segunda-feira, abril 18, 2016

Segundo a Veja, Helder Barbalho entregará carta de demissão



Por Diógenes Brandão

Segundo Vera Magalhãescolunista do Radar, do site da revista Veja, o ministro da secretaria dos portos, Helder Barbalho, esteve nesta segunda-feira, (18) no Palácio do Planalto para entregar a carta de demissão a Dilma Rousseff.

A revista afirma sem citar nomes, que assessores palacianos, disseram que o ministro, da cota peemedebista, não foi recebido pela presidente, que estava em reunião.

Barbalho deve entregar a carta ainda nesta segunda. Segundo aliados partidários, não pretende desistir da demissão, nem mediante apelos de Dilma.

Como a notícia saiu na VEJA, mandei um DM através do twitter e aguardo uma resposta do ministro que é paraense como este blogueiro e poderá confirmar ou negar a informação. 

Helder é pré-candidato ao governo do Estado e conforme já foi noticiado diversas vezes neste blog, tem se reunido com a bancada federal do PT paraense, em busca da manutenção do apoio do PT-PA para alcançar seu objetivo eleitoral em 2018, assim como já contou em 2014, quando fez dobradinha com o senador Paulo Rocha (PT-PA), que foi eleito e Helder acabou derrotado por Simão Jatene (PSDB). 

No PMDB paraense, o sentimento é de que Paulo Rocha é quem deve retribuir o apoio que obteve para ser eleito senador e por isso, 2016 e 2018 são os anos eleitorais para que esse acordo seja cumprido.


PDT expulsa os seis deputados que votaram a favor de impeachment



Diretório Nacional avisou que quem votasse contra governo correria risco de expulsão

O PDT iniciou nesta segunda-feira (18) o processo de expulsão dos seis deputados federais do partido que contrariaram a determinação do Diretório Nacional e votaram a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff neste domingo (17). Os parlamentares são Mario Heringer (MG), Sérgio Vidigal (ES), Giovanni Cherini (RS), Flávia Morais (GO), Subtenente Gonzaga (MG) e Hissa Abrahão (AM).

A decisão do partido de votar contra o impeachment foi tomada em dezembro do ano passado, sendo referendada posteriormente, por unanimidade, pelo Diretório Nacional em janeiro e confirmada na última sexta-feira (15), em reunião da Executiva com integrantes da Comissão Nacional de Ética, presidentes dos movimentos de base partidário e integrantes das bancadas do PDT na Câmara e no Senado.

Reunida nesta manhã (18) na sede nacional do partido, em Brasília, os membros da Comissão Permanente discutiram o comportamento dos deputados do PDT e, ao final, confirmaram a decisão de expulsar os deputados infiéis.

A Comissão de Ética, como anunciado, iniciou os processos de expulsão garantindo a todos amplo direito de defesa previsto na legislação e nos estatutos; e vai submeter o seu parecer ao Diretório Nacional do PDT já convocado para decidir sobre o assunto no próximo dia 30 de maio, no Rio de Janeiro.

Os que forem dirigentes estaduais serão destituídos dos cargos, caso do Espirito Santo, presidido por Sergio Vidigal; e Goiás, presidido por Georges Morais – e também serão destituídas as comissões provisórias do PDT nos estados de Minas Gerais e Amazonas presididas, respectivamente, pelos deputados Mario Heringer e Hissa Abrahão.

O PDT informou, ainda, que todos os parlamentares foram avisados por escrito que corriam risco de expulsão caso não votassem contra o impeachment.

Agora é com o Senado: Como fica o acordo PT/PMDB no Pará?

No dia 30 de junho de 2014, Lula participou da convenção do PMDB no Pará, que ratificou a candidatura de Helder Barbalho (PMDB) ao governo do estado e Paulo Rocha (PT) ao Senado.


Por Diógenes Brandão

A dobradinha que unificou o PT e o PMDB e levou à candidatura de Helder Barbalho ao governo do Pará em 2014 é a sequência da aliança que permitiu que Lula fosse eleito em 2002, reeleito em 2006 e principal responsável pela vitória de Dilma em 2010 e sua reeleição em 2014. 

Mesmo com a saída do PMDB do governo, no dia 29 de Março deste ano, o senador Jader Barbalho e seu filho Helder Barbalho, atual ministro de Dilma, se mantiveram aliados de Lula, Dilma e do PT.

No entanto, essa aliança pode terminar. "Estamos em uma nova etapa. Vamos avaliar o cenário e decidir como será de agora em diante", afirmou Parsifal Pontes, uma das principais lideranças do PMDB no Pará, em um programa de tv da RBA, emissora da família Barbalho.

Cientes de que a responsabilidade agora é dos senadores, diversas lideranças políticas começam a se perguntarem como ficará o acordo político do PT com o PMDB, representados no Pará por Jader Barbalho e Paulo Rocha. O apoio de dois (02) dos três (03) deputados federais do PMDB-PA deve ter custado caro na negociação com o PT-PA.

Além de Helder no Ministério da Secretária de Portos, Jader Barbalho emplacou o ex-senador Luiz Otávio, na direção-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), conforme já foi dito aqui, o PMDB quer o apoio do PT-PA ao pré-candidato do PMDB a prefeito de Belém, o ainda reitor da UFPA, Carlos Maneschy e em vários municípios paraenses, além de repetir o apoio a Helder Barbalho na nova disputa pelo governo do Pará, em 2018.

Detalhe: Em novembro do ano passado, o PT-Belém lançou a pré-candidatura de Regina Barata como prefeita de Belém.


Postagens feitas pela equipe de comunicação do senador Paulo Rocha (PT-PA), encheram de esperanças, todos os que alimentavam a expectativa que a bancada do PMDB paraense votar contra o Impeachment. 

Acontece que o voto de José Priante (PMDB-PA) pelo sim ao Impeachment, incomodou muitos dirigentes e militantes petistas em todo o estado do Pará, pois estes esperavam sua fidelidade ao governo, já que como deputado, Priante sempre teve espaços privilegiados em diversos órgãos federais, além de contar com emendas federais volumosas, enquanto diversos lutadores que sempre defenderam Lula, Dilma e o PT, seguem ignorados pela cúpula governista e os os donos dos mandatos que negociam em nome de milhões.

Como nos ensinou o mestre Confúcio: "Se queres prever o futuro, estuda o passado".

O sim dos corruptos

A fanpage dos +Jornalistas Livres publicou um vídeo onde mostra cinco (05) votos de deputados implicados em denúncias de crimes, irregularidades e corrupção.

Assista


Até quando?


Por Dimas Roque*

A derrota de ontem na Câmara dos Deputados nos mostra, mais uma vês, o quanto o Governo e a Direção do Partido dos Trabalhadores errou ao se afastar da militância nos últimos treze anos. É inadmissível que tanto um quanto outro tenha emitido sinais de que a vitória era certa e ao final descobrimos que erraram por mais de 100 votos de diferença. Erro, ou má fé?

Prefiro achar que nem uma das duas é a correta para este caso. Mas eles não deviam ter vendido essa ilusão.

A mobilização de centenas de milhares de pessoas que saíram de suas casas e foram às ruas de suas cidades, e em alguns casos viajaram milhares de quilômetros para estarem em Brasília, mostrou a falta de sensibilidade da cúpula para com a militância. 

A decepção, que foi o que ocorreu ontem, tirando a pessoa de um estado de euforia ao desengano, barra a explosão da alegria e leva ao estado de tristeza profunda. Será preciso tempo e paciência para aprender a lidar com os sentimentos, pois o único é a si mesmo.

Há entre a militância aqueles que não aceitam debater os erros cometidos ao longo dos anos, e se são recentes, aí é que parece ser proibido. Esses momentos são vistos como erro. Mas na verdade deveriam acontecer. Pois como o dito popular, “quem cala consente”. 

Não enfrentar, é o erro maior.

A militância cobra das suas lideranças um pouco mais atenção. Não há pessoa como individuo, mas as ações e mudanças que já se fazem necessárias dentro do próprio partido. Ela adora ser tarefeira, mas anda arredia com ausência de vereadores, prefeitos, estaduais e federais, senador e governadores nos debates e enfrentamentos nas ruas. 

Os que seguram as bandeiras pedem um pouco mais de participação daqueles que representam institucionalmente o partido. Não é justo que enquanto milhões estão nas ruas, os do andar de cima não desçam de seus gabinetes com ares-condicionados e os encontre na planície, mesmo que por uns momentos.

Agora a batalha é no Senado Federal. 

Não nos enganemos muito menos nos deixemos enganar. Está difícil de reverter este quadro de Impedimento da nossa Presidenta, legitimamente eleita, Dilma Rousseff. 

E depois dos prognósticos da Câmara Federal, não dá mais para acreditar em qualquer avaliação vinda da cúpula.

*Dimas Roque é militante do PT, blogueiro (http://www.dimasroque.com.br/) e ativista digital de Canindé de São Francisco, no Sergipe.

Greve geral contra o golpe. Já!



Por Altamiro Borges, em seu blog

Numa sessão deprimente, que entrará para a história como um dos momentos mais tristes da frágil democracia brasileira, a Câmara dos Deputados aprovou o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Um “consórcio de bandidos”, liderado pelo correntista suíço Eduardo Cunha – com muitos deles falando de forma leviana “em nome de Deus” –, assaltou 54,5 milhões de votos e deu o primeiro passo para a formação do ilegítimo governo de Michel Temer, o Judas que não conta com 1% de credibilidade na sociedade. O golpe, porém, teve o seu contraponto. Neste domingo (17), milhares de pessoas saíram às ruas em defesa da democracia e dos direitos sociais. Os protestos revelam que estão sendo criadas as condições para a decretação de uma greve geral no Brasil.

Nas últimas semanas, cresceu a consciência de que o golpe em curso não visava somente derrubar a presidenta reeleita democraticamente em 2014. Do lado dos deputados venais que aprovaram o impeachment estão as principais entidades patronais, da cidade e do campo, os falcões dos EUA e a mídia privada. Os setores médios que gritaram “fora Dilma” são apenas massa de manobra desta elite. 

Ficou patente que o intento maior dos golpistas é destruir o pouco que foi conquistado nos últimos anos. Não é para menos que eles já ditam as primeiras medidas do governo Temer/Cunha: retirada dos direitos trabalhistas, com a imposição do negociado sobre o legislado; redução dos “gastos públicos”, com a diminuição das verbas para as áreas sociais; revogação da lei da partilha no pré-sal para favorecer as multinacionais do petróleo; entre vários outros pontos regressivos e destrutivos.

Com esta compreensão, várias categorias de trabalhadores já se mobilizaram nos últimos dias. Os sindicatos deixaram de lado seu corporativismo e jogaram pesado na mobilização contra o golpe, dando demonstração de maturidade politica. Os trabalhadores rurais bloquearam estradas e já anunciaram que irão intensificar a luta. Em defesa da democracia e dos direitos sociais, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, que reúnem o grosso dos movimentos sociais brasileiros, tornaram-se referência na reação ao golpe.

Rompida a primeira linha de defesa da legalidade, com a aprovação do impeachment na Câmara Federal – haverá uma segunda refrega no Senado Federal –, é urgente discutir novas formas de resistência – inclusive a greve geral!

sábado, abril 16, 2016

Dúbia, Luciana Genro (PSOL) conclama eleições gerais e se posiciona contra o golpe



Por Luciana Genro, no Facebook

Derrotar o impeachment é o melhor caminho para seguir a luta contra a corrupção e por uma verdadeira democracia.

O Brasil vive uma crise profunda. Infelizmente ela vai continuar. As forças dominantes, tanto do governo quanto da oposição se recusaram sequer a convocar o povo para dar sua posição minimamente democrática: o voto direto e popular. Todos aceitaram e defenderam que a instância de decisão esteja nas mãos do Congresso Nacional. Uma instituição corrompida decidindo o futuro do país é a negação da democracia.

Neste terreno, que jamais aceitei como o lugar da decisão - e embora tenha sido voto vencido, sigo sem aceitar - tenho convicção e defendo que o voto correto é contra o impeachment. Derrotar o impeachment é o melhor caminho para seguir a luta contra a corrupção e por uma verdadeira democracia.

Aos que estão indignados com o PT, por este partido ter entrado para os mesmos esquemas que combatia quando era oposição, quero dizer que se o impeachment for aprovado a Rede Globo e seus políticos tentarão derrotar a Lava Jato; ouviremos falar bem menos das delações premiadas e eles vão tentar “normalizar” o pais em torno do Temer. A roubalheira continuará.

Aos que estão indignados com Dilma por ela ter traído seu programa e aderido ao ajuste fiscal que atribuiu ao Aécio no segundo turno, quero dizer que com Temer o povo será chamado a pagar a conta ainda mais, e sua “ponte para o futuro” é uma ponte de volta ao passado, às politicas de FHC, às tentativas de retirar direitos trabalhistas, dos aposentados, e desvincular verbas da saúde e educação para pagar juros da dívida.

Aos que se sentem traídos pelo PT e sabem disso tudo que escrevi acima, quero dizer que o impeachment é sim um “golpe palaciano”, não o golpe que o governo tentou vender para mobilizar o medo, não vai mudar o regime político do pais, nossa precária democracia não deixará de ser precária e nem vamos ter que nos exilar ou ir para a clandestinidade se Temer assumir.

A melhor forma de lutar por uma verdadeira democracia é lutar por eleições gerais já, devolver ao povo a soberania de decidir o que fazer com as castas políticas e que medidas tomar diante da crise. Uma pena que o PT tenha que ir para a oposição para defender o que é certo, visto que estão discutindo a convocação de uma grande campanha por eleições no caso do impeachment passar. Faz tempo que estava evidente que lutar por eleições era o melhor caminho para derrotar o impeachment e fortalecer a luta do povo. Com o impeachment sendo aprovado é logico que este caminho ficará muito, mas muito mais difícil.



Humorista revela de foma brilhante quem é Michel Temer, o presidente dos golpistas




Nesta polarizada crise política, Gregorio Duvivier sabe qual é a solução para unificar o Brasil – e, de quebra, sua família também: o vice-presidente Michel Temer (PMDB).

Nesta sexta-feira (15), a página Precisamos falar sobre divulgou um vídeo hilário com o ator. No Teatro de Arena, em São Paulo, preocupado com um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff, Duvivier levanta informações e analisa os curiosos presente e o passado político de Temer – mas da melhor forma possível: com bom humor.

"Segundo o Google", brinca o humorista, "o Temer seria um mordomo maçom satanista."

Ao comentar a carta cheia de mágoas que Temer enviou para a presidente e vazou em dezembro de 2015, Duvivier diz: "Essa, carta, obviamente, foi feita para vazar. Ela não foi escrita para Dilma, foi escrita para o Brasil. Ela se 'autovazou'. Como ninguém grampeia o Temer, porque não tem interesse, ele se 'autogrampeia'".

"Desculpa, Google, [mas] ele é o pizzaiolo da Lava Jato. Ele é o homem que barrou a reforma política, ele é alguém que não representa ninguém a não ser a si mesmo e seus sócios no poder. E se o Temer já é ruim, imagina se ele se tornar presidente. O Temer do Temer é o Cunha."

O Brasil, independente de inclinações políticas, pode se unir em torno de uma causa, sugere a obra: não deixar Temer se tornar presidente.

O vídeo também tem envolvimento do jornalista e ativista Bruno Torturra, do Fluxo, e tem direção de João Wainer, da TV Folha.

Assista: 

sexta-feira, abril 15, 2016

Não dá pra confiar no Congresso. Às ruas!


Por Altamiro Borges, em seu blog.

Na manhã desta sexta-feira (15), quando o correntista suíço Eduardo Cunha deu início à vergonhosa sessão pelo impeachment da presidenta Dilma, os movimentos sociais foram às ruas contra o "golpe dos corruptos". Trabalhadores rurais bloquearam estradas em vários Estados; lideranças populares ocuparam ruas e praças nas capitais; teve até greve dos motoristas e cobradores de ônibus em Salvador (BA). Tudo indica que estas ações vão crescer ainda mais até domingo, data prevista para a votação na Câmara Federal. Os movimentos sociais sabem que não podem confiar nos "nobres deputados" - alvos da sedução da mídia e do balcão de negócios da quadrilha que deseja assaltar o Palácio do Planalto.

Nos últimos dias, a imprensa golpista tentou criar o clima do já ganhou, apostando no efeito manada para atrair os parlamentares vacilantes. As emissoras de tevê, principalmente a Globo, só exibem as versões favoráveis ao impeachment - o espaço para o contraditório é quase inexistente. Na internet, os sites dos impérios midiáticos apresentam gráficos com o número de deputados que votarão pelo golpe - se bobear já seriam mais de 513 parlamentares. Já nos bastidores, o traidor Michel Temer, o correntista suíço Eduardo Cunha e os caciques demotucanos montaram um balcão de negócios com promessas para os fisiológicos - inclusive de se livrarem de denúncias por corrupção.

Esta violenta pressão teve efeitos. Partidos da base governista - como o PSD de Gilberto Kassab e o PP de Ciro Nogueira - anunciaram nesta semana que fecharam questão em favor do impeachment. Antes satanizados pela imprensa, estas siglas agora são elogiadas por seus "gestos de coragem". Estas decisões, contudo, não garantem o voto golpista de todos os deputados destas legendas. "Não haverá punição para aqueles parlamentares não seguirem a orientação da sigla", já antecipou Ciro Nogueira. A própria Folha, que não esconde sua torcida pelo golpe, revela que "o entorno do ex-presidente Lula contabilizava 14 votos de deputados do PP contra o impeachment". Outros quatro estariam indecisos!

A mesma situação é vivenciada pelo PSD. Por 30 votos a 8, a bancada da sigla decidiu desembarcar do governo e votar pela destituição de Dilma. Mas não há consenso entre os deputados, conforme já alertou o ministro Gilberto Kassab. Em outras legendas menores, o cenário também é conturbado. Mesmo assim, a imprensa golpista tenta vender a imagem de que o impeachment já está aprovado e até especula sobre o futuro ministério do traidor trapalhão Michel Temer. 

No outro extremo, o governo e os partidos de esquerda afirmam que já reuniram o número necessário de parlamentares para rejeitar o golpe. Fala-se em 184 deputados - quando seriam precisos 172 votos. Até a pesquisa Datafolha divulgada na semana passada concluiu que o "impeachment de Dilma não passa no plenário da Câmara". Os golpistas teriam 60% dos votos. "Considerando o total de 513 votantes, contando com o presidente Eduardo Cunha, o processo de impeachment teria 308 votos, – 34 a menos que os 342 necessários (67% da Câmara) para que o processo seja levado ao Senado". A pesquisa, porém, já foi arquivada pela própria famiglia Frias, dona do instituto e da Folha.

Diante deste quadro de incertezas, traições e manipulações, não dá mesmo para confiar no Congresso. Daí a justa decisão dos movimentos sociais de ocupar as ruas e aumentar a pressão. Quanto mais protestos ocorrerem até domingo, melhores são as chances de se evitar um duro e covarde golpe na democracia brasileira.

domingo, abril 10, 2016

Golpe perde apoio entre os belenenses

Manifestação realizada em Belém, neste domingo (10), onde um grupo de manifestantes favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, segundo o movimento Vem Pra Rua, levou cerca de 150 pessoas para as ruas do centro da cidade. (Foto: Luana Laboissiere/G1)

Por Karol Cavalcante*

No próximo domingo (17/04), a Câmara dos Deputados deve votar o pedido de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. Estamos diante de um julgamento político onde uma presidenta eleita democraticamente nas urnas com 54.501.118 de votos, poderá ter seu mandato cassado sem nenhuma base legal. Os parlamentares que participarão da votação decidirão se interrompem o ciclo democrático em curso no país ou não. Caso o impeachment seja aprovado, teremos as regras institucionais quebradas e certamente entraremos em um clico  “perigoso” no Brasil, em consequência da fragilização das instituições. 

Frente a polarização, em todos os lugares o assunto virou tema recorrente, entrou para rotina dos brasileiros. Manifestações contrárias e favoráveis tem se intensificado por todo o país. Para medir a opinião dos brasileiros, diversas pesquisas vem sendo realizadas. Há 30 dias os favoráveis ao impeachment chegavam aos 68%, segundo o instituto Data Folha¹. Ao que parece a polarização entre os favoráveis e os contrários ao governo da presidenta Dilma tem mudado este cenário.

Pesquisa realizada pelo laboratório de ciência política da Universidade Federal do Pará, coordenado pelo professor doutor Edir Veiga, revela que a tentativa de golpe em curso no país vem perdendo apoio na população da capital paraense. Realizada entre os dias 30 e 31 de março, com 751 questionários aplicados em diversos bairros de Belém e com margem de erro de 4% para mais ou para menos a pesquisa tem intervalo de confiança de 95%. 

Perguntados em relação ao pedido de impeachment da presidenta Dilma 58% disseram ser a favor, 31% se declararam ser contrários ao impedimento da presidenta e 10.2% não sabem ou não responderam. Contrários e indecisos chegam a 42% dos belenenses. No Brasil o apoio ao impeachment da presidenta já chegou até 68%. Ficando evidente que o golpe vem perdendo apoio. Entre os favoráveis, a pesquisa revela que a maioria tem entre 35 a 44 anos, já os contrários são em sua maioria um publico mais jovem com faixa etária entre 21 a 24 anos 39.4%. 

Quanto a renda, a pesquisa revela que a ampla maioria que deseja o impeachment da presidenta é de classe media alta. 65.2% dos pesquisados revelam ganhar acima de R$ 4.401,00. Já entre os apoiadores da presidenta a maioria se divide entre os que ganham até R$ 880,00 reais, 32.0% e que ganham acima de R$ 1.761,00 37.4%. 

Em Belém as manifestações dos favoráveis ao impeachment apresentam um certo recuo e os atos organizados pelos partidos de esquerda e centrais sindicais vem ganhando força. Movimentos liderados por professores, juristas, artistas e intelectuais vem se difundindo na sociedade paraense, enquanto as manifestações de direita se resumiram a discretas inciativas sem grande adesão de público, o que indicaria um refluxo do movimento.

Esse cenário, ao que parece, também reflete na mudança de posição da bancada federal do Pará na Câmara dos Deputados. Segundo dados do movimento vem pra rua (movimento liderado pelos chamados coxinhas), inicialmente dos 17 deputados paraenses, 6 eram contrários, 7 favoráveis e 4 indecisos. Com a proximidade do dia da votação os indecisos começam a se definir e os atuais números indicam que a bancada paraense deve votar 9 contrários ao golpe e 6 favoráveis. Há ainda dois indecisos com forte tendência ao voto contrário ao impeachment. 

Caso essa tendência se mantenha, por outros estados, o golpe em curso deverá ser barrado. Caberá ao governo Dilma, governar com a sua nova base de apoio no Congresso, afastando-se de vez das medidas de austeridades, e reaver a agenda de governo que foi referendada nas urnas, pautada em mais direitos sociais e na retomada do crescimento econômico. Em suma: implementar o programa eleito em 2014.

¹ Pesquisa realizada pelo Instituto DataFolha, nos dias 17 e 18 de março, ouviu 2.794 eleitores em 171 municípios de todo o Brasil. Publicada no jornal Folha de São Paulo na edição de 20 de março.

*Karol Cavalcante é Socióloga, especialista em Gestão Estratégica em Politicas Públicas pela UNICAMP. Atualmente estudante do mestrado em ciência política da UFPA e colabora do Blog AS FALAS DA PÓLIS.

quinta-feira, abril 07, 2016

Belém sediará a 3ª Plenária do Fórum Estadual pela Democratização da Comunicação



Por Diógenes Brandão

A concentração de poder nas mãos de poucas famílias, tornou a informação uma arma poderosa dos donos da mídia com seus interesses econômicos e políticos, geralmente contrários à justiça social em nosso país.

Por isso, democratizar a comunicação é uma das mais importantes lutas da sociedade brasileira e portanto, entidades de vários segmentos sociais estarão dando um passo importante para organizar a luta e a resistência contra o manutenção do monopólio dos barões da mídia no Brasil, através da XIX Plenária Nacional do FNDC - Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, que será realizada entre os dias 21 e 23 de abril de 2016, no Espaço Anhanguera, em Perus-SP.

No Pará, a 3ª Plenária Estadual do FNDC-PA será realizada nesta sexta-feira (08), das 14h ás 18h, no auditório da OAB-PA.



Com o intuito de qualificar o debate e nivelar as informações sobre os documentos que estão sendo debatidos em todo o país, entre eles, a tese de conjuntura, tese sobre o balanço de gestão e a tese sobre estratégia e plano de ação da entidade, entidades como o Sindicato dos Jornalistas do Pará, a Faculdade de Pós-graduação de Comunicação da UFPA, o Centro Acadêmico de Comunicação da UFPA e o Fórum de Ativismo Digital da Amazônia - AMAZONWEB - estarão participando de uma reunião preparatória para a plenária estadual, nesta quinta-feira (07), das 16h às 18h, na sala do mestrado de comunicação, do Instituto de Letras e Comunicação da UFPA.

Lá, estudantes, professores, jornalistas, blogueiros, ativistas digitais e demais interessados no debate sobre a democratização da mídia estarão nivelando informações sobre os atuais desafios do FNDC, bem como contribuir com a agenda de lutas proposta pela entidade, a qual agrega importantes entidades nacionais e regionais.

segunda-feira, abril 04, 2016

Boulos: Autoritarismo, Golpe e Recalque. O Retrato de um país incendiado pela mídia

A beata agarra o cardeal. A doutora recusa-se a atender criança enferma. Dementes atacam bebês de macacão vermelho. E o deputado Aleluia, citado na Lista de Furnas, pede que me prendam…


Por Guilherme Boulos, em seu blog Outras Palavras

No último dia 22, um grupo foi até a casa do ministro Teori Zavascki intimidá-lo por conta de sua decisão de enviar a investigação contra Lula para o Supremo Tribunal Federal. Decisão esta que foi confirmada, na última quinta-feira, pelo plenário da corte.

O endereço do ministro foi divulgado nas redes sociais pelo movimento “Vem pra Rua”. O “músico” Lobão foi além e divulgou o endereço do filho do ministro, estimulando um cerco à sua casa.

No dia seguinte, o cardeal de São Paulo, Dom Odilo Scherer, foi agredido durante a missa e chamado de comunista por uma senhora fora de si. Odilo foi lançado ao chão e arranhado no rosto. O cardeal – diga-se de passagem, um católico conservador – havia sido “acusado” de comunista anteriormente num vídeo gravado por Olavo de Carvalho.

Nessa semana, na madrugada do dia 29, um grupo de playboys foi ao prédio onde mora o jornalista Juca Kfouri para xingá-lo. Juca, conhecedor da covardia dos fascistas que se escondem no anonimato, desceu e deu-lhes uma boa lição de moral.

A estes três episódios ilustrativos somam-se inúmeras agressões contra pessoas vestidas de vermelho e intimidações a quem destoe da narrativa “Fora Dilma. Lula na cadeia”. Uma pediatra do Rio Grande do Sul recusou-se a atender uma criança por sua mãe ser petista. Até um cachorro foi chutado em Brasília por estar com um lenço vermelho pendurado no pescoço.

Situações como estas nos ajudam a entender quem de fato está incendiando o Brasil. Setores da imprensa e políticos antipetistas estão insuflando irresponsavelmente um clima hostil e incendiário no país.

Curioso é que atribuam isso à esquerda e aos movimentos populares.

Há alguns dias o jornal O Estado de São Paulo lançou um editorial acusando este colunista de criminoso por declarar que o resultado de um golpe contra a democracia e os direitos sociais não seria a “paz dos cemitérios”, mas greves, ocupações e mobilizações. As acusações foram estendidas ao MTST e ao MST.

O deputado José Carlos Aleluia (DEM/BA), famoso desde a CPI dos Anões do Orçamento e lembrado pela lista do caixa dois de Furnas, pegou carona e entrou com uma representação na Procuradoria da República contra mim por incitação ao crime.

Ora, o país sabe qual é o programa de Michel Temer.

Para quem não sabia, a língua grande de Moreira Franco fez questão de informar: fim do subsídio para programas sociais, desindexação do salário mínimo, privatização do SUS, redução do Fies e por aí vai.

Acreditar que medidas como essas – implementadas ainda por um governo sem a legitimidade do voto – não enfrentarão decidida resistência popular é uma estupidez. Só consideram isso uma ameaça aqueles que não conhecem a história das lutas sociais em nosso país. A resistência é certa.

Fica, portanto, a questão de quem está incendiando o Brasil.

Aqueles que querem impor um presidente que tem 1% de intenções de voto, com um programa de devassa nos direitos sociais, ou os que resistem a isso?

Aqueles que saem às ruas agredindo os adversários, que cercam casas de juízes e jornalistas e agridem um cardeal, ou os que estão sendo vítimas das agressões?

A resposta não exige nada além de bom senso. Mas, nesses tempos, mesmo isso é pedir demais.

sábado, abril 02, 2016

Manifestantes tomam as ruas de Belém em defesa da democracia e contra o golpe



Por Antônio Alberto Pimentel, no Jornal Resistência Online

Ontem (31.03) cerca de 30 mil pessoas participaram em Belém da manifestação em defesa da democracia e contra a tentativa de golpe que vem sendo orquestrado pelas elites. A manifestação saiu da Praça Mártires de Abril em São Braz e seguiu até a Aldeia Cabana, onde encerrou com um show que reuniu diversos artistas paraenses. Com gritos de protestos contra a tentativa de golpe uma multidão caminhou pela av. Jose Bonifácio, depois Av. Duque de Caxias, seguindo por Trav. Mauriti e Av. Pedro Miranda. Não faltaram acenos e manifestações de apoio por parte dos moradores no trajeto. Esteve à frente desta manifestação a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo. Mas que também contou com a mobilização da  articulação de juristas, advogados e intelectuais paraenses que tem se organizado para lutar em defesa da democracia e da legalidade.

Para os organizadores, realizar no 31 de março uma manifestação desta contra uma tentativa de Golpe das elites brasileiras é muito simbólico para demonstrar a resistência do povo à postura autoritária e fascista da direita, que não gosta da democracia e muito menos de ver o povo participando da política. Para os trabalhadores é um dia de lembrar o horror do golpe de 1964, manter ele vivo nas memórias para que nunca mais se repita. Por isso, uma das palavras de ordem do ato era GOLPE NUNCA MAIS.



Na avaliação dos movimentos e organizações sociais que participam da manifestação o que está em curso no Brasil é um golpe e não um legítimo processo de impeachment, já que o pedido que tramita no congresso não tem base jurídica para isso. Para o Cientista político e professor do mestrado em direito da UFPA, Jean-François Deluchey, não tem como caracterizar crime de responsabilidade sobre as contas da união que ainda nem foram apresentadas no congresso, não tendo nenhuma hipótese para um processo legítimo de impeachment. Para ele se o processo não é legitimo deve ser tratado como um golpe. Sobre acusação das pedaladas fiscais, Jean-François questiona o fato de se querer atribuir um crime de responsabilidade sobre um dado que o próprio congresso oficialmente desconhece. Outro aspecto que Jean-François destaca é que numa democracia não pode haver dois pesos e duas medidas. Se o congresso nos últimos 20 anos sempre teve situações de pedaladas fiscais acatadas, não pode apenas a presidenta [Dilma] ser julgada agora e os demais casos não  sejam processados pelo mesmo motivo ou mesmo fiquem impune. Para ele, não se pode admitir que um congresso tome uma ação ilegal contra um presidente, porque é negar o conceito de soberania popular e de democracia. Sobre a corrupção, ele destaca que todo caso deve ser apurado, mas não devemos tolerar ilegalidades por arte do judiciário. Para ele o problema é que o sistema político brasileiro é estruturalmente corrupto, a prova disso é que se alguém quiser se eleger apresentando apenas ideias e não tendo dinheiro, este não se elege nunca neste país, pois estamos diante de uma democracia corrompida que apenas elege quem é apoiado pelo poderio econômico, o que não constitui um regime democrático, mas sim um regime oligárquico. Diante disso, defende a importância de uma profunda reforma política para avançar a democracia em nosso país.




Para Ulisses Manaças, membro da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), nós estamos vivendo um momento muito delicado da conjuntura brasileira, um momento de uma crise que é estrutural e internacional, que tem afetado diretamente Brasil, inclusive na área social e política. Neste cenário, as elites deste país encontraram um meio para tentar retomar a hegemonia política no Brasil. Este rearranjo foi exatamente uma tentativa de golpe, burlando a democracia e a legislação brasileira para construir um processo de impeachment e impedir a presidente Dilma de governar o Brasil. Coloca de forma enfática que o movimento estará na resistência para de fato pautar as grandes reformas que o país precisa. Ele entende que não é necessário o impeachment, mas que devemos avançar nas reformas estruturais, realizando uma grande reforma política que vai mudar o Brasil e democratizar amplamente a nação brasileira.

Já a presidenta da Central Única dos Trabalhadores-Pará, Elci Ana da Costa Gonçalves, declara que o atual projeto de sociedade defendida pelos trabalhadores encontra-se ameaçado e a democracia em risco. “Estamos em estado de alerta e ainda mais motivados para ir às ruas defender os nossos direitos, porque a classe trabalhadora depende deste projeto político, que tem possibilitado nos últimos anos ter acesso a direitos sociais e civis”, diz ela. Para Elci Ana a saída para os trabalhadores neste momento é as mobilizações nas ruas, organização de comitês populares articulados na defesa da classe trabalhadora, dialogar e exercitar a construção coletiva da defesa do projeto político, trabalhando o convencimento da população, reafirmar nossa simbologia a partir das cores e da arte na defesa da democracia, que continua em risco neste momento.



Marco Antonio Carrera Ferreira, diz que Frente Povo Sem Medo tem a definição de defender de forma intransigente a democracia. Para ele a democracia é o ambiente e o terreno fértil para o povo brasileiro construir as bases de um país verdadeiramente humano e fraterno. O povo não vai permiti golpe na democracia, pois esta permitiu muitos avanços aos direitos dos trabalhadores, com políticas de inclusão social, mesmo que ainda os grandes capitalistas estejam tenho autos lucros. Entende também que o impeachment não tem base legal, por isso é golpe. O problema da corrupção é sistêmico e esta enraizada em toda a sociedade e também no aparelho de estado, sendo este último indutor e reprodutor desta cultura de corrupção. O A frente é favorável a apuração de todos os indícios de corrupção e apropriação do patrimônio público, mas que seja feita com isenção e não seja feito de forma seletiva, como vem sendo feita. A corrupção do PSDB, inclusive do Jatene, do PMDB e outros também devem ser investigados.

Já Rogério Paulo Hör, do Movimento dos Atingidos por Barragens, chama a atenção dos interesses das elites que estão por trás do golpe. Para ele há uma ofensiva da burguesia nacional aliada do imperialismo norte americano pelo controle dos recursos naturais. Rogério dar destaque ao Brasil como um país detentor de grandes riquezas naturais no mundo e que os grandes capitalistas estão de olho diante desta situação de crise econômica mundial. Diaz que o MAB está nas ruas junto com as outras organizações para protestar contra o golpe, o ajuste fiscal e reforma da previdência e em defesa da democracia. Para ele a operação lava jato é um processo seletivo e questiona a ação do judiciário e da mídia a serviço dos grandes capitalistas. Destaca a importância da Frente Brasil Popular no processo de rearticulação da esquerda e na resistência contra o golpe.

José Marcos, Presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil-Pará, também avalia que vivemos um momento crítico em nosso país, e coloca o desafio de se avançar na democracia ou teremos um grande retrocesso. Para ele há um golpe midiático e jurídico articulado por aqueles que perderam seguidas eleições. O impeachment é previsto na constituição federal, mas tem exigência, tem que haver crime de responsabilidade e não existe nenhum por parte da presidente. Explica que no caso do adiantamento de créditos, chamado de pedaladas fiscais, há lei que permite à presidente fazer este tipo de movimentação financeira. Para marcos, o que querem dar é um golpe.



Para Adima Monteiro, da Consulta Popular, coloca que os casos de corrupção no país devem ser investigados, mas de forma isenta e sem seletividade. Destaca que o problema maior é que a corrupção está na raiz do sistema político brasileiro que é controlado pelo empresariado que financia e elege seus candidatos. Prova disso é a representatividade que temos no congresso brasileiro atual. Explica ainda que, a crise política se aprofunda com crise social e econômica, que é internacional. As elites estão fazendo uso desta crise pra fazer o desgaste da presidente Dilma. Para ela a mídia, principalmente a Globo, de forma maniqueísta tenta associar a imagem da presidente à operação lava jato, porém não existe qualquer ligação da presidente aos escândalos de corrupção na Petrobrás. O pedido de impeachment tem como fundamentação a suposta pedalada fiscal e que não tem base jurídica consistente, o que evidencia a tentativa de um golpe articulado por parte do judiciário, que tem como principal figura o Juiz Sérgio Moro, articulado com a grande imprensa. Para Adima a saída nesta situação de crise é a luta e a organização do povo para assumir o protagonismo político em nosso país, já que as instituições estão falidas, e possam se mobilizar por uma nova constituinte popular e soberana da reforma política.

Anna Claudia Lins, advogada da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, diz que neste momento há duas razões principais para os advogados, juristas e entidades de direitos humanos tome parte na luta contra o golpe. A primeira é a defesa da democracia, que precisa ser aprofundada e não retroceder. A segunda é a seletividade do judiciário, que sempre existiu com os mais pobres, na criminalização dos movimentos sociais. “Nos dos direitos humanos já nos deparamos com muitos Moros por aí”, enfatiza.

terça-feira, março 29, 2016

Moro pede desculpas ao STF por vazar grampos de Dilma e Lula e diz que a divulgação não teve propósito político



Por Felipe Recondo, no UOL

O juiz federal Sérgio Moro negou que a divulgação de telefonemas entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula tivessem alguma intenção política.

Em resposta ao pedido de informações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, o juiz federal admitiu que pode ter errado e “pediu escusas” ao Supremo

“Diante da controvérsia decorrente do levantamento do sigilo e da referida decisão de V.Ex.ª, compreendo que o entendimento então adotado possa ser considerado incorreto, ou mesmo sendo correto, possa ter trazido polêmicas e constrangimentos desnecessários. Jamais foi a intenção desse julgador, ao proferir a aludida decisão de 16/03, provocar tais efeitos e, por eles, solicito desde logo respeitosas escusas a este Egrégio Supremo Tribunal Federal”, afirmou Moro.

Apesar disso, o juiz federal não se furtou a analisar cada uma das gravações e a tentar justificar a divulgação das conversas do ex-presidente Lula com a presidente Dilma e com outras autoridades, como o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.

“O levantamento do sigilo não teve por objetivo gerar fato político-partidário, polêmicas ou conflitos, algo estranho à função jurisdicional, mas, atendendo ao requerimento do MPF, dar publicidade ao processo e especialmente a condutas relevantes do ponto de vista jurídico e criminal do investigado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que podem eventualmente caracterizar obstrução à Justiça ou tentativas de obstrução à Justiça (art. 2º, §1º, da Lei nº 12.850/2013)”, informou.

“O propósito não foi politico-partidário, mas sim, além do cumprimento das normas constitucionais da publicidade dos processos e da atividade da Administração Públicas (art. 5º, LX, art. 37, caput, e art. 93, IX, da Constituição Federal), prevenir obstruções ao funcionamento da Justiça e à integridade do sistema judicial frente a interferências indevidas”, acrescentou.

Moro afirmou ainda nas 31 páginas de resposta ao ministro Teori Zavascki que não havia percebido que a ligação da presidente Dilma para o ex-presidente Lula para falar do termo de posse na Casa Civil foi gravada após o horário definido por ele, Moro, para as interceptações.

“Certamente o Juízo havia reparado no diálogo já ao proferir o despacho de 16/03/2016 ( evento 135). Mas, sinceramente, não havia atinado para o horário da interceptação, o que motivou o novo despacho de 17/03/2016 para esclarecer o ocorrido e determinar a conservação do diálogo nos autos sem prejuízo de eventual diferente deliberação do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Moro.

E o juiz afirmou que não viu, nesses diálogos, indícios da prática de crime. “Quanto ao conteúdo, da mesma forma que os demais, entendeu este julgador que ele tinha relevância jurídico-criminal para o ex-presidente, já que presente a apuração se a aceitação por ele do cargo de ministro Chefe da Casa Civil teria por objetivo obter proteção jurídica contra as investigações”, acrescentou.

Moro argumentou ainda que a investigação tinha por foco condutas “supostamente criminais” do ex-presidente. “Entendi que não haveria óbice na interceptação e no levantamento do sigilo”, afirmou Moro. “No momento, de fato, não percebidos eventuais e possíveis reflexos para a própria Exma. Presidenta da República”, acrescentou.

No áudio mencionado por Moro, a presidente Dilma diz a Lula que enviou o termo de posse do ex-presidente como ministro da Casa Civil para usar “em caso de necessidade”. A gravação foi divulgada na véspera da posse de Lula na Casa Civil. Moro diz que a apreensão da gravação foi “algo muito fortuito”. Naquele mesmo dia, várias cidades do Brasil registraram manifestações em favor do impeachment. E o processo contra a presidente ganhou força.

As informações prestadas por Moro ao Supremo atendem à determinação do ministro Teori Zavascki. Na semana passada, o ministro do STF determinou que Moro enviasse a Brasília a íntegra das investigações da Lava Jato que envolvem o ex-presidente Lula.

Na sua decisão, o ministro Teori Zavascki afirmou: “Não há como conceber, portanto, a divulgação pública das conversações do modo como se operou, especialmente daquelas que sequer têm relação com o objeto da investigação criminal. Contra essa ordenação expressa, que – repita-se, tem fundamento de validade constitucional – é descabida a invocação do interesse público da divulgação ou a condição de pessoas públicas dos interlocutores atingidos, como se essas autoridades, ou seus interlocutores, estivessem plenamente desprotegidas em sua intimidade e privacidade”.

Leia a íntegra do ofício encaminhado por Moro ao ministro Teori Zavascki.

Veja o resumo que o próprio juiz Sérgio Moro fez das justificativas para autorização das interceptações telefônicas e da divulgação das conversas.

Chegando ao final e solicitando escusas pela extensão dessas informações, as decisões deste Juízo em 16/03 e 17/03, que atenderam requerimento do Ministério Público Federal, tiveram presentes as seguintes premissas:

a) a interceptação tinha justa causa e estava amparada na lei;

b) a medida tinha por foco exclusivo condutas do ex-presidente e associados destituídos de foro por prerrogativa de função;

c) foram colhidos fortuitamente diálogos do ex-presidente com autoridades com foro por prerrogativa de função sem que estas tenham sido investigadas ou interceptadas;

d) foram colhidos diversos diálogos do ex-presidente com conteúdo jurídico-criminal relevantes por revelarem condutas ou tentativas de obstrução ou de intimidação da Justiça ou mesmo solicitações para influenciar indevidamente magistrados, sendo também colhidos diálogos relevantes para o objeto da investigação em curso, de fundada suspeita de ocultação de patrimônio em nome de pessoas interpostas;

e) não foram colhidas provas de condutas criminais dos interlocutores com foro por prerrogativa de função, inclusive de que algum deles teria aceito as solicitações do ex-Presidente para obstruir, intimidar ou influenciar indevidamente magistrados;

f) Roberto Teixeira foi interceptado porque investigado, envolvido diretamente nos supostos crimes sob investigação, a suposta aquisição do sítio em Atibaia com utilização de pessoas interpostas, e não como advogado, não havendo imunidade, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, quando o advogado envolve-se em práticas criminosas;

g) foram juntados aos autos e, por conseguinte, publicizados apenas diálogos considerados juridicamente relevantes para a investigação criminal e os demais, quer protegidos por sigilo profissional ou eminentemente privados, foram resguardados em arquivos eletrônicos não publicizados e que deverão ser submetidos, após o contraditório, ao procedimento de inutilização;

h) há diálogos selecionados pela autoridade policial como relevantes e que parecem ser eminentemente privados, mas em realidade contém aspectos relevantes para a investigação, como aqueles que indicam que o sítio em Atibaia está no poder de disposição da família do ex-presidente e não do formal proprietário;

i) a praxe deste Juízo sempre foi o de levantar o sigilo sobre processos de interceptação telefônica, inclusive para diálogos relevantes para a investigação, após o encerramento da diligência, o que não discrepa da prática adotada em outros Juízos e, aparentemente, também por este Egrégio Supremo Tribunal Federal, conforme, salvo melhor juízo, precedente acima referido; e

j) a competência, focada a investigação nas condutas do ex-presidente, para decidir sobre o pedido de levantamento de sigilo sobre o processo, que continha diálogos relevantes para investigação criminal de condutas do ex-presidente, era deste Juízo, em 16/03, quando o ex-presidente não havia ainda tomado posse como ministro.

Helder quer apoio do PT para eleições em Belém e diversos municípios do Pará


Por Diógenes Brandão

No mesmo dia em que o PMDB anunciou o rompimento com o PT e o governo Dilma, o ministro dos Portos Helder Barbalho reúne-se com a bancada petista do Pará, em Brasília. Na pauta, a política de aliança entre os partidos para as eleições municipais de 2016.

O senador Paulo Rocha e os deputados federais Beto Faro e Zé Geraldo acertarão o futuro das coligações do Partido dos Trabalhadores, tendo como centro do debate, o pedido do PMDB: O apoio do PT ao pré-candidato do PMDB a prefeito de Belém, o ainda reitor da UFPA, Carlos Maneschy.

Helder leva para a mesa de negociação, pedido de apoio do PT para o PMDB em vários municípios onde o partido de Dilma também tem interesse de disputar. Na base, sem serem consultados, dirigentes municipais e a militância petista já ameaça desobedecer as decisões tomadas em Brasília.

Não é por um partido ou um governo


Por Diógenes Brandão

Assistimos 24h por dia a imprensa exibir políticos investigados por participarem de esquemas corruptos, pregando o afastamento da presidente. Para muitos desinformados, o impeachment se dá por causa da "Lava Jato" e desconhecem que a acusação é de que ela cometeu crime de responsabilidade fiscal através da chamada "pedalada fiscal", quando autorizou usarem recursos da Caixa Econômica Federal para não atrasar o pagamento de Programas Sociais que atendem milhões de famílias pobres deste país.

A verdade é que depois de dois anos de investigações da Operação "Lava Jato", a elite política de vários partidos começa a ser descoberta e claro, vão querer interromper tudo que está em curso e o impeachment é a única saída para muitos tentarem evitar a cadeia.

Por isso, de hoje em diante, a prova de fogo do governo federal se acirra com a decisão de dois grandes partidos da base de sustentação do planalto, no Congresso Nacional: PMDB e PP.

Além disso, o STF julga se Lula se mantém ministro ou fica vulnerável à prisão política, na trama da Lava Jato.

As manifestações pela manutenção democrática que estarão saindo novamente às ruas, na quinta-feira (31), são importantes para reafirmar a defesa popular pelo estado democrático de direito.

No entanto, a sociedade precisa ser ouvida e informada todo dia, em todos os lugares, nas ruas e nas redes, sobre o que está sendo armado para evitar o avanço do combate à corrupção, que já levou muitos mega-empresários para a cadeira (Quem diria que um dia isso aconteceria?!) e agora começa a chegar em figurões da política nacional, onde a maioria dos partidos tem seus principais dirigentes envolvidos.

Além disso, outras operações da PF, que a mídia não dá o devido destaque, chegam ao dinheiro desviado por empresas de comunicação como da família Marinho (Globo) e por isso, para eles, essas investigações precisam ser encerradas imediatamente.

A vigília democrática que muitos movimentos sociais e partidos que historicamente lutaram contra a miséria, a mentira dos poderosos e até o golpe militar, precisam ampliar-se para escolas, sindicatos e associações de moradores e trabalhadores. Ou seja, todos os locais de organização devem retomar seu papel preponderante na luta de classes e tornarem-se vigilantes e em permanente estado de mobilização, com debates e eventos que reaproximem cada vez mais pessoas da realidade que o país atravessa.

‪#‎GolpeNuncaMais‬

sábado, março 26, 2016

Encontrado morto ex-policial civil que denunciava caciques tucanos em MG



O policial civil Lucas Gomes Arcanjo foi encontrado morto, hoje (26), em sua casa em Belo Horizonte/MG.

Segundo informações divulgadas somente pela blogosfera progressista, o corpo de Arcanjo foi encontrado em sua casa com uma gravata ao redor do pescoço. A família descarta a possibilidade de suicídio.

Como Lucas era muito conhecido pelas denúncias contra caciques tucanos em MG, a possibilidade de retaliação não é descartada. 

O investigador já tinha sido vítima de 4 atentados em respostas às denuncias que fazia, uma delas o deixou com uma sequela na perna, Arcanjo andava com ajuda de uma bengala.

Abaixo dois vídeos com denúncias contra Aécio Neves (PSDB/MG), que tornou o policial conhecido e perseguido deste então.




quinta-feira, março 24, 2016

A lista que revelou que os partidos brasileiros estão no bolso das empreiteiras



Por Diógenes Brandão

Depois da divulgação da lista com os nomes de 200 políticos que receberam da empreiteira Odebrecht, os deputados e senadores de todos os partidos, isso mesmo, de todos os partidos brasileiros estão assustados com o futuro próximo. Caso haja a delação de Marcelo Odebrecht, executivo e herdeiro da empresa com contratos em praticamente todo o país, o Brasil poderá compreender que o problema da corrupção é de fato um câncer que contaminou todos os que estão no jogo político, não cabendo por tanto o impeachment do atual governo. 

A aparição de nomes como o do ministro da Educação, Aluizio Mercadante (PT-SP), o candidato a presidente do Brasil, presidente nacional do PSDB e atual senador por MG, Aécio Neves, o ex-presidente da República José Sarney, o atual presidente do Senado Renan Calheiros, o atual presidente da Câmara Eduardo Cunha e os senadores Romero Jucá e Henrique Alves, o atual governador e um ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão e Sergio Cabral, mostram com clareza o poder de negociação que as empresas tem sobre a política brasileira. 

Até mesmo o PSOL, que sempre se coloca como o único partido que não havia se corrompido, foi citado na lista de receptores de doação da empreiteira.

O financiamento privado de campanhas resultou nisso: Uma grande negociação entre atores políticos e empresários. Resta saber se vão continuar tentando tirar a presidente Dilma do poder, para por fim na operação Lava Jato, antes que ela encontre provas incontestáveis contra aqueles que pedem o impeachment. 

O ponto negativo desta notícia que abalou Brasília foi o cinismo do juiz  Sérgio Moro, antes defensor mor da tese de que tudo que seja de interesse público venha ao conhecimento da sociedade e agora resolveu por em sigilo a lista que tem 11 dos 17 "parceiros históricos" do PMDB. 

Os "reveladores" e sempre detalhistas apresentadores do Jornal Nacional não leram os nomes e nem citaram os envolvidos neste escândalo, como vinham fazendo quando algo envolve o nome de Lula e Dilma.

Leia na matéria jornalística "Possível delação da Odebrecht assusta Congresso e Planalto", publicada na Folha.

O anúncio da decisão da Odebrecht de firmar um acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato foi recebido com extrema apreensão tanto no Congresso como no Palácio do Planalto. Dentro do governo e no Legislativo, políticos pregaram o "aprofundamento do caos" e um "cenário de terra arrasada" como desdobramentos para uma colaboração da empreiteira com as investigações.

O temor era justificado nos bastidores pelo fato de que a Odebrecht tinha relação com praticamente todas as forças políticas do país.

O avanço da Lava Jato foi comparado a "Robespierre", líder da Revolução Francesa que teria o objetivo de exterminar o status quo político, independentemente de coloração partidária.

Ao longo do dia, quando uma lista com o nome de mais de 200 políticos que teriam recebido recursos da empreiteira veio à público, a suspeita do alcance da Odebrecht sobre o mundo político se materializou.

Os deputados passaram a percorrer gabinetes com o documento nas mãos, checando se estavam na lista, se os adversários locais estavam, que apelidos tinham e como era reconhecidos no sistema hierárquico montado pela empreiteira.

Um dos poucos que aceitou falar sobre o assunto fora do anonimato, o deputado de oposição Raul Jungmann (PPS-PE) afirma que a anunciada delação "amplia a taxa de instabilidade política" da República.

Ele lembra que no caso do impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992, a estabilidade política foi assegurado pouco depois, cenário sobre o qual não há a menor garantia de que se repita daqui em diante.

"Em eventual governo Temer, há algo que está de fora do controle da política, que é a Operação Lava Jato", afirmou. Dentro dos gabinetes a constatação era a mesma.

No governo, ministros especulavam desde a semana passada sobre a possibilidade de Marcelo odebrecht ter decidido aderir às delações. Classificavam o movimento como uma "bomba atômica". Confirmada a notícia, a avaliação é de que haveria um "aprofundamento do caos" que tomou o país.

PRESSA

O Planalto viu a colaboração da empreiteira como uma notícia ruim para a presidente Dilma, mas também para PMDB e PSDB, partidos que articulam a aprovação do pedido de impeachment da petista no Congresso.

A constatação é que a delação deve levar os articuladores do impeachment a apressar sua votação na busca de "tirar a Dilma antes que a delação do Marcelo Odebrecht se torne pública".

Em outra frente, deputados da cúpula do PMDB vaticinavam que era ilusório acreditar que a queda de Dilma poderia frear a Lava Jato e usavam metáforas para descrever o potencial de uma delação de Marcelo Odebrecht.

Diziam que o estrago maior se concentraria nas revelações sobre a campanha da petista, mas concordavam que o potencial de alcance das revelações do ex-presidente da empreiteira era maior. "Se ele falar tudo, até o Figueiredo levanta do túmulo", diziam. 

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...