sexta-feira, janeiro 14, 2011

A Cultura no PSDB e no PT - Parte I

"É preciso atrair violentamente a atenção para o presente do modo como ele é, se se quer transformá-lo. Pessimismo da inteligência, otimismo da vontade."

Paulo Chaves o egocêntrico tucano de penas douradas e bico de diamante, permaneceu secretário de Cultura na era tucana (1994/2006), retomando novamente a pasta na gestão de Simão Jatene. Megalomaníaco, arquitetou uma das obras mais super-faturadas da história política do Pará - A Estação das Docas - onde se deu o direito de colocar uma foto sua em frente ao Teatro Maria Silva Nunes, um abuso sem tamanho, desfeito no início da gestão petista de Ana Júlia em 2007.

Se houve uma área que a gestão tucana em 12 anos (Almir/Jatene) tenha sido marcada por críticas contundentes em todas as regiões do Estado foi a cultura. Foi  justamente na área cultural que os tucanos sofriam acusações de promoverem uma política excludente, centralizadora e elitista. 

O termo cultura elitista ganhou força com a adequação dos galpões da CDP para a Estação das Docas, projeto encabeçado pelo então secretário de Cultura Paulo Chaves, recém empossado no cargo pelo governo reeleito de Simão Jatene.

Paulo Chaves foi um dos poucos secretários que sobreviveu aos 12 anos da era tucana, pausada em 2006 com a vitória petista de Ana Júlia. O racha entre PSDB e PMDB possibilitou com que as críticas feitas ao tucanato fossem amplificadas pelos instrumentos de comunicação de Jader Barbalho, o Sistema RBA de comunicação, que controla emissoras de rádios, TV, portal na web e o jornal Diário do Pará, um dos maiores em número de leitores no estado, segundo o IBOPE.

Com a pecha de “Estação Dondoca” e o ar-condicionado para borboletas, as obras idealizadas por Paulo Chaves que unificariam espaços culturais e de turismo, foram desgastadas pelos apresentadores e radialistas à mando de Jader Barbalho e a opinião pública e o PT reforçaram o tom de sátira contra aquilo que soava como uma afronta à realidade dos postos de saúde, escolas, equipamentos de segurança e todas deficiências naquele fim de gestão tucana.

O descontentamento dos profissionais da área cultural eram latentes e eram mais visíveis entre as entidades, grupos e indivíduos do ramo artístico-cultural. Até a pseudo-valorização do erudito em detrimento do popular era contestada pelos músico da orquestra sinfônica do Teatro da Paz onde o salário de cada profissional era irrisórios R$600,00, vindo à ser corrigido no governo Ana Júlia.

Expressões como o boi-bumbá, a Bicharada, os Pássaros juninos entre outros eram simplesmente alijados do roll de apoio da SECULT. Uma visão discriminatória julgava quais eram os grupos/indivíduos que seriam agraciados com cachês em programações oficiais, gravações de CD/DVD e apoio e financiamento de projetos. Exemplos podem ser citados como Nilson Chaves - agraciado agora como o novo Superintendente da Fundação Cultural Tancredo Neves - CENTUR), Marco Monteiro, Lucinha Bastos, Arraial do Pavulagem, Almirzinho Gabriel (filho do ex-governador Almir Gabriel) e outros abençoados pela visão de que eram artistas valorosos e a imensa maioria não.

 Nilson Chaves que com o apoio intransigente à candidatura de Almir Gabriel em 2006, após sua derrota pegou o Ita e ficou no ostracismo por 4 anos, voltando agora pulsante para comandar o CENTUR na 2ª gestão de Simão Jatene.

Com a chegada da corrente de Ana Júlia (DS) à SECULT os ares mudaram e elegeram-se outras prioridades. A Fundação Cultural Curro Velho por exemplo foi “descentralizada”, ou seja, suas oficinas e atividades chegaram ao interior do Estado. Ainda que fosse ínfimo, o ato simbolizou para muitos o início de uma nova era onde não só as programações, grupos e artistas e produtores culturais de Belém estariam contemplados, mas as demais regiões também.

Em breve, a 2ª parte.

Concursados + Governo: Nada x Nada

“Caro Barata,
 
Na reunião que tivemos na Casa Civil, Zenado Coutinho afirmou que o governador Simão Jatene, poderia, a qualquer momento, contingenciar recursos dos órgãos do governo, inclusive da Defensoria Pública, para suprir necessidades do Estado, em decorrência da grande dívida deixada pelo governo anterior.

Lembro, inclusive, que, para ilustrar a necessidade de se remanejar recursos de um órgão para outro, ele usou como exemplo um fato havido quando assumiu a presidência da Alepa, a Assembléia Legislativa do Pará. Disse que um dos seus primeiros atos, teria sido a doação de R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais) para que o governador recém empossado Almir Gabriel, pudesse adquirir veículos novos para a Policia Civil".

José Emílio Almeida, presidente da ASCONPA (Associação dos Concursados do Pará), militante filiado ao PSOL, em email enviado ao blog do Barata em tom comemorativo, afirmando a disposição do governo Simão Jatene em contigenciar recursos de órgãos estaduais, como da Defensoria Pública, para resolver o "problema" das nomeações dos concursados que aguardam ávidos para ingressaram no Estado.

Na opinião do blog, Emílio soube ser um severo opositor ao governo petista, o que é comum e típico por ser militante de um partido que disputa votos e militantes com o PT mas amenizar a crítica aos tucanos e sair de cabeça baixa, sem qualquer definição concreta de quantos, quando e como os concursados irão ser nomeados e sequer sem data de uma nova reunião com o governo para tratar do assunto é no mínimo demonstração que a luta de uma categoria é muitas das vezes utilizada como correia de transmissão de interesses partidários.

O movimento comunitário morreu?‏

 
Mais chuva em Belém, hoje. Velhas e novas inundações em todos os bairros da capital, mais e novos prejuízos aos moradores, que perdem móveis, eletrodomésticos, e isso sem falar nos riscos de contaminação por doenças graves.

Isso me remete aos anos 80, aqui em Belém. inundação nas baixadas de Belém sempre existiu. Mas por que, passados tantos governos, esses problemas parecem se agravar? Por que não vemos mais as enormes manifestações populares que, naquela época, invadiam as ruas e praças e exigiam reforma urbana, saneamento, moradia e transporte público de qualidade para todos? Exigia-se, também, democracia, liberdade, pois vivíamos, até 1984, sob os ditames dos governos militares - o último deles foi João Figueiredo.

Lembro que, nos meus nove anos de Jurunas, vivi e acompanhei o movimento comunitário. Ele era forte, atuante, tinha líderes representativos, pessoas dignas e dedicadas, que de fato acreditavam nos movimentos sociais como instrumento político de transformação. Pessoas como Gafanhoto, Luís Braga (soube que ele faleceu, no final do ano passado, o que muito me entristeceu), Leontila, dona Luzia, Izabel, Zé Maria, Cândido (também falecido) e Trindade, entre tantos, fizeram história na luta por direitos básicos de cidadania, como moradia, transporte público, saneamento, etc. A Cobajur (Comunidades de Base do Jurunas) era a principal referência entre as entidades.

A luta pelo loteamento e urbanização da antiga Radional, que abrigava a então cavalaria da PM, foi das mais memoráveis. Iniciada em 1980, ela representou uma das maiores conquistas do movimento comunitário do Jurunas. À frente, as entidades comunitárias locais. Para unificar as lutas do bairro, seus líderes criaram um conselho comunitário. Foi seu estágio mais elevado de maturidade política.

Em Belém, dezenas de entidades faziam o mesmo em outros bairros. A Comisão dos Bairros de Belém (CBB) congregava os movimentos comunitários e se empenhava em juntar as dezenas de entidades. As campanhas pelo direito de morar lotavam ruas e praças da cidade. O palco principal era a Praça Dom Pedro II. E houve conquistas importantes, como as melhorias no transporte público, saneamento básico, moradia, água,...

Hoje, esses problemas continuam, e temos a sensação que eles se agravaram, principalmente pela expansão desordenada da cidade e pela omissão dos governantes. E isso é comprovável. Água continua sendo problema para milhares de belenenses, as áreas de invasão se multiplicaram, mas com moradias precárias, sem água potável, ambientes degradáveis e insalubres, sem drenagem e pavimentação.

Mas há diferenças entre esta realidade e aquela dos anos 80. Hoje, prevalecem as manifestações pontuais de moradores, principalmente as de protesto contra a violência no trânsito, falta de água potável, violência urbana(inclusive a praticada por policiais). Mas estas não vão além do fechamento de ruas, da queima de pneus e madeiras e entulhos. São movimentos espontâneos, sem qualquer organização, sem qualquer entidade puxando a manifestação, sem consequência mais expressiva. Na maioria dos casos, fica o protesto pelo protesto, apenas o xingamento contra o prefeito, o(a) governador(a), vereadores. E acaba nisso.

Cadê a CBB e outras entidades gerais que puxavam os movimentos sociais de Belém? Que fim levaram os seus líderes de então? A maioria era ou se filiou ao Partido dos Trabalhadores ou a outros partidos ditos de esquerda. A proximidade e/ou a tomada do poder político por esses partidos levou o movimento comunitário e seus líderes à alienação politica? O movimento comunitário praticamente deixou de existir, pelo menos na forma combativa e aguerrida que se via nos anos 90.

Belém sofre com a falta de planejamento, com a precária distribuição de água, com a falta de drenagem e pavimentação nos bairros periféricos; a população sofre com inundações e prejuízos, com os péssimos serviços de saúde, com uma educação pública de resultados sofríveis, com transporte público de qualidade ruim, com coleta de lixo ineficiente, com trânsito caótico, ... A lista é grande.

Mas não há ninguém, nenhum partido ou qualquer entidade que catalise essas demandas populares e as transforme em campanhas por melhoria da qualidade de vida da população, em movimentos de cidadania. O que aconteceu? O movimento comunitário morreu?

Este texto está ficando grande demais. Vou parar por aqui e esperar que algum interessado queira discutir as questões aqui levantadas.
 
José Maria Piteira
Jornalista - MTE/DRT/PA Nº 888

quinta-feira, janeiro 13, 2011

O que ela disse

Ana de Hollanda em sua posse dia 03.01.2011.

 "Visões gerais da questão cultural brasileira, discutindo estruturas e sistemas, muitas vezes obscurecem – e parecem até anular – a figura do criador e o processo criativo. Se há um pecado que não vou cometer, é este. Pelo contrário: o Ministério vai ceder a todas as tentações da criatividade cultural brasileira. A criação vai estar no centro de todas as nossas atenções. A imensa criatividade, a imensa diversidade cultural do povo mestiço do Brasil, país de todas as misturas e de todos os sincretismos. Criatividade e diversidade que, ao mesmo tempo, se entrelaçam e se resolvem num conjunto único de cultura. Este é o verdadeiro milagre brasileiro, que vai do Círio de Nazaré às colunatas do Palácio da Alvorada, passando por muitas cores e tambores."

Ana de Holanda, Ministra da Cultura em seu discurso de posse citando o Círio de Nazaré como uma das expressão cultural brasileira à ser valorizada em sua gestão.

Jader, o Gazeteiro


Do Site Congresso em Foco.



Um grupo de deputados caminha para o final do mandato com uma marca pouco lisonjeira. São os dez parlamentares que acumularam maior número de faltas na Câmara durante toda a legislatura. Na média, eles não estavam presentes em quase metade dos 422 dias com sessões reservadas a votações no plenário ocorridas entre fevereiro de 2007 e dezembro de 2010. Três deles mais faltaram do que registraram presença.


A lista dos deputados que menos compareceram ao plenário na atual legislatura é composta por representantes de nove estados e oito partidos políticos. Encabeçam a relação os deputados Nice Lobão (DEM-MA), Jader Barbalho (PMDB-PA), que renunciou ao mandato em novembro, Vadão Gomes (PP-SP), Ciro Gomes (PSB-CE) e Marina Magessi (PPS-RJ). Marcos Antonio (PRB-PE), Miguel Martini (PHS-MG), Fernando de Fabinho (DEM-BA), Silas Câmara (PSC-AM) e Alexandre Silveira (PPS-MG) completam o ranking dos dez parlamentares que somaram mais ausências nos últimos quatro anos. De todos, apenas três foram reeleitos: Nice Lobão, Silas Câmara e Alexandre Silveira.


Em tese, faltar a uma sessão deliberativa implica corte no salário. Mas, na prática, os parlamentares pouco sentem o peso de suas ausências no bolso. Das 1.862 faltas acumuladas por esses dez deputados, 1.713 (92%) foram abonadas pela Câmara, com a apresentação de justificativas, como problemas de saúde e compromissos políticos. Só 149 das ausências ficaram sem explicações, ou seja, sujeitas a desconto.

Os dados fazem parte de levantamento exclusivo do Congresso em Foco com base em informações oficiais da Câmara. Como as razões aceitas pela Casa vão além dos problemas de saúde, a pesquisa considera as ausências justificadas e as ausências sem justificativas. Os motivos apresentados por cada parlamentar, porém, não são divulgados pela Casa. Para saber as razões das faltas, o site entra em contato com os próprios parlamentares, que apresentam suas explicações. Desta vez, no entanto, nenhum dos dez retornou o contato feito pela reportagem.

Sem explicação

Entre os dez deputados mais ausentes, Jader Barbalho foi quem acumulou mais faltas sem justificativas. O deputado renunciou ao mandato em 30 de novembro do ano passado, alegando que protestava contra a decisão da Justiça eleitoral que barrou sua candidatura ao Senado com base na Lei da Ficha Limpa. Jader faltou a 216 (61,4%) dos 422 dias em que houve sessão deliberativa. Deixou 45 das ausências sem explicações.

O peemedebista tenta na Justiça provocar nova eleição para o Senado no Pará. Mesmo ausente, o paraense controlava no ano passado um orçamento de mais de R$ 7 bilhões por meio de afilhados políticos nos governos federal e estadual, conforme mostrou o Congresso em Foco.  Em relação às justificativas de suas ausências, ele nunca retornou os contatos feitos pelo site.

Depois de Jader, quem menos justificou suas faltas no grupo dos dez menos assíduos da legislatura foi Ciro Gomes. O ex-governador do Ceará, que não disputou as eleições de 2010, esteve presente em 224 (54,4%) dos 412 dias com sessão deliberativa de que deveria ter participado. Ele justificou 147 ausências e deixou 41 sem justificativa. Ciro também nunca retornou ao site para explicar suas ausências justificadas. O terceiro colocado em faltas sem justificativas, entre os dez que menos compareceram ao plenário na legislatura, foi Marcos Antonio. O pernambucano deixou 18 faltas sem explicações.

De saúde a “caô”

O levantamento sobre a assiduidade parlamentar é realizado pelo site a cada seis meses. Em reportagens anteriores, alguns dos dez deputados que menos compareceram ao plenário chegaram a justificar suas ausências. Nice Lobão e Miguel Martini, por exemplo, explicaram que suas faltas ocorreram por problemas de saúde.

Dos 422 dias de sessões deliberativas em plenário em toda a legislatura, Nice Lobão compareceu apenas em 182 delas (43,1%). Em agosto do ano passado, a parlamentar contou ao Congresso em Foco que problemas na coluna e no joelho a impediam de ir às sessões plenárias. A justificativa foi referente às faltas no primeiro semestre de 2010. Mas em anos anteriores a parlamentar também figurava entre os mais ausentes.

No caso do deputado Miguel Martini, 65% de suas ausências ocorreram no ano de 2009. Ao site, em fevereiro do ano passado, o parlamentar explicou pessoalmente que, naquele ano, havia se submetido a um tratamento de quimioterapia, tendo ficado seis meses em recuperação. Ao todo, Martini teve 169 ausências em sessões plenárias durante toda a legislatura. Todas as faltas foram justificadas.

A deputada Marina Maggessi também justificou a maioria de suas faltas. Mas, ao menos em relação às ausências de 2009, a parlamentar não havia faltado por problemas de saúde. Marina justificou que, como presidente da Comissão de Segurança Pública, lhe era garantida a “prerrogativa” de não ir ao plenário. Em reportagem publicada em fevereiro de 2010, Marina considerou que presença em plenário era “caô”, uma gíria usada para designar algo falso, enganação.

“O meu partido vive em obstrução. Aquele plenário não me atrai. Não vejo nada de produtivo naquilo, é uma mentira aquele voto em plenário, estou falando isso de coração”, criticou a deputada. “Voto em plenário é ‘caô’, uma expressão que a gente usa muito no Rio”, disse Marina.

Os dez deputados mais ausentes foram procurados por e-mail e por telefone para esclarecer suas ausências. Como nenhum deles retornou o contato, o Congresso em Foco reitera que os deputados podem procurar o site a qualquer tempo para apresentar as suas justificativas.

O que ele disse

“Quero mesmo é percorrer o Estado, recompor as forças; manter o cacife político e principalmente continuar trabalhando em defesa de nosso povo”

Paulo Rocha em resposta às especulações de que o ex-deputado e senador eleito (mas não empossado) está se pautando por cargos federais, sendo que o PT nacional o quer atuando como articulador político nacional e o mesmo faz questão de reorganizar o PT, os movimentos sociais e a esqueda no Pará para os futuros desafios.

O governo Jatene e as eleições de 2012

No Blog do Fábio Castro.


Prosseguindo a série que prometi aqui, passemos a alguns novos comentários. Em primeiro lugar, em relação aos movimentos do governo (perdão, interregno) Jatene concertes ao campo eleitoral que começa a ser desenhado visando as eleições municipais de 1012.
No que se refere à prefeitura de Belém, ao que parece, o governo vai fingir trabalhar com duas opções durante certo tempo, a “solução interna” (Zenaldo Coutinho, impulsionado pela Casa Civil) e a “solução externa” (Arnaldo Jordy, do PPS). Fingir porque, em termos práticos, ninguém trabalha duas candidaturas, para o mesmo cargo, ao mesmo tempo. A conveniência do “ fingimento” significa ganhar o tempo necessário para minar a candidatura Jordy, provavelmente com apoio do PMDB e do seu grupo de comunicação. Se funcionar, Zenaldo sai candidato. E não deve estranhar que Zenaldo seja chefe da Casa Civil. Alguns perguntam: Jatene vai cometer o mesmo erro que Ana Júlia cometeu? Bom, é que, aos olhos da direita, botar Cláudio Puty na Casa Civil foi uma estratégia que deu certo, e eles querem, inconfessamente, repetir… A conjuntura do primeiro semestre de 2012 vai levar à decisão sobre essa candidatura e sobre essa conjuntura pesam alguns fatores naturais: a pressão do PMDB em torno do seu próprio candidato, as relações do governo com com a prefeitura e o papel do prefeito Duciomar Costa (mais que seu partido).
Já no que se refere a Ananindeua, parece que se terá um confronto inconciliável do PSDB com o PMDB. A conciliação seria um acordo de espaço hoje imponderável. Do lado do governo, o deputado Manuel Pioneiro, e do lado do parceiro-adversário, a continuidade do poder da família Barbalho, que tem no município, hoje o segundo colégio eleitoral do estado e terceira maior cidade da Amazônia, seu espaço de poder mais pronunciado. O candidato do PMDB poderia, por exemplo, ser o deputado Chicão, que goza de total confiança dos Barbalho. Se compusesse uma chapa com o PR, do ex-vereador do município e, hoje, também deputado estadual, Eliel Faustino, teria um candidatura altamente competitiva. Ambos, afinal, tiveram o apoio do prefeito Helder Barbalho.
Por sua vez, a eleição para Santarém passará pelo vice-governador, Helenilson Pontes (PPS), que, ao que tudo indica terá um papel politico real, ao contrario do pitoresco Odair Corrêa, o vice de Ana Júlia. Helenilsson poderá ser candidato, mas isso não é certo. Mais provável é que se cacife, para pleitear, mais tarde, a deputação federal, por meio da operação simbólica de ungir o candidato do governo à prefeitura do munic’ipio. Isso equivale a escolher entre Alexandre Von (PSDB) e Lira Maia (DEM), muito mais provavelmente o primeiro. Mas Santarém é governada pelo PT. Apesar da avaliação pesada, hoje em dia, da prefeita Maria do Carmo, há a força do partido no munic’ipio e a força da máquina municipal. E do lado do PMDB, não sendo impossível uma dobradinha com o PT, há o nome, sempre lembrado, de Antonio Rocha.
Já Marabá está na mira de dois deputados estaduais – João Salame (PPS), Tião Miranda (PTB) – e de um federal, Asdrúbal Bentes (PMDB). Os dois ultimos deixaram as cadeiras para as quais foram eleitos para herdar secretarias no governo Jatene: Tião a secretaria de Obras Públicas e Asdrúbal a secretaria da Pesca. O PT tende a uma candidatura fraca, diante desses nomes. Fala-se na vereadora Toinha, apoiada pela deputada estadual Bernadetre Ten Caten. Mas o ponto vetorial da eleição é a posição que vai ocupar o atual prefeito, Maurino Magalhães (PR), que não pode se reeleger. O nome apoiado por ele receber’a um pouquinho mais que o impulso da máquina local.
Para Altamira, prevê-se mais um ponto de desequilíbrio entre PSDB e PMDB, o primeiro com a candidatura de Wandenkolk Gonçalves e o Segundo com a de Domingos Juvenil, pai do novo deputado estadual Ozório Juvenil, que assumiu a vaga deixada por Chicão Melo quando assumiu a secretaria de transportes do governo.

quarta-feira, janeiro 12, 2011

Pra Jatene Nepotismo em seu governo Pôoode!

Vejam só: a primeira medida da Secretária de Estado de Administração, Alice Viana Soares Monteiro, foi nomear seu marido, Adelino Carvalho Monteiro, para responder pela Diretoria de Gestão da Política de Saúde Ocupacional do Servidor da SEAD, a contar de 04.01.2011.

Um atento leitor fez a denúncia aqui no blog, na caixa de comentários do post Paralisia institucional.

Pois agora vejam a pérola produzida pela Secretaria de Estado Comunicação, em resposta:  

“O servidor Adelino Carvalho Monteiro, Psicólogo e Economista, é servidor de carreira da SEAD e assumiu a Diretoria de Gestão da Política de Saúde Ocupacional do Servidor – DSO - sem nenhuma remuneração adicional, além do seu vencimento como servidor da referida Secretaria. Essa medida, de aproveitar os quadros técnicos das Secretarias neste momento, vem na direção das deliberações do Governador Simão Jatene em conter custos e fazer o Estado andar.
Grato
Secom-Governo do Pará

Outro comentarista de imediato postou:

Súmula Vinculante N° 13 do Supremo Tribunal Federal (Nepotismo)

Veja o que diz a Súmula.

“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta, em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal
”.

Ora, não é preciso ser especialista para perceber que os princípios da moralidade, da impessoalidade e da eficiência no serviço público foram jogados às favas pela distinta secretária.

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Ombudsman reconhece o mico da Folha


A brutal perseguição imposta ao blog satírico Falha de S. Paulo, que foi censurado, processado e ainda corre risco de pagar multa, está dando uma baita dor de cabeça à famiglia Frias. Agora é a própria ombudsman da Folha, Suzana Singer, que reconhece que a empresa deu um tiro no pé. No artigo intitulado “David e Golias” – será que ela ainda acha que o jornal em que trabalha é tão forte assim? –, a conclusão é taxativa: “O processo da Folha contra a ‘Falha’ prejudica mais o jornal do que o blog humorístico”.

Para quem não conhece a história, o blog foi criado em setembro passado pelos irmãos Lino e Mário Bocchini. O primeiro até já trabalhou num dos jornais do Grupo Folha e tem um vasto currículo na chamada grande imprensa. Críticos da postura direitista do jornal, que durante a campanha presidencial virou palanque eleitoral do demotucano José Serra, eles resolveram fazer um sítio com sátiras hilárias e irreverentes às capas, reportagens, colunistas e chefões da empresa jornalística.

Guerrilha virtual foi decisiva

A famiglia Frias, que adora posar de guardiã da liberdade de expressão, perdeu o senso de humor e partiu para a retaliação mais violenta. Alegou que o uso do nome Falha, inclusive com um logotipo similar, confundia os leitores. Em outubro, uma liminar da Justiça tirou o blog do ar. O processo será julgado em primeira instância e a empresa ainda exige indenização dos seus criadores. A vida deles virou um inferno jurídico, com altos custos financeiros e muito dispêndio de tempo e energia.

Mas a prepotente Folha não esperava a atitude corajosa dos irmãos Bocchini, que resolveram resistir ao ex-poderoso Golias. Eles mantiveram a blog, agora com o nome “Desculpe a nossa Falha” e partiram para a guerrilha virtual. A família Frias também não contava com a força da internet, que difundiu a denúncia. De todos os cantos, surgiram manifestações de apoio ao blog. Julian Assange, vítima de perseguição devido as revelações do WikiLeaks, usou o rival Estadão para criticar a Folha. O Financial Times afirmou que sua “reputação desandou” e até a ONG Repórteres Sem Fronteiras, ligada aos barões da mídia, condenou a Folha.

A derrota do “gigante malvado”

Diante da inusitada reação, finalmente a ombudsman da Folha decidiu registrar o episódio – que o jornal omitia dos seus leitores. Fiel à empresa que paga seu salário, Suzana crítica o blog – “que fazia paródias – grosseiras – das notícias e insultava jornalistas, sempre na tentativa de mostrar que a Folha protegia José Serra”. Mas, numa atitude digna, ela reconhece: o jornal perdeu a batalha. “Um micaço. A definição, dada pelo humorista Claudio Manoel, do extinto "Casseta & Planeta", é perfeita para definir o processo que a Folha decidiu mover contra o blog "Falha de S. Paulo”.

Para ela, o fator decisivo nesta batalha foi a globosfera. “Os irmãos Lino e Mario Ito Bocchini conseguiram montar uma guerrilha poderosa na internet. Tanto barulho só se justifica porque a ‘Falha’ conseguiu convencer uma parte da opinião pública de que o processo é uma tentativa de censura. A Folha discorda... Nessa batalha de David contra Golias, o papel do gigante malvado coube à Folha, que teve sua imagem muito mais prejudicada do que se tivesse simplesmente ignorado as pedrinhas dos irmãos blogueiros”. É bom o ex-poderoso Golias recuar rapidamente, porque novas “pedrinhas” ainda serão lançadas contra a censura.

Lenine - "É O Que Me Interessa" - Trama Radiola 30/08/09

terça-feira, janeiro 04, 2011

Dilma e seu Ministério



Abaixo lista completa de ministros organizada em ordem alfabética.

Clique na foto e veja o currículo de cada um.

Jatene e seu secretariado


Secretários e dirigentes de órgãos empossados:
1 - Luiz Fernandes Rocha - Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup)
2 - Hélio Franco - Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa)
3 - Caio Trindade - Procuradoria Geral do Estado (PGE)
4 - Sidney Rosa - Secretaria de Projetos Estratégicos (Sepe)
5 - Coronel PM Mário Solano - Comando Geral da Polícia Militar
6 - Nilton Atayde - Delegacia Geral de Polícia Civil
7 - Major PM Francisco Bernardes - Superintendência do Sistema Penal (Susipe)
8 - Tenente-coronel PM Fernando Noura - Chefia da Casa Militar
9 - Hildegardo Nunes - Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri)
10 - Antonio José Costa Guimarães - Secretaria de Integração Regional (Seir)
11 - Orlando Salgado - Diretoria Geral do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves
12 - Cleide Amorim de Oliveira - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará  (Emater)
13 - Kleber Teixeira de Miranda - Instituto de Assistência aos Servidores do Estado do Pará (Iasep)
14 - Maria do Carmo Lobato - Fundação Santa Casa de Misericórdia
15 - Ana Lydia Cabeça - Hospital de Clínicas Gaspar Viana
16 - Sérgio Duboc - Departamento de Trânsito do Pará (Detran)
17 - José Alberto Colares - Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (Ideflor)
18 - Theo Carlos Ribeiro Pires - Empresa de Processamento de Dados do Pará (Prodepa)
19 - Asdrúbal Bentes - Secretaria de Estado de Pesca e Aquicultura (Sepaq)
20 - Teresa Cativo - Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema)
21 - Sahid Xerfan - Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel)
22 - Alex Fiúza de Melo - Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect)
23 - Sérgio Bacury - Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças (Sepof)
24 - Paulo Chaves - Secretaria de Estado de Cultura (Secult)
25 - Nilson Chaves - Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves
26 - Mário Moreira - Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará)
27 - Adenauer Góes - Companhia Paraense de Turismo (Paratur)
28 - Paulo José Campos de Melo - Fundação Carlos Gomes
29 - Ana Célia de Oliveira - Fundação da Criança e do Adolescente do Pará (Funcap)
30 - Graça Jacob - Hospital Ophir Loyola
31 - Luiziel Guedes - Instituto de Metrologia do Estado do Pará (Imep)
32 - Sebastião Lira dos Santos - Laboratório Central (Lacen)
33 - Sérgio Leão - Secretaria de Estado de Governo (Segov)
34 - Sebastião Miranda - Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop)
35 - Ney Messias - Secretaria de Estado de Comunicação (Secom)
36 - Alice Viana - Secretaria de Estado de Administração (Sead)
37 - José Acreano Brasil Jr. - Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh)
38 - Cláudio Rocha - Imprensa Oficial do Estado (Ioepa)
39 - Adelina Braglia - Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (Idesp)
40 - Carlos Lamarão - Instituto de Terras do Pará (Iterpa)
41 - Mário Ribeiro - Fundação de Amparo à Pesquisa do Pará (Fapespa)
42 - Abraão Benassuly Neto - Companhia de Portos e Hidrovias (CPH)
43 - Jorge Otávio Bahia de Rezende - Loteria do Estado Pará (Loterpa)
44 - Alberto Amoras - Auditoria Geral do Estado (AGE)
Agência Pará

Fonte: http://lucas-nogueira.blogspot.com/

O Liberal não aceita RBA com Jatene

“Reflita um instante e responda: qual será o modelo de desenvolvimento econômico do novo governador? Você não sabe porque, se as bases foram definidas em algum momento, o governo não as divulgou. Talvez porque não considere importante que o povo conheça e participe dos rumos da economia. Talvez porque não haja um plano definido, o que demonstraria inaptidão administrativa. Ou talvez porque o plano é tão flexível que não precisaria ser escrito.”
 
Ronaldo Maiorana, no Editorial do Jornal O Liberal  em 02/01/2011 (domingo), manifestando-se contrário à composição política ao governo feita entre Simão Jatene e Jader Barbalho, hoje sem mandato, mas  controlador do PMDB local e do grupo de comunicação Rede Brasil Amazônia (RBA), principal concorrente das Organizações Rômulo Maiorana (ORM), proprietária do Jornal.

Leia mais na postagem A Primeira Crise no blog da Franssinete Florenzano.

Ronaldo Maiorana ao lado do Secretário de Cultura Paulo Chaves, o governador Simão Jatene e o senador Flexa Ribeiro, em pose para a coluna social do Jornal Liberal em 2006, hoje sentando o cacete pela aliança de Jatene com Jader Barabalho, proprietário do jornal concorrente.
 

‘Se você é racista, então pelo menos engole’

Do site Consciência.Net

A frase acima é de uma ativista, parte de um vídeo produzido pelas Nações Unidas em parceria com a sociedade civil brasileira, em 2009 – disponível abaixo e infelizmente mais atual do que nunca. O racismo é, no sentido que uso, o preconceito em geral.

 

 

De fato, existe um preconceito que devemos ter: o preconceito contra o preconceito. Se alguém ao seu lado não aceita gays, feministas, nordestinos, prostitutas, pessoas vivendo com HIV, negros, pobres, imigrantes, refugiados, estrangeiros, crianças e adolescentes infratores, prisioneiros, seja você preconceituoso. Argumentarão pela “liberdade de expressão”, pelo “direito a ter preconceito”, pelos “valores”, pelos “direitos humanos para humanos direitos”. Então danem-se: seja preconceituoso.

Conforme um ativista gay esclarece na campanha: “Não é ser ou não ser homossexual. Ser ou não ser preto ou branco, pobre ou rico. Mas até que ponto eu entendo o outro”.
Uma das ativistas completa. “Se eu pudesse escolher o que eu vou falar, eu falaria para as pessoas pensarem duas vezes pelo menos antes de falar besteira. Porque é quando você não pensa que você solta o racismo que está dentro de você. Então se você é racista, então pelo menos engole. Antes de falar.”

Quando acaba o diálogo, começa o preconceito. Não aceitar o outro em sua dignidade humana é o problema. Não aceitar a humanidade que existe em qualquer pessoa é a gênese do ódio, do racismo, do neonazismo travestido de “liberdade”. E este preconceito também é a gênese de muitas desigualdades: social, cultural, econômica, política.

A campanha se encontra abaixo. Ouça e dê atenção a este complexo problema que faz parte do nosso cotidiano.
(Todos os vídeos da campanha “Igual a você” disponíveis em www.youtube.com/UNAIDSBr ou clicando aqui)

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