diretores, que até o final de julho terão a responsabilidade de reunir o conjunto da diretoria, para socializar as informações e debater a pauta do Encontro Nacional e já em agosto, com o retorno das férias, será realizada  a nossa 1ª Assembleia Geral para decidir se vamos aderir à greve nacional. 

Não podemos deixar de mencionar que ao longo destes dois meses, reunimos e  conversamos com representantes de vários setores da UFPA e IFPA, de quem recebemos posicionamentos contrários às práticas truculentas e autoritárias por parte de diretores da ANDES/ADUFPA, tais como:

a) Trancamento dos portões e salas de aulas, impedindo a entrada e saída das pessoas, inclusive cometendo o absurdo de colocarem óleo e graxa, nas portas e portões da UFPA;

b) Acusações e difamações irresponsáveis, como a ocorrida com a direção da Faculdade de Geologia, à quem foi atribuída a calúnia de manter em cárcere privado, alunos e professores que decidiram não aderir à greve;

c) Assédio Moral e ameaça de Processos Administrativos por parte de uma gestora que usou o poder do cargo para perseguir professores que permaneceram em suas atividades acadêmicas;

d) Recorrer ao Conselho Superior de Ensino e Pesquisa da UFPA, solicitando suspensão do calendário acadêmico, foi um grande equívoco dos dirigentes da ANDES/ADUFPA. 

Consideramos que a relação junto as reitorias devem ser de respeito e diálogo e não de utilizar-se da relação para institucionalizar uma “greve” prematuramente, pois uma entidade sindical não deve solicitar à reitoria, que esta declare greve na instituição.
Desta forma, o SINDPROIFES-PA parabeniza os membros do Conselho Superior da UFPA, que rejeitaram a proposta de suspensão do semestre, pelos seguintes motivos:

1º- 90% dos Campi do interior estão concluindo suas atividades, assim como em Belém, vários institutos não aderiram à greve.

2º- Suspensão do calendário acadêmico ou perda do semestre devem ser pautas discutidas em primeira instância, no interior do movimento docente e no final da greve.

O que proposmos?

A diretoria do SINDPROIFES-PA, analisando a conjuntura econômica, política e  Social, diante do ajuste fiscal, imposto pela equipe econômica do Governo Federal, reitera a resolução do Conselho Deliberativo da nossa federal (PROIFES), ao firmar a busca de “unidade com os demais trabalhadores, em especial da educação” e fortalecer a  luta da pelas questões gerais dos trabalhadores e da educação, que incluem, entre outras, as seguintes reivindicações:

1- Fim do contingenciamento dos recursos do Orçamento da Educação, com a liberação imediata dos recursos previstos para as Universidades e Institutos Federais;

2- A implantação da negociação coletiva para os servidores públicos, com a garantia de data base;

3- Combate à precarização do trabalho e rejeição do projeto de terceirização;

4- Luta pela criação de novas fontes de financiamento da educação, que incluem, entre outras, imposto sobre as grandes fortunas, royalties sobre a produção mineral e a taxação de transações financeiras especulativas, com regras amplamente discutidas com e pela sociedade;

5- Garantia da implantação das metas do PNE, com a dotação de 10% do PIB para a educação, o qual vai permitir a expansão do ensino público com a qualidade merecida;

O SINDPROIFES-PA observa em sua base, um quadro diferente de outros estados da federação. Por exemplo, o IFPA está concluindo suas atividades e entra em período de férias agora em julho e na UFPA, há quase um mês que outra entidade deflagrou greve, com uma pífia adesão dos professores, os quais já estão em férias.

Comemoramos como fato positivo, que mesmo recém fundado, o SINDPROIFES-PA ganhou visibilidade e conseguiu apresentar suas propostas, ao conjunto dos professores das IFES, respeitando as diferentes posições presente no movimento docente.

Neste momento, nos preparamos para a realização do XI Encontro Nacional de nossa federação e da próxima mesa de negociação junto ao governo, na expectativa de sucesso, caso contrário, construiremos o movimento de radicalização, ou seja, a greve.

*Socorro Coelho é Presidente do SINPROIFES-PA.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...