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domingo, abril 19, 2020

Jornalismo, enfermo, na “UTI”



Por Alex Fiúza, em seu blog

Como explicar essa “guerra de narrativas”, na imprensa brasileira, sobre a pandemia do Covid-19, com informações desencontradas e distorcidas, sem a devida comprovação e imparcialidade dos dados anunciados, em versões enviesadas e/ou desonestas das matérias publicadas, como se os órgãos de comunicação, ao invés do compromisso ético (e primordial) com o interesse público, fossem meros instrumentos partidarizados e/ou ideológicos, associados a interesses econômicos e políticos inconfessos, com o uso desavergonhado do vírus como “palanque político”?!  

Como explicar que uma carreata quilométrica no centro de São Paulo, contra as medidas do Governador João Dória – indubitavelmente o fato político mais relevante do sábado, 11 de abril –, não ganhasse manchete (sequer menção), no dia seguinte, em alguns dos principais jornais e canais de televisão do país (a exemplo da Folha de São Paulo e da Rede Globo) – ao passo que a ida do Presidente da República a uma padaria (ocorrência sem qualquer valor jornalístico significativo) auferia destaque, na mesma ocasião, em quase todos os noticiários desses órgãos?!  

Como explicar a divulgação deturpada, em vídeo, de prisão violenta de uma cidadã (que apenas caminhava na praça) por policiais, na cidade de Araraquara (SP), sob a narrativa deturpada de “descumprimento” (de sua parte) de determinação de “isolamento social” decretada pelo Prefeito da cidade, sem qualquer apuração de contraditório (depoimento da vítima) ou questionamento do ato da prisão em si – em tese, frontalmente contrário ao direito fundamental (e democrático) da liberdade de ir-e-vir, consagrado na Constituição Federal?!  

Como explicar a publicação de uma foto com centenas de covas enfileiradas num cemitério de São Paulo, em dimensões absolutamente desproporcionais às ocorrências locais dos óbitos da pandemia, com o único e aleivoso objetivo de impactar negativamente a sociedade com a imagem “plantada” e propagandear, internacionalmente, uma inverdade (fake News) forjada – servindo até de capa para o reconhecido jornal norte-americano The Washington Post?!  

Como explicar que, em plena entrevista ao vivo, durante telejornal da CNN, um reconhecido e reputado médico, com opinião divergente ao da emissora no que concerne aos protocolos pertinentes ao enfrentamento da pandemia do Covid-19, tenha sido bloqueado em seu depoimento sob a alegação de “problemas técnicos” (sic!); ou que um telefonema suspeito tenha interrompido, durante uma transmissão ao vivo, a divulgação, pelo apresentador Luiz Datena, de uma possível cura para o Covid-19 (à base de cloroquina), em seu programa diário na TV Bandeirantes ?!  

Como explicar o bloqueio sistemático (ou o menosprezo) à abordagem e divulgação do uso da hidroxicloroquina no tratamento do Covid-19 – não obstante os resultados clínicos positivos já comprovados em muitos hospitais do país e em nível internacional –, como se tal “pauta” fosse socialmente desprezível – ou viesse a “atrapalhar” as notórias e “funcionais” estratégias midiáticas de fertilização do “terrorismo pandêmico”?!  

Como explicar que uma das denúncias mais relevantes e reveladoras da Operação Lava Jato, a do ex-ministro Antônio Palocci – da mesma forma que aquela do ex-governador Sérgio Cabral – , não tenha(m) sido priorizada(s) nas manchetes da grande mídia, na proporcional e correta dimensão do fato, ou devidamente tematizada(s) – dada a sua importância política para o país – por alguns de seus principais analistas de plantão ?!  

Sim, como explicar tudo isso – e muito, muito mais – (!?), quando o “Código de Ética dos Jornalistas”, que fixa as principais diretrizes à atuação do profissional nas suas relações com a comunidade e com as fontes de informação, estabelece, dentre outros princípios e regras, que:  

– a divulgação da informação, precisa e correta, é dever dos meios de divulgação pública, independente da natureza de sua propriedade (Art. 2º.);  

– a informação divulgada pelos meios de comunicação pública se pautará pela real ocorrência dos fatos e terá por finalidade o interesse social e coletivo (Art. 3º.);  

– a obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação e a aplicação de censura ou autocensura são um delito contra a sociedade (Art. 5º.);  

– o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação (Art. 7º.);  

– é dever do jornalista divulgar todos os fatos que sejam de interesse público (Art. 9º.);  

– o jornalista não pode submeter-se a diretrizes contrárias à divulgação correta da informação; [e] frustrar a manifestação de opiniões divergentes ou impedir o livre debate (Art. 10);  

– o jornalista deve evitar a divulgação dos fatos com interesse de favorecimento pessoal ou vantagens econômicas; ou de caráter mórbido e contrários aos valores humanos (Art. 13);  

– o jornalista deve ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos, todas as pessoas objeto de acusações não comprovadas, feitas por terceiros e não suficientemente demostradas ou verificadas (Art. 14);  

– o jornalista deve permitir o direito de resposta às pessoas envolvidas ou mencionadas em sua matéria, quando ficar demonstrada a existência de equívocos ou incorreções (Art. 15);  

Etc. etc. etc.  

Lamentavelmente, os fatos estão a demonstrar que, no Brasil, o jornalismo, massivamente, rasgou, em definitivo, o “Código de Ética”. A (olvidada) “ética jornalística” parece que foi contaminada pela “pandemia da patifaria”, colocando em risco – de morte (!) – a única condição imunológica capaz de combater qualquer ataque “parasitário” ou “bacteriano” das costumeiras politicagens de ocasião, numa democracia: a credibilidade da informação – alicerçada na prática da isenção da narrativa e no testemunho fidedigno dos fatos.  

Sim, a transparência informativa e a honestidade profissional cederam lugar às omissões factuais, às deturpações interpretativas, quando não às mentiras deliberadas (fake News), num total e repugnante desserviço à sociedade.  

O noticiário sobre a pandemia do Covid-19 se transformou num “laboratório” por excelência para o exercício da hipocrisia e máxima ilustração de toda essa patifaria em série, cujo “roteiro” acabou por subsumir inúmeros jornalistas à condição de meros servos do furtivo patronato midiático, reduzidos ao desprezível papel de torcida infame por cadáveres em massa, sedentos por notícias mórbidas.  

Não, definitivamente isso não é jornalismo! É militância sórdida, imoral! – não importa se “de direita” ou “de esquerda”.  

Por tudo, o jornalismo brasileiro, hoje, está enfermo, ofegante, na “UTI”; de “pulmões” infectados pelo “vírus” do descrédito e do deslustre, à espera de “respiradores mecânicos” de última hora, já que o costumeiro “oxigênio” – usualmente canalizado por recursos públicos “previamente carimbados” – parece ter sido ultimamente interrompido, ameaçando de morte quem estava acostumado a “respirar” apenas artificialmente, vendendo “verdades”.

domingo, abril 05, 2020

Fortalecendo o MDB, família Faro racha o PT e militantes deixam o partido

Ao lado do casal Dilvanda e Beto Faro, Helder Barbalho vai cooptando bases e lideranças petistas.

Por Diógenes Brandão

Que o atual presidente estadual do PT fechou um acordo político e eleitoral que vem enfraquecendo o próprio partido em reforço à estratégia do MDB, partido do governador Helder Barbalho, os petistas mais esperançosos já sabem há tempos. O que talvez eles não imaginassem era que mesmo na condição de presidente do PT, Beto Faro iria deixar a estratégia eleitoral do partido em segundo plano, em nome de uma aliança fiel com a família Barbalho.

Nos últimos 15 dias, o PT perdeu vereadores e diversas lideranças municipais. 

O caso mais grave de esvaziamento do partido é em Cametá, município onde o PT já governou por duas vezes e onde pelo menos metade do partido, incluindo parte do grupo de Beto Faro, deixou o PT, em protesto e decepção com os rumos que foram levados pela força de cima pra baixo, de forma anti-democrática e unilateral do que a família Faro quis e implantou na marra.

O motivo da debandada geral, segundo fontes do blog, é a insistência de Beto Faro e sua esposa, a deputada estadual por ele eleita, Dilvanda Faro, em tentarem impor goela a baixo quem será o candidato da legenda no município. 

Não respeitando os chamados “ritos petistas", que incluem debates democráticos e prévias partidárias para escolha dos candidatos majoritários, o casal vem dizimando a estrutura do Partido dos Trabalhadores no Pará. Por isso, alguns dirigentes e lideranças começam a se manifestar. É o caso de Paulo Gaya, que disputou a presidência municipal do PT em Belém, nas últimas eleições internas do partido. 

Leia abaixo:



Um áudio que circula nos grupos de Whatssap é atribuído à liderança conhecida como Moreno, que foi candidato a presidente municipal do partido em Cametá e que também fazia parte da direção do PT estadual, indicado por Beto Faro.

Moreno se despede do partido e sem cerimônias expõe as vísceras autoritárias do grupo que hoje controla o PT.

Ouça o que o petista ligado ao grupo de Beto Faro, diz para a executiva estadual do partido:


Como se não bastasse perder o que tem, Beto Faro teria anunciado nos últimos dias, a entrada de diversas lideranças no PT, Wellinton Magalhães vereador de Belém e Jarbas Vasconcelos atual secretário do governo estadual, seriam algumas das novas aquisições do PT de Faro. 

Ao lado do deputado federal José Priante, presidente do MDB Belém e de Jader Barbalho Filho, presidente estadual do MDB, Jarbas Vasconcelos foi filiado ao partido, depois de muitas promessas de que seria filiado ao PT.

Vasconcelos chegou a ser anunciado em fóruns internos do partido como mais novo filiado. Mas na tarde de ontem, tanto Wellington, quanto Jarbas filiaram-se no MDB, com as bênçãos de Beto Faro, que também entregou o PT do Acará (cidade em que sua esposa, a deputada estadual Dilvanda Faro, foi candidata nas duas últimas eleições municipais e foi derrotada), para o MDB.


Para muitos petistas ouvidos pelo blog, causa decepção e surpresa o fato de que assim como Jarbas Vasconcelos, até às vésperas do prazo final para filiações partidárias de futuros candidatos, o tal do Pedrinho da Balsa, candidato de Beto Faro a prefeito do município do Acará, era anunciado como futuro candidato do PT e no fim foi filiado ao MDB.

Embora o esvaziamento do PT tenha um custo muito alto à organização partidária, há quem diga que Beto Faro negociou o partido em diversos municípios, com a promessa de que terá o apoio político, comunicacional e financeiro do MDB e de toda a estrutura do governo de Helder Barbalho e de suas empresas, para a disputa da única vaga ao senado, nas eleições de 2022, quando o senador Paulo Rocha deverá deixar o cargo e se aposentar da política, por motivos ainda não revelados.

Rocha há 6 anos é senador e nem a militância petista, muito menos a sociedade paraense, conseguem perceber algum resultado de seu mandato, o qual é considerado como um peso morto em Brasília e inútil para o país, embora caro e dispendioso.


Assista o vídeo de Beto Faro:

quinta-feira, outubro 11, 2018

Militante desabafa: O PT lança a pior mensagem à sociedade paraense

O relato e a indignação de um militante histórico, sobre a manutenção da aliança PT/MDB no Pará



É por essas e outras razões que nós vamos perder e o Bozo vai ganhar. 

E o PT não poderá se eximir da responsabilidade histórica de ter contribuído pra vitória do Fascismo. 

A história já nos ensinava que o fascismo viceja onde os justos mostram vacilação e tibieza. 

Nem sequer se exigiu como contrapartida a decretação de apoio ao Haddad, para se derrotar o obscurantismo. 

Não! 

Resta flagrante o propósito menor e mesquinho de sob o cadáver da democracia participar da pilhagem do Governo do Estado do Pará, sob a batuta da "famíglia" Barbalho

Caminhamos a passos largos para o cadafalso. 

O oportunismo já se prenunciava no horizonte, quando ainda sob a fumaça do canhonaço do golpe, Lula fazia suas caravanas abraçado com Renan Calheiros e até ontem flertava indecentemente com Eunício Oliveira


No futuro, essa triste página da nossa história será como aquele momento que podia ter sido evitado se não nos tivesse faltado, na hora mais importante, a coragem e a firmeza de propósito para derrotar o inimigo mais perigoso, que ora se abate sobre nossa jovem democracia. 

Com esse gesto o PT lança a pior mensagem à sociedade paraense. 

E isso jamais será esquecido.


*Marcelo Costa é Advogado e Militante de Direitos Humanos. Militante do PT desde 1999.


Leia também: 






segunda-feira, julho 24, 2017

Mantendo petistas no governo que chama de golpista, PT agora pode salvar Temer

Acordo entre o governo e o PT pode evitar a autorização de investigação contra Temer. 
Por Diógenes Brandão
Recentemente, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Carlos Zarattini (SP), disse que o partido pode fechar acordo com o governo para dar quórum à votação da admissibilidade da denúncia contra o presidente da República. “É preciso acertar apenas 1 rito que permita a discussão, queremos 1 amplo debate em plenário”, disse o deputado. 
O recado foi interpretado como um sinal de desistência por parte do partido de tirar Temer do poder ainda esse ano. Sabendo que Temer tem apoio suficiente para barrar as investigações pelo STF, o PT prefere que ele sangre até as eleições de 2018, onde Lula pode ser eleito fazendo oposição frontal ao governo que se apropriou do poder via um golpe.
A inusitada ajuda que Michel Temer pode receber do PT para sobreviver na presidência é divulgada pela imprensa e se isso for verdade, o pedido de eleições diretas não passa de uma mentira mantida pelo PT para desgastar Temer.  
A estratégia pode ser inteligente e tomada como uma alternativa viável para um futuro próximo, já que o presente é trágico para o partido, que encolheu em sua representatividade em todo o país, mas continua forte e resistente, pois tem algo que nenhum outro tem: Uma militância disposta a ir pra guerra se for preciso.
Mas nem todos os petistas valem o que o partido prega. No Pará, por exemplo, o PT mantém filiados em cargos de confiança de órgãos federais comandados por indicados de Temer, tornando o discurso pelo #ForaTemer em mais uma grande mentira.
Quem ousa denunciar a fraude acaba sendo ameaçado de expulsão e até de processo criminal, mas isso a gente fala em outra oportunidade.

sexta-feira, março 24, 2017

Lula diz não ao CNB e descarta assumir a presidência do PT

Ex-presidente pretende se dedicar à candidatura ao Planalto. Foto: Michel Filho/Agência O Globo.

Por Sérgio Roxo, em O Globo

Apesar da insistência de integrantes da corrente majoritária do partido, a CNB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recusou definitivamente, na noite desta quinta-feira, assumir a presidência do PT, a partir de junho. Com o ex-presidente fora do páreo, a disputa pelo comando da legenda deve ficar polarizada entre o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e um nome da CNB, que discute a indicação do ex-ministro Alexandre Padilha ou do atual tesoureiro Márcio Macedo.

Segundo aliados, Lula, que nesta sexta-feira participará de uma debate em São Paulo promovido pelo PT sobre os efeitos da Lava-Jato para o país, avaliou que deve concentrar esforços na consolidação de sua candidatura para voltar à Presidência da República em 2018. O petista planeja anunciar que vai concorrer novamente ao Planalto em abril.

A indicação de Lula para presidir o PT era vista como uma tentativa de unir o partido e evitar que ocorra uma disputa no momento em que a legenda enfrenta a maior crise de sua história, com risco de saída de quadros. Desde o final do ano passado, ex-presidente vinha hesitando em assumir a missão, apesar dos apelos. Dirigentes de seu instituto trabalharam para demovê-lo da ideia.

Em alguns momentos, Lula chegou a dar sinais de que aceitaria voltar ao comando do partido, posto que ocupou até os anos 1990. No começo do mês, ele se reuniu com o atual presidente da legenda, Rui Falcão, e com três representantes da corrente majoritária CNB para responder que não estava disposto a encarrar a tarefa. Mas diante dos apelos dos presentes, acabou aceitando que fosse feita uma consulta sobre a sua indicação às demais correntes.

Os integrantes do Movimento Muda PT, que reúne quatro correntes de esquerda da legenda, se manifestaram contra, com o argumento de que a prioridade de Lula deve ser a disputa presidencial. A posição do Muda PT contribuiu para a desistência do ex-presidente, que queria uma indicação por unanimidade.

Sem um outro nome de consenso, a CNB seguiu insistindo na tentativa de convencer Lula. Agora, a corrente majoritária vai discutir se o candidato será Márcio Macedo ou Alexandre Padilha. Apoiado pelo Muda PT e pela corrente Novo Rumo, do atual presidente Rui Falcão, Lindbergh manteve a sua campanha pelo Brasil, mesmo com a possibilidade Lula concorrer.

Reunida nesta quinta-feira, a Executiva do PT divulgou resolução em que diz que “permanecem na ordem do dia, cada vez com mais intensidade, a necessidade de denunciar os abusos cometidos pela Operação Lava Jato e sua natureza arbitrária, a solidariedade aos companheiros injustamente presos e a defesa do ex-presidente Lula contra tentativas de afastá-lo arbitrariamente da disputa eleitoral”. Afirma ainda que os militantes e parlamentares devem estar dedicados “para a organização da greve geral contra as reformas trabalhista e previdenciária”, se as centrais sindicais e os movimentos sociais decidirem por esse tipo de mobilização.

quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Senadores do PT traem militância e votam em golpista do PMDB




Votação da bancada não foi unânime; Gleisi, Lindbergh e Fátima Bezerra consideraram que partido não deveria se unir a sigla de Temer.

A maioria dos senadores do PT decidiu compor com o candidato do PMDB à presidência da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para garantir espaço na Mesa Diretora. A decisão foi tomada em reunião do partido na noite desta terça-feira, 31. Os petistas vão indicar José Pimentel (PT-CE) para a 1ª Secretaria, que funciona como uma espécie de prefeitura da instituição, responsável por assuntos administrativos e financeiros.

A votação da bancada não foi unânime. Dos dez parlamentares da sigla, três votaram contra o apoio a Eunício: a senadora Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ) e Fátima Bezerra (RN). Eles consideram que o partido não deve se unir ao partido do presidente Michel Temer, que alegam ser o grande responsável pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Como não houve consenso, a bancada optou por liberar os votos.

Os parlamentares que defendem a candidatura de Eunício, favorito na disputa, se baseiam na tese de proporcionalidade do Senado. Tradicionalmente, a legenda que possui a maior bancada na Casa fica com a presidência. O PMDB é o partido com o maior número de senadores (21). O PSDB cresceu no último ano e se tornou a segunda maior legenda (11), enquanto o PT perdeu espaço e se tornou a terceira maior bancada (10).

Na Mesa Diretora, em teoria, quanto maior for a bancada de um partido, mais importantes serão os cargos à sua disposição. Os senadores da Mesa têm a atribuição de convocar e conduzir as sessões plenárias, cuidar de eleições internas, votações secretas, correspondências e identificação de senadores, bem como questões administrativas. O mandato da Mesa é de dois anos.

"Equívoco político". Os senadores Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias e Fátima Bezerra criticaram a decisão da bancada de compor com o candidato oficial do PMDB à presidência da Casa, Eunício Oliveira. Em nota, Gleisi, Lindbergh e Fátima afirmaram que o posicionamento é decepcionante, "lamentável" e um "equívoco político".

Para o grupo, o PT não deveria apoiar o partido do presidente Michel Temer, visto por eles como o principal responsável pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. "Superestimando a luta institucional e insensível ao apelo da militância, a maioria da bancada preferiu não tomar uma posição clara, autorizando os senadores e senadoras petistas a votarem como bem entenderem. É realmente lamentável. Um equívoco político que cobrará seu preço", diz o texto. Os petistas consideram que a bancada optou por "se render à institucionalidade".

No texto, eles agradeceram a participação da militância do partido na discussão, mas afirmaram que a direção nacional da legenda optou por ignorar os pleitos. "Não poderíamos de forma alguma fazer alianças com protagonistas do golpe. Não se trata de desconhecer a importância dos espaços institucionais para a disputa política, mas de reconhecer que a única trincheira de luta capaz de derrotar os golpistas, barrar as reformas neoliberais e resgatar a democracia via eleições diretas é justamente a trincheira da luta social", escreveram.

Pela tese de proporcionalidade do Senado, os maiores partidos da Casa ficam com os melhores cargos na Mesa Diretora. Como o PT possui a terceira maior bancada (10), ficaria com a primeira-secretaria, considerada a prefeitura do Senado. Contudo, se os petistas não fechassem um acordo com Eunício, considerado favorito da disputa, ficaria sem a vaga e sem a presidência de comissões mais expressivas. O mesmo impasse ocorreu na Câmara, porém os deputados petistas optaram por apoiar o candidato da oposição André Figueiredo (PDT-CE).

"Esse levante da militância petista e dos movimentos sociais contribuiu decisivamente para que a bancada do PT na Câmara, de forma unitária, rejeitasse votar em parlamentares golpistas e apoiasse a candidatura do deputado federal André Figueiredo (PDT) à presidência da Câmara, compondo um bloco de oposição que verbaliza no Parlamento as vozes das ruas. Dessa forma, a bancada do PT na Câmara demonstrou estar conectada com a militância petista e com os movimentos sociais", elogiaram os senadores.

Considerando a composição partidária mais recente do Senado, a escolha dos cargos seria exercida na seguinte ordem: PMDB (presidência, 2ª vice-presidência e 1ª suplência); PSDB (1ª vice-presidência e 4ª secretaria); PT (1ª secretaria); PP (2ª secretaria); PSB (3ª secretaria); PR (2ª suplência); PSD (2ª suplência); e DEM (2ª suplência). Apesar disso, também é possível que parlamentares lancem candidaturas avulsas para as vagas.

terça-feira, janeiro 31, 2017

Lindberg Farias manda um recado para Militância Petista que se reúne contra o voto em golpistas no Congresso

Parabenizando a Militância Petista de Belém, Lindberg Farias manda um recado para os militantes que se reuniram contra o voto em golpistas no Congresso, orientando que os parlamentares petistas do Estado sejam pressionados.

Assista!


terça-feira, dezembro 13, 2016

A égua de Tróia no PT e suas formiguinhas

Senador Paulo Rocha e Stefani Henrique durante a campanha eleitoral de 2014, onde o PT apoiou o PMDB ao governo do Pará e saiu com um saldo negativo, pois perdeu metade dos deputados federais e dos oito (08) deputados estaduais que tinha, ficou apenas com três (03).

                        "Fomos contaminados pela direita. Aceitamos a adulação de seus empresários; usufruímos de suas mordomias; fizemos do poder um trampolim para a ascensão social. Trocamos um projeto de Brasil por um projeto de poder. Ganhar eleições se tornou mais importante que promover mudanças através da mobilização dos movimentos sociais. Iludidos, acatamos uma concepção burguesa de Estado, como se ele não pudesse ser uma ferramenta em mãos das forças populares, e merecesse sempre ser aparelhado pela elite."


Leonardo Boff

Por Diógenes Brandão

Stefani Henrique seria expulso do PT, quando sua tendência saiu do partido para criar o PSOL e o deixou como 'cavalo de Tróia'. Antes disso pediu desfiliação e voltou depois que as coisas esfriaram para o seu lado.

Operador de velhos esquemas eleitorais do hoje deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL), Stefani serve de ponte entre o PSOL e o PT, tendo para isso o comando da Militância Socialista, um grupo interno petista e uma empresa denominada como ISKRA. Tanto o grupo interno, quanto sua empresa, servem como complemento de um negócio que já foi lucrativo para o militante-empresário, geralmente responsável pela contratação das equipes de rua nas campanhas petistas no Pará. 

Empoderado pelo dinheiro de campanha que o partido outrora esbanjava, Stefani filiava pessoas desempregadas, no ato de seus contratos como ‘formiguinhas’ (aquelas pessoas que balançam bandeiras e jogam panfletos pelas ruas e caminhadas pelas quais recebem cerca de R$ 150,00 por semana). 

Hoje, as ‘formiguinhas’ que ainda fazem parte do cadastro da empresa de Stefani, esperam com ansiedade os clientes que o ‘tamanduá’ (apelido que Stefani conquistou sabe-se lá a razão) ludibria em poucas campanhas eleitorais que ainda consegue se meter e os quais não se limitam mais ao PT. 

Em 2014, por exemplo, a campanha de Helder Barbalho, contava com pessoas da referida empresa, as quais faziam volume nas caminhadas do candidato do PMDB pela periferia de Belém e até o carregavam nos ombros, na saída dos debates que o herdeiro de Jader participava. O mesmo sempre foi feito nas campanhas de Edmilson Rodrigues e esse ano não foi diferente, apesar que em número reduzido. 

No PT, a fonte secou e a fama ficou: O azar acompanha as formiguinhas da empresa-grupo que o ‘tamanduá’ coordena. No entanto, em 2017 o PT se prepara para mais uma eleição interna e Stefani deve novamente agir como um cavalo de Tróia do PSOL, influenciando o PT, com os votos de cabrestos que possui, para que o partido não se renove e continue sendo mero apêndice para ser usado por Edmilson em suas campanhas futuras.

segunda-feira, dezembro 12, 2016

Temerosos



Por Diógenes Brandão

A petição online criada por militantes do PT para reunir assinaturas e assim pressionar a saída de petistas que permanecem no governo Temer, tem trazido algumas queixas de quem se vê atingido pela campanha, que visa dar fim à contradição daqueles que chamam o presidente de golpista e pedem sua saída, mas nada falam dos amigos que ainda ocupam cargos de confiança no governo federal.

Dentre os insatisfeitos, o assessor do deputado federal Zé Geraldo, Durval Souza, marido de Regina Lima, que permanece na ouvidoria do Ministério da Cultura, em resposta ao post "Com Temer: Petistas são mantidos no ministério da Cultura" entrou em contato com este blog para justificar que o salário da esposa, divulgado pelo Portal da Transparência, no montante de mais de 20 mil reais é a soma do salário de servidora da UFPA e mais o vencimento como assessoria superior (DAS) da União e que mesmo lecionando na instituição federal de ensino superior, faz isso sem rendimentos, já que ocupa função de dedicação exclusiva. O blog confessa que não compreendeu muito bem a explicação, mas buscará se informar melhor sobre o caso.

Durval também alega que sua esposa não foi indicada pelo deputado federal Zé Geraldo ou pelo o senador Paulo Rocha e que todos os cargos federais em que atuou nos governos de Lula e Dilma, foram através de convites dos seus respectivos superiores, ou seja, ministros e chefias imediatas e que só permanece no MINC por ainda não ter sido devolvida pelo ministério da cultura à UFPA. 

A pergunta que ficou no ar depois da conversa é se Temer já pagou o 13º salário dos seus DASs e se algum deles vai recusar permanecer nos seus cargos no amanhecer de 2017.

O PÃO NOSSO DE CADA DIA

Enquanto uns defendem e justificam a permanência de seus familiares e amigos mais próximos, no governo de Michel Temer, há aqueles que defendem que os petistas que continuam no governo federal, precisam do cargo para poderem pagar suas contas. O petismo governista encontra eco nas mais esdrúxulas e irracionais justificativas.

segunda-feira, dezembro 05, 2016

Muda PT?

Em uma relação umbilical e não questionada pelos grupos que compõem o MUDA PT, o partido deve seguir comandado pelos grupos que tem o PMDB como principal aliado no Pará.

Não, Tempo, não zombarás de minhas mudanças! 
As pirâmides que novamente construíste
Não me parecem novas, nem estranhas; 
Apenas as mesmas com novas vestimentas.

William Shakespeare

Por Diógenes Brandão

O movimento denominado Muda PT, que agrega grupos minoritários no comando do partido, tem movimentado a militância petista através da internet e neste fim de semana realizou seu primeiro Encontro Nacional em Brasília, onde foi lançada a “Carta de Brasília – Mudar o PT é Urgente. Muda PT!”.

Considerando que "o PT é o principal instrumento político de luta da classe trabalhadora e do povo brasileiro. Mas precisa mudar!", o documento aponta para a defesa de Lula, pelo #ForaTemer e eleições diretas já!. O retorno de Dilma não é sequer cogitado. O #TchauQuerida foi assimilado de vez.

Além disso, o documento reuni uma gama de conceitos e bandeiras históricas do PT e da esquerda mundial, sobretudo a brasileira. Em muitas partes do texto, temos a convicção de que podemos ter lido em centenas de outros documentos já elaborados por grupos internos do partido. No entanto, a chamada para a ruptura com o burocratismo imperante no comando do partido, dá um ar de ousadia à elaboração utópica, sobretudo em relação à parte em que diz que "os mandatos parlamentares e os governos devem ser colocados sob controle e direção coletiva".

Como se fosse possível fazer essa revolução na mentalidade de velhos dirigentes e parlamentares, o Muda PT, tenta fazer o partido adaptar-se à realidade contemporânea que poderia permitir que a juventude e novos atores o sustentasse como referência política para a esquerda nacional e proclama: "É preciso multiplicar núcleos, setoriais, plataformas e oportunidades de participação por meios digitais, conferências livres, atividades culturais e mecanismos de diálogo permanente com filiados e militantes. Precisamos de uma estrutura de comunicação, construindo uma rede de meios de comunicação – jornais, revistas, rádios, TVs e redes sociais -, articulados através das mídias digitais, vitaminando nossa relação com uma sociedade que a mídia oligopolizada ao mesmo tempo controla e fragmenta".

Saindo do seu olhar interior, o documento indica o estreitamento com outras organizações da resistência democrática, tal como a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo. E arrebata: "A política de alianças do PT deve ser orientada pela construção dessa frente de esquerda e resistência democrática. Portanto deve retirar de nosso arco os partidos golpistas".

Eis aí um dos pontos que é considerado o mais difícil de se mudar, principalmente em relação ao pragmatismo eleitoral que tornou o PT cada dia mais irreconhecível e vacilante perante o olhar de quem dedicou-se ao sonho de um partido socialista e de defesa da classe trabalhadora.

Tomando o PT paraense como exemplo, pois é onde este blog pode falar com mais propriedade e conhecimento de causa, a militância dificilmente verá a atual direção se desvencilhar de uma estrutura enraizada e sedimentada pelos caciques locais, coordenados pelo senador Paulo Rocha, o Führer do partido no Pará, onde em sua parceria histórica e inquebrável com Jader Barbalho (PMDB), ele escolhe e mantém seus amigos e articuladores nos cargos do governo Temer, como na SUDAM, por exemplo, instituição que coordena as maiores verbas federais para programas de desenvolvimento regional e já conhecida por ser um campo fértil de esquemas de corrupção, tendo inclusive o próprio Jader, sido por isso preso e algemado pela PF, em 2002.

É lá que os amigos do "rei petista" estão até hoje compondo o governo, que ironicamente apelidam de golpista. Tudo isso com a vista grossa dos grupos minoritários do PT, que localmente alinham-se às ideias do movimento MUDA PT nacional. Um silêncio e omissão em troca de um pouco de migalhas, que de vez em quando caem das mesas dos banquetes servidos para poucos.

Mudar como, com esse jeito vacilante de ser?

domingo, novembro 20, 2016

Paulo Rocha responde acusações de militante do PT

Acusado de receber propina e de práticas corruptas, Paulo Rocha se defende das acusações de um militante do PT.

No jornal Diário do Pará

Uma bomba política estourou nas mídias sociais esta semana, com a divulgação de um vídeo gravado por Josué Carvalho Costa, militante do PT, com denúncias contra o senador Paulo Rocha (PT/PA). Entre as acusações, estavam o suposto uso de tráfico de influência, direcionamento de licitações e divisão de propina, entre 2008 e 2010. Envolve programas do Governo Federal, merenda escolar na Secretaria de Estado de Educação, lobby na Companhia Docas do Pará e cartão-alimentação para uma empreiteira de Belo Monte. O delator diz que praticou atos ilícitos e que foi aconselhado a vender uma casa, para pagar dívidas de campanha do senador. O DIÁRIO procurou o senador Paulo Rocha para falar sobre o assunto.

P - Josué Carvalho, que está fazendo acusações contra o senhor, foi seu assessor, já prestou serviços ao senhor?

R Não. Nunca. Conheço Josué como um filiado do PT que sempre circulou em nosso meio. Nunca pedi nada a ele e nem o autorizei a tratar de qualquer coisa em meu nome.

P - Como o senhor explica a acusação de que ele era uma das pessoas responsáveis por arrecadar dinheiro para suas campanhas?

 R É pura invenção dele. As contas das minhas campanhas, desde 1990, quando disputei a primeira eleição para a Câmara Federal, foram todas aprovadas pela Justiça Eleitoral.

P - Josué cita uma pessoa como lobista, a senhora Tiana Marques, que teria operado como mediadora entre empreiteiras de obras e as prefeituras onde deveriam ser construídas casas do programa Minha Casa, Minha Vida.

R O Minha Casa, Minha Vida tem regras claras. Quem gerencia o programa é a Caixa Econômica Federal. Essa história é mais um delírio de Josué. Vou fazer uma representação à Procuradoria Geral da República (PGR) para que Josué apresente provas de todas as acusações que fez contra mim.

P - Mas Tiana Marques é sua lobista? 

R. Não tenho lobistas. Tiana é minha amiga. Sou uma pessoa que dialoga com todo mundo. Recebo no meu escritório, em Belém, e no meu gabinete, em Brasília, do cidadão comum a qualquer autoridade, representantes de movimentos sociais, empresários. Estou sempre aberto para a formulação de ações legislativas, de mediação de conflitos e na busca de solução para os interesses do Pará.

P - E o envolvimento da senhora Socorro Pirâmide, diretora-financeira da Companhia de Docas do Pará (CDP), acusada de articular um esquema chamado de “mensalinho” a seu favor?

R - É outro desatino do meu acusador. A senhora Socorro Pirâmide é uma servidora íntegra, que sempre agiu com muita lisura na diretoria da CDP.

P - Josué também lhe acusa de receber propina de um conluio sobre merenda escolar na Seduc, cujo beneficiado seria o empresário do ramo de alimentação Paulo Góes.

R - Não tenho nada a ver com a Seduc ou merenda escolar. Tenho o maior interesse no esclarecimento dessa gravíssima e irresponsável acusação. É por isso que estou entrando com uma representação na PGR. Segundo tomei conhecimento, o Ministério Público Estadual no Pará já instaurou um procedimento que certamente vai convocar o senhor Josué, que terá de apresentar provas das denúncias.

P - Ele acusa os mesmo personagens, Tiana Marques e Paulo Goés, de serem beneficiados na contratação, pela empresa Andrade Gutierrez, de cartão-alimentação para as obras da usina hidrelétrica de Belo Monte. Como o senhor reage a isso?

R - Quando eu assisti ao vídeo com essas acusações, percebi que as tais “denúncias” são inconsistentes. Não têm data, valor, não informa os critérios de contratação de uma empresa privada, se houve disputa, quem participou e se houve fraude. Mais uma vez, vou repetir: quero que ele apresente as provas do meu envolvimento.

P - O denunciante também cita dois coronéis da Polícia Militar que, juntos com o seu assessor, Albertinho Leão, teriam arrecadado dinheiro para o senhor.

R Mais uma mentira. Pra começo de conversa, Albertinho Leão não era meu assessor no período a que ele se refere. Creio que os dois oficiais da PM e mais o Albertinho Leão também devem ter o maior interesse que a verdade venha à tona.

P - O que o senhor tem a dizer a respeito da denúncia de arrecadação de R$ 1 milhão para que o senhor adquirisse um apartamento em Brasília?

R - Isso demonstra que determinadas pessoas não têm limite quando se trata de atingir a honra alheia. Em Brasília, minha esposa (que é de lá) tem um apartamento, adquirido através de financiamento, pago mensalmente. Quem me conhece sabe que não tenho casa em Belém, onde ocupo um apartamento alugado há mais de 15 anos. O espaço onde funciona o meu escritório também é alugado. Por isso, essa é uma das acusações que mais me magoa, pois nunca fiz política visando qualquer ganho pessoal. Meu trabalho está voltado ao interesse coletivo. Quem quiser que investigue a minha produção em mais de 25 anos de atuação no parlamento brasileiro.

P - A última acusação de Josué Carvalho foi de que o senhor mandou que ele vendesse a casa dele para pagar dívidas da sua campanha.

R - Outra mentira. Isso me deixou indignado. Eu jamais agiria dessa maneira. Qualquer pessoa inteligente raciocina que só um cidadão insano é capaz de vender a casa que abriga a sua família para pagar uma dívida que não é sua. Aqui está, provavelmente, a causa desse amontoado de acusações contra mim. Nunca contratei nada com o senhor Josué e nem o autorizei a usar meu nome para qualquer tipo de negociação com quem quer que seja. Por isso, recorro ao único caminho que me resta, a via judicial, para provar que não procedem nenhuma das acusações contra mim. 

P - O senhor descarta motivações políticas por trás do ato de Josué? 

R - Não quero acreditar que possa haver outra motivação além da chantagem, mas não descarto. Suponho que movido por pressão de algum credor, que o chantageia, Josué se desfez de seu único imóvel e agora precisa arranjar um culpado para justificar a sua situação.

P - O poder mudou a sua vida pessoal? 

R - Não. E é por isso que fico indignado com essa tentativa de enlamear a minha vida. Mantenho os mesmos hábitos simples de quando atuei no movimento sindical. Meu empenho foi sempre dedicado à luta por conquistas sociais e não me deixei seduzir pelos encantos do poder. Não acumulei bens, nem ostento um padrão de vida diferente da minha condição de servidor público. Então, é inaceitável que tentem me atingir naquilo que é mais sagrado para mim: a minha integridade moral no trato com a coisa pública.

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terça-feira, novembro 08, 2016

O papel da trairagem dentro do PT

François Lemoyne, óleo sobre tele - 149x 114 cm - 1737 (Wallace Collections - London, United Kingdom).

Por Jorge Amorim, no seu blog Na Ilharga 

Nos quase 14 anos em que foi governo, o PT caracterizou-se também pelo abandono ao diálogo militante com os segmentos populares que sempre foram aliados e base de sustentação das grandes conquistas sociais, hoje ainda um capital político importante no enfrentamento ao golpismo dissimulado de austeridade.

Nesse período, foram construídas pelo partido eventuais maiorias parlamentares geralmente surgidas de cooptações oportunistas que elegeram figuras que nada tinham a ver com aquilo que o governo realizava.

Três exemplos são fundamentais na compreensão desse afastamento das ruas e adoção sem reservas do burocratismo institucional que despolitizou a atuação petista.

Flávio iniciou a carreira política em 1990, quando se candidatou a deputado federal pelo PSDB, logrando êxito, e sendo reeleito por três vezes seguidas. Em 2001, deixou o PSDB e filiou-se ao PT. Em 2002, foi eleito senador, e em 2006 concorreu ao governo do Paraná, obtendo o terceiro lugar com 9,3% dos votos. Em 19 de agosto de 2009, anunciou que se desligaria do PT e voltou ao PSDB.


Flávio Arns, hoje vice-governador tucano do estado do Paraná, foi senador petista tão omisso quanto prejudicial na defesa parlamentar do governo Lula. Hoje, não só é patrão da esposa do verdugo togado Sérgio Moro como é acusado de mentor de um esquema milionário que morde uma fatia do orçamento da educação pela indústria da educação especial.

No governo FHC, foi diretor da Petrobrás, entre 2000 e 2001, quando ficou filiado ao PSDB, entre 1998 e 2001. Depois disso, se aproximou do PT e se tornou secretário de infra-estrutura do então governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT e, na sequência, apoiado por este, elegeu-se ao Senado em 2002, pelo PT.  Disputou o governo de Mato Grosso do Sul em 2006 e em 2014 lançou-se a candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pela segunda vez. Acabou derrotado pela segunda vez. Em 2015, foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff como líder do governo no Senado e no Congresso Nacional. Em dezembro de 2015, teve seu nome levado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, onde foi aberto um processo que pediu a perda do mandato de Delcídio, preso na Operação Lava Jato. Em 15 de março de 2016, após a homologação de sua delação premiada, se desfiliou do Partido dos Trabalhadores.

Delcídio Amaral já tinha considerável folha corrida ao agir por interesse próprio pra impedir a delação de Nestor Cerveró, que citava propinas de empresas privadas (G.E. e Alstom) recebidas pelo ex-senador, quando este era diretor da Petrobrás no governo Fernando Henrique Cardoso. E também de que o ex-senador teria desviado US$ 2.5 milhões para sua campanha ao governo de Mato Grosso do Sul em 2006.

Iniciou a sua militância social e política em 1983, eleito vereador na cidade de Londrina em 2000. Em 2002 foi eleito deputado estadual e em 2006 foi eleito deputado federal. Nas eleições de 2010 André Vargas foi reeleito o terceiro Deputado Federal mais votado do Paraná. Em 25 de abril de 2014, após 24 anos no Partido dos Trabalhadores, por carta ao diretório do PT em Londrina, comunicou a desfiliação da legenda.

André Vargas, também do Paraná, sempre foi um outsider no dia a dia petista no parlamento. Unha e carne com o doleiro Alberto Youssef, foi presa fácil pra lava Jato por continuar filiado ao PT já que todos sabiam o que tinha feito em verões, invernos, outonos e primaveras passados.

Por sinal, quando foi preso tentando obstruir o trabalho da justiça, Delcídio era líder do governo Dilma no Senado, cargo de extrema confiança, agora sabe-se, exercido por alguém sem escrúpulos e indigno da confiança do mais ingênuo integrante de organização franciscana, tanto que sua primeira atitude foi denunciar, de forma mentirosa, o presidente Lula, como se este estivesse fazendo aquilo que quem fazia era esse celerado chamado Delcídio.

Agora que a legenda inicia um amplo debate que resgate aquela credibilidade que a tornou a mais popular do país, é hora de fazer com que essa discussão venha acompanhada da cobrança de certas obrigações do conjunto da militância, inclusive aquela que faz ver aos seus ungidos ao parlamento que os respectivos mandatos que exercem não foram conquistados com votos de amigos e familiares.

Com efeito, o resgate da noção que mandatos pertencem ao partido proporcionará o resgate da politização da atividade partidária, coisa que se perdeu em grande parte a partir da composição de bancadas alheias na sua atuação à história do partido. Claro que isso não é tudo, mas é bastante para resgatar a condição militante, popular e democrática do Partido dos Trabalhadores. 

terça-feira, julho 26, 2016

Regina Barata: Uma luz no fim do túnel do PT



Por Diógenes Brandão 

Não é de hoje que o conformismo contaminou parte da militância petista e tem feito com que práticas antes tidas como verdeiras heresias em outros partidos, sejam aceitas passivamente pelas hordas que um dia foram vermelhas e no decorrer do governismo, se tingiram com cores muito próximas do azul do PMDB. 

O “Lulinha paz e amor” transformou partidos que outrora foram chamados por ele de picaretas, em base aliada na dita governabilidade e petista que foram escolhidos a dedo para assumirem cargos semi vitalícios na máquina estatal, assimilarem coexistência com tamanha pluralidade partidária, a tal ponto de não conseguirem se distinguir-se dos indicados por partidos como o PP, o PTB e o PMDB, por exemplo. 

Parlamentares petistas já não eram mais vistos ao lado de sindicalistas e sim em hotéis de luxo e clubes sociais ao lado de garrafas de whisky com empresários financiadores de suas campanhas. Os carros e casas simples de outrora, foram paulatinamente sendo substituídos por pick-ups, mansões e sítios repletos de conforto. É um direito, né?! 

No entanto, a gritante ostentação enterrou o discurso da simplicidade e de origem humildes, da que muitos vieram e que a teologia da libertação pregava como reflexo de honestidade e virtude. Esses valores fizeram com que muitos católicos ajudassem na fundação do partido, na década de 80, assim como intelectuais de esquerda, acadêmicos e sindicalistas. 

Ah, os sindicalistas!

O que seria das lutas pelos direitos trabalhistas, sem o esforço e dedicação deles?!

Mas como ignorar a existência de uma casta que se encastelou nas direções de diversos sindicatos e há décadas não tem a carteira assinada por seus patrões, ou simplesmente não trabalham em suas funções, já que se revezam nos cargos da burocracia sindical que alimenta o carreirismo no setor?

Mas o que estão fazendo ou irão fazer, os outros carreiristas do que atuaram nas empresas estatais e ministérios dos governos de Lula e Dilma?

Com o desembarque do governo federal comandado por golpista indicados por Temer e seus asseclas, assistimos pacificamente outros partidos cooptando lideranças petistas por uma ajuda de custo mensal. "As pessoas precisam sobreviver", dirão alguns. É verdade, mas e a Comissão de Ética, virou letra morta no PT? 

Mas nem tudo está perdido! 

Em Belém, por exemplo, cidade que experimentou 08 anos de gestão petista, com boas e más práticas, diga-se de verdade, há quem preveja que o fato do Partido dos Trabalhadores ter para estas eleições, uma pré-candidata mulher, promotora de justiça e reconhecida lutadora de importantes causas sociais, principalmente das minorias, faça com que a militância se levante espontaneamente para a defesa do legado positivo do partido e a sobrevivência política coletiva, ignorando por um tempo, o fato de que a atual direção partidária é inapta e não tem a mínima condição de conduzir processos que revitalizem o partido, que saiu derrotado nas eleições passadas, por pura incompetência dos que coordenavam a campanha de Alfredo Costa para a prefeitura, na trágica campanha eleitoral de 2012.

Um petista confidenciou ao blogueiro que escreveu este plangor, que o futuro será escrito pelas mãos de quem não se rendeu e ainda luta para ver o PT ser de fato o Partido dos Trabalhadores, sem enganação e muito menos traição.

terça-feira, junho 07, 2016

Em entrevista, Regina Barata defende sua pré-candidatura à prefeitura de Belém

Pré-candidata do PT à prefeitura de Belém, Regina Barata, foi entrevista por Mauro Bonna, na noite desta segunda-feira. 

Por Marcelo Martins

Comentários sobre a Entrevista com Regina Barata pré-candidata à Prefeitura de Belém - 2016. (programa “Argumento” - Mauro Bona - RBA – 06/06/2016).

“Você acredita na volta militância na rua? Da volta da militância com aquele brochezinho que custa R$2,00? Sem camisas maravilhosas? Até porque não vai ter empresa para fazer doação para o PT – você sabe disso!? A campanha vai ser muito curta, o tempo de Televisão da candidata do PT vai ser pequeno, dificilmente ela vai conseguir coligar vários outros partidos, poderá ocorrer até um bullying, mas pode esse bullying político, partidário virar a favor de você” (Mauro Bonna).

Abordaremos, por hora, apenas o trecho acima destacado e proferido pelo apresentador da RBA – grupo de televisão da oligarquia Barbalho – por considerarmos bastante representativo da entrevista, ao levantar cinco (5) questões em uma só pergunta, as quais consideramos de grande relevância ao pleito 2016, ou seja: 1- O PT voltará às ruas, como antigamente? 2- Como o PT fará campanha com a proibição das “doações financeiras de empresas” (pergunta esta, frise-se, pertinente para qualquer partido e candidato, segundo legislação em vigor)? 3- Como lidará com o tempo curto de TV na campanha? 4- Qual política de alianças/coligação? 5- Qual postura adotar diante das previsíveis agressões vindas de outros candidatos e partidos?

A resposta da incógnita número um (1) revelou a clareza da compreensão partidária da petista Regina Barata, e da sua história que se confunde com a história de lutas do PT, a partir da sua militância “de rua”, no movimento social (de mulheres, direitos humanos, pessoas com deficiência, etc.), possibilitou a pré-candidata explorar sua origem política e principal atuação como ativista social. Enfim, uma candidatura que vive e se orienta às parcelas da população que “está à margem da sociedade”. 

Regina expõe ainda, que a militância se sente responsabilizada, confiante e “como o PT já definiu que precisa de uma candidatura que venha de dentro do partido, que milita, que tem uma dedicação partidária, então isso facilita” da e das esquerdas, para dar uma resposta também nas urnas e nas ruas às dificuldades de uma conjuntura pautada pelo Golpe de Estado no Brasil e pelo corrupto, golpista e desastroso governo Temer que derrete a conta-gotas, mas mantem-se graças ao apoio dos partidos golpistas como o PMDB, PSDB, DEM, PPS, PSD, PP, PR, PSB, PV, etc.

O ponto alto da segunda questão foi a “desinformação profunda” demonstrada pelo apresentador em relação a grande novidade deste pleito de 2016, aquela relacionada a decisão do STF (Superior Tribunal Federal) de proibir a “doação financeira” das empresas nas campanhas. Valendo agora a contribuição apenas de quem vota, do cidadão, do eleitor, na busca de coibir uma distorção histórica do sistema. A pergunta é apresentada, dessa maneira, para criar a ilusão de que as empresas não “doariam” apenas para o PT. O que não é verdade. Pois, a lei vale par todos os partidos, nenhum, legalmente, deverá receber recursos de empresas.

Uma outra maneira de interpretar a postura do apresentador é aquela que expressa o escárnio típico dos que consideram as leis “potoca”, daqueles que se consideram acima (e fora) da lei. Deixando a mensagem subliminar de que o PT, por conta das delações e persecução seletiva estariam, dessa maneira terminantemente prejudicado pela conjuntura, “acabado”, enquanto os partidos, por exemplo, aqueles envolvidos diretamente na conspiração golpista estariam livres e soltos para fazer “caixa 2”. 

A terceira questão é um atentado à inteligência do cidadão, do eleitor, um libelo à distorção da informação, postura marcante na mídia oligárquica, pois, na realidade o PT, caso não se coligue com outro partido, sozinho terá o 3° ou 4° maior tempo de campanha de TV e Rádio.

A quarta questão apresenta uma situação interessante, pois em Belém o PT só poderá coligar-se com partidos não partícipes do Golpe de Estado contra a democracia. Ou seja, partidos com representação no congresso nacional, tais como o PCdoB, PDT e PSOL. Entretanto, a executiva estadual do partido, dirigida por parlamentares petistas ligados à maioria petista, chamou para si a responsabilidade de analisar “caso a caso” as coligações do PT nos demais 143 municípios do Pará. 

Trocando em miúdos, essa postura da maioria petista, abre margem para coligações com partidos golpistas, o que pode ferir a busca atual do PT por coerência política com a defesa da democracia e a luta contra o Golpe. 

Por fim, a última questão, foi em parte respondida pelo próprio apresentador, demonstrando a possibilidade da candidatura da Regina virar a mesa caso as agressões (o “bullying”) ocorram e se concentrem direcionadas apenas à sua candidatura e ao seu partido, o que pode beneficiar sua candidatura, pois, poderia demonstrar preconceito a única candidatura representada por uma mulher na disputa pela Prefeita de Belém.

Desejamos a pré-candidata à Prefeitura de Belém, Regina Barata, muito sucesso na sua caminhada, que as vitórias venham para aqueles que enfrentam as lutas do seu tempo. Para mim, ela demonstrou segurança, coragem, firmeza e conhecimento sobre a gestão e sobre a cidade. Sua estrela brilhou na entrevista, seu desempenho acendeu a esperança em transformar Belém em uma cidade mais justa, fraterna, igualitária e sustentável.

Assista a entrevista completa e tire suas conclusões. 



Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

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