Faz duas semanas que a imprensa local e diversas pessoas comentaram nas redes sociais, a morte e sepultamento do corpo do ex-deputado Alessandro Novelino, morto num trágico acidento aéreo que também ceifou a vida do piloto da aeoronave e de um assesssor parlamentar, que o acompanhava.
A notícia gerou comoção e quase vira um ato de canonização, devido à tantas honrarias recebidas pelo parlamentar, que também era um conhecido empresário paraense, famoso pelo "jeitão" de ser.
Como o Vaticano não aceitou o pedido para transformá-lo em Santo,o Blog do Barata descreveu uma história pós-morte, que ainda vai desenterrar muitas histórias sobre a gatunagem que cerca o meio político paraense, em uma trama mafiosa que permanece vivinha da Silva. 
Nitroglicerina  pura. Assim são definidos os depoimentos prestados ao Ministério  Público Estadual por Adiel Fernandes Luna, que durante 27 anos serviu à  família Novelino, mantendo estreitos laços com o ex-deputado estadual  Alessandro Novelino (PSC), também empresário e recentemente falecido em  desastre aéreo. As denúncias que ele fez, inclusive documentais,  valendo-se da delação premiada, e que comprometiam Alessandro Novelino,  serão arquivadas, diante da morte do parlamentar. Mas perduram válidas  no que se referem às empresas da família Novelino, cuja prosperidade é  habitualmente associada a ilícitos. Um desses ilícitos – a agiotagem –  foi publica e impunemente assumido por Alessandro Novelino, em  entrevista a O Liberal, a quando do assassinato de dois dos seus irmão, Uraquitã e Ubiraci, em 25 de abril de 2007, a mando empresário João Batista Ferreira Bastos, conhecido como Chico Ferreira,  em um crime relacionado a uma dívida com os Novelino que chegaria, com  os juros, a R$ 4 milhões.
A súbita ascensão de Chico Ferreira sempre  esteve associada a práticas ilícitas, quase sempre incluindo a pilhagem  aos cofres públicos. Condenado pelo assassinato de Uraquitã e Ubiraci Novelino, juntamente com o jornalista Luiz Araújo e o ex-policial Sebastião Cardias, Chico Ferreira,  recorde-se, foi preso anteriormente pela Polícia Federal, em novembro  de 2006, na esteira da Operação Rêmora, juntamente com Marcelo Gabriel,  filho do ex-governador Almir Gabriel. Chico Ferreira  e Marcelo Gabriel foram presos sob a acusação de formação de quadrilha,  fraudes em licitações, corrupção passiva, falsidade ideológica e  sonegação previdenciária, juntamente com empresários, servidores  públicos, contadores e funcionários das empresas ligadas ao esquema.
Adiel  Fernandes Luna chegou a ser entrevistado pela repórter Jalilia Messias,  da TV Liberal, afiliada da TV Globo no Pará, em matéria na qual também  foram ouvidos os promotores de Justiça Arnaldo Azevedo e Nelson Medrado,  do Ministério Público Estadual. A reportagem – feita anteriormente a  morte de Alessandro Novelino – não foi ao ar e até hoje a emissora e a  jornalista não ofereceram qualquer explicação a nenhum dos  entrevistados, o que irritou profundamente o promotor de Justiça Arnaldo  Azevedo. Além dos depoimentos prestados, Adiel afirma ter fornecido ao  promotor de Justiça Arnaldo Azevedo os documentos que disponibilizava  sobre as falcatruas das quais participou, a serviço dos Novelino. No  início do ano, antes da abortada reportagem da Jalilia Messias, em  declaração ao Amazônia Jornal - o tablóide popular do grupo de comunicação da família Maiorana, que ainda inclui a TV Liberal e O Liberal,  o segundo jornal de maior vendagem no Pará -, o promotor de Justiça  Arnaldo Azevedo antecipou, em passant, as denúncias de Adiel, sem,  porém, obter a repercussão na qual obviamente apostou, ao suscitar um  tema naturalmente explosivo e de óbvio interesse jornalístico.
Para entender melhor o caso, leia: