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terça-feira, dezembro 12, 2017

A casa caiu: Estadão confirma entrevista de Bolsonaro ao jornal com elogios a Hugo Chávez

Em setembro de 1999, deputado afirmou que ex-presidente venezuelano era uma 'pessoa ímpar' e que 'gostaria muito que sua filosofia chegasse o Brasil'. Foto: Hélvio Romero/Estadão.


Por Diógenes Brandão

Matéria publicada nesta terça-feira (12) pelo jornal paulista "O Estadão" e assinada pela jornalista Adriana Ferraz, confirma o que circula pelas redes sociais desde esta segunda-feira: Jair Bolsonaro flertava com Hugo Chávez e o governo da Venezuela, além de assumir que na época não utilizava o discurso anti-comunista que hoje prega. Aborrecido com a lembrança feita pelos internautas, o pré-candidato diz que foi "jogo sujo" divulgar a sua própria entrevista.

Leia:

Pré-candidato à Presidência da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) classificou como “jogo sujo” a divulgação nas redes sociais do conteúdo de uma entrevista que ele concedeu ao Estado em 1999 sobre Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela morto em 2013. Na época, Bolsonaro afirmou que a chegada de Chávez ao poder era uma  “esperança para a América Latina”. O deputado ainda classificou o venezuelano como uma “pessoa ímpar”, afirmou que “gostaria muito que sua filosofia chegasse ao Brasil” e disse que não era anticomunista. 


Bolsonaro O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante evento realizado pela Revista Veja em novembro, em São Paulo Foto: Hélvio Romero/Estadão Na entrevista, realizada meses após Chávez assumir o poder pela primeira vez, Bolsonaro diz acreditar que ele faria no país vizinho o que os militares fizeram no Brasil em 1964, com muito mais força. “Ele não é anticomunista e eu também não. Na verdade, não tem nada mais próximo do comunismo do que o meio militar. Nem sei o que é comunismo hoje em dia.”   

O deputado também disse ao Estado, há 18 anos, que gostaria de ir à Venezuela para tentar conhecer Chávez, a quem considerava não um ditador comunista, como hoje, mas uma figura “ímpar”. “Quero passar uma semana lá e ver se consigo uma audiência.”  

A divulgação da entrevista provocou repercussão das redes e o presidenciável afirmou que trata-se de um “jogo sujo”. “Como sempre falamos: Eles têm tudo, mas nós temos vocês e diariamente teremos de desarmar uma bomba montada, enquanto os corruptos nadam de braçada! Mas vamos até o fim! Há algo maior que eleição em jogo: a derrubada cultural da hegemonia de esquerda no Brasil”, escreveu o parlamentar.  

O presidenciável também postou um vídeo na segunda-feira, 11, nas redes. Gravado ano passado, ele usa a ironia para dizer que Chávez não fez como “os esquerdinhas Lula, Dilma e Genuíno”, que escolheram o Sírio-Libanês para se tratarem, mas foi se tratar em Cuba, que “tem a melhor medicina do mundo”. E continua: “E morreu. Parabéns, Chávez, prepare o inferno para receber os líderes comunistas do nosso Brasil.”  

Nesta terça-feira, 12, o parlamentar publicou mais um vídeo sobre o assunto, desta vez uma entrevista do próprio Chávez na qual ele dizia que faria uma reforma constitucional que poderia impedir até mesmo de ele terminar seu primeiro mandato, de cinco anos.  Acima, Bolsonaro se justifica: “Hugo Chávez e Lula antes das eleições, posavam de democratas.” O presidente permaneceu no poder até a morte, em 2013.

quinta-feira, novembro 23, 2017

Com Temer na TV, PMDB tenta ridicularizar Dilma e reforça anti-petismo

A peça publicitária do PMDB pega um trecho da fala da ex-presidente Dilma e diz que 'o PT de Dilma desenterrou a mandioca e enterrou o país'. 

Por Diógenes Brandão

Uma das inserções do PMDB exibidas na noite desta quarta-feira (22) na TV, o partido de Michel Temer reforça a narrativa de que o PT é o responsável por tudo de errado no Brasil e alimenta ainda mais o anti-petismo já tão proliferado por outros agentes instalados nas emissoras de rádio, TV, assim como nas revistas, jornais e portais da internet, que são reproduzidos por milhões de pessoas através das mídias sociais.

Tal cardápio já faz parte do cotidiano destes segmentos e isso nos alerta para uma só conclusão, baseada em um ditado popular certeiro: Não se bate em cachorro morto. Ou seja, se o partido que tomou o poder investe pesado na desconstrução do PT e de Dilma, algo mostra aos caciques e marqueteiros do partido de que o "inimigo" precisa ser desgastado ao máximo.

Mas desgastar o PT e a última presidenta reeleita pelo partido, sem falar de Lula, o pré-candidato disparado na preferência eleitoral? Porque ele foi poupado?

São esses tipos de perguntas que poucos se fazem e este blogueiro acostumado a ver boi 'avoar', teme que seja um sinal de que o PMDB novamente prima por duas prioridades: Manter Temer vivo até 2018 e negociar a divisão do poder com o candidato que for eleito. Lula, claro, nunca foi descartado pelo partido que indicou por duas vezes o vice-presidente de Dilma.


No Pará, por exemplo, até agora o PT não tem consenso sobre ter candidatura própria ou apoiar uma outra candidatura dentro de uma Frente Ampla de Esquerda, que inclina-se com mais simpatia para indicar o nome da jornalista Úrsula Vidal (REDE) para governador em 2018.

Mesmo assim, o campo majoritário do PT não rompeu o cordão umbilical com a família Barbalho, que controla o PMDB e mantém petistas no alto escalão de órgãos federais, como a SUDAM e o MINC no Pará. 

Talvez isso justifique a complacência dos petistas paraenses ao PMDB. Qualquer outra tentativa de explicação, torna-se até mesmo para os néscios, pura alienação e submissão de uma militância que espera ávida por uma explicação que a retire desse submarino que naufragou com milhares de sonhos e ideias e até agora não retornou das profundezas do desconhecido.

Assista:



A Folha de São Paulo informou que "depois da divulgação do conteúdo do filme, porém, o presidente reviu sua decisão. Segundo auxiliares Palácio do Planalto, o vídeo gerou reações de parlamentares aliados, incomodados com a ironia, e da própria Dilma, que classificou a peça de "mal educada, grosseira e vulgar".  

"Esta propaganda tem o caráter do governo golpista. É machista e racista", escreveu Dilma em nota.  Temer comunicou sua equipe no início desta semana sobre a decisão de não veicular o vídeo em rede nacional".

"Se não recuar de sua decisão [de divulgar a propaganda], o governo golpista vai citar, em tom de deboche e com insinuação de duplo sentido, uma fala feita por mim na abertura dos Jogos Indígenas, em 2015, quando fiz referência à principal fonte de alimentação dos índios, que acabou sendo adotada por toda a população brasileira, tornando-se um símbolo de nossa culinária. O vídeo da propaganda política, que vazou à imprensa, confirma o machismo e a misoginia de um governo que deprecia as mulheres e as populações indígenas", completou Dilma em nota.  

No vídeo, uma apresentadora dizia que "não dava para esquecer" o discurso de Dilma. "2016, com a economia em frangalhos, Dilma Rousseff anunciava a mandioca como uma das mais importantes conquistas do país".  O discurso, porém, foi feito em junho de 2015.  "O PT de Dilma desenterrou a mandioca e enterrou o país. Estava mesmo na hora de tirar o país do vermelho", completa a narradora em uma analogia à cor do PT, partido da ex-presidente.

segunda-feira, outubro 23, 2017

Datafolha: Lula 36%, Bolsonaro 16%, Marina 14%, Doria 8%


Por Diógenes Brandão

Pesquisa Datafolha publicada pela Folha, revela um novo cenário envolvendo os principais pré-candidatos à presidência do país. Em simulações com Lula, o ex-presidente continua liderando, inclusive entre católicos e evangélicos, mas o jornal destaca apenas o aumento de sua rejeição entre evangélicos.


Se depender do eleitorado evangélico, a zona de conforto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida presidencial vai minguar um bocado. Já a pujança eleitoral do deputado Jair Bolsonaro (PSC) e de Marina Silva (Rede) se dilata no segmento, segundo pesquisa Datafolha realizada no fim de setembro.  

No quadro geral, Lula tem pelo menos 35% das intenções de voto nos cenários nos quais seu nome é testado. Numa simulação em que só evangélicos iriam às urnas, ele continuaria o mais bem posicionado, mas com 29% de menções na sondagem estimulada –na qual são exibidos cartões com nomes dos candidatos.  

O Datafolha ouviu 2.772 pessoas em 194 municípios.  

Evangélicos representam a segunda maior camada religiosa do país (32%), segundo o Datafolha. Católicos, que até os anos 1980 eram 9 de cada 10 brasileiros, são maioria, mas sua presença vem encolhendo: hoje, são 52% da população. Entre eles, Lula é a opção de 40%, tanto no cenário com o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) quanto naquele em que o tucano testado é o prefeito João Doria.

Nos dois casos, Bolsonaro e Marina disparam na preferência evangélica, com pelo menos 21% e 17% das intenções de voto, respectivamente – quando Lula está na jogada, ainda que por margem estreita, católicos preferem o deputado à ex-senadora.


E se o ex-presidente, que enfrenta problemas na Justiça que podem impedi-lo de concorrer, não se candidatar? Aí é Marina, única evangélica entre os principais pré-candidatos, quem lidera a corrida, escolhida por 27% daqueles que seguem sua fé e 21% dos guiados pelo papa Francisco.

Bolsonaro vem em segundo lugar, com 23% entre evangélicos e 16% entre católicos.


quarta-feira, outubro 18, 2017

Imperdível: O complô



Na Folha

Temer é vítima de um complô, Aécio, de armação, e Lula, de perseguição. Se os três estão certos, seria preciso imaginar que diferentes braços do Ministério Público, a Polícia Federal e a imprensa foram todos contaminados por uma espécie de vírus do niilismo e abraçaram o temerário projeto de destruir as instituições republicanas, abatendo as lideranças dos principais partidos políticos do país.  

É possível? Bem, tudo o que não é proibido pelas leis da física é possível —e isso inclui viagens no tempo e discos voadores alienígenas visitando a Terra. Parece-me mais verossímil, porém, acreditar que os três políticos, bem como várias centenas de outros, se meteram em relações absolutamente promíscuas com empresários que já confessaram atos de corrupção na casa dos vários bilhões de reais. Em muitos casos, exibiram provas físicas das propinas.  

É possível que nossos três líderes sejam mesmo santos em meio a um oceano de pecadores e que os delatores estejam mentindo quando incluem seus nomes no rol de autoridades compradas. Ademais, para que sofram uma condenação penal, é necessário que o Estado demonstre seu envolvimento para além da dúvida razoável na opinião de um tribunal colegiado. Não precisamos, porém, estabelecer o mesmo nível de exigência para os efeitos políticos.  

Ao contrário, boa parte da crise que vivemos pode ser atribuída ao fato de que foros políticos passaram a operar com balizas do Judiciário. Eu me explico. Num país mais "normal", o presidente que se vê envolvido num escândalo como o que enredou Michel Temer renuncia, seja ele culpado ou inocente. Um senador flagrado numa fita tão comprometedora como a de Aécio é rapidamente cassado pelo Conselho de Ética da Casa. Já Lula, este, por não contar mais com foro privilegiado, ao menos tem o mérito das acusações que pesam contra si avaliado pela Justiça, o que não ocorre com os outros dois. 

segunda-feira, outubro 16, 2017

Juiz da operação italiana, que inspirou a Lava Jato, diz que Moro não poderia investigar e julgar sozinho, o ex-presidente Lula e que não se pode por na cadeia uma pessoa para ela falar



Via Jornal do Brasil

Ex-magistrado italiano que atuou na Operação Mãos Limpas - inspiração da Operação Lava Jato no Brasil -, Gherardo Colombo disse em entrevista publicada neste domingo (15) no jornal O Estado de S. Paulo que na Itália não seria possível o juiz Sérgio Moro ao mesmo tempo conduzir a investigação e julgar sozinho o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva.  

"Notei que o juiz [Sérgio Moro] que fez a investigação contra Lula é o mesmo da sentença e isso me deixou um pouco surpreso porque aqui na Itália isso não poderia acontecer", disse.   

No país europeu existe uma separação: o juiz que conduz a investigação não pode ser o mesmo que julga o processo. E esse mesmo juiz também não pode emitir sozinho a sentença, que tem que ser feita por um colegiado de três pessoas. Moro conduziu sozinho um processo que na Itália seriam necessários cinco juízes diferentes.   

O ex-magistrado italiano Gherardo Colombo, que atuou na Operação Mãos Limpas Gherardo Colombo também disse que pessoas não poderiam ser presas para forçar delações premiadas.  

"Não existe na Itália um sistema para a corrupção similar ao vosso da delação premiada. Não existe. A delação premiada é um termo que não se pode usar. Nós falamos de colabores de Justiça no campo da Máfia e do terrorismo. A Máfia e o terrorismo são tratados geralmente de um modo muito particular. Não se pode pôr na cadeia uma pessoa para fazê-la falar. Ok? Para contar fatos dos outros", enfatizou.

terça-feira, outubro 10, 2017

Lula diz que está 'lascado', mas que ainda tem força como cabo eleitoral

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de evento em Brasília nesta segunda (9)

Na Folha


Com a possibilidade de uma condenação impedir sua candidatura em 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez, nesta segunda (9), um discurso inflamado contra a Lava Jato, no qual disse saber que está "lascado", exigiu um pedido de desculpas do juiz Sergio Moro e afirmou que, mesmo fora da disputa pelo Planalto, será um cabo eleitoral expressivo para a sucessão de Michel Temer.

Segundo o petista, réu em sete ações penais, o objetivo de Moro é impedir sua candidatura no ano que vem, desidratando-o, inclusive, no apoio a um nome alternativo, como o do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), caso ele não possa concorrer à Presidência.  

"Eu sei que tô lascado, todo dia tem um processo. Eu não quero nem que Moro me absolva, eu só quero que ele peça desculpas", disse Lula durante um seminário sobre educação em Brasília. "Eles [investigadores] chegam a dizer: 'Ah, se o Lula não for candidato, ele não vai ter força como cabo eleitoral'. Testem", completou o petista.  

Para o ex-presidente, Moro usou "mentiras contadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público" para julgá-lo e condená-lo a nove anos e seis meses de prisão pelo caso do tríplex em Guarujá (SP).  

O ex-presidente disse ainda não ter "medo" dos investigadores que, de acordo com ele, estão acostumados a "mexer com deputados e senadores" que temem as apurações.  

"Eu quero que eles saibam o seguinte: se eles estão acostumados a lidar com deputado que tem medo deles, a mexer com senadores que têm medo deles, quero dizer que tenho respeito profundo por quem me respeita, pelas leis que nós ajudamos a criar, mas não tenho respeito por quem não me respeita e eles não me respeitaram", afirmou o petista.

De acordo com aliados, Lula não gosta de discutir, mesmo que nos bastidores, a chance de não ser candidato ao Planalto e a projeção do nome de Haddad como plano B do PT tem incomodado os mais próximos ao ex-presidente. O ex-prefeito, que estava no evento nesta segunda, fez um discurso rápido, de menos de dez minutos, em que encerrou dizendo esperar que Lula assuma a Presidência em 2019.  

"Espero que dia 1º de janeiro de 2019 esse pesadelo chamado Temer acabe e o senhor assuma a Presidência da República", disse Haddad.  

'DEMÔNIO DO MERCADO'  

Lula voltou a fazer um discurso mais agressivo em relação ao mercado e disse que "não tem cara de demônio", mas quer que o respeitem "como se fosse".  

"Não tenho cara de demônio, mas quero que eles me respeitem como se eu fosse, porque eles sabem que a economia não vai ficar subordinada ao elitismo da sociedade brasileira", disse o ex-presidente.

O petista rivalizou ainda com o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ), segundo colocado nas últimas pesquisas empatado com Marina Silva, e disse que se ele "agrada ao mercado", o PT tem que "desagradar".  

A Folha publicou nesta segunda (9) reportagem em que mostrou que o deputado ensaia movimento ao centro no debate econômico, adotando um discurso simpático aos investidores do mercado financeiro. 

sábado, setembro 30, 2017

ACERTAR: Lula lidera para presidente e Edmilson para governador



No site do Instituto ACERTAR


O Instituto Acertar foi às ruas para saber em quem a população da Região Metropolitana de Belém votaria para presidente da República e para o governo do Estado do Pará. Leia a seguir.  

Para o cargo de presidente da República, na pergunta espontânea, quem aparece na primeira colocação é o ex-presidente Lula, com 18,1% das intenções de voto, seguido por Jair Bolsonaro, que alcançou 10,7%, e Marina Silva, que foi citada por 5,0% dos eleitores. Os demais nomes citados somaram 3,8%, sendo que João Doria foi lembrado por 1,7% dos eleitores, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes obtiveram 0,7%, seguido de Dilma Rousseff, que foi citada por 0,5%, Aécio Neves e Sergio Moro, ambos com 0,2% das citações. Dos entrevistados, 16,9% afirmaram que vão votar em branco ou anular o voto e 45,2% se mostram indecisos, não souberam ou não quiseram responder à pergunta.

Lula lidera com quase o dobro do percentual de intenções de voto em Bolsonaro, que tem o dobro de Marina, a terceira colocada.

Intenção de voto para presidente (estimulado) 

Em relação ao voto estimulado para presidente da República, foi testado apenas um cenário que envolveu nove nomes. Mais uma vez, o ex-presidente Lula aparece em primeiro lugar, com 30,5% das citações. Os eleitores de Lula estão em maior concentração entre as mulheres, pessoas com idade que varia de 35 a 59 anos, com menor nível de escolaridade e que ganham até três salários mínimos. Jair Bolsonaro aparece em segundo lugar, com 16,0% das citações, sendo que seus eleitores são preferencialmente os homens, pessoas com idade que varia de 16 a 34 anos, com o ensino médio e superior de escolaridade e renda que varia de cinco a mais salários mínimos. O terceiro nome mais citado foi de Marina Silva, que obteve 10,7% das citações. Seus eleitores são preferencialmente as mulheres, pessoas jovens, presentes em todos os níveis de escolaridade e aqueles que ganham de três a cinco salários mínimos. João Dória foi mencionado em quarto lugar, obtendo 4,3% das citações. Seus eleitores concentram-se entre os homens, distribuídos sem grandes oscilações entre todas as faixas etárias de idade, preferencialmente aqueles com o terceiro grau de escolaridade e elevado nível de renda. O pré-candidato Ciro Gomes vem em quinto lugar, com 2,1% das citações; Geraldo Alckmin, 1,9%; Michel Temer 1,2%; e Fernando Haddad, 0,2%. Responderam que votariam em branco ou anulariam o voto, 24,8%. E 8,3% não quiseram declarar o voto.

Na estimulada, Lula amplia o percentual e a distância dos adversários. Bolsonaro tem a metade das intenções de voto, seguido de Marina que amplia e reduz a diferença da pergunta expontânea.

Intenção de voto para governador (estimulada)  

Para o cargo de governador do Estado do Pará, com um cenário incluindo sete nomes de possíveis candidatos, o deputado federal e ex-prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, aparece em primeiro lugar com 27,4% das intenções dos votos, seguido pelo Ministro da Integração, Helder Barbalho, que obteve 16,4% das menções; Úrsula Vidal aparece em terceiro lugar, com 14,5% das citações; Arnaldo Jordy, 5,7%; Ana Julia, 2,9%; Zequinha Marinho, 2,1%; e Marcio Miranda, 0,5%. Os que disseram que votariam em branco ou anulariam o voto corresponde a 26,2% dos entrevistados e 4,3% não sabem em quem iriam votar se as eleições fossem hoje.

Edmilson Rodrigues (PSOL) lidera com quase o dobro de votos de Helder Barbalho (PMDB), que é seguido de perto por Úrsula Vidal (REDE). 

No segundo cenário, em que foram testados sete nomes, o ministro da Integração, Helder Barbalho, aparece em primeiro lugar, com 22,6% das citações, seguido por Úrsula Vidal, citada por 16,0% dos eleitores. O deputado federal Arnaldo Jordy está em terceiro lugar, mencionado por 9,3% dos entrevistados; Marinor Brito obteve 6,2% das citações; Paulo Rocha, 2,9%; Marcio Miranda, 1,9%; e Flexa Ribeiro, 1,4%. Responderam que anulariam o voto 33,8% dos entrevistados e 6,0% preferiram não expressar suas opiniões.

Sem Edmilson Rodrigues (PSOL), Helder Barbalho lidera, seguido por Úrsula Vidal (REDE) e Arnaldo Jordy (PPS).

No terceiro cenário para o cargo de governador, com cinco nomes testados, o ministro da Integração, Helder Barbalho, continua em primeiro lugar, alcançando 24,8% das citações, seguido de perto por Úrsula Vidal, citada por 21,4% dos eleitores, pelo atual prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, em terceiro lugar, mencionado por 5,2% dos eleitores, por Paulo Rocha, que obteve 3,3% das citações, e por Zequinha Marinho, com 2,9%. Neste cenário, 35,0% do eleitorado votariam em branco ou anulariam o voto e 7,4% não responderam à indagação.

Helder Barbalho mantém a liderança, seguido de perto por Úrsula Vidal (REDE) e distante vem Zenaldo Coutinho (PSDB) em terceiro lugar das intenções de voto. 

No quarto cenário para o cargo de governador, novamente com cinco nomes testados, o ministro da Integração, Helder Barbalho, está em primeiro lugar, com 25,7% das citações; seguido de perto por Úrsula Vidal, citada por 22,4% dos eleitores; Mario Couto em terceiro lugar, mencionado por 4,5%; Marcio Miranda, com 3,3% das citações; e Zé Geraldo, 0,5%. Neste cenário, 36,4% do eleitorado votariam em branco ou anulariam o voto e 7,1% não responderam à pergunta.

Mantida a liderança de Helder Barbalho (PMDB) e seguido por Úrsula Vidal (Rede), Mário Couto (PSDB) aparece distante em terceiro lugar, na pergunta estimulada.

No quinto cenário, agora com quatro nomes testados, o ministro Helder Barbalho aparece em primeiro lugar, com 26,7% das citações; seguido de perto por Úrsula Vidal, com  22,9%; Paulo Rocha, com 3,8%; e Adnan Demachki, com 1,2% das citações. Neste cenário, 38,0% do eleitorado votariam em branco ou anulariam o voto e 7,4% não responderam à pergunta.

Helder Barbalho (PMDB) continua liderando e seguido por Úrsula Vidal (Rede), Paulo Rocha (PT) aparece bastante distante em terceiro colocado das intenções de voto.
Na próxima postagem, os resultados da pesquisa para o Senado.

Metodologia da pesquisa  

Esta pesquisa realizada pelo Instituto Acertar teve como objetivo principal aferir indicativos e potencialidade de intenção de voto de pré-candidatos aos cargos de presidente da República, governador e senador para a eleição de 2018 no Estado do Pará. Investigou se também a avaliação da população em relação ao governo Zenaldo Coutinho, após um ano e oito meses de administração municipal e a imagem da administração dos governos de Simão Jatene e Michel Temer.  

O presente estudo foi realizado por meio de uma pesquisa de natureza quantitativa, com aplicação de questionário estruturado e padronizado a uma amostra representativa do universo de investigação, com técnica de entrevista pessoal domiciliar.  

Área de abrangência: Compreendeu a dispersão geográfica da Região Metropolitana de Belém, de acordo com os 5 municípios que a compõe: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara e Benevides.  

Público-alvo: Pessoas eleitoras de ambos os sexos com idade igual ou superior a 16 anos, residentes nos municípios de abrangência da pesquisa.  

Fonte dos dados: Para a delimitação do público a ser alcançado pela pesquisa foram utilizados os dados do Censo de 2010 e as estimativas populacionais, realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além do quantitativo de eleitores disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE/agosto 2017).  Atualmente, a Região Metropolitana de Belém é composta por 1.470.617 eleitores, o que corresponde a 26,7% do total de 5.506.454 eleitores do Estado do Pará.  

Estratificação da amostra: Distribuída de forma proporcional pelas variáveis: sexo, grupo de idade, região de moradia (urbana e rural) e pelo número de eleitores de cada município. Especificamente em Belém, a amostra, foi estratificada com alocação proporcional à população dois oito distritos administrativo que compõem o município (DAMOS – Mosqueiro, DAOUT – Outeiro, DAICO – Icoaraci, DABEN – Bengui, DAENT – Entroncamento, DASAC – Sacramenta, DABEL – Belém e DAGUA – Guamá).  

Amostra e margem de erro: Com 540 questionários aplicados, a margem de erro para os resultados da pesquisa é de 4,3% para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.  

Data de coleta dos dados: 22 a 26 de setembro de 2017.  

Controle de qualidade: Checagem de 25% dos questionários aplicados, para detectar erros.

terça-feira, agosto 15, 2017

Fundador da Rede critica Marina, diz que Temer tem grandes chances de cair e que o exército nas favelas traz falsa sensação de segurança

Para Luiz Eduardo Soares, a ex-ministra Marina Silva deixou de ser 'espontânea' e 'genuína'

'Marina poderia ser a presidenciável favorita para 2018, mas foi irresponsável e 'queimou caravelas com esquerda' ao apoiar o impeachment', diz fundador da Rede que avalia que Temer pode cair muito em breve, pois sua permanência já não mais interessa para as elites e que o exército nas favelas traz uma falsa sensação de segurança à Classe Média.

Por Júlia Dias Carneiro, via BBC Brasil sob o título: Marina poderia ser favorita para 2018, mas 'queimou caravelas com esquerda' ao apoiar impeachment, diz fundador da Rede

Fundador e ex-membro da Rede Sustentabilidade, o antropólogo e cientista político Luiz Eduardo Soares afirma que a líder política do partido, Marina Silva, pode ter perdido a chance de chegar às próximas eleições presidenciais como favorita após ter declarado apoio ao impeachment de Dilma Rousseff no ano passado. 

"Quando ela assumiu essa posição, extremamente irresponsável do ponto de vista da democracia, acho que ela queimou as caravelas relativamente ao campo das esquerdas. Não só do PT, das esquerdas", considera ele. "Isso circunscreve o seu potencial eleitoral e político." 

Soares elaborou as propostas das candidaturas de Marina na área de segurança pública em 2010 e 2014 e deixou a legenda em outubro do ano passado - um dos signatários de uma carta aberta em que sete intelectuais anunciaram sua desfiliação, com críticas ao partido e a sua líder. 

Para Soares, Marina deixou de ser "espontânea e genuína", o que era a sua marca, e passou adotar posições "ambíguas", e jogar o jogo "mais tradicional" da política. 

Em entrevista à BBC Brasil, o cientista político considera que o cenário para 2018 está em aberto e depende da possibilidade de Lula se candidatar ou não. O caminho até lá também é imprevisível. "Hoje o Temer já é dispensável para as elites", diz Soares. "Eu diria que sua permanência é realmente incerta." 

Especialista em segurança pública, critica a presença do Exército no Rio e diz que o efeito é meramente simbólico, para transmitir uma imagem de segurança à classe média. 

Leia abaixo os principais trechos da entrevista. 

BBC Brasil - O senhor ajudou a fundar a Rede Sustentabilidade e saiu fazendo críticas ao partido. Como vê hoje as perspectivas para a Marina Silva? 

Soares - Fui o primeiro presidente da Rede no Rio. Mas a frustração foi muito grande, porque os vícios de todos os partidos foram simplesmente reproduzidos. A minha divergência com a Marina teve a ver com seu apoio ao impeachment (da presidente Dilma Rousseff). Ela tinha sempre se manifestado contrária. O (deputado Alessandro) Molon entrou para o partido depois que ela se comprometeu a ser contrária. E uma semana antes da votação, ela se pronunciou a favor do impeachment, sem nos consultar. E pior ainda, a direção do partido, que era contrária ao impeachment, mudou de posição menos de 24 horas depois, para não deixá-la só. Isso é o retrato de que o partido não dispõe de instâncias autônomas. 

BBC Brasil - Qual foi o impacto dessa mudança para a trajetória política dela? O senhor acredita que Marina tenha chances em 2018?

Soares - Ser a favor do impeachment significava entregar o país ao núcleo mais perigoso da política nacional, o PMDB. Quando ela assumiu essa posição, extremamente irresponsável do ponto de vista da democracia, acho que queimou as caravelas relativamente ao campo das esquerdas. Não só do PT, das esquerdas.

Ela hoje teria todas as condições de ser favorita nas eleições de 2018 se tivesse se mantido contra o impeachment. Poderia unificar o campo das esquerdas com um discurso palatável, capaz de suscitar respeito entre eleitores do centro, e a população evangélica também se reconheceria nela. Ela viria com um potencial eleitoral muito grande. 

Com sua ruptura com o campo da esquerda, resta a ela buscar unir o centro com fatias mais conservadoras e de centro-esquerda. Mas isso já circunscreve o seu potencial eleitoral e político. 

Ela deixou de ser espontânea e genuína. Essa era a sua marca. Passou a estar sempre numa posição ambígua, com poucas definições claras, e a jogar o jogo mais tradicional. Mas sem dúvida é uma candidatura forte potencialmente.

BBC Brasil - O cenário ainda está muito em aberto para 2018 - o que o senhor acha que está se desenhando para a disputa? 

Soares - O Lula é um forte candidato, porque para a maioria da população fez o melhor governo que experimentaram. E de fato os resultados foram notáveis, superiores aos governos anteriores em termos de crescimento e de redução de desigualdades. Ele saiu com 85% de aprovação popular. Isso é um patrimônio extraordinário, que está sendo erodido pelas denúncias constantes da mídia.

Você tem um aventureiro, o prefeito de São Paulo, João Doria. Ele não merece confiança cívica. De maneira cínica, ele se apresenta como não-político, mas faz política o tempo todo, e da pior qualidade. É um demagogo que se apresenta como anti-Lula, anti-PT, já que não tem substância. O Alckmin, a alternativa do PSDB tradicional, tem mais substância, mas é muito difícil que o PSDB eleja um presidente diante de tantas denúncias. 

E hoje temos a extrema-direita de fato fascista, que propõe golpe militar, o Jair Bolsonaro. Ele nunca foi exposto, cobrado, nunca lhe perguntaram nada sobre o Brasil. Ele é apenas o que denuncia, que fala em nome da ordem, e reuniu uma multidão de admiradores com a corrosão da credibilidade das instituições. 

Já Ciro Gomes, acho que tem muita dificuldade de se consolidar porque se comportou de maneira errática em relação a compromissos e vinculações partidárias no passado, gerando incerteza em torno de seu comportamento, ainda que tenha talento e um projeto com alguma substância. 

BBC Brasil - O senhor considera o ex-presidente Lula um candidato forte, mas ele é réu cinco vezes e já foi condenado em primeira instância em um sexto caso, o do tríplex do Guarujá. 

Soares - Essas denúncias são muito complicadas. As do sítio de Atibaia e do tríplex são ridículas e não sensibilizarão a população. As pessoas sabem como funcionam os poderes no Brasil, e dirão, mesmo que (a série de acusações contra Lula) seja verdade, que outras pessoas estão aí roubando bilhões. 

Na época do Adhemar de Barros, um governador de São Paulo que foi muito popular, a população dizia, "ele rouba, mas faz". Já que a categoria dos políticos é basicamente corrupta, com raras exceções, vamos escolher entre os que produzem benefícios. Esse tipo de espírito vai acabar prevalecendo quando as questões estiverem ainda num nível de sítio, pedalinho e apartamento. 

BBC Brasil - A percepção sobre corrupção mudou com a Lava Jato ou o senhor acha que mesmo hoje as pessoas ainda comprariam essa ideia do "rouba, mas faz"? 

Soares - Se você tiver um segundo turno entre Bolsonaro e Lula, não tenho dúvida que todos que criticam o Lula hoje vão votar nele. Todos que têm alguma ambição democrática. Mesmo que acreditem que ele tem algum envolvimento com corrupção. Talvez tenhamos que votar contra, e não a favor. 

Os juristas mais importantes que conheço consideram pífias as acusações contra o Lula. Estou convencido de que a fundamentação é insuficiente para uma condenação. 

Não estou dizendo que a Lava Jato não mereça respeito. Mas que houve uma inclinação política na focalização do PT, houve. O PSDB começou a aparecer muito mais recentemente, e de forma muito mais leve que o PT, e os problemas são equivalentes. E são superados pelo PMDB, onde reside o núcleo central e mais tarimbado da corrupção na política brasileira.

Retirar a Dilma para levar o representante do PMDB para o poder em nome da ética é despudoradamente hipócrita. Pois as massas foram às ruas, a classe média, instigada pela Globo, para apoiar essa troca. E diante do quadro atual, não há o mesmo tipo de investimento na mobilização política. As ruas estão vazias, por assim dizer. 

BBC Brasil - Depois de ser quase derrubado pelo escândalo da JBS, o presidente Michel Temer conseguiu sobreviver ao julgamento do TSE e ao voto na Câmara que barrou a denúncia de corrupção contra ele. O senhor acha que agora ele consegue se manter até o fim do mandato? 

Soares - Ninguém sério pode responder a essa pergunta com convicção. É impossível saber. As variáveis são incontroláveis, como as que advenham das investigações da Lava Jato. Se algumas delações forem aceitas e negociadas, é possível que Temer não consiga se sustentar.

Até porque já há um substituto comprometido a seguir a agenda regressiva para cujo cumprimento Temer foi elevado a presidente. O afastamento da Dilma foi uma manobra para que essa agenda neoliberal extrema fosse implementada, que nunca obteria apoio em uma eleição. Estamos diante de uma verdadeira intervenção neoliberal, com uma agenda obscurantista e regressiva. Enquanto as atenções públicas se voltam para a permanência ou não do presidente, ele e o seu governo se apressam, na calada da noite, a promover mudanças trágicas para as sociedades indígenas, para a sustentabilidade, o meio ambiente. 

Antrópologo e fundador da Rede critica posturas ambíguas de Marina Silva

Eu acredito que haja condições para que o Temer caia. Quais são as condições imprescindíveis? Uma alternativa comprometida com a implementação das mesmas reformas neoliberais, que é o Rodrigo Maia. 

Hoje o Temer já é dispensável para as elites. Se ele cair, o presidente da Câmara pode dar sequência à agenda das reformas. E se as elites já têm um estepe, talvez ele seja mais conveniente. Mesmo que venha a ser denunciado, este será um processo demorado, e ele implementaria de forma talvez mais fluente a agenda neoliberal. Se isso é possível, o Temer corre risco. Diria que hoje sua permanência é realmente incerta. 

BBC Brasil - O Congresso está se movimentando para aprovar uma reforma política que implantaria o chamado distritão, que vem sendo criticado como um sistema que favoreceria a eleição de velhos conhecidos da política. O senhor acha que isso vai adiante? 

Soares - Isso é assustador. O distritão elimina as minorias, torna as eleições muito mais caras e com resultados previsíveis, porque os que já estão no poder vão viabilizar sua reeleição, e as celebridades terão privilégios. Não haverá possibilidade de que os partidos ideológicos se destaquem. As propostas vão ficar em segundo plano. Não à toa, esta é uma ideia do Temer, e do Cunha, que está sendo apresentada pelo PMDB e pelas forças conservadoras do Congresso. BBC Brasil - O ministro do STF Luís Roberto Barroso disse há alguns dias que a crise política está levando a um "cenário de devastação no Brasil", e que é impossível não sentir vergonha. O momento lhe causa vergonha? 

Soares - Claro. Quer dizer, eu não sei se vergonha é o termo, porque vergonha significa que você se sente representado pelos que elegeu e culpado pelo que está acontecendo. Eu não sinto assim, porque quando a gente é derrotado, não é necessariamente responsável pelo que sucede após a derrota.

Para Luiz Eduardo Cardoso, há condições para que Temer caia do cargo se deleções forem aceitas e negociadas.

BBC Brasil - Então é vergonha alheia? 

Soares - Ah, isso sim. Sem dúvida (risos). 

BBC Brasil - Há algo que lhe dê esperança no momento? 

Soares - O longo prazo. Se você estuda história, você tem a perspectiva de que as coisas foram muito piores. Já vivemos momentos mais difíceis durante a ditadura. E o que ocorreu no Brasil no século 20 pode nos dar esperança de mudanças profundas. 

No curto prazo, não dá para ser otimista. Mas os processos são dinâmicos. E há uma potência que vibra no subsolo do Brasil desde 2013 cujas energias podem se converter em transformações importantes. 

BBC Brasil - O senhor costuma falar no deslocamento de placas tectônicas quando busca explicar os efeitos dos protestos de 2013. Esses efeitos ainda estão sendo sentidos? 

Soares - A metáfora me ocorreu quando senti nas ruas essa palpitação, essa energia pulsando, inclusive a alegria da participação. Aqueles foram momentos de festa, e eu dizia, o Brasil se revolta, se rebela, vai às ruas porque melhorou bastante. Em geral é assim. Você potencializa os agentes sociais, que elevam suas expectativas e assumem protagonismo. 

Foi um momento muito bonito, contraditório. As mensagens eram, basicamente, que há um colapso da representação política. Ninguém acredita mais nas instituições políticas tal como funcionam. Isso é perigoso, mas é também condição positiva de mudança. 

O fato de não ter havido nenhuma modificação diretamente derivada de 2013 não significa que aquilo não tenha sido muito importante. 

A partir dali, a gente passou a viver intensamente o que vivera anteriormente, mas requalificando as relações. Se já havia adversários, eles se transformaram em inimigos. Se já havia oposições, elas se converteram em confrontos. Se havia uma linguagem da disputa, ela se converteu em código do ódio. As polarizações se enrijeceram e se firmaram. 

O que marca tudo isso é a intensificação. E essa intensidade tem um sentido e ainda não se manifestou plenamente. Isso pode ser uma fonte de temor ou esperança. Nós estamos em um momento como esse diante da história, do seu abismo e de suas promessas. 

BBC Brasil - Por que as ruas estão vazias? Por que não vemos nada parecido com as mobilizações de 2013 ou de antes do impeachment? 

Soares - O cenário está totalmente aberto, e as pessoas estão pensando nas consequências (dessa mobilização). Elas vão para a rua clamar pela queda do Temer para então receber Rodrigo Maia? E para continuar com a agenda das reformas?

A classe média pode desejar isso, mas a maioria da população positivamente não, conforme demonstram pesquisas de opinião. Além disso, há uma suspeição enorme de que as movimentações vão acabar beneficiando o Lula, então os contrários ao Lula não vão se envolver. 

BBC Brasil - Como o senhor vê a situação atual de segurança no Rio? Temos visto uma escalada de violência e o governo respondeu com o envio do Exército. O senhor acha que isso ajuda a resolver o problema de alguma maneira? 

Soares - Não, claro que não, e a cúpula do Exército sabe disso. Sabe que os soldados não estão preparados para fazer vigilância nas ruas, para abordagens, eventuais enfrentamentos e para respeitar limites indispensáveis às ações internas ao país. Eles têm muito medo de um eventual deslize, de uma ação precipitada ou mesmo de uma autodefesa legítima, porque isso impacta a imagem do Exército. 

Mas o fato é que presença do Exército tem efeito meramente simbólico. Transmite uma imagem de segurança para a classe média, que acha que agora está protegida. Não há dados sobre ações anteriores que demonstrem que esse é o caso. Os números não mostram queda de criminalidade. Ao contrário, às vezes até aumentam, sobretudo de homicídios dolosos. 

BBC Brasil - É um gesto de desespero convocar o Exército? 

Soares - Mas é claro, e isso o governo já disse explicitamente. Deixou claro que não tem recursos, está perdido, não sabe mais o que fazer. Qualquer iniciativa para qualificar o trabalho das polícias envolveria mais recursos, e o Estado está quebrado, não paga os funcionários, mal paga as polícias. Eles estão inteiramente perdidos e reproduzem o velho padrão da guerra às drogas e intervenção bélica nas favelas, que produzem desastres. São mortes de inocentes por balas perdidas, mortes de suspeitos e mortes de policiais.


sábado, agosto 05, 2017

DOXA pesquisas: Lula e Bolsonaro estão empatados



Por Dornélio Silva, com informações da DOXA pesquisas

Pesquisa realizada pela DOXA no Pará, entre os dias 20 a 25 de julho, abrangendo as seis mesorregiões, com uma amostra de 1937 entrevistas, mostra Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PSC) empatados. A margem de erro é de 3,5% e o nível de confiança de 95%.


Espontânea 

Na questão espontânea, Lula aparece com 18,2% e Bolsonaro com 18,5%. Marina vem com 4,5%. FHC aparece com 3,5%; Joaquim Barbosa vem com 2,7%; Temer tem 2,5%; João Dória, 2,4%; Geraldo Alckimim, 1,4%; Sérgio Moro, o,3% e Álvaro Dias, 0,1%. Os números de indecisos, votos brancos e nulos somam 43,7%. 

Veja o gráfico:



Estimulada 

Quando se estimula, Lula vai para 23,8% e Bolsonaro para 22,9%. Marina permanece em terceiro lugar com 9,5%; João Dória vem com 6,2%; Geraldo Alckmim com 5,5%; Joaquim Barbosa com 4,9%; Ciro Gomes com 3,4% e Álvaro Dias com 0,3%. Os indecisos e os que pretendem anular ou votar em branco somam 23,5%. 



Rejeição 

Em se tratando de rejeição, o ex-presidente Lula é o mais rejeitado, aparecendo com 34,7%. O segundo mais rejeitado é Bolsonaro com 9,6%. Depois aparece Marina Silva com 7,0%, seguida de Geraldo Alckimim, 6,4%. Ciro Gomes tem 5,1% de rejeição. Joaquim Barbosa com 3,8%; João Dória tem rejeição de 2,5% e Álvaro Dias aparece com 2,2% de rejeição. 




Intenção de votos nas Mesorregiões

Ao analisar as intenções de voto pelas Mesorregiões do estado, identificamos que no Baixo Amazonas, Lula aparece com 21,0% e Bolsonaro com 17,8%; no Marajó, Lula vem com 51,4% e Bolsonaro com 4,1%; na Metropolitana, Lula aparece com 18,3% e Bolsonaro com 12,7%; no Nordeste Paraense, Lula está com 37,2% e Bolsonaro com 10,1%; no Sudeste paraense, Lula aparece com 5,0% e Bolsonaro com 53,6%; no Sudoeste, Lula vem com 39,8% e Bolsonaro com 37,9%. 

sexta-feira, julho 28, 2017

Polícia prende suposto coordenador da campanha de Eder Mauro, deputado que encenou a prisão de Lula

Durante manifestações pelo Impeachment de Dilma, Eder Mauro (PSD-PA) encenou a prisão de Lula. Imprensa diz que um dos seus coordenadores de campanha é o acusado de ser mandante do assassinato do ex-prefeito de Breu Branco.

Por Diógenes Brandão

Um ano e meio depois de encenar a prisão do ex-presidente Lula, o deputado federal Eder Mauro (PSD), teve o suposto coordenador de sua campanha eleitoral preso, junto como mais 03 pessoas, acusadas pela morte do prefeito de Breu Branco, há pouco mais de dois meses.



Segundo informações da SEGUP-PA o presidente do Partido Social Democrático (PSD) do município de Breu Branco,  Ricardo José Pessanha Lauria, conhecido como “Ricardo Chegado”, é apontado como  o mandante pelo assassinato do prefeito da cidade, Diego Kolling, conhecido como “Diego Alemão” (PSD). 

Além de Ricardo, mais três outros presos não tiveram a identidade revelada, teriam tido participação indireta, auxiliado na execução do crime. Celulares e outros objetos foram apreendidos. A expectativa é que os presos sejam encaminhados ainda hoje em uma aeronave para Belém.

A prisão do assassino e mandante do crime cometido há pouco mais de dois (02) meses, acontece três (03) dias depois da morte de Jones William, o 3º prefeito assassinado no sudeste paraense, durante o período de um ano e meio.         

Eleito pelo partido presidido no município pelo seu algoz, “Diego Alemão”, foi assassinado a tiros no início da manhã do dia 16 de Maio deste ano, quando pedalava com um grupo de amigos na rodovia PA-263.  A vítima foi atingida pelas costas e chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Regional de Tucuruí, sudeste paraense. Na ocasião, “Diego Alemão” tinha 33 anos e era casado. 

Conforme investigações da Polícia Civil, o acusado de ser o executor do crime trabalhou para o presidente do PSD, como tratorista.  O suspeito confessou ter executado o prefeito a mando de Ricardo Chegado.  O diretório do PSD informou que a direção do PSD em Breu Branco foi afastada e encontra-se sob intervenção.

O acusado foi preso na fazenda de um amigo, depois que a justiça expediu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão solicitados pela polícia e cumpridos nas áreas urbana e rural do município, localizado a 248 km de Marabá. 

Órgão de comunicação do governo do Estado, a Agência Pará divulgou nota onde revela que o delegado geral Rilmar Firmino foi o responsável pela ação que reuniu cerca de 40 policiais, entre civis e militares. Às 17 horas, na sede da Delegacia Geral, está prevista uma coletiva de imprensa, quando serão apresentados detalhes da operação deflagrada em Breu Branco.

Jornalista poupa jornais e sites, mas acusa internautas de irresponsáveis

De Marabá, o jornalista  Hiroshi Bogéa usou seu blog para chamar de irresponsáveis os internautas que usam as redes sociais para, segundo ele, vincular Eder Mauro à morte do prefeito de Breu Branco

O deputado nega o vinculo. Leia aqui.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...