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domingo, abril 04, 2021

Belém é de novo a 5ª cidade brasileira com mais mortes pela COVID-19

Os números estão no site do Ministério da Saúde e demais plataformas de veículos de imprensa, alimentados por dados enviados pelos estados e municípios brasileiros.


Por Diógenes Brandão

Com 36 mortes nas últimas 24 horas, Belém voltou a ser a 5ª cidade brasileira com maior número de mortes causadas pela COVID-19, informa o site do Ministério da Saúde. 

A capital paraense está empatada com Uberaba-MG (32) e atrás apenas de grandes metrópoles como o Rio de Janeiro-RJ (164), São Paulo-SP (61), Belo Horizonte-MG (60) e o município de São João de Mereti-RJ (40).


Embora a gravidade e a situação que atravessamos seja dramática, pois junta-se às perdas de vidas, a falta de leitos hospitalares e de UTI, tanto na rede pública, quanto privada; a falta de médicos; enfermeiros; medicamentos e insumos para o tratamento de pacientes na capital paraense, a divulgação dos números oficiais é repelida de forma sectária e truculenta, desde a última sexta-feira, 02, quando alguns internautas, sobretudo eleitores e partidários do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL) passaram a retrucar e atacar a notícia trazida em primeira-mão, pela redação da página Política Pará, que revelou que a capital paraense foi a 5ª cidade brasileira com mais mortes no país, entre a quinta e sexta-feira.

Veja a postagem da notícia que gerou tanta polêmica e foi atacada por negacionistas, que insistem em não enxergar o caos que a população de Belém está atravessando, sendo uma das que estão tendo mais mortes no Brasil:

  

Tomados pela preguiça em pesquisar as informações e notícias, militantes partidários e internautas mais desatentos, chegaram a reproduzir, um gráfico do site Congresso Em Foco, replicado em um site apócrifo, criado há 4 meses, com o seguinte texto:  

É Fake News! Belém não é a quinta cidade com mais mortes por Covid-19

O Portal Congresso em Foco publicou as 30 cidades com mais mortes por Covid-19 no Brasil, Belém ficou na nona posição.  A maioria dos óbitos  ocorreram no ano 2020, na gestão do ex-prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB).

A matéria também  apresenta as 30 cidades  com maior números de pessoas infectadas por Covid-19 no Brasil. Veja matéria completa aqui

Ao clicar no link, o leitor de fato é direcionado à plataforma - de Boletins informativos e casos de coronavírus por município, atualizados diariamente - do site Congresso Em Foco, chamada de Painel COVID-19, uma ferramenta que coleta dados de fontes oficiais e tenta manter seus leitores atualizados sobre os números da pandemia no país. 

Para o site apócrifo, denominado Pará em Pauta, Belém naquele dia era a 9ª cidade com mais mortes no país e não a 5ª, conforme a equipe de jornalismo da página Política Pará havia postado, após ter acesso à informação publicada pelo pesquisador paraense, André Santos, um especialista em coleta, análise e cruzamentos de dados e interpretação de gráficos de estudos científicos, de governos e entidades públicas e privadas.

A confusão do autor do site apócrifo, que contestou e acusou a página Política Pará de publicar uma Fake News, se deu pelo simples fato do site do Congresso em Foco não estar atualizado com os números daquele dia. Já o portal do Ministério da Saúde, sim. E lá, Belém de fato era a 5ª cidade brasileira com mais mortes.

"Bastava conferir no portal do Ministério da Saúde, que é o oficial, não no Congresso em Foco. Além disso, eu escrevi que Belém foi a 5ª mais mortal em 24 horas, não que era a 5ª mais mortal no ranking de óbitos totais. A pessoa que fez um negócio desse tem sérios problemas de interpretação de texto. O site é atualizado diariamente. Até ontem, às 17h59 horas, Belém era a 5ª mais mortal. Depois desse horário, foi atualizado, e outras cidades apresentaram mais mortes", esclareceu o pesquisador e especialista em análise de dados, André Santos. 

E foi além, revelando a estratégia de quem o contestou: "Os negacionistas estão dizendo que (Belém) não é a 5ª porque eles estão se baseando no número de mortes totais, não no de mortes por 24 horas. Isso é jogada para defender político", explicou André Santos.

COMO FUNCIONA A ATUALIZAÇÃO DE DADOS OFICIAIS

O site do Ministério da Saúde atualiza de forma oficial os dados sobre a COVID-19 e qualquer pessoa pode consultá-los aqui: https://susanalitico.saude.gov.br/.

Além disso, um consórcio de veículos de imprensa foi lançado em Junho do ano passado para dar transparência a dados de Covid-19. 

Jornalistas do G1, O Globo, Extra, Estadão, Folha e UOL passaram a coletar dados junto às secretarias de Saúde, e divulgar em conjunto, números sobre mortes e contaminados, em razão das limitações impostas naquela época, pelo Ministério da Saúde. A iniciativa foi em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de Covid-19.

Depois de fortes críticas, o Ministério da Saúde voltou a divulgar números completos da pandemia e estes passaram a ser os dados oficiais novamente, assim como os números da vacinação, mas as narrativas criadas por militantes e líderes da esquerda e da direita, do governo e da oposição têm gerado uma onda e desinformação que em nada ajuda na transparência e veracidade dos fatos.  

É preciso ter muita cautela para não acreditar em Fake News, assim como também não acusar injusta ou propositalmente,  os outros de fazê-las, pelo simples fato de discordar das fontes.

quinta-feira, janeiro 21, 2021

Pazuello nomeia ‘Markinhos Show’ como assessor, marqueteiro que se define master coach e hipnólogo

Marqueteiro paraense é exposto pelo jornal Estadão, após por ter sido nomeado como assessor especial do Ministério da Saúde. Markinho é apontado como responsável pelas últimas estratégias da pasta mais combatida e criticada no governo Bolsonaro, nos últimos meses.


Via Estadão - Conteúdo para assinantes

BRASÍLIA – O ministro da SaúdeEduardo Pazuello, formalizou nesta quarta-feira, 20, a entrada de Marcos Eraldo Arnoud na pasta. Conhecido como “Markinhos Show”, ele foi nomeado assessor especial, mas já atuava desde dezembro como marqueteiro do general da ativa e chefe da comunicação do ministério.

A nomeação ocorre no momento em que Pazuello é criticado por dar informações equivocadas e contraditórias, além de manter uma relação conflituosa com a imprensa. Nesta semana, por exemplo, após meses de defesa e entrega em massa pelo governo federal de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, como a cloroquina e a hidroxicloroquina, o ministro disse que nunca estimulou o uso destes tratamentos.

Em seu site, “venda para o cérebro”, Markinhos se define como “Palestrante Motivacional, Master Coach, Análista em Neuromarketing, Especialista em Marketing, SEO, Hipnólogo, Mentalista, Practitioner em PNL, Músico, Empreendedor e Especialista em Marketing Político.”

Markinhos participou de algumas das decisões recentes da Saúde que acabaram frustradas. Por exemplo, adesivar o avião que iria para a Índia buscar dois milhões de doses prontas de vacina de Oxford/AstraZeneca com slogan da campanha de vacinação brasileira. Por falta de aval da Índia, que desejava uma operação discreta para evitar críticas internas, a aeronave ainda não tem data para decolar.

Também era do novo assessor especial a ideia de realizar um evento no Palácio do Planalto, no dia 19, para abrir a campanha de imunização no País. Um idoso e um profissional de saúde poderiam ser vacinados dentro do Planalto, como revelou o Estadão, mas a operação foi cancelada quando o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), passou na frente e fez a primeira foto da vacina minutos após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar o uso emergencial da Coronavac.

Nas redes sociais, Markinhos tem feito a defesa do chefe e respondido às críticas sobre a atuação de Pazuello. Em plena crise pela falta de oxigênio em Manaus (AM), que coloca em risco pacientes da covid-19 e até bebês prematuros, o marqueteiro lançou dúvidas sobre como o governo local usou o dinheiro enviado pela gestão federal.

terça-feira, dezembro 08, 2020

Helder tenta faturar sobre decisões do Ministério da Saúde ao Plano de Vacinação

Helder Barbalho usa coletiva de imprensa para reproduzir o que ouviu na reunião com outros governadores e o Ministério da Saúde, em relação ao Plano Nacional de Vacinação.


Por Diógenes Brandão

Sem novidades, Helder Barbalho viaja para encontro de governadores com o Ministério da Saúde e usa coletiva de imprensa para reproduzir as ações do governo federal anunciadas na reunião, como se fossem dele. 

"Essa tara por mídia e em querer se apresentar sempre presente e realizando algo, não passa de uma necessidade egocêntrica do governador do Pará, em apagar o passado de seu pai e os primeiros anos como governador, marcado por sérias e graves denúncias, já sendo apuradas pelo MPF, MPE e STJ, como o apoio e as batidas da Polícia Federal", opiniou um leitor do blog, em mensagem enviada à nossa fanpage.

Pouca gente sabe, mas Helder Barbalho tem uma assessoria de imprensa e de relações públicas, que atua em Brasília e São Paulo abrindo espaços e notícias em veículos da grande mídia, destacando falas e ações do governador paraense. Estes assessores, além de bem relacionados com jornalistas e empresários da comunicação, recebem uma mini-fortuna para garantir palco e holofotes ao governador, que gosta de ser chamado de "Rei do Norte" e pretende ser candidato a presidente da República. 

Na reunião, Helder assim como os demais governadores foram informado que qualquer vacina contra covid-19 que estiver pronta será adquirida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), terá 72 horas para liberar os imunizantes já autorizados por agências internacionais.

Ou seja, diferente do que diz o presidente Jair Bolsoaro, em suas declarações desastrosas, o Ministério da Saúde e demais setores do governo federal, começam a responder às necessidade de enfrentamento às demandas reprimidas para o plano nacional de vacinação e Helder Barbalho reafirmou tudo que ouviu à imprensa e em suas redes sociais, como sendo fruto de uma proposta dele, sendo que não é. É o típico oportunista de plantão, que não perde a oportunidade de faturar com tudo, inclusive com o que não teve ou tem nenhuma participação ativa e de fato. 

“Acertamos hoje que CoronaVac também estará entre as vencidas adquiridas pelo plano nacional”, ressaltou o governador Helder Barbalho que espertamente reproduziu o que o Ministro da Saúde disse aos governadores. 

A CoronaVac é a vacina produzida pela chinesa Sinovac e testada no Brasil com apoio do Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. 

Assista:

sexta-feira, julho 24, 2020

Hidroxicloroquina não funciona em casos leves de Covid-19, diz estudo brasileiro

Na semana passada, foi publicado um estudo americano segundo o qual a hidroxicloroquina não beneficiou pacientes não hospitalizados com sintomas leves da Covid-19 que foram tratados no início da infecção.
Por Carolina Figueiredo, na CNN Brasil 
Uma pesquisa liderada pelos principais hospitais privados do Brasil e publicada nesta quinta-feira (23) no The New England Journal of Medicine descobriu que o uso da hidroxicloroquina não melhorou as condições de pacientes hospitalizados com a Covid-19 que apresentavam quadros leves ou moderados. 
O estudo verificou que o uso de hidroxicloroquina, sozinha ou associada com azitromicina, não mostrou efeito favorável na evolução clínica dos pacientes.
A hidroxicloroquina foi usada durante 7 dias na dose de 400 mg a cada 12 horas, e a azitromicina foi usada na dose de 500 mg a cada 24h, pelo mesmo período.
O resultado mostrou que o status clínico dos pacientes após 15 dias de pesquisa foi similar nos três grupos. Ou seja, a utilização do medicamento não promoveu melhoria na evolução clínica dos pacientes. 
Além disso, efeitos adversos foram observados em pacientes que utilizaram a droga. A pesquisa mostra alterações em exames de eletrocardiograma, que indicam arritmia, foram mais frequente nos grupos que utilizaram hidroxicloroquina, com ou sem azitromicina, comparada ao grupo que recebeu apenas atendimento padrão.
Há registro também de alteração de exames que podem representar lesão hepática nos grupos que utilizaram hidroxicloroquina.
A farmacêutica EMS forneceu os medicamentos para a realização do estudo, que foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 
O estudo foi feito com 667 pacientes com quadros leves ou moderados em 55 hospitais brasileiros. Por meio de sorteio, 271 pacientes receberam uma combinação de hidroxicloroquina, azitromicina e suporte clínico padrão. Outros 221 receberam apenas a hidroxicloroquina e o atendimento clínico. Além deles, um grupo de 227 pacientes, chamado de “grupo controle”, não recebeu nenhum dos medicamentos, apenas o atendimento clínico. 
Denominada Coalizão Covid-19 Brasil, a aliança formada para a pesquisa tem como membros os hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e a Beneficência Portuguesa de São Paulo. Além deles, também fazem parte da coalizão o Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e a Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet). A iniciativa conduz nove estudos voltados a diferentes populações de pacientes infectados pelo novo coronavírus. 
Na semana passada, foi publicado um estudo americano segundo o qual a hidroxicloroquina não beneficiou pacientes não hospitalizados com sintomas leves da Covid-19 que foram tratados no início da infecção.
Uso da hidroxicloroquina
Nas últimas semanas, entidades do setor de saúde no Brasil têm se manifestado sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com Covid-19.
A Sociedade Brasileira de Infectologia considerou “urgente e necessário” que a hidroxicloroquina “seja abandonada no tratamento de qualquer fase da Covid-19”.
O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, divulgou nota defendendo a suspensão do uso da hidroxicloroquina em pacientes com a Covid-19. 
“Milhares de vidas estão em risco. Os efeitos colaterais podem ser severos. A ciência não pode ser negligenciada. São instituições renomadas que estão alertando, mas o governo parece não se importar”, disse Pigatto.
A Associação Médica Brasileira (AMB), por sua vez, divulgou uma nota pública na qual defende a autonomia dos profissionais para receitarem a hidroxicloroquina para pacientes da Covid-19. A diretoria da entidade vê motivação política nas críticas ao fármaco e aponta risco de “legado sombrio para a medicina brasileira, caso a autonomia do médico seja restringida, como querem os que pregam a proibição da hidroxicloroquina”.
Apesar da falta de comprovação científica de eficácia em casos de Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um defensor do uso da hidroxicloroquina no tratamento da doença, e afirmou ter usado o medicamento após seu diagnóstico.
Na semana passada, o Ministério da Saúde chegou a encaminhar um ofício à Fundação Oswaldo Cruz solicitando a divulgação da cloroquina e da hidroxicloroquina como tratamento precoce para a Covid-19, desde os primeiros dias de sintomas. No entanto, a pasta não citou nenhum estudo que embase a adoção dessa estratégia.
Em paralelo, o mesmo Ministério da Saúde afirmou na sexta-feira (17) que avaliava diariamente as novas evidências relativas ao uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 e reconheceu que provavelmente mudará sua orientação atual.
“Estamos vendo quais são as evidências mais novas publicadas na literatura universal, então já somamos mais de 1 mil evidências em quase 70 boletins de evidências científicas, esses boletins são atualizados diariamente. E se mudará as orientações? Provavelmente sim. A ciência, ela muda dia após dia”, disse Hélio Angotti Neto, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do ministério, em entrevista coletiva.

quinta-feira, novembro 01, 2018

Ainda preso, João Salame pode ser Secretário de Saúde do Pará

Mesmo ainda preso, João Salame é cotado para assumir a SESPA no futuro governo de Helder Barbalho.


Por Diógenes Brandão

João Salame (PP) foi eleito prefeito de Marabá e meses depois teve seu mandato cassado pela justiça, após ser acusado de diversas irregularidades e desvios. Como recompensa, ganhou um importante cargo no governo Temer, por indicação de Jader e Helder Barbalho, eleito governador do Pará, no último domingo, 28.  

Acusado de ser o principal beneficiado das Fake News produzidas por bunkers descobertos pela polícia federal e civil, na véspera das eleições, Helder Barbalho acusou seu adversário de ter se aposentado antes do tempo e mostrou uma filmagem, onde o Gordo do Aurá aparece ao lado de Márcio Miranda, em um evento onde o vereador Dr. Daniel (PSDB) fazia o lançamento de sua candidatura como deputado estadual e convidou, tanto seu coordenador de campanha, o Gordo do Aurá, quanto Márcio Miranda, que alega ter sido convidado para o evento, sem saber da presença do "Gordo" que havia pedido sua expulsão do DEM, partido de ambos, tão logo soube de sua prisão por envolvimento com o tráfico.  

Aliados e prováveis sócios da família Barbalho, o deputado federal Beto Salame (PP) e João Salame, são acusados te terem falsificados assinaturas de dirigentes do PP, para retirarem o então candidato Mário Couto da chapa do partido, afim de beneficiar Zequinha Marinho (PSC) e Jader Barbalho (MDB), que acabaram sendo eleito e reeleito o senador mais votado nesta eleições, respectivamente.  

Beto e João Salame, são suspeitos de serem os principais mandantes e pagadores das centrais (bunkers) de difamações contra o principal adversário de Helder Barbalho.  

Estes locais foram descobertos pela polícia federal e civil, dias antes de João Salame ter sido preso dia 18 deste mês, mas o eleitor paraense só falou do Gordo do Aurá, que fez campanha para Dr. Daniel Santos, vereador de Ananindeua e eleito nestas eleições como deputado estadual mais votado nestas eleições. 

Dr. Daniel traiu seu partido, o PSDB, e fez campanha para Helder Barbalho.

quinta-feira, outubro 18, 2018

Família Salame: Aliados de Helder Barbalho são presos pela PF

Helder Barbalho enquanto ministro de Michel Temer, reunia-se com os irmãos João e Beto Salame, seus aliados na disputa eleitoral pelo governo do Estado do Pará.

Por Diógenes Brandão, com informações de Ulisses Pompeu, correspondente do blog do Zé Dudu, em Marabá

Segundo agentes da Polícia Federal, as investigações que levaram à prisão de uma quadrilha em Marabá e Brasília, começaram após a compra de um avião, que foi levado para outro Estado e denunciada através de um blog. 

O avião ficou sendo usado pela direção do PROS, ex-partido de Beto e João Salame, hoje, ambos são filiados ao PP, sendo que o deputado federal Beto Salame é o presidente estadual e seu irmão, o ex-prefeito de Marabá, João Salame é presidente de honra, preso na manhã desta quinta-feira (18), em sua mansão, em Brasília (DF). 

Além de João Salame, mais 06 pessoas são acusadas de desvio de dinheiro público, que deveria servir à saúde da população de Marabá e outros municípios paraenses.

Em uma matéria publicada no blog do Zé Dudu, há um ano atrás, podemos ler a seguinte informação: 

Nelson Medrado explicou já havia o pedido de busca e apreensão em abril deste ano e a operação do MP deveria ter ocorrido entre maio e junho, mas como já havia realizado a quebra dos sigilos bancário e fiscal, com comprovação de que o gás que custava R$ 3,70 no mercado era vendido para a Prefeitura de Marabá a R$ 37,00, e ainda de que a empresa que fornecia os produtos não era a mesma que recebia o dinheiro, o Tribunal de Justiça do Estado entendeu que uma ação às vésperas de uma campanha eleitoral poderia influenciar no resultado das urnas. 

“Naquele tempo, não sabíamos se João Salame seria ou não candidato à reeleição. Causaria impacto o MP entrando na casa do prefeito, e as pessoas poderiam imaginar que nosso objetivo seria beneficiar algum candidato concorrente”, justificou.  

Ele também revelou que havia o sobre-preço de 1000% voltava para os beneficiários do esquema na aquisição de aeronaves, carros de luxo (Camaro e outros), lanchas, jet ski, entre outros bens que foram apreendidos pela Polícia Federal. “Inclusive, as aeronaves (helicóptero e avião) estavam em nome do PROS (que era o partido do prefeito João Salame). Ouvimos o antigo dono e ele confirmou que vendeu a aeronave para o senhor Josimar, e quem utilizava o avião e o helicóptero na maioria das vezes era o prefeito João Salame. Esse é o único foco que nossa investigação difere da Polícia Federal”, disse o procurador.

Hoje, a operação que completou 2 anos, prendeu o ex-prefeito de Marabá, João Salame (ex-PROS), presidente de honra do PP e irmão do deputado federal Beto Salame, presidente estadual do PP. 

Leia na matéria do portal Madeirada:

PF cumpre mandados de prisão contra presidente do Pros e ex-prefeito

Eles são alvos da Operação Partialis, deflagrada no DF e Pará a fim de investigar desvios de recursos públicos no valor de R$ 2 mi


A Polícia Federal, em conjunto com a Receita Federal, deflagrou na manhã desta quinta-feira (18/10) a Operação Partialis. As diligências apontam apropriação e desvio de recursos públicos federais destinados à aquisição de gases medicinais em Brasília (DF), Marabá e Altamira, ambas no Pará. 

Entre os alvos de mandados de prisão, estão o presidente nacional do Pros, Eurípides Júnior (temporária), e o ex-prefeito de Marabá João Salame Neto (preventiva), da mesma legenda. As irregularidades causaram prejuízo de R$ 2 milhões ao erário.  

A reportagem  apurou que, no Distrito Federal, equipes da Polícia Federal estiveram em imóveis nos lagos Sul e Norte. Também foram a Planaltina de Goiás, Entorno do DF, em endereços ligados a Eurípedes Júnior. João Salame foi preso por volta das 6h, em uma residência no Lago Norte. 

A corporação ainda não confirmou se o mandado contra o dirigente do Pros foi cumprido.    

A investigação é desdobramento da Operação Asfixia, deflagrada em junho de 2016 para apurar fraudes em licitações para aquisição de gases medicinais promovidas pela Prefeitura de Marabá. 

Após a análise de documentos apreendidos, além dos demais elementos de informações colhidos á época, descobriu-se um verdadeiro esquema de ilícitos, como cobrança de valores por parte de servidores municipais em troca da facilidade no recebimento de valores atrasados. 

Chamou a atenção, em especial, uma anotação que indicava depósito de R$ 100 mil para uma dita “parceria”.  

No total, estão sendo cumpridos, nas casas dos investigados e na sede de uma empresa, 17 mandados judiciais expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal de Marabá, sendo quatro de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e nove de busca e apreensão.  

Ao todo, conforme dados da PF, em verbas federais, municipais e estaduais, os assessores diretos de João Salame, sob comando dele, sacaram em espécie, na boca do caixa das empresas que tinham contratos com a Prefeitura de Marabá, mais de R$ 1,5 milhão.  

Avião 

Somado a esse montante, mais R$ 1 milhão teriam sido depositados na conta da esposa de um assessor imediato do ex-gestor municipal, sendo que parte desses valores foi transferida, por meio de terceiros, diretamente para as contas do ex-prefeito. Além da apropriação dessas quantias, também foi adquirido, com recursos públicos federais, por um dos empresários investigados e presos durante a Operação Asfixia, uma aeronave de empresa com sede em Altamira (PA).  

Com base nas diligências, a aeronave foi enviada para Goiânia (GO), onde ficou sob responsabilidade da direção nacional do Pros. Tanto os empresários da empresa de Altamira como a direção nacional da legenda, de acordo com a PF, praticaram uma série de ilicitudes, a fim de justificar a versão dos fatos apresentadas perante a Justiça.  

A partir de análises de sigilo fiscal, a Receita Federal verificou diversas irregularidades, como movimentações bancárias em valores superiores aos apresentados, em alguns casos até cinco vezes maior, indiciando a prática de ilícitos fiscais e evolução patrimonial vertiginosa e incompatível com a renda declarada. 

De acordo com levantamentos preliminares, os verbas desviadas dos cofres públicos podem chegar, seguramente, a mais de R$ 2 milhões.  

Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, uso de documento falso e apropriação e/ou desvio de recursos públicos. Ao todo, as penas pelos crimes apurados podem alcançar mais de 30 anos de reclusão. 

Os presos serão encaminhados para presídios das cidades de Marabá, Altamira e Brasília, onde ficarão à disposição da Justiça Federal. 

segunda-feira, junho 29, 2015

Prefeito Zenaldo nega e desqualifica todas as denúncias sobre o que promoveu o incêndio no PSM

Zenaldo Coutinho negou que o incêndio tenha sido uma tragédia anunciada e que a prefeitura realizou a reforma de 30 ambientes no prédio.

Acima um trecho e aqui a entrevista completa, com o prefeito Zenaldo Coutinho, na TV Liberal.


"Com o incêndio acontecido, nós resolvemos de uma vez por todas concluir as obras aquilo que já iniciamos".  

Prefeito Zenaldo Coutinho explicando que a prefeitura estava fazendo as reformas necessárias no PSM da 14, quando ocorreu o incêndio que ceifou vidas, intoxicou diversas outras e obrigou a transferência de vários pacientes para outros hospitais.

O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho iniciou sua entrevista ao telejornal Bom Dia Pará, da TV Liberal desta segunda-feira (29) dizendo que as denúncias de funcionários, pacientes e seus familiares, dos promotores do Ministério Público Federal e até dos servidores do Corpo de Bombeiros, não são verdadeiras e que o que aconteceu no PSM da 14 de Março foi uma fatalidade em apenas uma das salas cirúrgicas do principal hospital público da capital paraense.

Com uma pasta com documentos, que supostamente comprovarão tudo que foi feito para evitar a tragédia que ceifou vidas e deixa milhares de pessoas sem atendimento de urgência e emergência em Belém, o prefeito da cidade jogou a culpa pela não aquisição do Hospital Porto Dias, que era dado como certo pelo gestor desde quando se elegeu em 2012, nas costas da presidente Dilma.

O programa também exibiu a entrevista feita com a Procuradora do Ministério Público Federal, Melina Tostes que informou que o órgão havia ajuizado uma ação na Justiça Federal cobrando a resolução de cerca de inúmeras irregularidades graves, apontadas em laudo dos próprios bombeiros, datado de março de 2014. 

Ou seja, há mais de um ano atrás os problemas vinham sendo alertados que poderiam colocar em risco a vida de pacientes, trabalhadores e visitantes do PSM. 

Em nota publicada em seu site, um dia após o incêndio, o MPF informou que havia entrado com a ação na Justiça Federal contra a prefeitura de Belém para obrigar reformas emergenciais e, em outubro de 2014, uma decisão judicial obrigou o município a fazer as reformas. 

"O juiz José Márcio Silva, da 5ª Vara Federal, determinou que a prefeitura apresentasse um plano de regularização que deveria ser concluído no prazo de 360 dias. Em recurso contra a decisão, a prefeitura alegou que tinha realizado as reformas apontadas pelo Corpo de Bombeiros. O MPF pediu comprovação das reformas no processo judicial, mas até agora a prefeitura ainda não se manifestou". A ação do MPF foi proposta no mês de junho de 2014, após várias auditorias do Departamento Nacional de Auditorias do Sus (Denasus) e recomendações de melhorias que não foram observadas, colocando em risco a vida de pacientes, trabalhadores e visitantes. Algumas das irregularidades vêm sendo apontadas desde que o MPF começou a fiscalizar o Pronto Socorro, em 2005, sem nenhuma atitude por parte do poder público municipal.

Na ação judicial do MPF, uma das questões de destaque era justamente o risco de incêndio, apontado pelos procuradores da República Melina Tostes e Alan Mansur como absurdo e preocupante. “A deficiente estrutura do prédio do Hospital e a existência de fiação elétrica velha e exposta são deveras preocupantes, visto que possuem potencial suficiente para causar grave tragédia. Há, nos documentos acostados, várias ilustrações demonstrando a rede elétrica precária do nosocômio e constantes alagamentos que ocorrem nas enfermarias a cada chuva ocorrida na cidade. Isso é tão absurdo, quanto grave”, dizia a ação do MPF".

O prefeito Zenaldo Coutinho desmentiu ao vivo, a promotora do MPF-PA, Melina Tostes que foi entrevistada e falou da situação caótica em que se encontrava o Pronto Socorro Municipal de Belém. Além da promotora, o bombeiro que apareceu sendo entrevistado no telejornal, também foi desmentido pelo gestor municipal. 

Contradizendo o que os oficiais do Corpo de Bombeiros disseram depois das análises feitas no prédio, após o controle das chamas, o prefeito enfatizou que o comandante da corporação havia lhe dito que nenhum, absolutamente nenhum ambiente será interditado no PSM e que respeita a opinião pessoal dos bombeiros entrevistados pela emissora afiliada da Rede Globo, no dia do incêndio. 

Ficam duas pergunta no ar: Nem mesmo a enfermaria onde iniciou o incêndio será interditada, nem mesmo para uma simples pintura? Como pode o prefeito se esquivar e negar tudo que promotores públicos, juízes, bombeiros, médicos, enfermeiros, pacientes e visitantes do PSM denunciam? 

Outro fato curioso em sua entrevista e que chamou a atenção de várias pessoas nas redes sociais, é que de uma hora para outra, surgiu uma grande quantidade de leitos nos hospitais públicos municipais, estaduais e até na rede particular, que segundo o prefeito, foram uma rede solidária para atender os pacientes que foram transferidos.

O prefeito de Belém disse também sem explicar como e nem com que recursos, que até o meio do ano de 2016, a reforma geral do PSM será concluída e que um outro hospital privado está sendo comprado para desafogar o atendimento público da rede municipal de saúde e que contará com a ajuda do governo do Estado e do Ministério da Saúde para amenizar os problemas existentes. No entanto, gasta mais dinheiro público, para exibir em horário nobre de algumas emissoras de TV do Pará, um vídeo onde responsabiliza o governo federal pela falta de verbas para a compra do hospital Porto Dias.



Já o Sindicato dos Médicos do Estado do Pará diz que o incêndio foi sim uma tragédia anunciada. "Em várias visitas técnicas realizadas pelo Sindicato ao hospital ficou claro a necessidade urgente de reformas profundas de ordem estrutural, até que se pudesse comprar ou construir um novo hospital para se resolver definitivamente o problema da deficiência estrutural do prédio. Elaboramos vários relatórios com o resultado das visitas feitas ao hospital que foram encaminhados, como de costume, às várias esferas de poder público, municipal e estadual, bem como aos órgãos de fiscalização como o Ministério Público Estadual e Federal, com pedido de providências. Sendo assim, o sinistro de ontem, para nós, é apenas o resultado final de um processo que já vinha se acumulando ao longo do tempo. Um incêndio semelhante já tinha acontecido no ano passado, também originado por um aparelho de ar condicionado da UTI, quando mais uma vez alertamos a opinião pública e autoridades sobre o problema. Desta vez aconteceu em proporção bem maior acabando por interditar o hospital, congestionando a rede que não tem condições de substituir o pronto socorro de imediato. Sabemos que haverá improvisos  comprometendo seguramente o atendimento de qualidade, diz a nota do SINDMEPA.


O SINDSAUDE, sindicato dos servidores municipais que trabalham no PSM e sempre denunciaram o descalabro que acontece em nossa cidade e no Estado, até agora não se manifestou em seu perfil no Facebook

No dia em que um incêndio matou pacientes, intoxicou diversos outros, deixou dezenas de servidores da saúde sobrecarregados e mostrou as condições precárias da saúde pública, a CUT, central sindical que arrecada dos sindicatos filiados e segundo Marcio Pochmann, tem mais jornalistas que a Rede Globo, simplesmente ignorou o acontecido e optou em colorir seu avatar, divulgar sua plenária macrorregional e um debate sobre a Terceirização.

Em uma grupo de debate no WhatsApp, lideranças dos movimentos sociais comentaram que se esperava minimamente dos movimentos sociais paraenses, o uso dos meios de comunicação disponíveis para dar sua versão sobre os fatos que atingem os cidadãos paraenses.

Vereadores da oposição, bem que tentaram debater os rumos da saúde e as medidas que estão e foram anunciadas que serão tomadas pelo prefeito, que governa sem se importar para o poder legislativo, por saber que a maioria dos vereadores são seus aliados. No entanto, o vereador Fernando Carneiro (PSOL) publicou um vídeo denunciando a manobra adotada, para evitar que a situação fosse debatida na Câmara Municipal de Belém.


A vereadora Sandra Batista (PCdoB) também reagiu e apresentou requerimento convocando o Prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, para que ele prestasse esclarecimentos sobre o caso e também cobrar explicações sobre o que será feito com o prédio e da compra do Hospital Samaritano. 

Infelizmente a bancada de apoio ao prefeito Zenaldo se retirou da plenária, a fim de não permitir quórum para convocar o prefeito.



Assista um dos vídeos que circulam na internet, que mostra o momento exato do caos que foi para retirar e encaminhar os pacientes do PSM para outros hospitais, nesta tragédia que poderia ser evitada, precisa ser investigada e não pode ser esquecida. 


sexta-feira, abril 25, 2014

Padilha defende-se em rede social sobre acusações da Veja

Candidato ao governo de SP, Padilha ameaça a por fim aos 20 anos de governo do PSDB no Estado.

"Pessoal, venho aqui para dizer que repudio o envolvimento do meu nome e esclarecer que NÃO INDIQUEI nenhuma pessoa para a Labogen. Se como diz a Polícia Federal, os envolvidos tinham preocupação com as autoridades fiscalizadoras, eles só poderiam se referir aos filtros e mecanismos de CONTROLE CRIADOS POR MIM no Ministério da Saúde justamente para evitar ações deste tipo. A prova maior disso é que NUNCA EXISTIU CONTRATO com a Labogen e NUNCA HOUVE DESEMBOLSO por parte do Ministério da Saúde".

Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo de SP, usou seu perfil em uma rede social para defender-se das acusações da revista VEJA que diz que ele teria indicado o diretor de laboratório fantasma, após ter sido citado em mensagens trocadas entre o doleiro Alberto Youssef e o deputado André Vargas (PT-SP).


sábado, dezembro 14, 2013

Globo Repórter denuncia o caos na saúde pública no Pará

Diretor do HPSM brinca com o estado caótico da saúde e reza no final pro reportagem ir embora.

Na noite desta sexta-feira (13), a situação da saúde paraense foi retratada novamente em rede nacional.

Desta vez o Globo Repórter retorna à Belém, cidade governada pelo PSDB, partido que também governa o Estado e lá a equipe de reportagem apurou novamente a situação do pronto-socorro da 14 de Março e do Guamá, assim como de hospitais da ilha do Marajó, todos com sérios problemas de gestão e com tratamento desumano com os pacientes. 

Além de revelar que pessoas ficam até mais de 02 semanas sem nenhum tipo de atendimento médico dentro dos hospitais, as pessoas não comem e ficam jogados no chão, assim como tem que conviver com a sujeira e largados à sua própria sorte.

Foi uma vergonha ver de novo, a realidade de nosso Estado retratada e o pior foi confirmar que nem o Conselho Regional de Medicina, nem o Ministério Público Estadual fizeram absolutamente nada para mudar a realidade caótica que estamos submetidos. 

Pra finalizar a reportagem, o diretor do HPSM da 14 de Março, indicado pelo Prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB), ironiza dizendo que ao invés de fazer sintonia AM, farão sintonia FM e iniciar um "Pai Nosso" pelas boas idas da equipe de reportagem da Rede Globo que em nenhum momento revelou o partido que governa o Pará e a capital, Belém.

O blog As Falas da Pólis tentou protocolar denúncia através do site da Ouvidoria do SUS, mas este se encontra em manutenção, o que fez com que iniciássemos a coleta de assinaturas para a petição que pede a imediata investigação dos casos retratados pelo Conselho Federal de Medicina e as instâncias superiores do Ministério da Saúde. 

Assista a reportagem do Globo Repórter desta sexta-feira (13), no fim da postagem.

De 2011 prá cá, nada mudou, diz a reportagem do Globo Repórter desta sexta-feira (13).

Patrícia tem apenas 16 anos e tenta ser forte o bastante para socorrer a mãe, mas ela é apenas uma menina desesperada na porta do hospital.

“Minha mãe tem câncer, tá espalhado já pro corpo todo”, diz a menina.

Um drama que se transforma em peregrinação por corredores. Em espera, em risco de morte e esquecimento. O Globo Repórter mostra todo esse cenário com a vontade de que isso não aconteça. Em uma jornada para lembrar dos milhões de brasileiros que dependem do Sistema Público de Saúde. Dos que já foram e dos que ainda são vítimas do descaso, das carências, da desorganização.

“Cheguei quatro horas da manhã e até uma hora dessas e nada de ser atendido”, conta um homem.

Cruzar as águas em longas viagens em busca de socorro, alívio, diagnóstico para as suas doenças é a cruel rotina do povo que vive nas ilhas do Pará. Passar horas ou dias em um hospital sujo, sem conforto e muitas vezes também sem os equipamentos, os especialistas, os remédios necessários é a realidade de quem vive ou busca ajuda em das regiões da capital. Era assim em 2011 quando o Globo Repórter esteve no local.
É assim agora, em 2013, quando a equipe volta ao Pará.

Globo Repórter: Como é que tá a situação aqui?

Mulher: Você não que ir lá no leito onde eu estou? Tá péssima. Porque nem lençol de cama tem pra colocar no leito dos pacientes, anteontem nem soro tinha pra dar.

Nada parece ter mudado no Hospital Municipal Mário Pinotti, em Belém.
“Há três dias o paciente tá sem comer, sem se alimentar, paciente cirúrgico”, revela uma enfermeira.

Conhecido como o “PS da 14”, ainda é a maior emergência do Pará, destino de pacientes que chegam de várias cidades. Cenário de imagens e situações estarrecedoras.

“Rapaz, eu vim pra cá com uma dor do inferno aqui, disseram que era apendicite, o cara me cortou e não era, era uma bactéria. Tô aqui desde quarta-feira sem beber água, sem jantar, sem comer nada. Tô aqui igual a um morto vivo. isso aqui não é um hospital, isso aqui é um inferno”, reclama Claiton Lemos, chapa.
O médico que deveria estar cuidando de Claiton e de outros pacientes operados simplesmente sumiu e substituto algum apareceu.

Globo Repórter: O que é o problema dele?

Marcela Dália, dona de casa: Ele se operou de uma úlcera, aí faz três dias que o médico não aparece aqui.

Globo Repórter: E você tá esperando o que?

Anderson Nazareno, vendedor de lanches: O médico chegar para dar alta pra mim ir embora para casa, tô agoniado de ficar aqui.

A enfermeira também. Ela está apenas repetindo medicações e tentando, sem sucesso, chamar outro médico.

“A gente só fica dando desculpa ao paciente”, enfermeira.

E eles não são os únicos pacientes vivendo esse tipo de abandono dentro do hospital.

Cláudia Monteiro, empregada doméstica: Eu estou precisando de um médico infectologista. Até hoje eu espero esse médico e não aparece.

Globo Repórter: A senhora está internada há quanto tempo?

Cláudia Monteiro: Dezenove dias já eu tô aqui, eu acho. Até hoje esse médico não me aparece. Esse problema nas minhas pernas de mancha, tudo.

Globo Repórter: A senhora não sabe o que tem ainda?

Cláudia Monteiro: Não sei ainda.

Jéssica, tem 16 anos. Padece de uma doença grave, que pode comprometer órgãos importantes.

Jéssica Rodrigues, 16 anos: Tô com um mês esperando.

Globo Repórter: Esperando o quê?

Jéssica Rodrigues: Leito lá pra Santa Casa.

Globo Repórter: Por quê?

Jéssica Rodrigues: Pra fazer meu tratamento porque aqui não tem meu tratamento.

Globo Repórter: Tratamento pra quê?

Jéssica Rodrigues: Pra lúpus e albumina.

Globo Repórter: Aqui não tem?

Jéssica Rodrigues: Não.

Vinte e seis dias depois da entrevista Jéssica morreu, a transferência aconteceu quando ela já estava debilitada demais. Outros pacientes que encontramos naquele dia corriam o mesmo risco.

Edilena conta que chamou e pagou um médico particular para ajudar a cuidar da mãe dentro do hospital público, mas as recomendações dele pouco adiantaram.

Globo Repórter: Diurético?

Edilena Barros, operadora de máquina: Não.

Globo Repórter: E a bolsa de sangue?

Edilena Barros: Ainda não. E a gente fica aqui sofrendo. O banheiro, não tem nem luz no banheiro, não tem nem descarga. Lençol, a gente traz de casa.

A secretária Municipal de Saúde, a terceira a ocupar o cargo em um ano,  está com a equipe do programa e ouve as reclamações.

Globo Repórter: Como a senhora vê essa situação?

Maria Selma da Silva Alves, secretária de Saúde – Belém: A gente já pegou assim. A gente está melhorando, com certeza. É duro. Mas nós estamos perseguindo a melhoria. O que você vê de lençóis aqui, olha: um, dois, três lençóis são daqui do hospital de seis, 50%.

Lavanderia e limpeza são serviços terceirizados e mal prestados. A sujeira, que aumenta o risco de infecção, é um problema grave. Rosana que é enfermeira e presidente da associação dos servidores  vai mostrando outros problemas.

Rosana Oliveira, presidente Associação dos Servidores da Saúde: O elevador já não tá funcionando há mais de seis meses. Os maqueiros estão transportando pela escada, com o auxílio de uma prancha. Mas tem que ter em média quatro maqueiros

Globo Repórter: Vai pela escada?

Rosana Oliveira: Vai pela escada.


Diretor do hospital admite que o problema é de gestão.

Buscar respostas com o diretor do hospital não é fácil. Apesar de estar diariamente lá ele duvidou do que a equipe do Globo Repórter encontrou.

Globo Repórter: Uma pessoa há 19 dias sem diagnóstico em um hospital, isso é normal?

Um jogo de cena é feito em frente às câmeras e nada é justificado.


José Maria Gonçalves, diretor do hospital: Não, lhe afirmo que não é normal. Não é normal.

Globo Repórter: E por que acontece?

José Maria Gonçalves: Vou esperar o diretor clínico pra lhe dizer.

Acompanhado do diretor clínico, o Globo Repórter voltou às enfermarias.

Confira no vídeo a visita às enfermarias.

Globo Repórter: Então, doutor?

Diretor clínico: Vou ver o que aconteceu.

Globo Repórter: O senhor concorda que esse é um problema de gestão?

Diretor clínico: Com certeza.

E ao voltar para a sala do diretor do hospital.

Globo Repórter: Doutor voltamos lá e é isso.

José Maria Gonçalves, diretor do hospital: É pra você ver que ninguém tá fazendo capa em cima de capa, foi visto. Até foi bom pra nós que é o momento da gente corrigir e sintonizar melhor esses atendimentos. Em vez de fazer sintonia AM, a gente agora vai fazer sintonia FM.


A saúde em Belém só rezando.

A entrevista termina de modo surpreendente.

José Maria Gonçalves, diretor do hospital: Vamos nessa! Um Pai Nosso de boas idas, não é de boas vindas, não.

E o diretor reza um Pai Nosso.

Nesta semana, a prefeitura de Belém anunciou que pretende comprar um hospital particular para atender a população e prometeu mudanças no “PS da 14”.

“O pronto-socorro deverá entrar em reforma gradual. A ideia é que a gente desative parte do pronto-socorro, faça a reforma, ocupe essa parte para concluir depois. Nesse momento, certamente nós vamos precisar adicionar profissionais e devemos fazer mediante concurso público dentro da prefeitura”, afirma Zenaldo Coutinho, prefeito de Belém.

Assista a matéria completa aqui.

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