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domingo, setembro 30, 2018

A embriaguez, as mortes no trânsito e o pacto de silêncio das elites no Pará

Com exclusividade, a história que muitos tentam ocultar sobre a injustiça imposta pelos poderosos no Pará.

Por Diógenes Brandão

A morte de Gabriela Cristina Jardim da Costa, de apenas 19 anos e de Alessandro Guedes da Silva, após serem atropelados pelo filho de Rômulo Maiorana Jr, o empresário Giovanni Maiorana, que segundo a polícia foi preso embriagado, mas se recusou a fazer exames para confirmar o crime e foi solto logo em seguida, após pagar meio milhão de reais em fiança, hoje só se encontra registrada em alguns sites, blogs e redes sociais do Pará. Mas o caso ganhou repercussão em parte da imprensa brasileira, por ter o envolvimento indireto de uma 'celebridade nacional', conhecida como 'Gominho'.

Assista a matéria da TV Record Belém, um dos poucos veículos da imprensa paraense que noticiou o grave acidente:


A sentença de soltura após pagamento da fiança foi assinada pelo juiz da Vara Penal de Belém, Heyder Tavares, e após paga, o herdeiro da Roma News (Racha das ORMs, que controlam a TV Liberal, o jornal OLiberal e diversas rádios no Pará), já está em liberdade.

Giovanni Maiorana foi preso em flagrante após bater seu automóvel luxuoso em um poste. Dentro dele, foram encontradas latas de cerveja e garrafas de bebida alcoólica. O caso fez lembrar um outro caso parecido ocorrido há quase 20 anos atrás.

ACIDENTE COM HELDER TAMBÉM MATOU DUAS PESSOAS EM 1999

O jornal Folha de São Paulo ainda mantém a notícia em seu portal, na qual informa que em 20 de fevereiro de 1999, Helder Barbalho envolveu-se em um acidente voltando da curtição do carnaval em Fortaleza-CE. No veículo, dirigido em alta velocidade, a namorada de Helder e um amigo, que foi cuspido do carro e teve morte instantânea. 



OUTRA MORTE POR EMBRIAGUÊS ENVOLVE AMIGO E EX-ASSESSOR DE HELDER

Para quem não sabe, a namorada de Helder Barbalho na época, ficou com o rosto desfigurado e precisou passar por diversas cirurgias plásticas. Segundo uma fonte do blog, que não quis ser identificada, algum tempo depois, a jovem acidentada casou-se com Marco Antonio Soares Raposo, amigo de Helder e que já foi seu assessor político, tendo inclusive se envolvido em um outro acidente que matou Fábio Anderson Castro Coelho, que morreu na hora, há exatos cinco (05) meses atrás. 

Segundo relatos de policiais que efetuaram a prisão de Marcos Raposo, ele também estava embriagado e em seu carro foram encontradas garrafas de bebida alcoólica, mas tal como aconteceu com Giovanni Maiorana, a justiça decretou o pagamento de fiança, dessa vez de apenas R$30 mil reais e ele foi posto em liberdade. 

Nos laudos do Instituto Médico Legal, a possibilidade de manipulação dos exames, que até hoje não foi explicada, gera a sensação de que no Pará, gente rica e com amigos influentes na política jamais são condenados ou respondem pelos seus crimes como deveriam.

O blog AS FALAS DA PÓLIS apurou que a família Maiorana não permitiu que nenhuma nota fosse divulgada por nenhum dos seus veículos de comunicação e pediu que as demais empresas fizessem o mesmo, tendo o seu principal concorrente, o jornal Diário do Pará retirado - minutos depois de ter publicado em seu portal - a notícia sobre o acidente causado por Giovanni Maiorana.

O portal Roma News, de propriedade de Giovanni Maiorana e seu pai, Rômulo Maiorana Jr, também retirou a matéria onde informava sobre o acidente que envolveu o assessor de Helder Barbalho e tudo já está na mais perfeita ordem entre as famílias que controlam a grande mídia no Estado do Pará.

sexta-feira, julho 13, 2018

Eder Mauro e Priante negociam aliança de Bolsonaro com Barbalhos. Seguidores se recusam a acreditar



Por Diógenes Brandão


Há duas semanas atrás, o deputado federal Eder Mauro (PSD) gravou um vídeo rebatendo acusações feitas pelo deputado federal Wladimir Costa (Solidariedade), que o acusou de ser  pau mandado da família Barbalho. A partir disso, diversos dos seus próprios seguidores passaram a indagar o posicionamento do deputado-delegado. 

Monossilábico, ele nega, mas não convence a todos e por isso continuam perguntando-lhe se ele tem ou não um acordo político com a família de Jader e Helder Barbalho. 



Com a visita de Jair Bolsonaro ao Pará, jornalistas perguntaram-lhes como seriam feitas as alianças eleitorais do PLS e na matéria 'Só não vamos fazer pacto com o diabo', afirma Bolsonaro, do jornal O Estadão, fica claro que Eder Mauro e o deputado José Priante (MDB), primo de Helder, são os responsáveis pelas negociações entre o partido de Bolsonaro e o MDB de Helder e Jader Barbalho, onde o filho disputará o governo do Estado do Pará e o pai uma vaga ao senado.

Em um trecho da matéria acima citada, podemos ler a seguinte informação: 

Em visita a Marabá nessa quinta-feira (12), ao ser questionado pelo Estado sobre a aliança, Bolsonaro afirmou que não participa das conversas de aproximação entre o PSL e o MDB no Pará, que na prática representa uma aliança indireta com o clã Barbalho para formar palanques, mas que não pode evitar acordos nas sucessões estaduais. "Se o nosso foco é a cadeira presidencial, paciência", disse o pré-candidato. "Só não vamos fazer pacto com o diabo" .

Logo mais a frente, outra informação precisa:

"O PSL tem um diálogo com o grupo oposicionista (ao governo do Pará), mas uma aliança ainda está indefinida", completou. Em Brasília, a costura entre o PSL e Helder é conduzida pelos deputados paraenses Eder Mauro (PSD), pai de Rogério, e José Priante (MDB), primo de Jader. Mauro desconversa sobre as negociações, mas adianta, porém, que nas conversas com Helder, está acertado que ele ditará a segurança pública no Estado num eventual governo do grupo."

Com a aliança, Bolsonaro amplia e consolida efetivamente sua intervenção política no Pará, usando o palanque de Helder Barbalho e recebendo uma ajuda positiva em sua imagem, seja através do uso político eleitoral feito pelo jornal Diário do Pará, bem como nas emissoras de rádio e TV da RBA - Rede Brasil Amazônia de Comunicação, pertencentes à família Barbalho, onde Eder Mauro já goza de diversas participações em programas e matérias supostamente jornalísticas, mas que firmado o acordo, ganharia mais apoio político dos prefeitos e toda a rede que dá amparo ao MDB no Pará, tanto na esfera jurídica, quanto no setor empresarial e, claro, mantendo-se em evidência nos meios de comunicação da oligarquia local.

Como nenhum dos citados nega e nem assume a possível aliança em suas redes sociais, parte dos seguidores e pretensos eleitores de Bolsonaro, Eder Mauro, Helder e Jader Barbalho parecem não quererem acreditar que isso seja verdade. 

Tratados como cego no meio de um intenso tiroteio, onde a descrença e a desconfiança imperam, no meio de versões e especulações, só lhes resta tirar suas próprias conclusões sobre o pragmatismo político desta campanha eleitoral, já que a classe política a cada dia que passa conta com menos credibilidade perante a sociedade brasileira. 

O problema são os eleitores, que independente de qualquer coisa que aconteça ou fiquem sabendo, continuam votando nos seus ídolos e ao mesmo tempo, como se sofressem de um distúrbio bipolar, reclamam da classe política que temos.

A partir do compartilhamentos nas redes sociais é possível ler diversos comentários de seguidores, sobretudo de Bolsonaro, recusando-se a acreditar no que lêem e acabam acusando a informações da probabilidade da aliança com os Barbalhos como sendo uma Fake News. 

Veja alguns destes comentários:








domingo, agosto 06, 2017

Márcio Miranda e a capa da discórdia do Diário do Pará

Manchete de capa do jornal Diário do Pará dispara contra presidente da ALEPA e respinga em servidora da ALEPA, que cobra retratação por 'inverdades'. 

Por Diógenes Brandão

Tal como sugere o título, o assunto desta postagem é a manchete de capa do jornal Diário do Pará deste domingo (06), exatamente há um ano antes do início da campanha eleitoral de 2018, quando os paraenses irão às urnas votar para presidente, governador, senadores, deputados federais e estaduais. 

Talvez por essa coincidência, o jornal da família Barbalho que tem um dos seus membros como pré-candidato ao governo do Pará, Helder Barbalho (PMDB), tenha resolvido substituir o nome do governador Simão Jatene - ou falado da derrota do Paysandu e dos números da violência - e ter carimbado o nome de um possível futuro oponente: Márcio Miranda (DEM).
 
Mesmo que esteja implícito, o objetivo de desgastar a imagem do presidente da ALEPA já está em curso há alguns meses. Iniciou com notinhas capciosas e meticulosamente pensadas com o intuito de preparar o terreno para a guerra, que pelo visto já começou e agora foi dado um disparo do principal canhão do PMDB no Pará, o jornal. Não demora muito para vermos o nome de Márcio Miranda sendo citado ao lado de notícias policialescas, nos programas 'Barra Pesada' e 'Metendo Bronca'.

As viagens do bloco da 3ª via

Os 'tiros' aumentaram por algum destes dois motivos: Ou pesquisas encomendadas pelo PMDB revelam que a candidatura de Márcio Miranda tem viabilidade para o governo e/ou senado, ou o presidente da ALEPA está em débito com a bancada do PMDB. 

No caso da primeira hipótese ser a mais plausível, Márcio Miranda, que anda pra cima e pra baixo, conversando com prefeitos, empresários, deputados, vereadores e dirigentes de diversos setores da economia paraense, talvez já apareça com uma boa ou razoável margem de aprovação nos gráficos das aferições estatísticas feitas depois da última pesquisa realizada no Pará.


Se o sintoma revelado pelo jornal for débitos de alguma espécie com os deputados do PMDB, o problema tende a ser de fácil solução para o presidente da casa, já que Mário Miranda foi eleito por 03 mandatos consecutivos, mas se for a disputa pelo governo ou uma das duas vagas ao senado, que serão disputadas no tapa em 2018, aí o negócio vai esquentar.

Os mais atentos já perceberam que a sucessão de Simão Jatene é altamente disputada não só no seu próprio partido, como em sua vacilante e cada dia mais rachada base aliada. DEM, PSB e PSC, por exemplo, já iniciaram diversas conversas para a formação de um 'bloco', que mesmo não tendo avisado ao governador, já emitem sinais de que não irão seguir outro tucano nas eleições de 2018. 


A fila anda e os deputados destes partidos tem andando o Pará freneticamente. Basta olhar as redes sociais deles e percebe-se que a pré-campanha, embora muito mal feita, está de vento em popa nas ruas e nas redes.

Jornal e jornalista são criticados por blogueira que espera retratação

A jornalista, advogada, blogueira e servidora da ALEPA, Franssinte Florenzano, assim que viu seu nome na referida matéria de capa do jornal Diário do Pará, usou seu blog para 'soltar os cachorros' em cima do jornalista Mauro Neto, que redigiu a matéria e contra o próprio jornal, dizendo que ele atacou Mário Miranda, de quem ela é assessora.

Franssinete chega a afirmar que o jornal faltou com a verdade ao dizer que ela recebe o supersalário de R$52,6 mil, tal como consta na matéria, o que segundo ela própria afirmou, "estaria acima do teto constitucional e, portanto, fora da lei". Logo em seguida ela conclui o primeiro parágrafo do post, também compartilhado em seu perfil no Facebook, dizendo: "A verdade, a justiça e o jornalismo passaram longe do texto".

Mostrando o contra-cheque com o salário de R$20.440,85 e explicando ser servidora de carreira, com o cargo de confiança como a assessora DAS.6 da Secretaria Legislativa, onde Márcio Miranda é seu chefe direito, Franssinete mostra-se indignada com o envolvimento do seu nome no imbróglio e finaliza cobrando a retratação do jornal e do jornalista que assinou o texto, dizendo: "Aguardo a devida retratação por parte do jornal Diário do Pará e de Mauro Neto, a fim de que prevaleça a verdade, a ética e o verdadeiro jornalismo, com "J" maiúsculo, como merecem os paraenses."

O blog ainda vai publicar a matéria do jornal Diário do Pará que traz como manchete: Márcio Miranda gasta 129 milhões com assessores.


domingo, fevereiro 26, 2017

Jornais paraenses encalham nas bancas



Sucessivas edições dos dois jornalões paraenses, Diário do Pará e O Liberal, encalham nas bancas de revistas e pontos de vendas espalhados por Belém. Nem o tablóide Amazônia, "filho" caçula das ORMs, que mesmo sendo vendido a preço de bombom, consegue esgotar suas vendas. Em Abril, o "Amazoninha", como é chamado pelos jornalistas que lá trabalham, completa 17 anos de existência e não terá muito a comemorar.

Mesmo reduzindo o número de impressos, os barões da mídia paraoara, assistem dia após dia, grande parte das suas edições serem devolvidas para as empresas das famílias Maiorana e Barbalho. 

Em compensação, as versões digitais ampliam seus acessos paulatinamente. 

O jornal Diário do Pará criou sua versão online, deixando todas as edições liberadas para os internautas, enquanto o concorrente ainda cobra assinatura para que os leitores tenham acesso ao seu conteúdo na web.

terça-feira, novembro 22, 2016

O Liberal em fúria



Por Lúcio Flávio Pinto, em seu blog

Hoje é um dia em que se pode ler com proveito o Repórter 70, a principal coluna de O Liberal.

Os Maioranas sempre fizeram parte do poder. Por frequentarem seus bastidores e alcovas, têm informações privilegiadas no circuito da restrita elite local. Em geral, reservam para si esse cardápio privilegiado. Mas quando seus interesses (contrariados ou não integralmente satisfeitos) exigem, destilam informações, mas em linguagem cifrada.

Assim a mensagem vai diretamente aos destinatários, só resvalando pela opinião pública. E de tal forma codificada que sugere o que os personagens precisam fazer para corresponder às expectativas do autor da mensagem. Mais uso lateral da informação para fins políticos e comerciais do que exatamente jornalismo.

PRIMEIRA NOTA                                                                     

A nota de abertura da coluna é só maldade. Diz:

“Todos estão carecas de saber que corre sangue dos Barbalhos nas veias do advogado Sábato Rssetti, contratado para defender o prefeito Zenaldo Coutinho no processo de cassação do TRE.

O que pouca gente sabe – comenta-se nos bastidores do tribunal– é que teria sido o próprio advogado camaleão que armou a arapuca que quase tirou o prefeito da eleição e agora barganha uma saída para a contenda judicial, que estaria empatada em 3 a 3 no pleno do Tribunal, faltando um voto para decidir em favor de Zenaldo ou Edmilson. A questão é: para qual dos dois lados sobrará o preço alto dessa fatura?”.

De pronto a nota sugere que os votos – no todo ou em parte – foram comprados. Se não em dinheiro vivo, em função de algum jogo de pressão fora dos autos. Para não lançar lama sobre pessoas limpas ou condenar inocentes, a coluna, se praticasse o jornalismo, prosseguiria na notícia, substituindo a especulação por fatos.

Daria então os nomes dos três juízes que estão a favor de Zenaldo Coutinho, do PSDB, o vencedor da eleição, e dos outros três do lado de Edmilson Rodrigues, do PSOL, o derrotado nas urnas, que apelou para o judiciário, acusando o rival de abuso de poder para conseguir votos. Uma vez identificados os juízes definidos, ficaria revelado o nome daquele que teria o voto de Minerva.

Como sobram especulações e insinuações, a nota pode ter o objetivo de queimar Rossetti com o seu cliente. Ou, em manobra mais tortuosa, criar a imagem de traído para Zenaldo conseguir simpatia.

SEGUNDA NOTA

A segunda nota da coluna é mais um disparo contra os seus terríveis concorrentes comerciais e inimigos políticos, os Barbalhos:

“O cerco está se fechando em torno das concessões de rádio e TV dos Barbalhos. Ao endossar as cassações, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acabou jogando um balde de água fria nos planos do ministrinho [trata-se de Helder Barbalho, da Integração Nacional] de pavimentar sua candidatura ao governo do Estado, em 2018, numa campanha que já dura quatro anos e tem nas emissoras de rádio e TV uma espécie de mala propulsora. Bem, a mentira tem pernas mais curtas do que se pensa”.

A observação procede: se for cumprida a lei, os Barbalhos perderão mesmo as concessões públicas. Eles e dezenas (ou centenas) de políticos na mesma situação em todo país. Até agora a lei não foi cumprida nesses casos.

Só faltou acrescentar que se os Barbalhos usam seus veículos de comunicação como mola propulsora da candidatura de Helder, os Maioranas usam as suas como instrumento de faturamento, poder e prestígio. O roto falando do esfarrapado.

TERCEIRA NOTA

Por ironia, com 48 horas de atraso, o Repórter 70 repetiu o comentário que o Repórter Diário, a principal coluna do Diário do Pará, fez no domingo e este blog meses atrás:

“Tem um influente desembargador do Tribunal de Justiça tentando fazer lobby junto ao governo do Estado para aumentar mais seis vagas no desembargo. O objetivo seria preencher o cargo com a nomeação de um parente próximo. É esperar e conferir”.

O desembargador é Milton Nobre. O parente é o seu filho, Marcelo, que responde pelo escritório do ex-presidente do TJE desde o seu afastamento para assumir um dos lugares do tribunal. Como vai se aposentar (é o decano dos desembargadores), Milton está articulando para o filho ser indicado na vaga que pertence à OAB, no quinto constitucional, caminho por ele mesmo seguido até o desembargo, sem precisar fazer carreira na magistratura.

Daí a necessidade de mais seis vagas para a garantia da eventual presença de Marcelo na lista de candidatos à vaga, primeiro no processo eleitoral da Ordem para montar a lista que será submetida ao despacho final do governador Simão Jatene.

Por que o R-70 não deu os nomes? Porque deve estar querendo estabelecer um entendimento à parte com Milton Nobre? Porque há alguma divergência entre eles? Ou o desembargador traiu os Maioranas?

Aliás, para ser fiel à “verdade verdadeira”,  diga-se o certo: quem está por trás dessas notas costuma ser apenas um único deles, Romulo Maiorana Júnior.

Ele deve estar furioso com alguma coisa, como a ingratidão. Por isso a primeira nota Em Poucas Linhas, com licença da lógica: “O assoalho do inferno é feito de tábua [naturalmente, de madeira que não queima] e mal-agradecidos. E por falar nisso, em Belém é o que não falta”.

Enfatizando a revolta, a citação de uma frase de 32 anos atrás atribuída a Romulo Maiorana, o pai: “Não quero que me paguem pelo bem que faço. Quero que Deus me ensine a perdoar os ingratos”.

Para o redator da coluna, Romulo estava se referindo “àqueles que costumam virar as costas a quem o [os] ajudou em momentos difíceis”.

Por favor, ingratos: se apresentem, assumam suas culpas e paguem (mas paguem mesmo) a penitência pelo grande delito cometido.

domingo, novembro 20, 2016

Paulo Rocha responde acusações de militante do PT

Acusado de receber propina e de práticas corruptas, Paulo Rocha se defende das acusações de um militante do PT.

No jornal Diário do Pará

Uma bomba política estourou nas mídias sociais esta semana, com a divulgação de um vídeo gravado por Josué Carvalho Costa, militante do PT, com denúncias contra o senador Paulo Rocha (PT/PA). Entre as acusações, estavam o suposto uso de tráfico de influência, direcionamento de licitações e divisão de propina, entre 2008 e 2010. Envolve programas do Governo Federal, merenda escolar na Secretaria de Estado de Educação, lobby na Companhia Docas do Pará e cartão-alimentação para uma empreiteira de Belo Monte. O delator diz que praticou atos ilícitos e que foi aconselhado a vender uma casa, para pagar dívidas de campanha do senador. O DIÁRIO procurou o senador Paulo Rocha para falar sobre o assunto.

P - Josué Carvalho, que está fazendo acusações contra o senhor, foi seu assessor, já prestou serviços ao senhor?

R Não. Nunca. Conheço Josué como um filiado do PT que sempre circulou em nosso meio. Nunca pedi nada a ele e nem o autorizei a tratar de qualquer coisa em meu nome.

P - Como o senhor explica a acusação de que ele era uma das pessoas responsáveis por arrecadar dinheiro para suas campanhas?

 R É pura invenção dele. As contas das minhas campanhas, desde 1990, quando disputei a primeira eleição para a Câmara Federal, foram todas aprovadas pela Justiça Eleitoral.

P - Josué cita uma pessoa como lobista, a senhora Tiana Marques, que teria operado como mediadora entre empreiteiras de obras e as prefeituras onde deveriam ser construídas casas do programa Minha Casa, Minha Vida.

R O Minha Casa, Minha Vida tem regras claras. Quem gerencia o programa é a Caixa Econômica Federal. Essa história é mais um delírio de Josué. Vou fazer uma representação à Procuradoria Geral da República (PGR) para que Josué apresente provas de todas as acusações que fez contra mim.

P - Mas Tiana Marques é sua lobista? 

R. Não tenho lobistas. Tiana é minha amiga. Sou uma pessoa que dialoga com todo mundo. Recebo no meu escritório, em Belém, e no meu gabinete, em Brasília, do cidadão comum a qualquer autoridade, representantes de movimentos sociais, empresários. Estou sempre aberto para a formulação de ações legislativas, de mediação de conflitos e na busca de solução para os interesses do Pará.

P - E o envolvimento da senhora Socorro Pirâmide, diretora-financeira da Companhia de Docas do Pará (CDP), acusada de articular um esquema chamado de “mensalinho” a seu favor?

R - É outro desatino do meu acusador. A senhora Socorro Pirâmide é uma servidora íntegra, que sempre agiu com muita lisura na diretoria da CDP.

P - Josué também lhe acusa de receber propina de um conluio sobre merenda escolar na Seduc, cujo beneficiado seria o empresário do ramo de alimentação Paulo Góes.

R - Não tenho nada a ver com a Seduc ou merenda escolar. Tenho o maior interesse no esclarecimento dessa gravíssima e irresponsável acusação. É por isso que estou entrando com uma representação na PGR. Segundo tomei conhecimento, o Ministério Público Estadual no Pará já instaurou um procedimento que certamente vai convocar o senhor Josué, que terá de apresentar provas das denúncias.

P - Ele acusa os mesmo personagens, Tiana Marques e Paulo Goés, de serem beneficiados na contratação, pela empresa Andrade Gutierrez, de cartão-alimentação para as obras da usina hidrelétrica de Belo Monte. Como o senhor reage a isso?

R - Quando eu assisti ao vídeo com essas acusações, percebi que as tais “denúncias” são inconsistentes. Não têm data, valor, não informa os critérios de contratação de uma empresa privada, se houve disputa, quem participou e se houve fraude. Mais uma vez, vou repetir: quero que ele apresente as provas do meu envolvimento.

P - O denunciante também cita dois coronéis da Polícia Militar que, juntos com o seu assessor, Albertinho Leão, teriam arrecadado dinheiro para o senhor.

R Mais uma mentira. Pra começo de conversa, Albertinho Leão não era meu assessor no período a que ele se refere. Creio que os dois oficiais da PM e mais o Albertinho Leão também devem ter o maior interesse que a verdade venha à tona.

P - O que o senhor tem a dizer a respeito da denúncia de arrecadação de R$ 1 milhão para que o senhor adquirisse um apartamento em Brasília?

R - Isso demonstra que determinadas pessoas não têm limite quando se trata de atingir a honra alheia. Em Brasília, minha esposa (que é de lá) tem um apartamento, adquirido através de financiamento, pago mensalmente. Quem me conhece sabe que não tenho casa em Belém, onde ocupo um apartamento alugado há mais de 15 anos. O espaço onde funciona o meu escritório também é alugado. Por isso, essa é uma das acusações que mais me magoa, pois nunca fiz política visando qualquer ganho pessoal. Meu trabalho está voltado ao interesse coletivo. Quem quiser que investigue a minha produção em mais de 25 anos de atuação no parlamento brasileiro.

P - A última acusação de Josué Carvalho foi de que o senhor mandou que ele vendesse a casa dele para pagar dívidas da sua campanha.

R - Outra mentira. Isso me deixou indignado. Eu jamais agiria dessa maneira. Qualquer pessoa inteligente raciocina que só um cidadão insano é capaz de vender a casa que abriga a sua família para pagar uma dívida que não é sua. Aqui está, provavelmente, a causa desse amontoado de acusações contra mim. Nunca contratei nada com o senhor Josué e nem o autorizei a usar meu nome para qualquer tipo de negociação com quem quer que seja. Por isso, recorro ao único caminho que me resta, a via judicial, para provar que não procedem nenhuma das acusações contra mim. 

P - O senhor descarta motivações políticas por trás do ato de Josué? 

R - Não quero acreditar que possa haver outra motivação além da chantagem, mas não descarto. Suponho que movido por pressão de algum credor, que o chantageia, Josué se desfez de seu único imóvel e agora precisa arranjar um culpado para justificar a sua situação.

P - O poder mudou a sua vida pessoal? 

R - Não. E é por isso que fico indignado com essa tentativa de enlamear a minha vida. Mantenho os mesmos hábitos simples de quando atuei no movimento sindical. Meu empenho foi sempre dedicado à luta por conquistas sociais e não me deixei seduzir pelos encantos do poder. Não acumulei bens, nem ostento um padrão de vida diferente da minha condição de servidor público. Então, é inaceitável que tentem me atingir naquilo que é mais sagrado para mim: a minha integridade moral no trato com a coisa pública.

Leia também Petista denuncia senador Paulo Rocha de receber propina

quinta-feira, julho 28, 2016

Você é contra ou a favor do Escola sem Partido?



O Diário do Pará On Line realiza uma enquete para saber a opinião dos internautas sobre o projeto Escola Sem Partido. Simplista, a enquete não aprofunda o debate, mas apura uma impressão dos leitores.

terça-feira, março 15, 2016

Anti-petista comanda jornal da família do ministro Helder Barbalho

Por Diógenes Brandão

A militância do PT e demais partidos e movimentos sociais paraenses, que lutam com muito esforço para manterem a defesa do governo da presidenta Dilma, não conseguem entender o motivo do jornal Diário do Pará, de propriedade da família do Ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos, Sr. Helder Barbalho em contratar como editor chefe o jornalista Klester Cavalcanti, que saiu da VEJA para ser o principal responsável do impresso.

Desde que chegou ao Pará para assumir a direção do jornal Diário do Pará e do site DOL - Diário OnLine, Klester Cavalcanti trouxe mudanças na linha editorial dos veículos de comunicação da família Barbalho, que agora passaram a ser mais críticos ao PT e favoráveis ao impeachment de Dilma. 

Embora o jornal e demais veículos de comunicação da família Barbalho façam um enfrentamento com o PSDB, o qual governa o Estado com Simão Jatene (PSDB) e as duas maiores prefeituras da Região Metropolitana, como a capital Belém e Ananindeua, que tem como prefeitos Zenaldo Coutinho e Manoel Pioneiro, respectivamente, ultimamente o jornal tem feito uma clara demostração de apoio do quanto pior, melhor.

Ex-editor da VEJA, o jornalista não nega pra ninguém que não gosta do Lula, de Dilma e muito menos do PT. Com uma frequência mais do que anormal para profissionais que ocupam cargo tão importante na imprensa, Klester faz questão de usar suas redes sociais, assim como as capas e manchetes de matérias internas do jornal que dirige, para afirmar críticas ácidas e posições contrárias ao governo e o partido da presidenta. 

É certo que a liberdade de imprensa, assim como a liberdade de expressão garantem a todos divergir politicamente de qualquer pessoa ou instituição, e ninguém precisa gostar de alguém e muito menos jornalistas tem a obrigação de terem simpatia por políticos aliados dos seus patrões, mas o comportamento do editor chefe do jornal da família Barbalho, torna-se surpreendente, já que não vemos o mesmo acontecer com frequência em outros veículos de imprensa no Brasil. Mesmo assim, Klester foi escalado para comandar mudanças no Diário do Pará, que, coincidência ou não, sua contratação consolidou-se tão logo depois Helder tornar-se ministro de Dilma. 

O blog AS FALAS DA PÓLIS já havia replicado a nota do blog do jornalista Lúcio Flávio Pinto, quando este registrou a contratação de Klester Cavalcanti, indagando o motivo da importação deste profissional, já que o Pará possui muitos jornalistas talentosos para o seu ofício, assim como quis saber se a circulação de 32 a 35 mil exemplares durante a semana e 40 mil aos domingos, ainda se mantém. Até hoje não obtivemos respostas.



DIÁRIO DO PARÁ APOIOU AS MANIFESTAÇÕES 

Não precisa se esforçar muito para perceber que a foto de capa e a manchete escolhidas para a edição do jornal Diário do Pará, nesta segunda-feira (14) foi mais do que a retratação da manifestação dos opositores do governo de Dilma em Belém, é mais uma das inúmeras demostrações que o jornal anda na contra-mão da permanência da presidenta no cargo que o povo, através do voto, lhe outorgou em Outubro de 2014.

No entanto, Klester Cavalcanti prega o moralismo e a saída antecipada do atual governo, atitude típica de outros jornalistas vinculados aos periódicos opositores. Seja nas orientações para sua equipe de jornalismo, quanto no seu perfil no Facebook, o manda-chuva do Diário do Pará faz pior: declara abertamente que discorda até a medula que o PT continue no poder, pregando de forma insistente de o mandato de Dilma precisa ser golpeado o quanto antes.


Além disso, o jornalista usa matérias de outros jornais para atacar explicitamente Lula, Dilma e o governo.





sexta-feira, dezembro 18, 2015

Como os jornais retrataram as manifestações contra e a favor do Impeachment



Por Diógenes Brandão

Depois de uma manhã inteira com o WhatsApp fora do ar, assim que o aplicativo voltou à sua normalidade, vários grupos de debates políticos no Estado do Pará, avaliaram o ato realizado em Belém, na noite desta quarta-feira (16), onde cerca de 3000 manifestantes da capital e do interior, se concentraram na praça da República, no centro, de onde saíram às ruas da cidade contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, atendendo a convocação da Frente Brasil Popular.

Segundo comentários colhidos na mídia social, além de não ter uma única chamada na capa da edição desta quinta-feira (17), a matéria "Marcha defende o mandato de Dilma", assinada pela jornalista Leidemar Oliveira, foi publicada em uma página localizada numa área tida como escondida, sem muita visibilidade no jornal Diário do Pará. Além disso, há um grave erro na matéria, que diz que a CUT foi a manifestação foi organizada pela CUT.

Na verdade, a manifestação fez parte de uma programação nacional planejada, organizada e coordenada pela Frente Brasil Popular, da qual fazem parte diversos movimentos sociais e partidos da esquerda brasileira, em uma relação horizontal e participativa.

Dirigentes de sindicatos, lideranças de partidos e de movimentos sociais que estiveram nas ruas, mesmo sob a chuva que caiu na cidade, na hora e durante o ato, concordaram com o fato do jornal Diário do Pará ter dado pouca visibilidade à manifestação realizada.

Para José Oeiras, coordenador do Comitê da Ação Cidadania Contra Fome no Estado, o comportamento do jornal deixa evidente que a linha editorial resolveu não dar muito destaque para a manifestação, diferente do que aconteceu ao noticiar as manifestações favoráveis ao impeachment. "A diferença é gritante", concluiu.

A analise do ativista social encontra a concordância de muitos internautas, que lembraram que além de uma capa e uma longa e destacada matéria publicada no jornal da família Barbalho, chama a atenção de quem sabe que o jornal Diário do Pará, que faz parte do complexo comunicacional da família do senador Jader Barbalho.

Jader foi o principal patrono da candidatura de seu filho, o ex-ministro da pesca e atual Ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos, Helder Barbalho, que concorreu as eleições de 2014 com apoio de 11 partidos, entre eles, o PT e PCdoB e que por sua vez possuem militantes nos movimentos sociais que marcharam em defesa do mandato da presidente Dilma, a chefa de Helder.

Para a professora Socorro Coelho, presidente do SINDPROIFES - Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior do Pará, a matéria "Em Belém, manifestantes enfrentam chuva" publicada pelo Jornal OLiberal, foi bem mais esclarecedora e positiva em relação aos manifestação, do que a matéria do jornal concorrente, o Diário do Pará.

Para a sindicalista foi justamente isso que causou tanta estranheza, pois segundo ela, "10 entre 10 paraenses sabem que a família proprietária do jornal OLiberal é adversária de Dilma, do partido da presidente e caminha sempre alinhada com a maioria dos grandes veículos de imprensa no Brasil, que também o são. Sem falar que os movimentos sociais são criminalizados pela grande mídia, o que precisa ser repensado com a regulação da imprensa, tal como fizeram muitos países ao redor do mundo, como a Inglaterra e o Canadá", concluiu.



Na publicação "Bonecos de Eduardo Cunha e Eder Mauro são alvo de críticas em Belém", o blog traz em destaque uma das fotos que faz parte da matéria publicada no jornal OLiberal. 

O fotografo Elcimar Neves, do Diário do Pará foi visto registrando os mesmos bonecos, mas pelo que se pode concluir, a direção do jornal preferiu vetar a imagem que criticou o presidente da câmara dos deputados e do delegado que tornou-se deputado.

Veja as imagens abaixo e tire suas próprias conclusões:

Capa do jornal Diário do Pará desta quinta-feira, um dia após as manifestações de rua em todo o Brasil, que levaram milhares de pessoas para enfrentar a chuva e o cansaço de um dia de trabalho para a maioria e de viagem para outros que vieram de várias cidade do interior, lutar contra o Impeachment da presidente Dilma.
Manifestantes, lideranças de partidos e movimentos sociais estranharam o tamanho, a localização e o pouco destaque à matéria sobre a manifestação contra o Impeachment, publicada pelo jornal Diário do Pará, nesta quinta-feira (17).

Manifestação contra Dilma, foi publicada com destaque na capa do jornal Diário do Pará, na edição do dia posterior da última grande manifestação, que pediu o impeachment da presidente.
Assim como na capa, a matéria da edição do dia posterior da última grande manifestação, que pediu o impeachment da presidente Dilma, ganhou destaque e volume superior ao que foi publicado ontem, após a manifestação contra a saída premeditada do governante do Brasil.

domingo, junho 21, 2015

Diário em mudança



Jader Filho disse ao Portal dos Jornalistas, editado em São Paulo, que a contratação de Klester Cavalcanti para ser o gerente de redação do Diário do Pará faz parte de um amplo pacote de mudanças para que o jornal se ajuste aos novos tempos, cujo conteúdo disse ainda não poder revelar.

“Embora os impressos aqui ainda tenham relevância, grandes tiragens e publicidade, precisamos nos preparar para a transição, não podemos esperar a água bater no nariz. Para isso, estamos começando a tomar uma série de medidas, que ainda não posso divulgar. A vinda do Klester faz parte desse pacote. Ele veio bem recomendado, tem um perfil que considero adequado, já viveu aqui e conhece a realidade local. Chega com a missão de oxigenar os nossos processos, trazer novas ideias e formar pessoal”.

O principal executivo do Diário assegurou que não se preocupa com alguma eventual resistência pelo fato de o substituto do paraense Gerson Nogueira, que ocupava o extinto cargo de diretor de redação, ser de fora do Estado: “Não podemos ficar isolados. Esse intercâmbio vai ser muito bom para nós. Além do mais, vou acompanhar bem de perto o processo. Ainda que eu seja presidente da empresa, gosto do ofício, estou sempre junto da Redação”. Klester vai comandar uma equipe que tem perto de 70 profissionais, acrescentou o Portal dos Jornalistas.

Jader Filho podia aproveitar para explicar para os leitores do seu jornal por que a empresa decidiu substituir o cargo de diretor pelo de gerente da redação. E se a importação de um jornalista de conceito nacional, por um valor certamente superior ao do mercado local, será complementada pela melhoria das remunerações e das condições de trabalho na redação do jornal.

Seria também a oportunidade para revelar qual é a circulação do Diário. Os editores do portal lhe atribuíram a circulação de 32 a 35 mil exemplares durante a semana e 40 mil aos domingos. Mas até hoje o jornal não divulgou as estatísticas produzidas pelo IVC, ao qual se filiou quando da saída do concorrente, O Liberal.

domingo, novembro 23, 2014

Deputado Wladimir Costa questiona jornal, mas não explica seu patrimônio


A denúncia feita pelo Ministério Público Federal ao Supremo Tribunal Federal de que uma ONG do município de Barcarena-PA recebeu em dinheiro vivo, a bagatela de R$ 230.000,00 através de um convênio com a Secretaria de Esporte e Lazer do Estado do Pará para a realização de um torneio de canoagem, que nunca ocorreu e da compra de uma luxuosa cobertura tríplex, em Copacabana-RJ, em nome da mãe do deputado federal Wladimir Costa (SDD-PA), foram suficientes para que o parlamentar publicasse um vídeo em sua página no Facebook, acusando a família Barbalho e sua empresa de comunicação de persegui-lo politicamente.

Segundo o deputado, a perseguição seria pelo fato dele ter ajudado na reeleição do governador Simão Jatene (PSDB), que venceu no segundo turno, o candidato ao governo do Estado do Pará Helder Barbalho (PMDB), filho do senador Jader Barbalho, "dono" da Rede Brasil Amazônia de Comunicação.

Entre os diversos comentários feitos no vídeo, a jornalista que apura o fato pelo jornal Diário do Pará, provoca Wlad a se manifestar sobre o caso, mas não obtém aquilo que o ex-radialista sempre cobrou dos políticos: Transparência e coragem para responder tudo que lhes for perguntado, quando se envolve denúncias de desvio de dinheiro público.

"Deputado Wladimir Costa, continuo insistindo para que o sr. responda às perguntas que fiz na matéria que eu - e apenas eu - estou escrevendo para o Diário. Como avisei ao sr. por WhatsApp, a matéria sai nesse domingo sim sem a manifestação do sr. que não quer me atender por telefone. Mais uma vez obrigada por sua atenção. Luiza Mello - Correspondente do Diário do Pará em Brasília."

Assim como o senador Aécio Neves (PSDB-MG) prefere viver na cidade maravilhosa ao invés de sua cidade-natal, o deputado Wladimir Costa também tem todo o direito de gozar com sua família de uma vida de luxo em qualquer lugar do mundo. Basta no entanto, comprovar a fonte do dinheiro que possibilita ostentar tantos imóveis, automóveis, empresas, etc.

Dizendo ter sido um garoto que vivia no ver-o-peso e hoje possui várias rádios comunitárias no interior do Estado, Wlad não é nenhum coitadinho sem poder, como sugere no vídeo. Ele que foi lançado na política pelo PMDB, partido que é presidido pelos que hoje acusa de perseguirem-no, hoje é um dos deputados federais mais ricos do Estado do Pará. 

O blog acompanhará mais este caso que o jornal OLiberal e o Amazônia Jornal, da família Maiorana, fazem questão de fazer conta que não existe, justamente por envolver mais uma grave suspeita de corrupção no governo de Simão Jatene, aliado dos empresários que concorrem com as empresas que estão noticiando o fato.

segunda-feira, novembro 10, 2014

DOXA: O erro das pesquisas e o resultado eleitoral

Numa disputa acirrada, institutos de pesquisa divergiam quanto aos números da preferência do eleitorado.

Dornélio Silva é um dos cientistas políticos mais experientes em análises e pesquisas eleitorais do Estado Pará e também o responsável pela Doxa Comunicação, um dos quatro instituto de pesquisa que checaram a preferência do eleitorado local durante as eleições de 2014.

Mesmo tendo tido suas pesquisas para presidente e governador divulgadas pela Revista Época, Dornélio revela que foi prejudicado com a suspensão da divulgação de quatro pesquisas realizadas pelo seu instituto e duas semanas após o resultado das eleições 2014, destaca os principais elementos que interferiram no resultado eleitoral, entre eles, o erro do PT ao coligar-se com o PMDB e o fato de ter sido provocado a alterar o resultado de uma de suas pesquisas, o que ele rechaçou.

AS FALAS DA PÓLIS: Como você avalia a campanha 2014?

Dornélio Silva: Foi uma das campanhas mais acirradas e disputadas dos últimos pleitos da história do Pará. E é a primeira em que um político consegue um terceiro mandato no Pará. Também foi a primeira vez que Simão Jatene participa de uma campanha como candidato a reeleição. A primeira, quando ganhou, foi indicado e apoiado por Almir Gabriel (governador a época), depois de quatro anos quando defenderia seu mandato numa reeleição, não foi candidato, deu lugar a Almir Gabriel que foi derrotado por Ana Júlia; em 2010, Ana Júlia não consegue se reeleger e é derrotada por Jatene. Agora, sim, 2014 Jatene é candidato à reeleição. Ressalte-se que foi uma campanha atípica dentro de um Pará dividido (a primeira após o plebiscito que pretendeu dividir o Pará em três unidades federativas); além disso foi o confronto de dois grupos (econômico e de comunicação) que se debateram nesse processo. Os interesses eram grandiosos. Daí o acirramento intenso e o nível muito rasteiro da campanha.

AS FALAS DA PÓLIS: O PSDB até poucos meses das convenções estava, praticamente, sem candidato. Muito em função da indefinição do governador Simão Jatene em não sair. Isso pode ter beneficiado o avanço do candidato Helder Barbalho?

Dornélio Silva: Com certeza, só para exemplificar, em outubro de 2013 a Doxa fez uma pesquisa estadual em que Jatene estava 10 pontos a frente de Helder. De outubro até a decisão final de que Jatene, de fato, seria candidato à reeleição, aconteceu um vácuo de indecisão política no PSDB. “Jatene iria renunciar ao mandato pra disputar fora do cargo por que não concordava com o instituto da reeleição”; “Jatene não seria mais candidato”. Essa indefinição causou problemas internos ao PSDB e aliados, bem como entre apoiadores históricos ao PSDB. Nesse quadro nervoso, Helder Barbalho e seus aliados ocupam esse vácuo deixado pela indefinição tucana. E seu potencial de intenção de voto cresce. Helder e seus aliados começam a jogar sozinhos, sem concorrentes a altura. Quando as arestas internas do PSDB foram aparadas e Jatene define-se como candidato - o único que poderia enfrentar o avanço de Helder -, os aliados históricos, apoiadores de campanha Jatene animam-se, levantam-se e se preparam para luta eleitoral. O IBOPE apresenta sua primeira pesquisa estadual, indicando empate técnico entre os dois principais concorrentes (ligeira vantagem para Helder). Olhando o que a Doxa detectou em outubro/2013 significa dizer que Jatene estava recuperando o espaço perdido devido à sua indefinição, àquela altura, em ser ou não ser candidato. Já nas primeiras pesquisas do inicio da campanha na Região Metropolitana de Belém feitas pela Doxa já podíamos identificar essa recuperação de espaço. E já era possível perceber que o pleito seria, como foi, acirrado.

AS FALAS DA PÓLIS: Depois de 20 anos fora do poder,  pela primeira vez o PMDB lança um candidato competitivo, antes eram apenas coadjuvantes. Como você analisa essa trajetória do partido ou melhor a volta da oligarquia Barbalho do poder estadual?

Dornélio Silva: Ao longo de 16 anos, o PMDB transformou-se num partido estritamente parlamentar, isto é, fazer o maior número de deputados estaduais e federais para, depois, com quem tivesse no governo, ter o poder de barganha e negociar o poder: fazer parte do poder através de negociações de cargos no executivo. Aqui no Pará, após a derrota de Jader para Almir Gabriel em 1998 (primeira reeleição no Pará), o PMDB não lançou mais nenhum candidato competitivo,  apenas coadjuvantes, para cumprir tabela e ter espaço para os candidatos ao legislativo. Em 2002 disputam Jatene, Maria do Carmo e o PMDB lança Rubens Nazareth; em 2006 disputam Almir e Ana, e o PMDB lança José Priante; em 2010, reeleição de Ana Júlia, PMDB lança Domingos Juvenil. Na ALEPA, o PMDB era decisivo para a aprovação de projetos do executivo. Tinha que haver negociação, e essa negociação passava necessariamente pelo PMDB. É a questão da governabilidade. Nos governos de Ana Júlia e Jatene o PMDB obteve seus 30% de participação. Depois foram rompidos os acordos e o PMDB volta a oposição ferrenha. 

Dois anos antes da eleição para o executivo estadual, o PMDB lança um experimento: Helder Barbalho que, após sua saída da Prefeitura de Ananindeua, ficou fazendo exclusivamente política no Estado. No segundo semestre de 2013 avaliou-se que esse experimento poderia dar certo. A candidatura Helder tornou-se fato, ganhou envergadura competitiva. Agora não era mais nenhum coadjuvante do PMDB disputando uma eleição, era o filho de Jader Barbalho que não fez sombra para nenhuma das possíveis lideranças que se apresentaram durante esses anos todos. Portanto, se apresentava aos paraenses uma eleição disputadíssima, tanto que não tivemos nenhuma terceira candidatura competitiva que pudesse ser a alternativa àqueles eleitores que não queriam Helder Barbalho e nem Simão Jatene.

Apesar de ser um jovem de 35 anos, já com um bom currículo político, Helder carrega a marca Barbalho (para uns amado, para outros odiado). Em uma ampla pesquisa realizada em outubro/2013, uma das variáveis era a seguinte: “o fato de Helder ser filho de Jader Barbalho, isso aumenta, diminuiu ou não interfere na sua vontade de votar em Helder?” – 30% afirmaram que diminuía a vontade de votar. Essa era a rejeição de Helder enraizada no seio do eleitorado pelo fato de ser filho de Jader.

AS FALAS DA PÓLIS: Aliança PMDB/PT, como você avalia essa composição?

Dornélio Silva: Uma aliança um tanto quanto esdrúxula, isto é, incomum para o PT que já foi governo no Pará e que tinha uma presidente da República disputando uma reeleição. O PT como um partido de movimentos sociais e sindicais, com grandes lideranças políticas, aqui no Pará se acachapou muito às ordens palacianas. Poderia seguir o curso normal das regras do nosso sistema eleitoral, lançando candidato no primeiro turno, pensando na negociação do segundo. Se o PT, mesmo com o desgaste de Ana Júlia, tivesse lançado candidato próprio teria, em tese, seus 20% de voto no estado. E, possivelmente, poderia ser muito mais favorável a Helder do que os dois saírem abraçados desde o primeiro turno.

Além de se coligar com os Barbalhos, adversários históricos, o PT teve que engolir o DEM (Democratas) na aliança, descaracterizando por completo os ideais petistas. No entanto, o PT ganhou o senador, Paulo Rocha, que fazia parte do acordo eleger um senador, Helder e Dilma. Cumprido uma parte do acordo, no segundo turno houve uma retração petista, principalmente no oeste do Pará, onde houve campanha pelo voto nulo para governador. Essa aliança causou estragos no parlamento ao PT que diminuiu consideravelmente sua bancada em nível estadual e federal, bem como o quantitativo de votos em relação aos outros pleitos. Dos 8 deputados que o PT tinha na ALEPA, elegeu apenas 3; por outro lado, o PMDB que tinha 8 deputados, manteve o mesmo quantitativo. Na Câmara Federal, o PT que tinha 4 deputados caiu pra dois; o PMDB, tinha 4, perdeu o Wladimir para o SD e elegeu agora três. 

AS FALAS DA PÓLIS: A questão do Plebiscito que veio em pauta na campanha modificou algum cenário já estabelecido?

Dornélio Silva: Foi a primeira eleição pós-plebiscito para governador em que podemos ver as consequências do dia 11 de dezembro de 2011: Aconteceu uma eleição dentro de um Pará, na prática, dividido em três unidades federativas. Podemos afirmar que a eleição para governador foi plebiscitária. Evidente que esse tema viria a tona nessa campanha, não restava dúvida. Era a carta na manga de um e de outro lado. O eleitor paraense, especialmente do Oeste e Sul/sudeste, já sabiam do posicionamento de Jatene em relação ao plebiscito. 

Na campanha do plebiscito, o governador foi à TV defender a NÃO divisão. Então estava clara sua rejeição nas duas regiões emancipacionistas. E forte aceitação na região do Pará remanescente. Do lado do Helder não se tinha essa definição clara, parecia nublada. Para amenizar esse impacto negativo, os dois competidores principais buscaram seus vices nessas regiões: Helder buscou Lira Maia, líder separatista do Tapajós; e Jatene Zequinha Marinho, do Carajás. 

Para instigar a lembrança do plebiscito, panfletos contra Jatene foram divulgados nas duas regiões emancipacionistas; assim como filmes de TV foram divulgados às vésperas das eleições, mostrando Helder a favor da divisão. 

A DOXA fez uma pesquisa na Região Metropolitana em que buscava avaliar essa situação: 85% dos eleitores da RMB eram contra a divisão; e 42% consideravam o candidato Helder a favor da divisão; Jatene apenas 10% o consideravam a favor da divisão. Portanto, aqui tinha um ingrediente favorável ao marketing da campanha de Jatene: pré-disposição dos eleitores em acreditar que Helder era a favor da divisão. 

AS FALAS DA PÓLIS: No primeiro turno Helder saiu na frente com diferença de 50 mil votos. Não seria uma tendência de repetir os votos no segundo turno?

Dornélio Silva: Segundo turno é outra eleição. Alguns analistas afirmam que houve uma reversão de expectativa e que o instituto de Pesquisa que tendia a vitória de Helder não errou, porque houve essa reversão de expectativa. Se isso fosse verdade, os demais institutos de pesquisa que estavam realizando pesquisas de campo e publicando seguiriam essa mesma lógica, mas não, afirmavam a tendência de vitória de Jatene. O instituto que dava vitória pro Helder não soube fazer a fotografia correta da realidade naquele momento. Errou. 

O mais simples observador da arena política podia perceber que era uma eleição disputadíssima e que o ganhador tanto do primeiro, quanto do segundo turno ganharia com diferenças pequenas. 

Veja o seguinte: no primeiro turno, a diferença pró Helder foi de apenas de 1,4 pontos, o que significou em torno de 50 mil votos. Ora, a tendência normal era que esse acirramento continuasse no segundo turno. Mesmo porque não tivemos nenhuma terceira candidatura competitiva, ou mesmo, que tivesse em torno de 10 pontos percentuais, por exemplo, no primeiro turno. O que poderia demandar uma conquista dos votos dessa candidatura, mas não houve. Tivemos dois candidatos em polarização no primeiro turno, e esses dois candidatos passaram para o segundo turno. Portanto, a tendência era de continuar esse embate ferrenho, isto é, quem votou em Jatene continuar votando em Jatene; quem votou em Helder continuar votando em Helder. Para um ou outro crescer a luta tinha que ser campal: um tirando voto do outro, olho no olho. 

AS FALAS DA PÓLIS: Mas você não acha que o Governo usou a máquina para funcionar e por isso virou e ganhou a eleição?

Dornélio Silva: Em todas as eleições em que o incumbente (governador, prefeito ou presidente) defendem seu mandato numa reeleição, e que saem vitoriosos, o que perde no segundo turno, traz à arena de discussão o fato do uso da máquina pública, e que “forças ocultas” operaram durante a semana que antecedeu ao pleito. A máquina governamental não pára de funcionar, mesmo com a eleição. O governo tem que governar. Os atores políticos governamentais são o Governador, seus secretários, diretores, funcionários de baixo e alto escalão, todos entram no jogo, defendendo o interesse de quem está no poder, evidentemente. 

O voto desses milhares de funcionários que fazem a máquina funcionar é extremamente racional, isto é, estão defendendo, principalmente, os seus interesses. Então, vão fazer essa máquina funcionar a seu favor e de seus familiares, óbvio. É uma rede com capilaridade estrondosa que está espalhada em todo o estado em suas mais variadas formas. Em cada município tem a presença do estado.

O governador só perde uma reeleição se ele estiver muito mal avaliado, mesmo assim, este mal avaliado ainda passa pro segundo turno. Exemplo claro tivemos na eleição de 2010. Um ano antes da eleição fizemos uma pesquisa, detectamos que a avaliação negativa do governo de Ana Júlia ultrapassava aos 70%. Ali já detectávamos a dificuldade da reeleição de Ana. 

No entanto, a governadora disputou a eleição, passou para o segundo turno. E do primeiro para o segundo turno ela cresceu, ainda, 7 pontos percentuais. Mas não conseguiu votos suficientes para derrotar Jatene. Funciona de uma outra forma também: um gerente da Caixa em Belém, ao finalizar o atendimento de uma jovem que havia se inscrito no FIES, ao final falou: “torça para que a Dilma ganhe, ao contrário vocês vão perder esse financiamento”. A moça ficou apavorada, chegou em sua casa foi pedindo pra mãe, avó, irmãos, parentes e aderentes pra votarem em Dilma.

AS FALAS DA PÓLIS: Mas você não acha que os aliados da candidatura Helder não ajudaram a manter ou mesmo aumentar as intenções de voto em Belém e região metropolitana, especialmente Jeferson Lima?

Dornélio Silva: Veja uma coisa, nessa eleição rigidamente polarizada, os apoios não tiveram peso necessário que pudesse mudar o rumo do pleito. Os candidatos perdedores tiveram pouco menos de dois por cento dos votos, pouco significativo. 

Eram votos tão insignificantes que num segundo turno se diluiriam entre os demais. Os apoios são mais pra dar a impressão de que este candidato está recebendo apoio mais do que o outro, e ai é feita a espetacularização na TV, rádio, etc., mas isso não significa voto

Por que veja o seguinte: ninguém detém o poder de controle do voto do outro. O voto de cabresto não existe mais. Quando uma pessoa vota no primeiro turno, e seu candidato perde, essa pessoa já fez sua obrigação em votar naquele candidato, agora está livre e desimpedida pra votar em quem quiser. O mais significante apoio, em tese, foi de Jeferson Lima, candidato ao senado, que obteve mais de 700 mil votos. E sua maior votação foi na região metropolitana, especialmente Belém, onde Helder perdeu com uma diferença de 17% dos votos. 

AS FALAS DA PÓLIS: Essa era a aposta, isto é, Jeferson tentar transferir parte dessa votação a Helder pra diminuir ou suplantar a diferença do primeiro turno. 

Dornélio Silva: Acontece que o radialista já entrou queimado ao declarar apoio a Helder. Pela manhã estava na TV declarando apoio a Jatene, e a noite declarando apoio a Helder. O anti-político e pop star tupiniquim, com essa atitude, caiu na vala comum dos políticos, igualou-se à imagem ruim que tem os políticos de maneira geral. O diferente tornou-se comum. Passou a imagem de “vendido”, “traidor”, “sem confiança”.  

Ao invés de Jeferson somar votos a Helder, tirou-lhe votos. É só verificar a estatística da eleição em Belém. Enquanto a diferença no primeiro turno foi de 17%, no segundo turno essa diferença subiu para 26%.

AS FALAS DA PÓLIS: A DOXA foi muito perseguida tanto no primeiro, quanto no segundo turno, porque aconteceu isso? Como você explica e a quem atribuiu essa perseguição?

Dornélio Silva: É importante observarmos essa situação para entendermos a participação e o poder de alguns atores nesse campo jurídico: juízes auxiliares, advogados, promotores, isto é, o próprio TRE.

Tudo começou depois que a DOXA foi contatada através de um interlocutor para fazer uma pesquisa e publicar no jornal Diário do Pará. O resultado vindo de campo não foi favorável a Helder Barbalho. Em função disso, o interlocutor queria que a DOXA mudasse o resultado. O que obviamente não foi feito.

Na pesquisa, Simão Jatene ficou com 41% e Helder com 38%. Queriam "apenas" que a DOXA invertesse os resultados. Como não aceitamos, em hipótese alguma, tivemos um prejuízo de R$ 25.000,00. E como tínhamos uma pesquisa atualizada, resolvemos publicar no blog da DOXA e de alguns blogs amigos como do Diógenes Brandão, Hiroshi Bogéa, Jeso Carneiro e Manoel Dutra. Depois outros veículos pegaram e foram publicando, óbvio.

AS FALAS DA PÓLIS: A partir de então, a DOXA tornou-se persona non grata à coligação “Todos Pelo Pará”?

Dornélio Silva: Não conseguimos mais publicar nossas pesquisas. Parecia que havia um complô, algo combinado: quando registrávamos uma pesquisa, os advogados da coligação entravam com o pedido e só caia na mão de um juiz auxiliar, muita coincidência. Chegamos a ser manchete de capa do Diário do Pará, como se fossemos criminosos. O MPE, através do dr. Alan Mansur, depois de “investigado o crime eleitoral” mandou arquivar o processo. Mas até hoje o juiz não deu a sentença.

No segundo turno, conseguimos publicar uma pesquisa. Havia sido feito um acordo entre os advogados das duas coligações de que “ninguém impugna ninguém, deixa o mercado regulamentar”. Era a decisão mais sábia até então. Só que esse acordo não foi cumprido na última pesquisa DOXA. As 19:20hs do dia 24, sexta-feira, o juiz induzido pelas justificativas dos advogados da coligação "Todos Pelo Pará" acata e manda suspender a publicação da pesquisa.

Sabíamos que o Diário do Pará viria já na edição de sábado, com pesquisa com números alarmantes, querendo ficar sozinho no pleito, passando apenas sua verdade, passando ao eleitor como fato consumado, a eleição de Helder; e que essa mesma pesquisa viria repaginada no domingo, dia da eleição.

Diante dessa situação, o jornal O Liberal publica a pesquisa da DOXA, do domingo anterior, como forma de contrapor ao Diário, e dizer para o eleitor que ele merecia outra informação para tomar sua decisão no dia seguinte.

A pesquisa Doxa, finalizada na sexta-feira, antevéspera do segundo turno das eleições de 2014, deu 51,5% Jatene e 48,5% Helder (votos válidos).

O resultado das urnas foi de 51,92% para Jatene e 48,08% para Helder.

Ou seja, fomos o único instituto de pesquisa que acertou o resultado.

Essa era a verdade que o Diário do Pará não queria que a opinião pública soubesse.

AS FALAS DA PÓLIS: Como você explica essa tamanha disparidade entre os dados dos institutos de pesquisa nessa campanha?

Dornélio Silva: Se for observar bem, a disparidade era do nosso instituto para com os demais. O Jornal Diário do Pará publicava a pesquisa que dava sempre o Helder na frente e dizia que a metodologia da pesquisa era domiciliar. No entanto, analisando a metodologia e o questionário detectamos que os pesquisadores pegavam apenas o telefone do entrevistado.

Ora, se é domiciliar, obrigatoriamente tinha que constar no questionário endereço do entrevistado para que se pudesse checar com maior precisão. Sendo assim, deduzo que o método aplicado foi em fluxo (feiras, praças, pontos de maior movimentação nas cidades, etc). E quando a pesquisa é feita por esse método (fluxo) a amostra tem que ser, obrigatoriamente, grande. Caso contrário corre um risco de pegar bolsões de um candidato apenas. 

O Datafolha aplica essa metodologia de pesquisar em fluxo. Quando em nível de Brasil o Ibope pesquisa 3.000 pessoas (método domiciliar), o Datafolha entrevista 9.000. Outro fator que pode ser observado é que vivemos uma eleição atípica (pós plebiscito), onde tínhamos regiões, praticamente, fechadas com um ou outro candidato. Então, tínhamos que saber selecionar bem os municípios da amostra. E isso implicava em aumentar a amostra e o números de municípios para que pudéssemos obter a fotografia correta do pleito.

No segundo turno essa situação ficou bem clara para desenhar esse plano amostral, já que tínhamos a votação de cada candidato por município. Então, conseguimos fazer uma análise dos planos amostrais dos 4 principais institutos de pesquisa que estavam publicando no Pará: Ibope, Iveiga, DOXA, BMP.

O Ibope trabalhou com 43 municípios, BMP com 45, DOXA com 51 e Iveiga com 24. Comparamos os votos obtidos por Jatene e Helder em cada plano amostral de cada instituto e ao final, evidentemente, mostrava o resultado. Ibope, DOXA e BMP deram resultados iguais, 51% Jatene e 49% Helder. O único que deu diferente foi do Iveiga, dando vantagem a Helder Barbalho. Por essa análise já poderíamos detectar que a disputa seria voto a voto. Mas a vantagem que o estudo mostrou do Iveiga nunca foi de 12,5 pontos em favor de Helder.

A estratégia do Diário do Pará e todo o grupo de comunicação era passar a ideia de Helder como fato consumado, utilizando-se de pesquisa para induzir, manipular o eleitor. 

Qual é a expectativa para o novo governo Jatene?

Dornélio Silva: O grande desafio de Jatene nesse seu terceiro mandato vai ser: ter programas para governar, na prática, para três estados: Governar um Pará dividido. Passada a eleição, é hora de o governo governar e também é chegada a vez de a oposição fazer oposição. O sucesso do sistema político depende de governo e oposição. Neste momento, torcer pelo Pará é desejar que os dois lados, o vencedor e o derrotado de 2014, cumpram seus respectivos papéis, realizem o que deles se espera.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...