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sexta-feira, dezembro 10, 2021

Pesquisa vazada: Helder é disparado o preferido para as eleições de 2022. Jatene é o mais rejeitado

Pesquisa realizada em Outubro, revelou os números daquele momento, sobre a corrida eleitoral para 2022. Em contato com o instituto DOXA, o responsável pela pesquisa não quis comentar o vazamento da pesquisa, quase dois meses após sua realização, que pelo que tudo indica, seria de consumo interno.


Por Diógenes Brandão

Realizada entre os dias 19 a 22 de Outubro, pesquisa realizada pelo Instituto DOXA, sob encomenda pelo jornal O Liberal indica que se as eleições para o governo do Pará fossem nesse período, Helder Barbalho (MDB) seria reeleito governador com 26% da preferência dos eleitores entrevistados.

O Delegado Federal Eguchi (Patriota) aparece com 2,5% das citações e o ex-governador Simão Jatene (PSDB) com apenas 1,2%.

Votos em branco e nulos somaram 16,9% e 51,8% dos entrevistados não soube opinar ou não respondeu à pergunta sobre sua preferência eleitoral.

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Na pergunta estimilulada, onde foram apresentados os nomes dos prinicipais pré-candidatos ao governo, Helder mantém a liderança, mais amplia para 47,4% da preferência dos eleitores entrevistados.

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Ao estimular apenas como os nomes de Zequinha Marinho (PSC) e Simão Jatene, Helder Barbalho sobe para 49,9% na preferência dos eleitores pesquisados.

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REJEIÇÃO

Mesmo tendo derrotado Helder Barbalho nas eleições de 2014, Simão Jatene é quem possui o maior índice de rejeição entre os principais pré-candidatos apontados pela pesquisa.

O segundo mais rejeitado é o Delegado Federal Eguchi, com 14,9% e em 3º lugar com maior rejeição é o governador Helder Barbalho.

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A pesquisa - provavelmente de consumo interno - vazou em uma conversa um grupo do Whatsapp, por um membro do partido Rede Sustantabilidade, que no Pará é dirigido pela Secretária de Cultura do Estado, Ursula Vidal e seu atual namorado, o publicitário Francisco Cavalcante, também conhecido como Chiquinho.

Pelo que se percebe na apresentação da pesquisa, ela foi encomendada pelo "LibData". Em consulta a um jornalista, ele confessou em off, que seria uma espécie de instituto de pesquisa da empresa que controla a TV e o jornal OLiberal.

Detalhe: Não consta no TRE-PA qualquer registro ou pesquisa desse instituto.

Além da preferência eleitoral, a pesquisa traz uma vasta gama de informações de preferência de consumo, tanto de produtos e serviços, além de dados sobre veículos de imprensa e dados sobre a pandemia.

PREFEITURA DE ANANINDEUA É RECONHECIDA POR MELHOR TER ENFRENTADO A PANDEMIA

42,6% dos entrevistados consideraram como positiva as ações de combate à pandemia realizadas pela prefeitura de Ananindeua. A gestão do Dr. Daniel Santos (MDB)foi a mais bem avaliada entre as prefeituras da Região Metropolitana de Belém.


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Na próximas postagens vamos destrichar todas as informações da Pesquisa DOXA realizada no mês de Outubro, que ao todo totalizam 111 páginas.

domingo, abril 25, 2021

A 5ª filiação partidária de Ursula Vidal

Em sua 5ª filiação partidária, Ursula Vidal volta a se filiar em um dos seus ex-partidos: a Rede Sustentabilidade.
.  

"Ideologia eu quero uma pra viver", Cazuza.


Por Diógenes Brandão

A atual Secretária de Cultura do Pará, a jornalista que entrou para a política dizendo querer fazer diferente, Ursula Vidal filiou-se ao PPS para ser candidata a deputada estadual em 2014, mas não se elegeu. 

Derrotada, Ursula deixou o PPS para tornar-se a líder da REDE no Pará, partido pelo qual disputou a prefeitura de Belém em 2016, quando ficou em 4° lugar. 

04 (quatro) meses depois, sem êxito nas urnas, deixou a REDE (em fevereiro de 2018) e filiou-se ao PSOL, onde concorreu a uma vaga para o senado, em 2018.   

Com o discurso do partido do Socialismo e Liberdade na ponta da língua, abriu mão de se candidatar e disputar o governo contra Helder Barbalho, mas ganhou um emprego como radialista na Rádio Clube, onde passou a apresentar um programa e se contentou a concorrer a uma das duas vagas ao senado, mas ficou em 6° lugar. 

Logo após as eleições, em Dezembro do mesmo ano, depois de 10 meses de filiada e com forte ligação ideológica com o PSOL, deixou o partido para receber a promessa feita por Helder Barbalho de assumir a Secretaria de Cultura do Estado, em janeiro de 2019, cargo em que está até hoje.  

Em Abril do ano passado, Ursula deixou o PSOL e se filiou no PODEMOS, o partido que mais aderiu aos projetos do governo de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados em 2019. No Pará, o PODEMOS é tido como um partido satélite do MDB.

No novo partido, a secretária perdeu o prazo para se licenciar da SECULT e assim poder disputar as eleições municipais de 2020, quando pretendia concorrer, pela 2ª vez, a prefeitura de Belém. 

A 5ª (quinta) filiação de Ursula Vidal

Agora, com menos de um ano filiada no PODEMOS, Ursula anunciou seu retorno para a REDE, partido onde deverá disputar as eleições de 2022. 

Resta saber qual cargo ela deverá disputar: A de presidente, governadora, senadora, deputada federal ou estadual. 

Façam suas apostas! 


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Ou leia tudo sobre Ursula Vidal no blog AS FALAS DA PÓLIS

quarta-feira, fevereiro 10, 2021

O suja história do lixo e do lixão de Marituba


Por Zé Carlos do PV

O Lixão de Marituba precisa ser fechado urgentemente, foi construído e licenciado contrariando as leis do nosso país, incluindo as leis ambientais e o bom senso. Mas antes é preciso que se saiba que as permissões legais e os contratos firmados que deram condições deste monstro existir estão envoltos em mentiras, estranhezas e até prevaricações.  

Mentiras que vem sendo repetidas pela imprensa e por autoridades sem o menor pudor. Vamos a elas:  

1. A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, (Lei Federal n.° 12.305/2010) obrigava o fechamento do Aurá. Esta é a primeira mentira.  

A Lei da PNRS realmente obrigava as cidades com mais de 100 mil habitante a encerrar seu lixões, mas em julho de 2015, o Senado estendeu a data-limite para o fim dos lixões. 

Além das capitais e regiões metropolitanas, os municípios de fronteira e os que contam com mais de 100 mil habitantes, com base no Censo de 2010, ganharam prazo até 2019. Mesmo com a prorrogação houve a pressa de encerrar o Aurá antes de extensão do prazo.  

Por que queriam tanto encerra o Aterro do Aurá?  

2. O Aurá era um lixão e reunia criminosos 

Outra grande mentira. 

O Aurá, por negligência da administração municipal, desceu da condição de aterro sanitário para aterro controlado e depois para lixão, antes disso, o Aurá estava tão bem organizado que havia recebido prêmio por ter retirado as crianças e adolescentes do trabalho degradante e contava com apoio da Comunidade Europeia para implantação e funcionamento de projeto moderno para evitação de gases de efeito estufa, fazendo a captura e a queima do metano produzido.

A campanha contra o Aurá se intensificou como muitos interesses para fecha-lo, por quê?  

3. Após o Aurá ser criminosamente degradado, a Prefeitura de Belém assinou, com o Poder Judiciário, um Termo de Ajuste de Conduta – TAC, que previa o encerramento do aterro, a inclusão socioeconômica dos catadores, a recuperação ambiental da área e atendimento às comunidades do entorno quanto a exposição e contaminação prolongada por gases e outros elementos nocivos a saúde.  Mesmo depois deste TAC, a campanha para fechar o Aurá seguiu forte.

A quem interessava este fechamento? 


4. A Prefeitura Municipal de Belém, em atendimento ao TAC, propôs, através de uma PPP – Parceria Público Privada, contratar empresa para cumprir todos os termos do TAC, do PNRS e abrir um novo espaço para o destino final de acordo com a legislação.

Da licitação aberta, participou duas empresas: A S.A. Paulista e a REVITA. A Revita foi desclassificada no certame, sendo declarada vencedora a S.A. Paulista. 

A perdedora Revita reagiu e denunciou a licitação ao Ministério Público, cujo promotor Raimundo Moraes, foi quem recebeu a petição e deu seguimento ao caso.

5. A REVITA, que havia chegado ao Pará no mandato dos prefeitos Helder Barbalho, de Ananindeua e Bertold, de Marituba, comprou uma área de uma antiga mina de extrações de matérias de construção civil, colada à REVIS – Refúgio da Vida Silvestre, unidade de conservação de proteção integral, inciou a implantação de um aterro sanitário com objetivo de, fechado o Aurá, todos os contratos deste serviço público virasse seu monopólio, viu seus planos frustados com a sua exclusão da licitação e passou a reagir jurídica e politicamente.

Porém o aterro da REVITA, que depois virou a empresa Guamá, não podia ser licenciado ambientalmente como não foi por muito tempo. Tudo ali era contrário às leis ambientais.  

Enquanto isso o Promotor de Justiça Raimundo Moraes trabalhava intensamente para fechar o Aurá e também para anular a licitação, incluindo a realização de audiências pública em favor da implantação do Aterro em Marituba, hipótese rejeitada pela população interessada. 

Será que o Promotor estava ciente que suas ações implicariam em favorecimento aos interesses monopolistas da REVITA?  

6. A Prefeitura de Belém homologou a licitação e deu por vencedora a empresa S.A. Paulista, que tinha expertise, por haver encerrado o Lixão de Gramacho, no Rio de Janeiro. 

Em poucos meses, após assumir o Aurá, a Empresa mudou aquilo da água para o vinho: cadastrou os catadores, retirou crianças e adolescentes do lixão, organizou as células e implantou um sistema de controle dos caminhões e da entrada do lixo, com um rigor técnico e software avançado capaz de impedir que a PMB fosse roubada no peso do lixo pago às empresas de coleta. 

O sistema de controle podia ser auditado e fiscalizado pelo Secretário de Saneamento e pelo Prefeito a partir do seus Smartphone. O melhor é que a empresa, pela PPP, estava bancando tudo.  

7. A implantação da PPP, no que concerne a inclusão dos catadores, estava acompanhada pela OAB e pela ONG No Olhar. A secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal foi contratada pela empresa e produziu um belíssimo documentário sobre o Lixão, catadores e comunidade. Posso garantir que foi um raro momento de inclusão e cidadania vivido pelos catadores do Aurá.

Se tudo estava indo tão bem por que a insistência em anular a licitação, o contrato da S.A. Paulista e fechar o Aurá, se isso favoreceria a Revita e seus aterro ilegal?  

8. Após a eleição do Prefeito Zenaldo Coutinho, que esteve no Aurá, reuniu com catadores, assumiu com eles compromissos. Foi nomeado como Secretário de Saneamento de Belém, o especialista renomado Luis Otávio da Mota Pereira, que montou uma senhora equipe, coordenada pelo Dr. Janary, e deu prosseguimento ao que vinha sendo realizado pela S.A. Paulista. 

Montou equipe com catadores, organizou o projeto de coleta seletiva e por último solicitou a SEMAS que licenciasse o Aurá na categoria de Aterro controlado. 

Neste momento, não sei se por pura coincidência ou por alguma outra razão, as campanha contra o Aurá se intensificaram.  

9. Os fatos contra o Aurá e a favor da Revita foram acontecendo numa grande velocidade.

A empresa S.A. Paulista foi distratada e expulsa do Aurá. A licença para o Aura não saiu. A Revita ganhou uma licença precária para funcionar seu lixão. A equipe do Dr. Luis Otávio pediu exoneração. O Aurá foi abruptamente fechado. 

A Guamá Tratamento de Resíduos Sólidos, empresa criada pela Revita, foi contratada emergencialmente por dispensa de licitação.  

É bom que fique claro que o Aurá encerrou apenas para receber resíduos domiciliares, as outras categorias de resíduos, incluindo lixo hospitalar, continuaram sendo depositados no Aurá.  

10. Eu e os colegas da Comissão de Meio Ambiente da OAB Pará, fomos deslegitimados para atuar como representantes da entidade dos advogados, perante autoridades e comunidade.  

11. A Revita ou Guamá, passaou a receber todo o resíduo domiciliar da Região Metropolitana de Belém, mesmo sem ter espaço, equipamento e técnicos a altura do contrato.  

12. O catadores protestaram, fizeram manifestações. Os moradores de Marituba bloquearam a entrada dos caminhões, mas a força dos governos foi maior. A operação do Lixão em Marituba espalha até hoje sua fedentina.  

13. Como advogados, mesmo excluídos da representação de nossa entidade, passamos a defender os interesses do catadores e de moradores do entorno do Lixão em Marituba. Patrocinamos Ação Popular contra o contrato por dispensa de licitação, Ação Civil Pública contra a licença ambiental e ação de indenização por danos materiais e morais em favor dos catadores e moradores. Estas ações se arrastam no Judiciário paraense.  

14. A ação popular que questiona o contrato da Guamá por dispensa de licitação ingressou em 2015 e agora em 2021, o Ministério Público, em uma petição assinada pelo Promotor Raimundo Moraes, pede que o juiz decrete perda de objeto da AP, alegando que o Aurá não pode ser reaberto e que o TAC já é objeto de outra ação, mas se esquiva do pedido principal que é a ilegalidade da dispensa de licitação.  

Quero encerrar este longo texto, mas creio que necessário, dizendo que meu objetivo não é apontar ou criminalizar pessoas, porem contar a versão de quem viveu esses anos todos lutando anonimamente para que o meio ambiente fosse protegido, que os catadores fossem respeitados, que os resíduos produzidos por nós fossem reciclados, que o rejeito final tivesse o destino adequado e que a comunidade pagasse por este serviço público, o preço justo, sem corrupção ou enriquecimento ilícito.

Que fique claro: nunca, nem eu e nem meus colegas, cobramos um tostão dos catadores e moradores para os defendê-los. Fazemos voluntariamente.  

Por fim, quero dizer que o correto a fazer nesta fase, depois de tantos interesses, será fechar Marituba, abrir uma célula emergencial no Aurá, implantar a coleta seletiva na região e abrir uma PPP para cumprimento integral do PNRS, com a contratação de empresa séria e que faça a recuperação ambiental do Aurá, a inclusão socioeconômica dos catadores e apresente um local adequado e de acordo com a lei para receber os rejeitos.

quarta-feira, agosto 19, 2020

Pré-candidatos disputam a decisão de seus partidos para as eleições pela prefeitura de Belém

A disputa pela Prefeitura de Belém começa dentro dos partidos, onde os pré-candidatos lutam pela indicação dos seus pares. 

Por Diógenes Brandão

Entre os principais nomes apresentados até agora para a disputa eleitoral pela prefeitura de Belém, nas eleições deste ano, há partidos que apresentam mais de um pretendente, enquanto outros relutam para definir quem representará suas legendas. O prazo vai até meados de Setembro, quando todos devem bater martelo em relação aos seus representante. 

Liderando todas as pesquisas, tal como aconteceu nas últimas eleições municipais, embora amargue duas derrotas consecutivas, o deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL), segue como o único candidato dos partidos de esquerda (PT, PCdoB, PCB e PDT), já seus principais adversários estão indecisos. 

Embora o PSDB ainda não tenha apresentado nomes para a sucessão do atual prefeito Zenaldo Coutinho, o deputado federal Celso Sabino não esconde o desejo de ser o candidato do partido, embora esteja ameaçado de ser expulso por ter sido indicado para a Liderança da Maioria na Câmara dos Deputados, o que serviu de pretexto para que alas tucanas o acusassem de flertar com o governo Bolsonaro, o qual muitos caciques tucanos tentam se distanciar.

Mesmo ainda sem candidato certo, há diversos nomes na disputa pelo apoio dos tucanos. Entre eles, destacam-se o deputado federal Cássio Andrade (PSB), o deputado estadual Thiago Araújo (Cidadania) e o ex-senador Mário Couto. A decisão de quem representará este bloco político, que tem em comum a perspectiva de fazer oposição ao governo de Helder Barbalho, será anunciada até o fim deste mês, mas nos bastidores circula a informação de que o nome já está definido e pode ser antecipado nos próximos dias.


Já na ala barbalhista, nomes como o do vice-prefeito de Belém, Orlando Reis (PSC), do deputado federal José Priante são mantidos, após o vice-governador Lúcio Vale (PR) e a Secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal (PODEMOS) terem ficado pelo caminho, por motivos distintos: O primeiro, pelo escândalo do desvio de recursos da Merenda Escolar que vieram à tona com as investigações da Polícia Federal e a outra pela suposta má interpretação da legislação e a perda do prazo para sua desincompatibilização do cargo público.

Leia também:  
O dia que a PF deu uma batida na sede do governo do Pará 
Após denúncia nas redes sociais, "contrato laranja" é cancelado por Helder Barbalho

A pré-candidatura do deputado federal delegado Eder Mauro (PSD) é a grande incógnita do momento. Considerado o principal apoiador do presidente Jair Bolsonaro no Pará, o parlamentar está sob risco de não ter o apoio e indicação do próprio partido para a disputa deste pleito. É que o presidente nacional do PSD, no qual Eder Mauro se mantém filiado, indicou o nome do deputado estadual Gustavo Sefer como pré-candidato.

Jefferson Lima foi escolhido para representar o PP, partido dirigido por Beto Salame, que junto com a executiva estadual e municipal, bateu martelo em seu nome, na noite desta terça-feira, 18, conforme este blog revelou em primeira mão. O presidente - afastado para a disputa eleitoral - da Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Pará, Delegado João Moraes, reclamou que foi pego de surpresa sobre a decisão, já que também está em pré-campanha para representar o PP na disputa eleitoral deste ano.

Outros nomes ainda tentam emplacar e serão apresentados em outra matéria deste blog.

terça-feira, julho 14, 2020

A polêmica "desistência" de Ursula Vidal de disputar a prefeitura de Belém

O senador Jader Barbalho (MDB) e Ursula Vidal (PODEMOS), em um evento de inauguração de uma obra em Belém do Pará.

Por Diógenes Brandão

A notícia da suposta desistência de Ursula Vidal de concorrer às eleições municipais pela prefeitura de Belém não surpreendeu a todos, como alguns imaginam. O blog AS FALAS DA PÓLIS já registrando os movimentos que indicavam o que agora se confirmou. 

Através de diversas matérias e artigos alertamos que no dia 04 de Junho venceria o prazo para que a pré-candidata deixasse o cargo que ocupa no governo de Helder Barbalho, como Secretária de Cultura do Estado do Pará. 

A jornalista que em pouco mais de cinco anos já passou pelo PPS, REDE, PSOL e agora está filiada no PODEMOS, anunciou de forma privada para jornalistas do Diário do Pará, a declaração de que não iria mais manter a pré-candidatura.

Ainda ontem, 13, o jornalista e apresentador da RBA, Mauro Bonna, tuitou:


Hoje, a coluna Repórter Diário, do jornal Diário do Pará, veio complementar a narrativa de Ursula Vidal, publicada apenas por jornalistas que trabalham nos veículos de imprensa da família Barbalho, já que embora tenha nome de Nota Oficial, nenhum outro veículo de comunicação ou jornalista alega ter recebido o comunicado. Nem mesmo nas redes sociais da desertora é possível ler a tal nota.



Em um grupo de jornalistas no Whatsapp, várias indagações e considerações foram feitas sobre essa notícia cabulosa.

Entre os comentários, destacamos alguns:

"Eu já tinha cantado essa pedra aqui no grupo com antecipação: a Úrsula perdeu o prazo para sair e quando quis sair já era tarde. Foi mal assessorada e, na dúvida, dormiu, em vez de se afastar. A justificativa dela apresentada na coluna "Repórter Diário", não explica nem justifica nada. Apenas corrobora o que ela não admite: vacilou, dançou, para ficar na linguagem popular."

"Esse negócio de dizer que resolveu sair da disputa um mês e meio atrás é desculpa pueril. Se havia desistido, por que não disse aos quatro cantos, ou ventos?"

"Uma mulher dita experiente vacila desse jeito."

"A pergunta é: Foi vacilo ou caso pensando/orientado?"

"Vem cá, o Helder Barbalho tá cheio de assessor aspone... Nenhum falou pra ele sobre o prazo de desincompatibilização da Úrsula Vidal da Secult, se ela era de fato a candidata favorita dele?"

A questão que merece ser respondida é: Como é que Ursula Vidal aparece agora dizendo que decidiu há um mês e meio atrás desistir de sua candidatura, se há pouco mais de três semanas, ela estava pleiteando o apoio do PT Belém, que a rejeitou e elegeu Edmilson Rodrigues como candidato dos petistas?

Conforme este blog já havia noticiado, o Encontro do Diretório Municipal do PT Belém ocorreu no sábado, 27 de Junho. Dois nomes foram apontados para que o PT decidisse quem apoiaria para prefeito: Edmilson Rodrigues, que recebeu 35 votos e Ursula Vidal, que ficou com 10 votos dos membros do diretório petista.

Na mesma reunião, realizada via internet, o PT decidiu apontar o nome da ex-vereadora Ivanise Gasparim na chapa de Edmilson, como sua vice.

Este blog também noticiou, que nos últimos meses, Ursula estava em campo, em plena pré-campanha, tanto partidária, quanto pública. Em sua peregrinação para ter um partido, procurou o PT. Assim, a máquina pública do governo do estado passou a ser usada a favor disso. A nomeação do petista Aristides Ganzer foi divulgada no Diário Oficial do Estado, logo após Valdir Ganzer reaparecer com sua esposa e filho, recepcionando Ursula Vidal em sua fazenda, que chamam de sítio. 

O grupo controlado pela família Ganzer, que inclui o deputado estadual Dirceu Ten Caten, se jogou em peso em campanha interna no PT para que Ursula fosse a candidata do partido, ao invés de Edmilson. Além deste grupo, outros menores e sem parlamentares, também fizeram parte da estratégia de levar o PT para o apoio de Ursula. O publicitário Francisco Cavalcante - mais conhecido como Chiquinho da Vanguarda, seria o mentor dessa construção. Chiquinho é o atual companheiro de Ursula e ao mesmo tempo é o nome de Edmilson Rodrigues em todas as suas campanhas eleitorais. O assunto será tratado em uma nova publicação.

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sexta-feira, julho 03, 2020

Advogado reforça: candidatos a prefeito já deveriam ter deixado o cargo de secretário em 4 de junho. É o caso de Ursula


Por Paulo Bemerguy, no seu blog do Espaço Aberto

A promulgação, pelo Congresso Nacional, da PEC 18/2020, que adia de outubro para novembro as eleições municipais deste ano, em razão da pandemia do coronavírus Covid-19, consolidou em todos os segmentos, sobretudo o político e o jurídico, uma certeza: a de que exercentes do cargo de secretário de estado que pretendem disputar os cargos de prefeito e vice-prefeito, já deveriam ter-se desincompatibilizado do cargo em 4 de junho passado.

E por que essa seria a data de desincompatibilização? Porque a PEC, primeiro aprovada no Senado, depois na Câmara e posteriormente promulgada pelo Congresso, indica de forma clara e insofismável que os prazos vencidos não serão restaurados, não serão devolvidos ou renovados. Simples assim.

Foi com essa convicção que o Espaço Aberto publicou na última terça-feira, 30 de junho, a postagem intitulada A regra é clara. E pela regra, Ursula não pode mais disputar a Prefeitura de Belém. Isso porque, é fato, a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, pré-candidata à sucessão de Zenaldo Coutinho, não deixou a Secult em 4 de junho, portanto, não pode mais concorrer ao pleito.

Perdura, todavia, um grande mistério: Por que a secretária Úrsula Vidal não deixou o cargo em 4 de julho para disputar as eleições para prefeito? Ninguém sabe. Se ela está sendo orientada a fazê-lo com amparo em algum entendimento jurídico, esse entendimento destoa tanto do conteúdo da PEC18/2020 como do entendimento de juristas que têm se manifestado ao Espaço Aberto.

Entre os juristas que compartilham a certeza de que os prazos vencidos não serão renovados está o advogado Walmir Santos. Com experiência nas áreas municipal, administrativa e eleitoral, ele mandou para o blog esse vídeo em que explica, com régua e compasso, didaticamente, com linguagem clara e objetiva, essa questão do prazo que afeta os interesses de vários pré-candidatos a prefeito.

Inclusive Ursula Vidal.

terça-feira, junho 30, 2020

Ursula Vidal aumenta seu desgaste junto ao setor cultural

Secretária de Cultura do Pará, Ursula Vidal se envole em nova confusão com segmentos da cultura paraense.

Por Diógenes Brandão


Antes de ser rejeitada como candidata preferencial do PT nas próximas eleições municipais, a secretária de cultura do estado do Pará, Ursula Vidal (PODEMOS), teve uma discussão acalorada com a historiadora, artista plástica e representante do Fórum de Culturas do Pará, Telma Saraiva, durante Webconferência com artistas sobre aplicação da lei Aldir Blanc. 

Ursula não gostou de uma fala de Telma Saraiva em que ela questionava como ficaria a secretaria depois da saída dela para as eleições e que qualquer DASs da instituição poderia dar aquelas explicações. O que mostrava o populismo eleitoral da titular da pasta da Cultura. 

Ursula deu piti e como esperado, não respondeu como ficará a pasta com a possível saÍda dela para as eleições.

O Fórum Estadual de Culturas aprovou a divulgação de uma resposta imediatamente à atitude de Ursula Vidal. 

Leia:

CARTA DE DESAGRAVO EM APOIO A INTEGRANTE DO FORÚM DE CULTURAS DO PARÁ

Vivemos no Brasil um momento de grande abalo pela emergência sanitária e crise instalada. O desmonte das políticas culturais teve seu golpe quase letal com a extinção do Ministério da Cultura, mesmo assim o papel histórico da Arte, demonstrada mesmo em momentos ditatoriais, resistiu, e, por meio de uma grande mobilização da sociedade civil e de agentes, ativistas e coletivos culturais, avançou no sentido de sensibilizar o Congresso Nacional para a aprovação por unanimidade da Lei da Emergência Cultural, denominada como Lei Aldir Blanc. 

Nesse contexto, o Fórum de Culturas do Pará vem tendo um importante papel para a implementação da lei, inclusive contribuindo para o aprimoramento do texto da Lei Aldir Blanc, promovendo uma ampla mobilização dos agentes culturais, e trazendo contribuições visando a futura aplicação da lei, assim que sancionada. Nesse intuito, dia 23 de junho último, participou da terceira reunião remota organizada pela Secretaria de Cultura do Pará (SECULT), sob a coordenação da Secretária Ursula Vidal, a qual adotou metodologia de perguntas e respostas individualizadas, com resposta imediata a cada intervenção dos participantes. 

Na ocasião, nossa companheira Telma Saraiva (Historiadora e Artista plástica) que, depois de muita insistência para se inscrever, conseguiu se manifestar, no entanto, foi bruscamente interrompida pela secretária que alegou atitude desrespeitosa por parte da companheira em relação a forma que se referiu aos servidores “DAS” e com a própria secretária.

Desnorteada pela reação, a companheira pediu desculpas insistentemente, no que foi ignorada e constrangida publicamente, logo em seguida.

Consideramos descabida e desproporcional a reação da gestora, tanto em relação ao conteúdo das questões levantadas (que não foram respondidas) quanto ao tom repreensivo e a ofensa de imputar a Telma uma negatividade e agressividade improcedentes. Consideramos exacerbada e inadmissível essa atitude vinda de uma gestora, seja dirigida a um membro do Fórum ou a qualquer membro da sociedade civil no seu direito legítimo de intervenção, especialmente em um ambiente de diálogo e cooperação. 

A secretaria se valeu de seu lugar estamental, investida de todo o poder e da autoridade inerentes ao cargo que ocupa, para intimidar, censurar e constranger publicamente uma ativista da cultura que muito tem contribuído para que os benefícios da Lei cheguem aos que mais precisam. 

Diante desse fato, nós, integrantes do Fórum de Culturas do Pará, manifestamos nosso desagravo por entendermos que faltou empatia e equilíbrio para lidar com o contraditório e com possíveis manifestações de insatisfação por parte da sociedade civil. 

A Cultura é e sempre será RESISTÊNCIA a qualquer manifestação de autoritarismo. 

Toda a solidariedade à companheira Telma Saraiva! 

Belém-PA, 25 de junho de 2020. 

TRABALHADORAS E TRABALHADORES DA CULTURA, UNI-VÓS!!!


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segunda-feira, junho 29, 2020

A regra é clara. E pela regra, Ursula Vidal não pode mais disputar a eleição para prefeito de Belém

Por Paulo Bemerguy, no seu Blog do Espaço Aberto

Ursula: a menos que as regras mudem, ela já perdeu o prazo de
desincompatibilização para as eleições municipais deste ano

A menos que mar vire sertão e o sertão vire mar, a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, a grande aposta do Podemos para disputar a Prefeitura de Belém, está fora das eleições municipais deste ano, ainda que o Congresso venha a aprovar o adiamento para novembro.

Três especialistas em legislação eleitoral, além de leitores do Espaço Aberto bem inteirados dos prazos que devem ser observados para o pleito deste ano, garantem que Ursula perdeu o prazo de desincompatibilização e, portanto, não poderá participar da disputa, que se realizará em novembro, isso se a Câmara aprovar a PEC 18/2020, o que até este momento está se mostrando difícil.

Essa PEC, como se sabe, dispõe sobre o adiamento, para novembro, das eleições municipais para prefeito, vice-prefeito e vereador, previstas para 4 de outubro, em decorrência das medidas para o enfrentamento da pandemia do Covid-19.

Pois mesmo que essa PEC, já aprovada no Senado, venha a passar na Câmara, Úrsula não poderia concorrer, porque os prazos de desincompatibilização continuam inalterados. Isso significa que a secretária já deveria ter saído do cargo há quase um mês, ou seja, no dia 4 de junho.

Por que, então, o PSOL de Edmilson Rodrigues comemorou tanto a deliberação do Diretório Estadual do PT de apoiá-lo, em vez de apoiar a suposta candidatura de Ursula? Por que comemorou tanto o PSOL, sabendo que, em tese, a candidatura de Ursula é uma ficção legal?

Sabe-se lá.


O certo é que, como diria o Arnaldo, a regra é clara: os prazos de desincompatibilização vencidos não serão reabertos, mesmo se as eleições forem adiadas. E outros prazos eleitorais que não tenham transcorrido na data da promulgação da PEC deverão ser ajustados pelo TSE considerando-se a nova data das eleições.

sábado, junho 27, 2020

PT decide apoiar Edmilson e indica vice na chapa de esquerda para prefeitura de Belém

Em sua quinta eleição pela prefeitura de Belém, Edmilson Rodrigues terá uma petista como vice.

Por Diógenes Brandão

Conforme adiantamos em primeira mão, o Diretório do PT Belém decidiu na noite deste sábado, 26, por 35 votos a 10 apoiar a pré-candidatura do ex-prefeito de Belém e hoje deputado federal, Edmilson Rodrigues (PSOL) à prefeitura de Belém.  

O presidente estadual do PT comemora a indicação e aprovação do nome da ex-vereadora de Belém, Ivanise Gasparim para ser a vice na chapa da coligação encabeçada pelo PSOL, nas eleições municipais previstas para esse ano. 

A ideia é reunir outros partidos de esquerda, como o PCdoB e PDT para somar no tempo da propaganda eleitoral no rádio e na tv. 

A outra opção petista era a secretária de cultura Ursula Vidal, que bem que se esforçou, mas não conseguiu convencer a maioria dos membros do diretório, de que seria o melhor nome para o partido apoiar, tal como defendia pequenos grupos internos.

Leia logo mais, quem é Ivanise Gasparim.

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quarta-feira, abril 22, 2020

Edmilson Rodrigues: a pedra no caminho do PT



Por Diógenes Brandão


No meio do caminho tinha uma pedra 
Tinha uma pedra no meio do caminho 
Tinha uma pedra 
No meio do caminho tinha uma pedra

Nunca me esquecerei desse acontecimento 
Na vida de minhas retinas tão fatigadas 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho

Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra

Carlos Drumond de Andrade.

Desde o processo de redemocratização brasileira, poucos partidos tiveram tantas chances de conquistar a confiança dos eleitores paraenses, quanto o PT teve. 

A partir de uma disputa recheada de baixo nível, entre a candidata do PMDB, Elcione Barbalho e Ramiro Bentes (PDT), nas eleições municipais de 1996o Partido dos Trabalhadores conseguiu eleger o professor e sindicalista Edmilson Rodrigues prefeito de Belém, e o reelegeu no ano 2000. 

Em 2006, o PT elegeu a primeira mulher como governadora do Pará, a bancária Ana Júlia. Nacionalmente, o PT também crescia: elegeu Lula em 2002, o reelegeu em 2006, bem como elegeu sua sucessora, Dilma Rousseff em 2010 e a reelegeu em 2014.

Voltando ao Pará, o PT teve todas as oportunidades de mostrar que o modo petista de governar seria diferente; que traria pessoas honestas e competentes para cuidar dos cofres públicos e que implementaria políticas públicas arrojadas, tanto na área educacional, quanto na saúde e assistência. Diferente do que ocorreu em outros estados, porém, onde o partido conseguiu imprimir marcas que o diferenciaram dos governos anteriores, de outros partidos, por aqui o PT se revelou um grande fiasco, que a população não esquece. Muitos entendem essa decepção como uma traição aos princípios que o Partido dos Trabalhadores sempre pregava.

Para se ter uma pequena amostra disso, basta ver que o partido não construiu nenhum hospital de grande porte, como os 19 hospitais regionais deixados pela gestão do PSDB, partido considerado o maior adversário dos petistas, por atrair os votos de centro-esquerda, ou seja, mesmo campo ideológico do PT em suas práticas, apesar de sempre ter pregado ser esquerda puro-sangue. No caso de Belém, a gestão petista construiu um segundo pronto-socorro municipal, mas a obra, de tão pequeno porte, precisou ser ampliada recentemente, para fazer valer a nomenclatura. Esta unidade, no Guamá, quando funcionava, assemelhava-se, na verdade, a uma UPA, entretanto com o pomposo nome de Hospital de Pronto-Socorro. 

Hoje, o PT só pensa em uma coisa: voltar ao poder, com ou sem o protagonismo, como aliás já atua, de forma coadjuvante, no governo de Helder Barbalho, do MDB, por exemplo. O importante é garantir os cargos que o partido costumou ter, para distribuir para sua militância. Por eles, topa-se tudo, até abrir mão das bandeiras de luta dos movimentos sociais, que são a base que deu origem ao partido e um dia o fez crescer no seio da sociedade brasileira, inclusive em setores da classe média, principalmente entre professores e outros servidores públicos. 

As sucessivas demonstrações de perda de identidade com estes setores e a constatação de que acabou utilizando das mesmas práticas e vícios dos demais partidos, entretanto, trouxeram derrotas eleitorais estrondosas ao partido, principalmente depois da apuração de casos de corrupção em prefeituras, governos estaduais e no próprio governo federal, quando o PT governava. 

Para se ter ideia da fragilidade eleitoral petista, depois de governar a capital do Pará por dois mandatos, o PT entrou em um declínio acelerado e constante, que o fez chegar, hoje, a um dos piores patamares em popularidade, entre os partidos de expressão nacional. 

Embora o PT paulista dite que a estratégia eleitoral do PT nacionalmente deve ser considerar o PSDB como seu maior adversário, a história recente do partido, em Belém, revela que o pior empecilho de retomada da força do PT na capital do estado, é o PSOL, partido que surgiu de um racha do Partido dos Trabalhadores, após alguns de seus membros terem sidos expulsos por desobedecerem determinações partidárias. É ou não é um baita paradoxo?



Para refrescar a memória dos mais distraídos, vamos voltar algumas casas desse tabuleiro.

Primeiro, é preciso dizer que o candidato mais forte em todas as últimas pesquisas, desde que deixou o poder, é Edmilson Rodrigues, mas curiosamente é quem acumula, sucessivamente, também, os maiores índices de rejeição e, por isso, não consegue se reeleger desde então, comprometendo, inclusive, suas atuais ambições. 

Das quatro eleições que disputou, Edmilson venceu duas e perdeu outras duas, justamente as duas últimas eleições municipais (2012 e 2016).

Relembrando: com Edmilson fora da disputa, por não poder concorrer pela terceira vez, nas eleições de  2004o PT apresentou o nome da bancária Ana Júlia, que havia sido vice-prefeita de Belém, com Edmilson Rodrigues. Naquela eleição, a petista conseguiu terminar o primeiro turno, conquistando 32,74% dos votos válidos, enquanto Duciomar Costa (PTB) obteve 48,93%. No segundo turno, Duciomar terminou eleito com 58,28% dos votos válidos, enquanto Ana Júlia recebeu 41,72%.

Já nas eleições de 2008com Lula governando o país e Ana Júlia governando o Pará, o PT apresentou o professor Mário Cardoso, que obteve somente 18,11% dos votos válidos, ficando em terceiro colocado. Já eram sinais claros do declínio petista. Disputando a reeleição, Duciomar Costa foi para o segundo turno com José Priante (PMDB), que acabou sendo derrotado com 40,4% dos votos, enquanto Duciomar foi reeleito com 59,6%.

Nas eleições de 2012 já no PSOL, Edmilson Rodrigues foi lançado, mais uma vez, como candidato a prefeito e o PT veio com o professor Alfredo Costa para a disputa pela prefeitura de Belém. Embora o PT estivesse governando o país, com Dilma na presidência e em lua de mel com o eleitorado, em seu primeiro mandato, assim como tinha o 3º maior tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV - o que é fundamental para ganhar uma eleição - o resultado foi humilhante para o Partido dos Trabalhadores: Alfredo Costa só obteve 3,06% dos votos válidos. Vergonhoso ocaso de um partido que queria governar por décadas. 

Naquele pleito eleitoral, o candidato petista adotou como slogan de campanha, a frase: "O verdadeiro candidato do PT", passando recibo público diante do fato de que Edmilson Rodrigues, já no PSOL, desidratou e sugou a maioria dos votos e da base de apoio popular do seu ex-partido. Com isso, Ed conseguiu passar para o segundo turno e lá recebeu o apoio partidário dos petistas, contando ainda contou com o apoio de peso de Lula e Dilma, naquela altura, dois fenômenos eleitorais no país.



Os dois candidatos mais votados naquela eleição foram Edmilson Rodrigues, que recebeu 32,58% dos votos válidos e Zenaldo Coutinho, que obteve 30,67%. No segundo turno, Zenaldo Coutinho reverteu o jogo e com 56,61% dos votos, contra 43,39%, o tucano derrotou o psolista, tornando-se prefeito de Belém. 


Quatro anos depois, em 2016, não foi diferente. O PSOL insistiu, mais uma vez, com Edmilson Rodrigues, enquanto o PT lançou a promotora de justiça Regina Barata, pela sucessão de Zenaldo Coutinho, que disputava a reeleição. A candidata petista obteve naquela eleição, a pior votação já recebida pelo PT:  apenas 1,71% dos votos válidos. Novamente, percebeu-se o quanto Edmilson desidratou e sugou os votos petistas para si. Prova disso é que o psolista saiu das urnas no primeiro turno com 29,50% dos votos válidos, enquanto Zenaldo Coutinho obteve 31,0%.

No segundo turno, Zenaldo manteve a liderança e com 52,33% dos votos válidos, derrotou Edmilson - com 47,67% dos votos - pela segunda vez consecutiva.

No final de seu segundo mandato, Zenaldo não poderá mais disputar a reeleição, enquanto Edmilson disputará pela quinta vez a prefeitura de Belém. Dessa vez, o PT não dá sinais de que apresentará candidato para o pleito e está, neste momento, rachado entre a candidatura de Edmilson Rodrigues (PSOL) e de Ursula Vidal, agora no PODEMOS.

Com esse histórico, repleto de altos e baixos, a pergunta que fica no ar é o tema de um artigo do cientista político Dornélio Silva, que realizou um estudo eleitoral com os últimos resultados eleitorais: Quais as chances da esquerda voltar a governar Belém?

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