Helder e Jader são intimados a depor na PF. Ação do MP é pelo pedido de propina para as eleições de 2018.
Por Diógenes Brandão
Matéria do Jornal Hoje, desta terça-feira, 5, revelou que o governador Helder Barbalho e seu pai, o senador Jader Barbalho foram intimados a depor na sede da Polícia Federal, em Brasília, no âmbito a investigações da Polícia Federal, solicitadas pelo Ministério Público Federal que pediu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) e acusa pai e filho de terem recebido propina da J&F para a campanha eleitoral de 2014, conforme delataram executivos da empresa.
Além dos Barbalho, a Polícia Federal visitou outros políticos do MDB, entre eles os senadores Renan Calheiros (AL) e Eduardo Braga (AM), além do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo. Assista:
A matéria do Jornal Hoje exibida no dia 5 de novembro de 2019, revela a intimação do governador Helder Barbalho e do seu pai, o senador Jader Barbalho. Embora não esteja dito pela reportagem da Globo, outros veículos de comunicação noticiaram o fato dos agentes da PF terem levado as intimações tanto nas residências dos dois, quanto na sede do governo e na RBA, empresa da família Barbalho.
Por Leandro Fortes*, sob o título Jiboias e outros monstros
Uma das coisas mais deprimentes que eu já vi Jair Bolsonaro fazer – e, olha, não é fácil fazer essa seleção – foi uma humilhação cruel e covarde contra o jornalista Matheus Leitão. Em um vídeo que circula, até hoje, pelo YouTube, Bolsonaro se regozija de ter usado uma entrevista solicitada por Matheus, filho da jornalista Miriam Leitão, para montar uma arapuca típica de milicianos.
Matheus, repórter de qualidade reconhecida e com passagem por diversos veículos de comunicação do País, estava em plena apuração do livro “Em nome dos pais”, onde conta a trajetória de Miriam e do pai, o também jornalista Marcelo Netto, quando ambos eram militantes do PCdoB, durante a ditadura militar. O casal foi preso e torturado, em 1972, no Espírito Santo. À época, Míriam estava grávida de Vladimir, o primeiro filho do casal.
Não li o livro, mas quem leu me deu referências de uma obra sensível, bem apurada e bem escrita.
Matheus foi ao gabinete do então deputado Jair Bolsonaro para ouvir, de viva voz, uma declaração anterior do empedernido nazista da Barra da Tijuca sobre a terrível tortura sofrida por Míriam Leitão. Grávida, foi colocada em uma cela junto a uma jiboia, cobra que mata suas presas por estrangulamento. Bozo, defensor da tortura e de torturadores, costumava – e ainda costuma – dizer que, no caso, teve pena da cobra.
Em um ato de coragem, Matheus foi à alcova de Bolsonaro ouvir, de viva voz, essa aberração. O então deputado aproveitou-se da ocasião não apenas reiterar sua opinião de psicopata, mas também para gravar Matheus e humilhá-lo nas redes. Um horror, enfim.
Assista o vídeo:
Vem o golpe de 2016. Míriam Leitão, depois de uma década agourando os governos do PT, não disfarça sua satisfação com o impeachment de Dilma e a traição de Michel Temer. Retoma, com mais vigor, o ativismo liberal em busca do sonho perdido de eleger, novamente, um tucano para a Presidência da República.
Sérgio Moro, juiz da Lava Jato, vira um herói do Grupo Globo. Homenageado com o prêmio “Faz a diferença”, passou a ser a alegria diária de Míriam e dos sedosos jornalistas da Globo News, do Jornal Nacional, da CBN e de O Globo.
Para completar, Vladimir Netto, o primogênito de Míriam, repórter da Globo, escreve um livro sobre a Lava Jato, na verdade, o evangelho segundo Moro, elevado, então, a herói, guru e tutor moral particular da família Leitão. Nada poderia dar errado.
Mas o antipetismo de Míriam e companhia não trouxe os tucanos de volta. Pelo contrário, tirou o monstro adorador de jiboias do pântano e o colocou no Palácio do Planalto. E Sergio Moro, o adorável biografado da família, virou ministro da Justiça da mesma besta fera que humilhou, covardemente, Matheus Leitão.
Ou seja, foi servir ao boçal que teve pena da cobra que poderia ter matado seu biógrafo, estrangulado, ainda na barriga da mãe.
Alguém viu a família Leitão bater em Moro por causa disso? Não, pelo contrário: até semana passada, a esposa do primogênito era assessora de imprensa do ex-juiz. Trabalhava para o governo do amigo da cobra que poderia ter matado seu futuro marido, antes de ele nascer.
Então, não me venham pedir solidariedade a Míriam Leitão por ela ter sido proibida de participar de um evento literário a pedido dos fascistas que elegeram Bolsonaro e adoram Moro como a um deus pagão.
Ela não é vítima, mas parte desse processo.
*Leandro Fortes é jornalista, professor e escritor brasileiro. Formado pela Universidade Federal da Bahia, foi repórter, em Salvador, da Tribuna da Bahia, Jornal da Bahia e TV Itapoan. Em Brasília, atuou no Correio Braziliense e nas sucursais de O Estado de S.Paulo, Zero Hora, Jornal do Brasil, O Globo, revista Época, TV Globo e CartaCapital.
Segundo o Wikipédia, "a mulata Globeleza é uma personagem promovida pelo canal brasileiro de televisão Rede Globo no período de carnaval, durante a cobertura conhecida pelo nome de Carnaval Globeleza. A "mulata globeleza" surgiu no início da década de 1990 e consiste numa passista sambando nua com o corpo parcialmente pintado com purpurina, ao som da música-tema da emissora para o carnaval, numa vinheta exibida ao longo da programação diária. Tais vinhetas, criadas pelo designer Hans Donner, também consagraram a música-tema da Globeleza, composta pelo sambista Jorge Aragão e conhecida pelo refrão "Na tela da TV, no meio desse povo, a gente vai se ver na Globo". Inicialmente, durante mais de uma década, a mulata Globeleza foi interpretada por Valéria Valenssa, mulher do próprio diretor de arte Hans Donner. A partir de 2004, contudo, após a primeira gravidez de Valéria, outras mulatas assumiram o posto de Globeleza".
Ao notarmos que com apenas uma leve alteração digital, a Globo resolveu - pela primeira vez - repetir a vinheta de 2017, no carnaval Globeleza 2018, podemos também perceber a diferença destas duas, para as demais que historicamente vem sendo exibidas pela emissora, onde a "mulata globeleza" era apresentada semi-nua e agora está vestida, além de que diversas manifestações culturais são reveladas através de personagens que a acompanham dançando ritmos que são característicos de outros estados, como o Frevo, o Maracatu, o Boi-bumbá ou Bumba-meu-boi, entre outros.
Assista:
Note a diferença da vinheta de 2016:
Agora veja a vinheta de 2015:
Agora leia o artigo da poetiza Débora Garcia, publicado originalmente no lamparinascope.com, em Janeiro do ano passado, onde pela primeira vez, a mulata Globeleza aparecia vestida e outros ritmos, de outros carnavais, além do carioca, eram exibidos pela emissora.
Mulata Globeleza 2017: um avanço na pauta das mulheres negras
No início da década de 1990, os telespectadores brasileiros pararam perplexos em frente a televisão para ver , na emissora mais assistida do país, uma bela passiva negra, carismática e sorridente, de corpo escultural coberto apenas por pinturas e purpurinas, dançando graciosamente ao som da Vinheta que anunciava o início das festividades do Carnaval. Nascia assim, uma Mulata Globeleza, um dos mais símbolos do Carnaval brasileiro. A personagem foi inicialmente interpretada pela Dançarina Valéria Valenssa entre os anos de 1991 a 2004, sendo então substituída por Giane Carvalho (2005), Aline Prado (2006), Nayara Justino (2014) ea atual Érika Moura (2015).
Ano após ano, como vinhetas são aguardadas com grande expectativa, representando um momento de apotexia (sic), os cinco minutos de fama para as mulheres negras, que depois de um mês de exposição, são novamente relegadas ao ostracismo midiático, das representações previsíveis e secundárias nas novelas Programas de televisão e comerciais. Sendo assim, para uma sociedade de modo geral, uma Mulata Globeleza passou um ser o grande conto de fadas para as jovens meninas negras, uma referência de beleza, uma possibilidade de ascensão social, enfim, um espaço de fato a ser ocupado por nós, Nos negando a oportunidade de sonhar em alçar outros vôos. Não tenho intenção de crítica como artistas que assumiram esse papel ao longo da história. Elas são profissionais gabaritadas e o usam com maestria. Um problema que é problematizado e de que forma essa personagem é reforçado por uma espécie de estereotipagem e sexualização da mulher negra, construído a partir de uma ótica racista e machista. Para tanto, seja preciso revisitar como páginas da história.
Uma personagem Mulata Globeleza caiu instantaneamente sem gosto popular, pois veio sem sedimento Sem imaginário social O Show de Mulatas criado por Oswaldo Sargentelli, na década de 1970. Apresentador de televisão e empresário da noite carioca produziu, não Brasil e no exterior, mostra o samba, apenas com passistas negras seminuas, ou denominados mulatas, reforçando estereótipos de objeção e erotização da mulher negra, atrelando ao Carnaval brasileiro um forte apelo sexual. A exploração dessa imagem fez com que Sargentelli, de forma jocosa, se auto intitulasse "mulatólogro" colocando-se na condição de especialista em mulatas, como se estas fossem uma espécie diferenciada de mulher.
O termo mulata é amplamente utilizado por Rede Globo, assim como, por demais meios de comunicação para se referir às mulheres negras, principalmente sem contexto do carnaval, mas o termo também é bastante usual no cotidiano dos brasileiros. A palavra mulata é originária do vocábulo espanhol mulo, que é um animal híbrido, fruto do cruzamento de jumentos com éguas ou cavalos com jumentas. Esse cruzamento entre espécies diferentes gera um animal mestiço, estéril e considerando impuro. Sendo assim, durante o período colonial brasileiro, os negros de pele clara, nascidos devido a estupros de escravas por senhores de engenho, passaram a ser chamados de mulatos, em clara alusão ao processo de mestiçagem entre brancos e negros.
A maioria das pessoas que estão no mercado, bem como a uma conotação turística, no Brasil, mulheres negras consideradas mulatas tem maior trânsito social, pois apresentam características socialmente atribuídas às mulheres negras como positivas (nádegas e genitália "grandes", corpo curvilíneo e uma "predisposição sexual") e características socialmente atribuídas a brancos como positivas (pele clara, lábios e nariz finos, cabelos lisos ou cacheados) não são bem-sucedidos, exótica e objeto de desejo sexual. É esse padrão de biotipo que a mídia brasileira recorre para representar uma beleza negra, que é diversificada em seus tons e formas. As mulheres negras que não se enquadram nesse padrão, são rechaçadas, como aconteceu com a dançarina Nayara Justino, que representam uma Mulata Globeleza em 2014 e foi rejeitada por ter uma pele mais retinta que como o Japão para a interpretação de uma personagem. Infelizmente, esse não é um caso isolado. Não cotidiano, como mulheres negras que não são enquadram no padrão Globeleza passam por diversos processos de rejeição social.
Nesse sentido, o uso da palavra mulata para designar uma personagem que se apresenta nua, erotizada e que é apontada como símbolo, não apenas no Carnaval, mas de beleza das mulheres negras, não corrobora com uma mudança de paradigmas que nós tanto ansiamos. Essas e outras questões sobre, vêm sendo pautadas de maneira assertiva pelo movimento feminista e de mulheres negras ao longo de trinta anos. A grande mídia tem sido convocada a rever seus conceitos, paradigmas e repensar como formas de representação e diálogo com as mulheres, população negra e LGBT, enfim, com como minorias de modo geral.
Diante desse contexto social e histórico, uma vinheta do Carnaval Globeleza 2017, causou tanto impacto quanto a primeira exibição em 1991. Esta, pela nudez, aquela pela ausência de nudez.
Pela primeira vez na história, uma personagem Mulata Globeleza interpretada actualmente por Dançarina Érika Moura aparece vestida, e esse é, sem sombra de dúvidas, um avanço. Essa afirmação não é bem-vinda na perspectiva puritana e conservadora de demonização da nudez. Esta faz parte da natureza humana e deve ser tratada como tal. Mas quando é condicionante para uma ocupação de espaços reservados, torna-se um problema. Ou seja,quando pensamos em Globeleza ou no Carnaval, automaticamente, os associados a imagem da mulher negra nua, e esta associação, cristalizada no imaginário popular, gera o condicionamento social deste segmento da população .
Outra novidade da vinheta do Carnaval Globeleza 2017, é que uma representação hegemônica das grandes escolas de samba dá lugar à diversidade e à pluralidade cultural do Carnaval brasileiro. Acompanhada por demais personagens, homens e mulheres, brancos e negros, Mulata Globeleza, dança maracatu, axé, frevo, bumba-meu-boi e samba, vestida com como respectivas roupas. O vídeo evidencia que o foco não está mais em um corpo nu, mas na festa em si.
Foi uma mudança importante e significativa, uma sinalização de que como demandas dos movimentos são o repercutindo . Foi um avanço no universo de frentes que atuamos e pautamos. Uma personagem continua se chamando Mulata Globeleza, porém, agora está vestida. Desejamos que essa mudança permaneça e que não tenhamos que esperar mais trinta anos para que ela deixe de ser chamada de Mulata . Seguimos a apresentação e representatividade das mulheres negras, no Carnaval e ambientes espaçosos.
* Débora Garcia é poetisa e produtora idealizadora cultural do Sarau das Pretas - SP. Possui ampla experiência na área de livros, com enfoque nas temáticas voltadas à literatura negra, feminina e periférica. É formada em serviço social pela Universidade Estadual Paulista - UNESP. E uma amiga querida das Lamparinas :).
Pai: "Achamos muita falta de humanidade deles, muita frieza, não ajudaram em nada".
O Pará não existe!
A praia Atalaia e a família Maiorana são a cara de uma elite egoísta e insana.
Embora não tenha sido o fato destacado na manchete da matéria, a informação trazida pelo jornal Diário Online, revela que o pai de um menino atropelado quando empinava pipa, na praia do Atalaia, em Salinas (PA), pediu apoio de uma equipe da TV Liberal (Afiliada à rede Globo) e o cinegrafista disse que só poderia gravar se a criança estivesse sangrando ou morta.
Um garoto de apenas sete anos foi atropelado na manhã deste domingo (23) enquanto empinava pipa na praia do Atalaia, em Salinópolis, no nordeste paraense. Segundo familiares da vítima, o condutor do veículo fugiu do local sem prestar socorro. Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia do município.
De acordo com o pai da vítima, Urian Gomes da Silva, após o acidente o motorista alegou que “lá não era local de empinar pipa”, sem demonstrar nenhuma preocupação com o estado de saúde da criança.
“Depois de 1h20 esperando a polícia, nós decidimos levar o nosso filho por conta própria ao hospital. O motorista do carro que atropelou disse que ia nos seguir, para a gente ir até a delegacia depois, mas quando saímos da areia, ele fugiu”, desabafa Urian.
O pai do garoto denuncia ainda, que o veículo estava cheio de irregularidades. “A polícia passou para nós que ele estava com o licenciamento atrasado, cheio de multas, todo irregular”, ressalta.
O pai do garoto também criticou a falta de humanidade de algumas pessoas que acompanharam o atropelamento.
“Nós vimos um carro da TV Liberal que estava fazendo imagens dos banhistas e pedimos ajuda para fazer um enxame e chamar atenção para o caso, mas o cinegrafista disse que só podia filmar se o nosso filho estivesse sangrando ou tivesse morrido. Achamos muita falta de humanidade deles, muita frieza, não ajudaram em nada.
Depois de uma hora, ele falou para darmos atenção ao nosso filho, que ninguém iria vir. Foi quando decidimos seguir para o hospital”.
Segundo a família, apesar do susto, o garoto teve apenas escoriações pelo corpo e já recebeu alta.
O DOL entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda um posicionamento sobre o caso.
Gleisi solidarizou-se com Miriam Leitão e tem sido bastante criticada por ter puxado a orelha da militância sem antes saber se a jornalista da Rede Globo falou a verdade. Inúmeros relatos dizem que ela mentiu, exagerou e inventou fatos irreais.
Por Diógenes Brandão
Uma semana depois de ser eleita como presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann começa a sentir o peso de dirigir um partido plural e cansado de apanhar da imprensa e demais setores que se colocam como adversários implacáveis.
Depois de dar um puxão de orelha na militância, em solidariedade à jornalista Miriam Leitão, que alegou ter sido agredida verbalmente em um vôo de Brasília ao Rio de Janeiro, a senadora paranaense foi duramente criticada por milhares de militantes de todas as regiões do país. As manifestações vieram através das redes sociais, onde diversos filiados e simpatizantes se colocaram contrários à precipitação da dirigente do PT em sair em defesa da jornalista das organizações Globo, sem nem mesmo saber se o seu relato era verdadeiro.
Se a presidenta nacional tivesse dialogado com seus companheiros de partido, antes de assumir uma posição pública sobre o fato, talvez nada disso teria acontecido.
Leia a nota oficial do PT:
Em um dos comentários feitos na própria fanpage do partido, a internauta Rosemary Fritsch Brum disparou:
"O PT oficialmente dirigindo-se à Rede Globo e pedindo desculpas sobre o controverso episódio envolvendo a ex-economista Miriam Beltrão em voo doméstico é render vassalagem sim! Começou mal a presidente recentemente eleita pelos diretórios petistas.Papelão da Direção".
Não se sabe se é de sua autoria, mas circula pelos grupos de whatsapp, uma nota com a assinatura de Gleisi.
Talvez a senadora tenha resolvido acalmar os ânimos de sua base, após ter sido bastante criticada, mas o documento ainda não consta nem na sua fanpage e nem na do PT.
Leia:
Companheiras e companheiros,
Estou acompanhando nas redes sociais o debate e opinião da militância partidária sobre o texto da jornalista Miriam Leitão e a nota que soltei a respeito.
Em um primeiro momento, diante da manifestação da jornalista, revivi o impacto de situações constrangedoras que senti algumas vezes, com o escracho a que, sozinha, fui submetida em aviões, aeroportos e locais públicos. Sofri agressões, como sofreram agressões muitos de nós petistas.
Quero como presidenta de nosso partido ter diálogo constante com nossa militância, ouvindo e considerando opiniões e posicionamentos. Compreendo a reação, uma vez que tantas e tantas vezes sofremos, individual ou coletivamente, as agressões da Rede Globo.
A nota em nenhum momento diminui nossa luta contra as idéias e posturas da jornalista Miriam Leitão, muito menos contra o monopólio midiático em que ela trabalha.
Nossa indignação tem se manifestado em ações massivas e coletivas, como as que estamos fazendo em conjunto com os movimentos sociais pelas ruas do Brasil, como a que faremos no dia 30, com a greve geral. Ações massivas, coletivas, democráticas e firmes pelo Brasil e pelo povo é o nosso campo de luta
Sem nenhuma foto ou vídeo que comprove o fato, jornalista diz ter sido agredida verbalmente por petistas durante um vôo.
Por Diógenes Brandão
Sob o título "O ódio a bordo", a jornalista que é funcionária das empresas da Organização Roberto Marinho, Miriam Leitão diz ter sido vítima de violência verbal, segundo ela, durante um vôo da Avianca, saído de Brasília com destino ao Rio de Janeiro.
O fato gerou muita polêmica na internet, depois que diversos outros jornalistas e blogueiros questionaram alguns trechos do relato da colega. Entre solidariedade e críticas, até a informação de um dos passageiros do vôo que afirmou que Miriam Leitão faltou com a verdade, muitos internautas acabaram deixando de lado outros fatos marcantes do início da semana, para debater o acontecido com a jornalista que escreve para o jornal O Globo e tem espaço como comentarista na TV Globo e na Globo News.
Estranho também é o fato da jornalista só publicar 10 dias após o vôo, a suposta agressão recebida. O presidente do do PT Carioca, Bob Calazans, também se manifestou sobre o ocorrido.
"Miriam Leitão falta com a verdade.Estive no voo de volta do 6º congresso do PT, com a delegação do Rio e de outros estados que iria fazer escala para outros estados. E sentei ao lado da jornalista na poltrona 15D e posso afirmar categoricamente: Ela faltou com a verdade na coluna dela do jornal.Acredito que ela tenha criado essa “Fanfic” por falta e matéria jornalística tendo em vista que a viagem já ocorreu há mais e 10 dias. Esse voo inclusive já tinha sido alvo de matérias da Revista Fórum, há mais de uma semana. Por ter sido filmado, a todo momento pelos comissários de Bordo e Policia Federal ter constrangido Militantes do PT. Um agente inclusive estava presente em todo o momento pois viajou conosco de terno e à paisana.Em momento nenhuma essa senhora foi xinga, ofendida e muito menos empurrada como falsamente afirma em sua coluna. O único membro da delegação do PT que se dirigiu a jornalista foi eu. Isso ocorreu quando a uma comissária segundo ela a pedido da PF, pediu para que a jornalista sentar na frente no voo, e eu a tranquilizei falando que não seria necessário. Me causa surpresa ela vir com essa versão agora. Não sou adepto a teorias de conspiração, mas tudo parece estranho, ela por coincidência ter pego um voo no fim do congresso do PT com mais de 100 Petistas", concluiu.
Em seu perfil no Facebook, o jornalista Leandro Fortes questiona o fato de não haver nenhuma prova de que Miriam Leitão tenha falado a verdade.
Já a jornalista e blogueira do Socialista Morena, Cynara Menezes repreende aqueles que Miriam Leitão acusa de violentos.
O jornalista e blogueiro do Portal Fórum, Renato Rovai condena o escracho supostamente ocorrido e corrige uma informação dita por Miriam Leitão sobre a Globo.
Já no blog do Éden Valadares, a afirmação sem vacilos: "Quem semeia vento, sem erro, colhe tempestade". Vale a pena ler aqui.
Agora leia o artigo de Miriam Leitão e tire suas conclusões.
O ódio a bordo
Sofri um ataque de violência verbal por parte de delegados do PT dentro de um voo. Foram duas horas de gritos, xingamentos, palavras de ordem contra mim e contra a TV Globo. Não eram jovens militantes, eram homens e mulheres representantes partidários. Alguns já em seus 50 anos. Fui ameaçada, tive meu nome achincalhado e fui acusada de ter defendido posições que não defendo.
Sábado, 3 de junho, o voo 6237 da Avianca, das 19h05, de Brasília para o Santos Dumont, estava no horário. O Congresso do PT em Brasília havia acabado naquela tarde e, por isso, eles estavam ainda vestidos com camisetas do encontro. Eu tinha ido a Brasília gravar o programa da Globonews.
Antes de chegar ao portão, fui comprar água e ouvi gritos do outro lado. Olhei instintivamente e vi que um grupo me dirigia ofensas. O barulho parou em seguida, e achei que embarcariam em outro voo.
Fui uma das primeiras a entrar no avião e me sentei na 15C. Logo depois eles entraram e começaram as hostilidades antes mesmo de sentarem. Por coincidência, estavam todos, talvez uns 20, em cadeiras próximas de mim. Alguns à minha frente, outros do lado, outros atrás. Alguns mais silenciosos me dirigiram olhares de ódio ou risos debochados, outros lançavam ofensas. “Terrorista, terrorista”, gritaram alguns.
Pensei na ironia. Foi “terrorista” a palavra com que fui recebida em um quartel do Exército, aos 19 anos, durante minha prisão na ditadura. Tantas décadas depois, em plena democracia, a mesma palavra era lançada contra mim. Uma comissária, a única mulher na tripulação, veio, abaixou-se e falou: “O comandante te convida a sentar na frente”. “Diga ao comandante que eu comprei a 15C e é aqui que eu vou ficar”, respondi.
O avião já estava atrasado àquela altura. Os gritos, slogans, cantorias continuavam, diante de uma tripulação inerte, que nada fazia para restabelecer a ordem a bordo em respeito aos passageiros. Os petistas pareciam estar numa manifestação. Minutos depois, a aeromoça voltou: “A Polícia Federal está mandando você ir para frente. Disse que se a senhora não for o avião não sai”. “Diga à Polícia Federal que enfrentei a ditadura. Não tenho medo. De nada”. Não vi ninguém da Polícia Federal. Se esteve lá, ficou na porta do avião e não andou pelo corredor, não chegou até a minha cadeira.
Durante todo o voo, os delegados do PT me ofenderam, mostrando uma visão totalmente distorcida do meu trabalho. Certamente não o acompanham. Não sou inimiga do partido, não torci pela crise, alertei que ela ocorreria pelos erros que estavam sendo cometidos. Quando os governos do PT acertaram, fiz avaliações positivas e há vários registros disso.
Durante o voo, foram muitas as ofensas, e, nos momentos de maior tensão, alguns levantavam o celular esperando a reação que eu não tive. Houve um gesto de tão baixo nível que prefiro nem relatar aqui. Calculavam que eu perderia o autocontrole.
Não filmei porque isso seria visto como provocação. Permaneci em silêncio. Alguns, ao andarem no corredor, empurravam minha cadeira, entre outras grosserias. Ameaçaram atacar fisicamente a emissora, mostrando desconhecimento histórico mínimo: “quando eles mataram Getúlio o povo foi lá e quebrou a Globo”, berrou um deles. Ela foi fundada onze anos depois do suicídio de Vargas.
O piloto nada disse ou fez para restabelecer a paz a bordo. Nem mesmo um pedido de silêncio pelo serviço de som. Ele é a autoridade dentro do avião, mas não a exerceu. A viagem transcorreu em clima de comício, e, em meio a refrões, pousamos no Santos Dumont. A Avianca não me deu - nem aos demais passageiros - qualquer explicação sobre sua inusitada leniência e flagrante desrespeito às regras de segurança em voo. Alguns dos delegados do PT estavam bem exaltados. Quando me levantei, um deles, no corredor, me apontou o dedo xingando em altos brados. Passei entre eles no saguão do aeroporto debaixo do coro ofensivo.
Não acho que o PT é isso, mas repito que os protagonistas desse ataque de ódio eram profissionais do partido. Lula citou, mais de uma vez, meu nome em comícios ou reuniões partidárias. Como fez nesse último fim de semana. É um erro. Não devo ser alvo do partido, nem do seu líder. Sou apenas uma jornalista e continuarei fazendo meu trabalho.
Chico e Monalisa ficaram sem saber o que dizer após a reação do carnavalesco.
Por Diógenes Brandão
Faltando apenas duas escolas se apresentarem para o fim do desfile das escolas de samba de São Paulo, uma grande confusão levou mais de uma hora para ser resolvida. Sentindo-se prejudicado pela pista molhada no desfile da Vai-vai, após a escola ter jogado água do alto de um carro alegórico, Mantega, presidente da Nenê de Vila Matilde, não permitiu que sua escola entrasse na avenida do samba, antes da LIGA enxugá-la e deixá-la em plenas condições de receber os brincantes.
Ocorre que ao ser provocado por uma repórter que repassou de forma insistente a pergunta da jornalista Monalisa Ferrone, que apresentou o carnaval Globeleza ao lado do jornalista Chico Pinheiro, do alto do estúdio da Globo, na dispersão do sambódromo, o presidente da Nenê de Vila Matilde "pagou o sapo" e mandou Monalisa descer do estúdio da Rede Globo para ir ver como a pista estava escorregadia.
O “climão” deixou todos de saia justa, enquanto os repórteres de chão se esforçavam para buscar informações sobre quanto tempo demoraria para o reinício do desfile da escola, que calou a boca de um time inteiro de jornalistas globais.
O desfile então seguiu sob o amanhecer de um novo dia e nos mostrou que quem sabe faz ao vivo e não permite que a toda poderosa mídia se meta no trabalho alheio.
O artigo nono da lei 1.079 de 10 de abril de 1950, invocada para tirar Dilma Rousseff do cargo, define os crimes de responsabilidade que podem levar um presidente a julgamento e à perda do mandato.
Diz o inciso três do artigo que é crime “não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à Constituição”.
Diz o inciso sete do mesmo artigo que é crime “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.
Haverá certamente quem encontre em tais disposições amparo bastante para propor o impeachment do presidente Michel Temer caso reste provado que ele fez o que o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero lhe imputa.
Disse Calero a certa altura do seu depoimento à Polícia Federal sobre a pressão que sofreu do ministro Geddel Vieira Lima, secretário do governo, para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) liberasse a construção de um prédio em Salvador onde ele comprara um apartamento:
"Que na [última] quinta, 17, o depoente foi convocado pelo presidente Michel Temer a comparecer no Palácio do Planalto; que nesta reunião o presidente disse ao depoente que a decisão do Iphan havia criado 'dificuldades operacionais' em seu gabinete, posto que o ministro Geddel encontrava-se bastante irritado; que então o presidente disse ao depoente para que construísse uma saída para que o processo fosse encaminhado à AGU [Advocacia-Geral da União], porque a ministra Grace Mendonça teria uma solução";
"Que, no final da conversa, o presidente disse ao depoente 'que a política tinha dessas coisas, esse tipo de pressão'”.
A revista VEJA publicou, ontem à noite, em seu site, que Calero entregou à Polícia Federal gravações de conversas que teve com Temer, mas também com Geddel e o ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil. E que elas provariam tudo o que ele afirmou no depoimento.
O governo obteve a confirmação da existência dos áudios. “As gravações não são de boa qualidade, porque foram feitas com um aparelho que aparentemente estava no bolso do Calero”, informou à VEJA um ministro com gabinete no Palácio do Planalto.
O episódio que pôs Calero em rota de colisão com Geddel, e que o levou a pedir demissão, foi promovido à condição de uma robusta crise política por envolver agora o presidente da República e alguns dos seus mais prestigiados auxiliares.
Nunca antes na história do país um presidente teve conversas gravadas por um dos seus ministros. Nunca antes um ministro foi à polícia e relatou as causas de sua saída do governo. A polícia agiu as pedido da Procuradoria Geral da República, que pensava em abrir inquérito para investigar Geddel.
Pensará em fazer o mesmo com Temer depois do que contou Calero, o mais novo homem-bomba da República?
A oposição ao governo lambe os beiços diante do que lhe foi servido de graça. O governo balança como uma vara fina sujeita a ventos fortes. O estado delicado da economia não passará ileso pela mais nova crise política que tem um único pai: Temer com suas fraquezas.
Nesta quinta-feira (24), a Frente Povo Sem Medo, que reúne diversos movimentos sociais, fará um ato em São Paulo com o slogan "Em defesa da democracia. A saída é pela esquerda". Segundo Guilherme Boulos, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a marcha deverá reunir mais de 50 mil pessoas e terá o seu desfecho na porta da Rede Globo, na zona sul da capital paulista. "Este monopólio midiático comanda o golpe e o retrocesso no Brasil", afirmou durante entrevista coletiva concedida na sede do Centro de Estudos Barão de Itararé nesta terça-feira.
A empresa da bilionária famiglia Marinho, que explora concessões públicas de rádio e televisão, está brincando com fogo e pode se queimar. Nos últimos dias, cresceram os protestos contra a TV Globo, que assumiu o papel de liderança da conspiração pelo impeachment de Dilma. No gigantesco ato pela democracia na última sexta-feira (18), que tomou a Avenida Paulista, duas palavras de ordem foram as mais gritadas pelos participantes: "Não vai ter golpe" e "Fora Rede Globo". Em outras capitais, os mesmos bordões foram entoados por centenas de milhares de pessoas.
Segundo relato terrorista da Folha - que tem um pacto mafioso com a famiglia Marinho e, inclusive, é sua sócia no jornal Valor - "em Brasília, manifestantes chutaram e bateram em um carro da emissora que parou em frente ao museu Nacional. Alguns militantes pediram para que os outros parassem o ataque... Em Vitória, Aracaju, Belém e Campo Grande, os manifestantes protestaram em frente às afiliadas da Globo, e uma equipe da emissora TV Verdes Mares, uma dessas afiliadas, foi hostilizada durante protestos em Fortaleza. Na avenida Paulista, em São Paulo, foram distribuídos panfletos em que um quepe militar aparece sobre o logo da emissora, onde está escrito 'TV Golpe'".
Com o agravamento da crise política, a manipulação do império global se tornou ainda mais explícito e agressivo. Ela usou todo seu aparato e seus jagunços de plantão para insuflar as manifestações pelo impeachment de Dilma no domingo retrasado (13) - conforme provaram as jornalistas Bia Barbosa e Helena Martins em reportagem imperdível na revista CartaCapital. Já no ato contra o golpe, na sexta-feira (18), ela se recusou a transmitir a Avenida Paulista ocupada por milhares de manifestantes. Na sequência, as emissoras de rádio e televisão do Grupo Globo deram guarita para os inúmeros atos de intolerância de grupelhos fascistas que espalham o ódio na sociedade.
Este "jornalismo do esgoto" gerou desconforto entre os próprios profissionais da empresa, que não se acovardaram diante do assédio moral da famiglia Marinho. Artistas vieram a público para criticar a cobertura distorcida e partidarizada. A atriz Monica Iozzi, por exemplo, ironizou "os que se informam apenas pelas manchetes do JN". Jornalistas relataram ao blog DCM que as redações do império estão tomadas por partidários do golpe, que não têm qualquer compromisso com a ética e com o verdadeiro jornalismo. O clima é de terror, o que indica que a famiglia Marinho decidiu apostar todas suas fichas na desestabilização econômica e política do país. Seria um caminho sem retorno!
Em outros momentos dramáticos da história do Brasil, como no golpe militar de 1964, o império de comunicação da famiglia Marinho já havia adotado a mesma postura irresponsável e criminosa. Nas ruas de várias cidades, pessoas indignadas com as manipulações queimaram os veículos da empresa. Agora o clima é novamente de revolta contra o golpismo. Além do protesto de quinta-feira, agendado pela Frente Povo Sem Medo, outros atos já estão sendo marcados diante das sedes da emissora e das suas afiliadas no país. Espontaneamente, internautas inclusive já propõem o boicote aos anunciantes da emissora. A Rede Globo está brincando com fogo e pode se queimar!
No último domingo, dia 13 de março, milhares de pessoas foram às ruas, em Belém do Pará, participar das manifestações organizadas por grupos que defendem um ideário conservador e uma solução pela direita para a atual crise política e econômica brasileira.
Os organizadores do ato “falaram” em 50 mil pessoas presentes, e a Polícia Militar do Estado Pará preferiu não se pronunciar sobre os números. Outros analistas avaliaram que a presença não ultrapassou vinte mil pessoas. Ainda que os números anunciados pelos organizadores fossem verossímil, a quantidade auferida foi inferior aos números aguardados pelos organizadores, que esperavam mais de oitenta mil participantes na manifestação pelo impedimento de um governo legitimamente eleito pelo povo brasileiro.
Diferente dos movimentos de Junho de 2013 que tinham um caráter reivindicatório por mais direitos, as manifestações ocorridas no último domingo tiveram como foco central o PT, Lula e Dilma. Em Belém, os políticos do PSDB, DEM e PSD acusados de corrupção, puderam circular livremente entre os manifestantes. Entretanto, essa não foi a tônica observada no restante do País, onde o ingrediente central foi a despolitização, com destaque para a maior capital do Brasil, São Paulo, onde Geraldo Alckimin e o candidato derrotado á Presidência da República Aécio Neves foram expulsos das manifestações planejadas, organizadas e financiadas por eles mesmos.
O Laboratório de Ciência Política da Universidade Federal do Pará (UFPA), coordenado pelo Professor Doutor Edir Veiga, realizou durante o ato uma enquete com os participantes da manifestação ocorrida na capital do Estado do Pará, aplicando 283 questionários, objetivando esquadrinhar o perfil dos manifestantes.
Os resultados desta enquete são reveladores das opiniões dos participantes no ato em relação a situação econômica, a identificação política e o posicionamento sobre ações afirmativas implementadas no país.
Perguntados sobre o partido que mais simpatizam: 3.2% responderam PMDB. Partidos como DEM e PT ficaram com 1.4% e PDT, PSB e outros não atingiram 1%. A maioria dos manifestantes (25.8%) declarou ter simpatia pelo PSDB, partido dos atuais Governador do Estado e do Prefeito da capital Zenaldo Coutinho, que se destaca por ser um dos prefeitos mais rejeitados da história de Belém, segundo as últimas pesquisas de opinião pública.
Jatene e Coutinho foram paradoxalmente poupados pelos manifestantes, embora a cidade esteja sofrendo com péssimos serviços de saúde, educação e segurança, além da tão prometida obra do BRT que tem causado um imenso transtorno aos belenenses. Quando perguntados por qual partido possui mais antipatia, o PT disparou como 77% seguido bem distante pelo PMDB com 2.8%.
Nos últimos 13 anos de governos pós neoliberalismo no Brasil um conjunto de políticas de distribuição de renda e políticas afirmativas foram implementadas. Entre as principais, podemos destacar o programa Bolsa Família e as cotas para negros e estudantes de escolas públicas. Essas políticas garantiram que uma parcela da sociedade historicamente excluída, tivesse acesso a políticas públicas até então asseguradas a bem poucos.
Com um público majoritariamente de classe média e classe média alta, que condenam a ascensão social, os manifestantes que participaram dos atos em Belém, disseram rejeitar as políticas de distribuição de renda e garantia de direitos às minorias.
Sobre o sistema de cotas das universidades públicas 61.8% dos entrevistados afirmaram discordar dessa política pública por ser uma política populista do PT. Este número é maior ainda quando a pergunta é sobre o programa bolsa família, 67.8% disseram ser contra, 25.1% disseram ser a favor e 6.7% não sabem/não responderam. A ampla maioria dos entrevistados na manifestação que afirmaram ser contra os programas de distribuição de renda e inclusão social possuem renda mensal acima de 5.000 mil reais.
Ao que tudo indica a oposição liderada pelo PSDB, principal fonte da mobilização e financiamento dos atos, não conseguiu capitalizar politicamente as manifestações. Perguntados sobre o envolvimento do candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais 56.5% disseram acreditar que o tucano Aécio Neves está envolvido em corrupção, 9.5% disseram que não e 23.3% talvez e 10.2% dos entrevistados disseram não sabem ou não responderam.
Em relação ao impedimento da presidenta Dilma 23.7% responderam que ela deve sair se houver prova de envolvimento com corrupção, 59.4% disseram que ela deve sair pois já existe prova de corrupção, 14.1% de que ela deve sair devido as pedaladas fiscais e 1.1% entendem que ela deve sair porque é comunista, 1.8% não sabem ou não responderam. Ou seja, 23.7% dos que foram ás ruas em Belém, no último domingo, não estão totalmente convencidos do envolvimento da presidenta nos escândalos de corrupção, tão pouco do seu afastamento.
Nesta sexta-feira, 18 de março, em ato convocado pela Frente Brasil Popular que reúne centenas de sindicatos, entidades e movimentos sociais, será a vez dos apoiadores do governo saírem às ruas. Sem o apoio midiático e direito de transmissão ao vivo pela TV globo, os apoiadores de Lula e Dilma e da tão jovem e frágil democracia brasileira terão a tarefa de mobilizar aqueles e aquelas que ainda acreditam nas instituições, na democracia e principalmente os que não querem a volta do tempo onde só a elite brasileira frequentava as universidades, andava de avião, enquanto os trabalhadores brasileiros ficavam as margens dos bens que deveriam ser coletivos produzido na sociedade brasileira.
Este é o verdadeiro embate que está sendo travado na arena da disputa política em curso em nosso país. Estamos em um estado de disputa social onde uma parcela representativa das classes médias e altas conspiram pela retirada de direitos conquistados. Cabe a nós, que defendemos a continuidade dos avanços, exigir mudanças na política econômica que possibilite a retomada do crescimento e a ampliação dos programas sociais. Para nos reconectarmos com as camadas populares é necessário afastar de vez as medidas de austeridades, reformas impopulares e de ajustes fiscais que só nos distanciam da nossa base social. É preciso retomar o programa vitorioso de 2014 por mais mudanças, por mais direitos, para garantir a nossa vitória já conquistada nas urnas, nas ruas!
*Karol Cavalcante é socióloga e atualmente Secretária Geral do PT do Pará.
"Eu Não vou à manifestação, eu não bati panela", diz Mariana Godoy, que não vê sentido nos ataques a Dilma.
Depois de passar metade de sua vida trabalhando na maior emissora de televisão brasileira e com uma franqueza rara, porém contundente, Mariana Godoy revelou como se processam as informações e os ponto de vista expostos no jornalismo da Rede Globo.
Com classe e ética, demostra um alívio por agora ter liberdade em poder fazer o jornalismo como ele deve ser. Além disso, dá sinais da admiração que tem pela presidenta Dilma e da forma com que a população é levada a ter ódio. Em outra entrevista ela que ela já havia dito: “Eu não vejo sentido nesse ataque, nessa agressividade, eu vi muitos palavrões, palavras de baixo calão e ofensas totalmente inoportunas. Fiquei triste de ouvir de um político do PSDB: ‘eu quero ver a Dilma sangrar’. Esse negócio de sangue nos olhos é feio, é doido, porque eu não quero que ela sangre”, declarou.
Assista a entrevista da primeira jornalista a fazer declarações tão reveladoras sobre a Rede Globo:
Coluna do Totó do Orly, financiada pelo governo do Estado do Pará e seu "test drive" com nome de mais um ficha suja.
A constituição federal prega que políticos não podem ser donos de empresas de comunicação, mas o que vemos em nossa república é justamente o contrário. Para piorar, os barões da mídia tentam ingressar na política, através do uso dos seus veículos de imprensa, para aferir mais poder e lucro.
É o caso do anúncio feito no jornal O Liberal, sobre a ambição de um dos herdeiros do sistema que controla rádios, jornais, portal e a TV afiliada da rede Globo no Pará.
Não é a primeira vez que o empresário Rômulo Maiorana se lança pré-candidato, talvez interessado na imunidade parlamentar, o que poderia paralisar os inúmeros processos que se defende, por sua extensa ficha suja na Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal, por inúmeros crimes contra o erário.
Tudo isso sem nunca ter tido um único mandato político, imagina sendo senador!
A repercussão de um programa de rádio, onde o locutor entrevistava o secretário de educação do Estado do Pará e o assunto era a greve dos educadores estaduais, gerou uma enorme polêmica nas redes sociais e ganhou destaque na coluna Repórter Diário, do jornal Diário do Pará, desta sexta-feira (03).
Na nota, a informação de que o SINTEPP entrará com uma ação judicial contra o radialista e este blog desconfia que também processará a rádio Liberal.
Após publicar o áudio do trecho da gravação do referido programa em um grupo do Facebook denominado "Eu apoio a greve dos educadores(as) paraenses", o assunto rendeu inúmeros comentários e este blogueiro resolveu adicionar o radialista Abner Luiz para que ele desse sua versão dos fatos.
Eis o seu comentário publicado no grupo:
"Eu não costumo responder leviandades que fazem nas mídias sociais. Mas essa desse áudio em questão, não dá para não comentar. O início do áudio não pega eu lendo as mensagens dos ouvintes, entre elas a que acusava servidora de uma escola de levar merenda para casa. Após a minha leitura o secretário comenta a informação que foi repassada pelo ouvinte. Foi o programa que denunciou o despejo da escola Tiradentes, até hj os professores de lá querem saber como soubemos. A escola no Guamá que tem sala sem janela, sem ar e nem ventilador fomos nós. Mesmo assim, quando nossa equipe de reportagem se aproxima das manifestações do Sintepp é sempre xingada. Como chamar o Sintepp para participar? Tenho familiares dentro da educação do estado, querendo o mesmo que a classe quer. É a segunda pior educação do Brasil, como o próprio Helenilson afirmou. Não vou ficar me trocando com levianos e não tenho muito o que fazer para resolver o problema Seduc x Sintep. Sou somente um pequeno radialista que por ter entrevistado o Helenilson, ganhou visibilidade pela covardia de que postou um áudio editado".
OUTROS PROCESSOS
Walmir Brelaz, o advogado do sindicato já havia interpelado outro veículo de comunicação da empresa controlada pela família Maiorana, neste caso o Jornal OLiberal, na pessoa de seu editor-chefe, Lázaro Cardoso de Moraes, pela publicação da nota abaixo, publicada na coluna Repórter 70, do mesmo jornal, no dia 23 de Março.
Nota do jornal OLiberal ataca o direito à greve e acusa o SINTEPP de ser favorável à máfia das horas extras.
Lázaro e seus patrões acumulam vários processos, inclusive na Justiça Federal, sendo um deles por uma denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra ele, o empresário Rômulo Maiorana Júnior e omédico Vasco Fernando de Menezes. A denúncia se deu após o trio coagir uma auditora da Receita Federal, que identificou fraudes na compra não declarada de um jato para a ORM Air, empresa das Organizações Rômulo Maiorana (ORM), de propriedade de Rômulo Maiorana Júnior.
"A Receita comprovou que o arrendamento era só uma operação de fachada para encobrir a compra do equipamento e evitar o pagamento de mais de R$ 680 mil em impostos", noticiou na época, o site do MPF.
"MÁFIA" DAS HORAS EXTRAS.
Em seu site, o SINTEPP reage:
"Diante da ausência de soluções para sanar as lacunas acumuladas neste governo há mais de 5 (cinco) anos, o governo parte para o leviano ataque aos trabalhadores. E repassa para seu folhetim oficial e maior representante da imprensa marrom deste estado, o Jornal O Liberal, a tarefa de insultar nossa categoria. Depois de sermos chamados de mafiosos e trapaceiros, ainda fomos acusados de roubar merenda escolar. Ora, quantas vezes fizemos coleta na escola para comprar temperos?
Em outros momentos explanamos essa situação, mas de ouvidos tapados o poder executivo continua nos ignorando. A merenda escolar, de qualidade extremamente duvidosa, nem sequer fora comprada para o ano letivo de 2015".
O clima tem esquentado a cada dia que passa e depois de uma semana de greve, os professores e seu sindicato estão cada vez mais determinados em enfrentar o governo e o que chamam de folhetim oficial do governo de Simão Jatene e maior representante da imprensa marrom deste estado.
A operação realizada na quinta-feira 26 por diversos órgãos federais contra um esquema que causava o sumiço de débitos tributários, uma forma de desfalcar os cofres públicos, identificou várias grandes empresas e bancos entre os suspeitos de pagar propina para se livrarem de dívidas. Entre estas empresas está a RBS, maior afiliada da Rede Globo. Os investigadores, segundo o jornal o Estado de S. Paulo, desconfiam que a RBS pagou 15 milhões de reais para que desaparecesse um débito de 150 milhões de reais. Estariam envolvidas também Ford, Mitsubishi, BR Foods, Camargo Corrêa, Light, Petrobras e os bancos Bradesco, Santander, Safra, BankBoston e Pactual.
O esquema desbaratado pela Operação Zelotes subtraiu do Erário pelos menos 5,7 bilhões de reais, de acordo com as investigações de uma força-tarefa formada por Receita Federal, Polícia Federal, Ministério Público Federal e a Corregedoria do Ministério da Fazenda.
O esquema atuava no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão da Fazenda onde contribuintes podem contestar administrativamente – ou seja, sem passar pela Justiça – certas tributações aplicadas pela Receita.
A força-tarefa descobriu a existência de empresas de consultoria a vender serviços de redução ou desaparecimento de débitos fiscais no Carf. Tais consultorias tinham como sócios conselheiros ou ex-conselheiros do Carf. Elas conseguiam controlar o resultado dos julgamentos via pagamento de propinas. Entre seus clientes, estão as grandes empresas citadas pelo Estadão.
As investigações começaram no fim de 2013. Já foram examinados 70 processos em andamento ou já encerrados no Carf. No total, eles somam 19 bilhões de reais em tributos. Deste montante, os investigadores estão convencidos de que 5,7 bilhões foram ilegalmente “desaparecidos” nos processos já encerrados. Entre os crimes apurados na Zelotes, estão advocacia administrativa, tráfico de influência, corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Na operação, houve busca e apreensão em Brasília, Ceará e São Paulo. Na capital federal, foram apreendidos 16 carros – entre veículos de luxo, nacionais e importados –, três motos, joias, cerca de 1,8 milhão de reais, 9 mil dólares e 1,5 mil euros. Em São Paulo, foram apreendidos dez veículos e 240 mil, em reais e moeda estrangeira. No Ceará, dois veículos também foram apreendidos.
O Ministério da Fazenda informou que já abriu processos administrativos contras as empresas envolvidas, tendo como base a Lei Anticorrupção, a mesma que dá suporte a processos da Controladoria Geral da União contra empreiteiras metidas na Lava Jato.
Todas as empresas citadas pelo Estadão disseram ao jornal desconhecer as denúncias ou se negaram a comentar o caso.
Abaixo, a lista de débitos investigados de algumas das empresas, segundo o Estadão:
A direita brasileira, expressão dos interesses dos ricaços, mostrou a sua força nas manifestações deste domingo (15). Os sites dos jornalões e as emissoras de rádio e tevê difundem que mais de um milhão de pessoas participaram dos atos realizados em várias capitais e centros urbanos. Nas fotos e vídeos, imagens assustadoras de suásticas nazistas e pedidos da volta dos militares ao poder e do 'Fora Dilma' - reeleita há menos de cinco meses num pleito democrático. Com as suas diferenças históricas, elas lembraram as fatídicas 'Marchas com Deus pela Família' que prepararam o clima para o golpe militar de 1964. Diante deste cenário, o que fazer? Como dar resposta a essa barulhenta ofensiva da direita?
A tendência natural neste momento é discutir os motivos do afluxo de pessoas neste domingo. Muitos tentam relativizar a força do protesto afirmando que os manifestantes pertencem às classes abastadas - à chamada elite branca - e às egoístas camadas médias da sociedade. Mesmo que fosse verdade, isto não reduz o impacto das marchas. Há também quem acrescente que as manifestações foram induzidas pela mídia hegemônica, que inclusive usou a manhã do domingo para "esquentar" as baterias para os protestos no período da tarde. Isto também não alivia em nada a análise sobre o quadro atual.
Afinal, os barões da mídia há muito apostam na desestabilização dos governos Lula/Dilma. Foi assim no midiático julgamento do "mensalão petista"; na tentativa de pegar carona nas jornadas de junho de 2013; e na Copa do Mundo, quando até a paixão pelo futebol sofreu abalos. É assim, diariamente, nas colunas dos "urubólogos", que espalham o pessimismo sobre a economia. Na campanha presidencial de outubro passado, o partidarismo da mídia ficou ainda mais patente - a capa criminosa da 'Veja' foi a expressão caricata desta agressividade. Mas não adianta reclamar do posicionamento dos barões da mídia. Eles nunca esconderam seus intentos golpistas. Pena que o governo dormiu com o inimigo - e inclusive ajudou a financiá-lo, alimentando cobras!
Ainda na análise das causas dos protestos deste domingo muitos concentram suas críticas na própria presidenta Dilma. Afinal, ela iniciou seu segundo mandato tentando acalmar o "deus-mercado", com a indicação de ministros ligados ao capital financeiro e a edição de medidas de ajuste fiscal contrárias aos trabalhadores. Com isto, ela afastou os setores que garantiram a sua reeleição - e, de quebra, não acalmou o insaciável "deus-mercado". A presidenta também é criticada por ter abandonado a batalha da comunicação, ausentando-se num período de intensa conspiração golpistas. Estas e outras críticas têm certa procedência, mas também não servem para decifrar o atual contexto político.
Três personagens políticos decisivos
Mais do que realizar análises e balanços, que exigem maior distanciamento histórico e detalhes sobre os bastidores (internos e externos) da conspiração golpista, o momento exige traçar uma estratégica para enfrentar a ofensiva da direita nativa - antes que seja tarde. Esta é a tarefa mais urgente e requer analisar os personagens em cena. Diante deste cenário, três atores surgem como decisivos para barrar o retrocesso: a esquerda política e social; o ex-presidente Lula; e, principalmente, o governo de Dilma. O futuro da democracia no Brasil está nas mãos destes personagens!
No caso das esquerdas políticas-sociais, compostas por partidos e movimentos populares, a confusão ainda é grande. Numa plenária nacional realizada no sábado passado (7), isto ficou evidente. Ela foi representativa, mas muito polarizada. Alguns setores fazem uma defesa cega, acrítica, do governo e pregam cerrar fileiras em sua defesa - inclusive de suas medidas impopulares. Outros subestimam a força da direita e insistem no discurso - muitas vezes partidista - da oposição frontal ao governo. Os dois extremos estão errados. Talvez o impacto das manifestações deste domingo ajudem a calibrar melhor suas opções. O mais urgente agora é defender a democracia, contra os intentos golpistas da direita, e exigir que o governo Dilma assuma suas bandeiras mudancistas da campanha presidencial.
Já no caso do ex-presidente Lula, ele segue como a maior liderança popular do país - conforme atesta recente pesquisa Datafolha. A direita teme que ele assuma a reação ao golpismo. Não é para menos que ele virou o alvo das mentiras e intrigas dos fascistóides de plantão. Num evento organizado pela CTB da Bahia nesta sexta-feira (13), uma proposta ousada ganhou simpatias. Da mesma forma como Lula liderou a 'Caravana da Cidadania', percorrendo estados e mobilizando milhares de pessoas, não seria o caso de organizar agora uma 'Caravana pela Democracia', alertando a sociedade para os riscos do retrocesso político no Brasil? A partir do Nordeste, base principal de apoio às mudanças em curso nos últimos 12 anos, ele poderia contagiar a militância progressista em todo o país.
Por último, com relação ao governo Dilma, o papel da presidenta é decisivo. Qualquer subestimação das forças golpistas ou visão tecnocrática podem ser fatais para o seu futuro. O momento exige deixar a "bolha" do Palácio do Planalto, percorrendo o país; maior disposição para travar a "batalha da comunicação", enfrentando as polêmicas e desmascarando os golpistas; e, principalmente, a urgente apresentação de uma agenda positiva, que corresponda aos anseios de mudanças expressos na disputa presidencial do ano passado. Num país de tradição presidencialista, o papel de Dilma Rousseff é o mais decisivo de todos. Não há tempo a perder. O momento exige pressa e ousadia!