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terça-feira, dezembro 15, 2020

Réus no TRE-PA, Helder e Paulo Rocha pedem sigilo em julgamento

Advogados dos réus Helder Barbalho e Paulo Rocha pediram sigilo no julgamento de um HC no TRE-PA. Além da dupla de políticos, o vice-governador Lúcio Vale e jornalistas das empresas de comunicação da família Barbalho são acusados pelo Ministério Público de diversos crimes eleitorais eleitorais em 2018.


Por Diógenes Brandão 

A sessão desta segunda-feira, 14, onde o julgamento de um Habeas Corpus Criminal no TRE-PA fez com que os advogados do governador Helder Barbalho e do senador Paulo Rocha pedissem que a sessão fosse realizada sob sigilo.  

O Artigo 37 da Constituição Federal indica dentre seus princípios expressos e basilares, o da PUBLICIDADE.

Sendo que em sintonia com os anseios democráticos, a mesma Constituição ao estabelecer as Disposições Gerais do Poder Judiciário também fixa em seu Artigo 93, inciso IX, que “IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)”. 

Sob o pretexto de se preservar a imagem dos investigados por desvios de recursos públicos, em detrimento da sociedade, do bem comum, e dos alertas como fiscal da lei do representante do Ministério Público Federal e Eleitoral, os réus tiveram suas imagens preservadas!

O que pretendem esconder os investigados, que em seus discursos tanto falam em transparência e tranquilidade diante das inúmeras investigações que acumulam np decorrer de suas carreiras políticas?

Assista:

O portal Pará Web News relatou o conteúdo do julgamento, que foi adiado para amanhã, 15.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PA) julgará amanhã,15, a ação movida contra a chapa “O Pará daqui para Frente” do hoje governador Helder Barbalho. A coligação de Helder é acusada de abuso de poder econômico e uso indevido de comunicação social contra chapa adversária “Em defesa do Pará”, do então candidato Márcio Miranda. O Ministério Público Eleitoral deu parecer favorável a ação.  

Além de Helder, são réus o vice-governador Lúcio Vale, Jader Barbalho e jornalistas e apresentadores de programas da RBA TV.  Uso dos meios de comunicação de Helder em benefício próprio – A chapa de Márcio Miranda alega que o Grupo RBA – composta por televisão, rádios, jornal impresso e eletrônico, sítio na internet e redes sociais e que tem como um dos seus proprietários ou sócios o candidato investigado Helder Barbalho -, foi usado massivamente para veicular notícias positivas para Helder Barbalho e negativamente contra o principal adversário, Márcio Miranda.  

Uso de fake news – Também foi verificado a prática de má-fé no uso indevido de processos eleitorais. Afirmam que os investigados teriam baseado a sua campanha em fakenews de matérias intituladas “Bunker clandestino”, “Gordo do Aurá” e “Aposentadoria ilegal”;  Grupo RBA não usou liberdade de imprensa - O ministério público eleitoral refuta a tese defendida de que “das emissoras recorrentes de que o que veicularam se cuidara apenas do legítimo exercício da liberdade de imprensa por se tratar de notícias e afirmações verídicas”.  

“É cediço que no Estado Democrático, Republicano e Social de Direito em que vivemos, não há direito fundamental absoluto que não possa ceder, no caso concreto, a outros bens jurídicos de mesma envergadura, como o são a legitimidade, normalidade, igualdade nas eleições e a liberdade de voto”, diz o Ministério Eleitoral.  

E conclui:  “Nesse sentido, o que houve por parte das emissoras de rádio e televisão foi um abuso do direito à livre manifestação e liberdade de imprensa, concretizado pelo tratamento privilegiado dado a uma candidatura em detrimento da outra, e como abuso, deve ser reprimido pela ordem jurídica. Nos termos do Código Civil (art. 187), o abuso de direito se dá quando o titular de um direito, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”  

Parecer favorável – O ministério público reconhece a ocorrência do uso indevido ou desvios de meios de comunicação e abuso de poder econômico em favor da candidatura de Helder Barbalho.  Dessa forma, a Justiça Eleitoral recomenda cassar o diploma dos candidatos eleitos Helder Barbalho e seu vice, Lúcio Vale e decretação de inelegibilidade por 8 (oito) anos, além da realização de novas eleições.

sexta-feira, setembro 20, 2019

Delegada do partido do governador é presa por vazamento de informações para vereador tucano, envolvido com milícias

Delegada é filiada ao MDB e foi candidata a deputada estadual na mesma eleição em que fez parte do núcleo da campanha do governador eleito Helder Barbalho, assim como do seu pai e de sua mãe, Jader e Elcione Barbalho, respectivamente.
Por Diógenes Brandão

A Polícia Civil do Pará prendeu na manhã desta sexta-feira, (20), a delegada Eliete (MDB), acusada de vazar informações que possibilitaram a fuga do vereador Hugo Athayde (PSDB), foragido e suspeito de participar de uma organização criminosa em Ananindeua.

Leia também: Delegada é presa por vazar informações e ajudar milícias e na fuga de vereador de Ananindeua

A delegada, que é filiada ao partido do governador do Estado, tendo sido inclusive candidata a deputada estadual, visitou a casa do vereador, na noite anterior da operação que iria prendê-lo na manhã seguinte.

Pelo que a polícia apurou até agora, há fortes suspeitas de que ambos participam de um esquema criminoso e possuem atividades em um grupo miliciano responsável por diversos assassinatos, inclusive do ex-vereador Gordo do Aurá, peça chave na campanha eleitoral, sobretudo no segundo turno, quando apareceu diversas vezes no horário eleitoral do então candidato Helder Barbalho, que acabou eleito governador do estado, na disputa com Márcio Miranda, que acusou o adversário de usar o Gordo do Aurá para mentir e se eleger.

No final do primeiro turno das eleições de 2018, o blog constatou que na base eleitoral do 'Gordo do Aurá', o candidato Helder Barbalho obteve 3.170, enquanto Márcio Miranda recebeu apenas 605 votos. Ou seja, Helder Barbalho teve 81% a mais de votos, que Márcio Miranda.


Ex-vereador Gordo do Aurá e amigos, entre eles, o vereador Hugo Athayde, em Ananindeua.

Tanto o vereador Hugo Athayde (PSDB), quando a delegada Eliete Cristina Alves Borges (MDB), participaram ativamente da campanha de Helder Barbalho ao governo do Estado, da deputada federal Elcione Barbalho e do senador Jader Barbalho, nas eleições de 2018.

Veja algumas fotos de campanha:

Lartaz de campanha eleitoral da delegada Eliete.

Abraçada pelo então candidato Helder Barbalho em uma caminha da campanha eleitoral do ano passado.

Em evento de campanha da deputada federal Elcione Barbalho (MDB).
Com o senador Jader Barbalho durante evento do governo do estado.

domingo, setembro 08, 2019

As 13 perguntas que não querem calar e que todo paraense gostaria de ter as respostas

Quem matou o "Gordo do Aurá" e quando o BRT será entregue, estão entre as perguntas feitas pelos paraenses.

Por Diógenes Brandão


O Pará virou um estado de perguntas sem respostas. 

Perguntas feitas por cidadãos e jornalistas que não se conformam com o silêncio e muito menos com a omissão daqueles que tem como dever e obrigação, prestar contas à sociedade sobre o que acontece em nosso estado, sobretudo daquilo que foram responsabilizados e não o fazem, precisam ser respondidas, sob pena de continuarmos perguntando, afinal pagamos impostos e cumprimos as leis vigentes e por elas devemos cobrar os demais de fazer o mesmo.


Para não irmos muito longe e nem prolongar a leitura, destacamos perguntas feitas por este blog e outros sites de notícias, como o AmazonLive, durante as últimas semanas dos meses de Agosto e Setembro e outras que perduram por meses (Gordo do Aurá) e anos (Dia da Adesão do Pará).

1) Quem matou o gordo do Aurá? Por que depois de 6 meses e meio, a Polícia Civil ainda não informou nada sobre as investigações que começaram em Fevereiro, sendo que o crime é de interesse público, pois o ex-vereador de Ananindeua foi peça chave e utilizado com insistência na campanha eleitoral de 2018? Leia +

2) Quando a prefeitura de Belém concluirá as obras do BRT, já que atravessam as gestões de Duciomar Costa e Zenaldo Coutinho e não chegaram ao fim? Leia +

3) Por que prenderam dois agentes prisionais do Centro de Recuperação de Altamira, suspeitos de facilitarem a rebelião, que resultou em um massacre de 58 presos e a diretora da unidade, que foi notificada um dia antes do ocorrido e nada fez, continua no cargo? Leia +

3) Por que Ronaldo Maiorana ainda não foi preso, mesmo acusado com provas de que espancou a irmã, Rosana Maiorana, há duas semanas atrás, sendo o crime enquadrado na Lei Maria da Penha? Leia +

4) Por que o SINTEPP aceita que o governador deixe de pagar o Piso Nacional da Educação, se ele assinou documento e prometeu fazer isso logo que assumisse o cargo? Leia +

5) Por que o governo não convoca todos os concursados da SEDUC para ocupar seus cargos e ainda mantém professores temporários? Leia +

6) Quem era o responsável pela carreta que derrubou a passarela da Almirante Barroso e quem vai pagar a conta, o dono dele ou o contribuinte que paga impostos para a prefeitura de Belém? Leia +

7) Qual o nome do PM que atirou com uma arma de choque e levou a jovem Grazielle Martinelli, correr e pular do terraço do edifício Orlando Corrêa, no bairro de Nazaré, em Belém, na manhã desta segunda-feira, 2? Ele continua exercendo suas atividades no Comando de Operação Especiais? Leia +

8) Por que o governador chamou de Fake News a informação que revelou o interesse da COSANPA em reajustar a conta de água e esgoto do consumidor em até 96%, o que comprovou documentos assinados pelo presidente do órgão, que o próprio Helder Barbalho nomeou? Leia +

9) Por que o Portal da Transparência do governo estadual não divulga a planilha de quanto é repassado para cada veículo de comunicação, individualmente, com seus respectivos valores nominais e percentuais? Leia +

10) Afinal de contas, quanto o governo do estado paga mensalmente ao jornal Diário do Pará, a TV RBA e demais veículos de comunicação, onde o governador Helder Barbalho é sócio com seus pais e irmãos? Leia +

11) Quanto a Secretaria de Cultura do Estado gastou com a última Feira do Livro e Multivozes, quais os critério de seleção dos artistas, a maioria desconhecidos do grande público e qual o valor do cachê de cada um? Leia +

12) Por que ainda comemora-se o Dia da Adesão do Pará no dia 15 de Agosto, sendo que há farto material acadêmico e histórico comprovando que a Adesão ocorreu no dia 28 de Maio de 1823, quando os verdadeiros nacionalistas que se rebelavam foram duramente reprimidos em Muaná, no arquipélago do Marajó. Leia +

13) Por que mesmo sabendo antecipadamente do "Dia do Fogo", o governo do Estado nada fez para evitar o crime que chocou e mobilizou o mundo, trazendo enormes prejuízos ao Pará, com a perda de bilhões de reais, oriundos de outros países para programas de fiscalização e proteção das nossas florestas? Leia +

Envie sua pergunta que não quer calar para o Whatsapp (91) 98174-5995

sexta-feira, junho 14, 2019

Helder Barbalho e seu governo de coalizão e sem oposição. Até quando?

Com a executiva do PSDB, Helder Barbalho consolida uma aliança estratégica que enfraquece qualquer possibilidade de haver oposição ao seu governo. Resta saber até quando isso irá durar.

Por Diógenes Brandão

Não é de hoje que o município de Ananindeua tornou-se uma espécie de celeiro de uma nova safra de protagonistas da política paraense.

 Nas eleições de 2018, por exemplo, Helder Barbalho montou sua principal base de apoio, no município. Não por lá ser a cidade onde mora e governou por 08 anos, quando foi eleito por dois mandatos como prefeito, mas sobretudo por um conjunto de fatores articulados entre si, que culminaram em sua vitória.

Podemos afirmar que foi de Ananindeua, que a campanha do MDB conseguiu "contaminar" a Região Metropolitana de Belém, sobretudo a capital, onde o filho herdeiro de Jader Barbalho, carregava consigo uma forte rejeição, mas pelo sobrenome, do que propriamente sua trajetória política e administrativa.

Somou-se a isso, a estratégia acertada de aproveitarem-se do 'racha' na base do PSDB em Ananindeua, principalmente pelo rancor e sentimento de vingança de Manoel Pioneiro, por não ter sido apontado pelo governador Simão Jatene, para ser o seu sucessor, levando para a disputa com Helder Barbalho, o deputado estadual Márcio Miranda (DEM), que possuía forte apoio no parlamento, onde conseguiu a proeza de ser eleito e reeleito por duas vezes, totalizando a inédita gestão de 03 mandatos como presidente da ALEPA.



O oportunismo do MDB não seria nada se não fosse o comportamento dúbio de Pioneiro, que ao mesmo tempo em que participava da campanha, reunindo com vereadores, aliados e o candidato oficial da aliança do PSDB, ao mesmo tempo liberava todos para escolherem o melhor rumo a tomar: Ou seja, em termos práticos, Pioneiro interpretou o papel de apoiador de um candidato, mas na verdade foi peça fundamental para a eleição de outro.

Eis que surge nesse processo um outro ator não menos importante, mas ao mesmo tempo desconhecido até então por boa parte da classe política estadual: O vereador de dois mandatos, Dr. Daniel Santos (PSDB). O jovem vereador soube usar seu mandato como presidente da Câmara Municipal de Ananindeua, para canalizar as devidas forças e torna-se um dos candidatos a deputado, mais promissores para as eleições de 2018. 

Daí em diante, Helder foi costurando sua superioridade eleitoral, passando a ideia de que seria eleito governador, por ter reduzido sua rejeição e sabendo usar muito bem factoides como o apoio do vereador Gordo do Aurá (DEM), contra a campanha do candidato Márcio Miranda, o que lhe impediu de crescer suficientemente e ultrapassar o rival, que estacionou na casa dos 40% durante os dois meses e após as estratégias bem articuladas, acabou vencendo as eleições e tornou-se o governador do Estado do Pará. 

De outro lado, Simão Jatene que não havia se exposto ao lado de Márcio Miranda durante a maior parte da campanha, resolveu entrar de cabeça na reta final do primeiro turno, quando no dia 25 de Setembro, pediu licença do cargo de governador e o remeteu para o presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Ricardo Ferreira Nunes e daí passou a participar de caminhadas e programas de TV da campanha da coligação que tinha Márcio Miranda como candidato a governador e o tucano José Megale como vice.

Com o vice-governador Zequinha Marinho (PSC) já na chapa de Helder Barbalho, assim como o vice-prefeito de Belém, Orlando Reis, no apoio, Helder foi agregando prefeitos, deputados, vereadores e lideranças do PSDB, DEM e demais partidos da base de seus adversários, consumando com a saída do Dr. Daniel Santos, das fileiras do PSDB. 

Cada foto e vídeo destas "mudanças de lado" eram supervalorizadas nas inserções da propaganda eleitoral e usadas de forma exacerbada nas mídias sociais, gerando a ideia de "já ganhou".

O resultado é que além de ter sido eleito com uma margem de diferença de mais de 10 pontos percentuais sobre Márcio Miranda, Helder Barbalho fez maioria absoluta na ALEPA, onde apontou Dr. Daniel Santos como presidente da casa e hoje goza de amplo apoio para governar, tendo inclusive agora, o apoio da bancada do PSDB, neutralizando assim qualquer chance de ter uma oposição neste seu mandato de governador. Algo inédito, mas não surpreendente.

O PT -  que disputou as eleições com a candidatura laranja de Paulo Rocha, o senador que disse que não iria fazer aliança com o MDB no segundo turno, pelo fato do partido ter traído o seu partido, em alusão ao chamado golpe do impeachment da presidente Dilma - foi logo pro colo de Helder. 

O PCdoB, já fazia campanha desde o primeiro turno, com exceção do deputado estadual Lélio Costa, o único comunista com mandato na ALEPA e que seguiu até o fim com Márcio Miranda.

O PSOL reelegeu como deputado federal Edmilson Rodrigues e como deputada estadual Marinor Brito, que era vereadora, mas já foi senadora. 

Ursula Vidal, que já tinha ganhado um emprego como radialista na empresa de comunicação de Helder Barbalho e família, concorreu a uma vaga ao senado e logo após o resultado das eleições, abandou o partido de Edmilson e Marinor, assumindo a SECULT.

Ursula, que já havia deixado o PPS para tornar-se a líder da REDE no Pará, deixou o partido em fevereiro e sem muitas explicações, filiou-se ao PSOL, de onde saiu em Dezembro do mesmo ano, ou seja, passou 10 meses, onde apenas usou o espaço para concorrer às eleições e fazer parte da estratégia eleitoral pensada e executada pela família Barbalho, da qual até hoje Ursula é funcionária.

Mas como tudo tem um preço, Ursula aceitou não concorrer ao governo e assim, não atrapalhar os cálculos eleitorais de Helder e com isso ganhou além do programa na rádio clube, uma secretaria, para onde levou consigo militantes do PT e do PSOL. Este último,  que morre negando que tenha algum acordo político-eleitoral com o governo, apesar de todos os sindicatos controlados por ele, estejam em uma verdadeira lua de mel com Helder Barbalho, em uma inédita e impressionante passividade, em relação às bandeiras de lutas de entidades historicamente combatentes, na radical defesa dos interesses da classe trabalhadora, como o SINTEPP, que recentemente trocou o Piso Nacional da Educação, por um reajuste de 2% nos contra-cheques dos educadores paraenses.

Agora chegou a vez do PSDB, a última peça a ser levada para dentro do tabuleiro do governo de coalizão e sem oposição, que se tornou a gestão de Helder Barbalho. 

As fotos que circulam em redes sociais nas últimas semanas, mas que poucos tem a iniciativa de comentar, dão o tom de uma aliança estratégica entre o PSDB e o MDB. 


Em Maio, por exemplo, logo após eleger o novo diretório estadual tucano, a executiva tucana foi até o governador Helder Barbalho e deu início às comemorações de seu 39º aniversário, levando inclusive um bolo com velinhas para festejar a data.



Ontem, aproveitando a vinda do presidente Jair Bolsonaro ao Pará, onde a agenda oficial incluiu a inauguração de um conjunto habitacional do programa federal Minha Casa Minha Vida, os prefeitos do PSDB, de Belém, Zenaldo Coutinho e de Ananindeua, Manoel Pioneiro, reuniram-se com o governador Helder e de lá saíram de braços dados para a Assembleia de Deus, onde na companhia de Bolsonaro, receberam as bençãos de milhares de irmãos evangélicos, que tão bem servem como base eleitoral fiel para a classe política que hoje está no poder.

Depois de deixar o poder, Simão Jatene tem feito algumas aparições em suas redes sociais, basicamente para comentar e defender-se das cascas de banana jogadas ao chão, através de processos que visam tirá-lo de qualquer futura disputa, mas uma fonte do blog garante, que o músico e professor que foi eleito e reeleito governador por duas vezes, acumulando 12 anos de mandato, o que foi inédito na história política do Estado, não está disposto a ficar vendo tudo inerte e há sim, a possibilidade de um retorno para a disputa eleitoral. 

Resta saber quando e para que. 



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sábado, dezembro 01, 2018

Os nomes do secretariado que Helder Barbalho ainda não anunciou

Helder Barbalho monta seu governo com poucas indicações políticas de seus aliados, mas promete o segundo e terceiro escalões para os mais dedicados na campanha.  


Por Diógenes Brandão

Um dia depois de eleito governador do Pará, após uma acirrada disputa de dois turnos com o deputado estadual Márcio Miranda (DEM), Helder Barbalho (MDB) anunciou o óbvio: Mudará toda a composição do primeiro escalão do governo de Simão Jatene (PSDB), assim que assumir o cargo. 

Alguns nomes já estão confirmados para compor o futuro governo de Helder Barbalho, outros nem tanto. Veja abaixo alguns dos nomes prestes a serem anunciados como futuros secretários do governo do Estado do Pará, caso as previsões se confirmem.

SECTET: De Reitor para Reitor

Embora cotado para secretaria de Educação, o ex-reitor Carlos Maneschy (MDB) deve suceder o também ex-reitor Alex Fiuza de Melo na SECTET - Secretaria de Ciência, Tecnologia, Educação Profissional e Tecnologia. São amigos, portanto, fica tudo em casa. 

SEDUC: Ananindeua presente

A Secretaria de Educação vai ficar com Leila Freire, que já foi secretária de Helder na mesma pasta, quando ele foi prefeito de Ananindeua. Depois ela foi pra Benevides, município da região metropolitana, que serviu de apêndice para o governador eleito alojar o pessoal que ficou no relento, quando ele saiu da prefeitura de Ananindeua.   

PGE é com Sefer e Casa Civil com Parsifal

O advogado Ricardo Sefer, que prestou “bons” serviços para a campanha de Helder Barbalho, é um dos cotados para assumir a Procuradoria do Estado. No currículo, é procurador de carreira e genro do todo poderoso Parsifal Pontes, já confirmado para chefia da Casa Civil. É bom lembrar que há outros pretendentes para essa função.  

Do Aurá ao IASEP

Dr. Daniel, vereador de Ananindeua que ficou famoso pela forma surpreendente com que foi eleito deputado estadual mais votado nas eleições de 2018, que, mesmo sendo do PSDB, foi o maior cabo eleitoral do Helder Barbalho em Ananindeua, está na expectativa de que o acordo seja cumprido e ele assuma a presidência da Assembleia Legislativa. Como a coisa não está tão fácil para aquelas bandas,  pois diversos deputados aliados estão de olho no mesmo espaço, a cúpula da equipe de transição quer que ele aceite o IASEP de porteira fechada, o que tem deixado o pessoal da área de saúde de cabelo em pé. É que Dr. Daniel é dono de hospitais e cresceu no seu ramo de negócios de uma forma muito rápida. 

Dr. Daniel tem no currículo também o fato de ter sido o grande articulador e mentor do caso "Gordo do Aurá", uma invenção que atacou em cheio a campanha de Marcio Miranda.   

SEGUP sem ex-de Goiás

A Secretaria de Segurança está nas mãos de Ricardo Balestreri, que já faz parte da equipe de transição. Mas o salário de secretário, considerado baixo, tem sido um obstáculo. Lembrando que ele foi secretário de segurança de Goiás, na gestão do tucano Marconi Perillo, recentemente preso por suspeitas envolvendo pagamentos de propina da Odebrecht. Ao deixar a secretaria de Segurança, Balestreri assumiu outra secretaria do governo Perillo, já que o resultado de seu trabalho na segurança pública não estava agradando nenhum goiano.   

COSANPA com 'os de casa'

A Cosanpa deve ficar com Eduardo Ribeiro, que já foi presidente da companhia em outras gestões. É irmão de Fernando Ribeiro e gente de confiança da família Barbalho. 

SEFA pra um de fora

De Minas Gerais, o administrador René Sousa foi convidado por Helder Barbalho para comandar a Secretaria da Fazenda. O governador eleito já vinha sinalizando que tinha preferência por nomes que tenham experiência na Receita Federal. Mesmo orientado de que havia bons nomes por aqui, ele confidenciou que não apostava em nomes da terra. 

Pelos corredores da SEFA, o nome de Charles Alcantara continua sendo cogitado por servidores de carreira interessados que o futuro governador escute-os e valorize a 'prata da casa'. Para quem não o conhece, Charles Alcantara é auditor fiscal do Estado e ex-presidente do Sindifisco Pará. Interlocutor dor  do PT junto ao PMDB, nas eleições que elegeram em 2006 a governadora Ana Júlia (PT), de quem foi chefe da Casa Civil até abril de 2008. Atualmente ele preside a Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco).

SEPLAN dos sonhos

Para a Seplan, a dedicada Maria Eugenia Rio desejava realizar o seu sonho de voltar àquele órgão, mas Helder acabou de anunciar que a pasta vai ficar no comando de Hana Sampaio Ghassan, auditora de carreira, que foi secretária de Finanças de Helder Barbalho quando ele foi prefeito de Ananindeua. Ela teve uma passagem também na secretaria de Finanças de Belém, com o tucano Zenaldo Coutinho.


SEAD com as meninas da casa

Pra completar, sabe-se que a técnica Rebecca Hesketh, que é da Seplan, está tentando ir para a Sead. É sobrinha da jornalista Vera Castro e tem o apoio da Maria Eugenia Rio. 

A conferir.

quarta-feira, novembro 07, 2018

A VITÓRIA DE HELDER E OS RUMOS DO PARÁ

Eleito com 55,43% dos votos válidos, Helder Barbalho terá grandes desafios para atender promessas e aliados. 

Por Edir Veiga, no Bilhetim

Em 28 de outubro de 2018 as urnas anunciaram o retorno do clã Barbalho e do MDB, ao governo do Pará, após 28 anos, materializado na vitória eleitoral de Helder Barbalho. A vitória desta família finaliza a longa quarentena política que o povo do Pará submeteu esta família em relação ao poder político estadual, cuja última vitória governamental foi em 1990.  

O governador Jatene, mesmo gravemente atingido pela propaganda negativa em torno da crise de violência que abala o Pará, e em especial a região metropolitana de Belém transformou a candidatura continuista de Márcio Miranda, que era pouco conhecido da população em um nome  competitivo e criou enormes embaraço à vitória do emedebista.  

Lembremos, Helder Barbalho teve um grande desempenho nas eleições governamentais de 2014, sendo derrotado, em segundo turno pelo governador Jatene por uma diferença de 3 pontos percentuais. No curso do quadriênio seguinte entre 2015 e 2018, o candidato emedebista trabalhou duro, cada ano em busca de seu objetivo de vir a se tornar governador do Pará nas eleições seguinte, de 2018.  

Podemos dizer que os passos de Helder foram bem planejados. Conquistou um espaço na esplanada dos ministérios como auxiliar direto dos presidentes Dilma e Temer, e como ministro direcionou sua atuação política aos municípios paraenses sendo acompanhado diariamente pela militância política midiática dos veículos de comunicação de sua família, a empresa RBA de comunicações.  

Enquanto Helder trilhava um caminho que buscava visibilidade pública como bom executivo, distribuía obras e serviços pelo estado inteiro, o governador Jatene voltou-se para seu governo e não demonstrou, a priori, nenhuma estratégia individual, de grupo ou partidária que visasse construir um nome que tivesse condições de vir a disputar as eleições de 2018 em igualdade de condições, desde o ponto de partida inicial da disputa eleitoral na pré-campanha, iniciada a partir do mês de maio de 2018.  

Já dizia um famoso marqueteiro, alertando para a correlação entre realizações governamentais e propaganda: um governo com obras e sem marketing é derrotado, assim como um governo sem obras e com marketing, também é derrotado, claro, isto no interior de uma sociedade de milhões, como a paraense.  Por outro lado, não foi percebido uma política sistemática e consistente de marketing de governo no curso deste último quadriênio da gestão de Simão Jatene, enquanto isso, a oposição emedebista trabalhou dia e noite buscando construir a imagem de um governo preguiçoso e leniente com a violência.  

No curso do ano de 2017 realizei várias pesquisas avaliando o desempenho do governo Jatene, e o retrato que aparecia nestas sondagens era de um governo muito mal avaliado, esta avaliação negativa chegava aos 70%.  

Em quanto isso, as rádios, a televisão e o jornal impresso da família Barbalho, todo dia consolidava uma narrativa de que nada funcionava no Pará tendo como ponto de apoio a violência endêmica que atingia todo o Pará, o caos no trânsito e na saúde pública.  

Observem, destes três eixos que davam sustentação à narrativa da oposição midiática, de fato, o governo só não oferecia resposta consistente à problemática da violência. Na saúde o governo Jatene tinha excelentes iniciativas, mas a saúde municipal é de responsabilidade do prefeito, assim como a responsabilidade pela mobilidade urbana nas grandes cidades paraenses, mas o governo não se preocupou em construir uma narrativa alternativa que retirasse de seus ombros o conjunto destas responsabilidades.  

O governo tinha resultados objetivos não percebidos pela população na construção e implantação de hospitais por todo estado, na manutenção das rodovias estaduais, na mobilidade urbana da região metropolitana, na infraestrutura de integração através de pontes de concretos, na construção de espaços de cultura e meio ambiente, no pagamento em dia do funcionalismo, aposentados e pensionistas e na saúde orçamentária do estado, o governo Jatene vinha tendo um desempenho de destaque a nível nacional, a ponto de ser apontado como a quinta melhor gestão estadual do Brasil.   

Enquanto isso a população percebia o governo exatamente ao contrário do que era. O governo exitoso de Jatene era percebido pela população como um governo ineficaz, ineficiente e sem iniciativas, um governo da preguiça. Enfim, a propaganda negativa da oposição se materializava na visão distorcida que o eleitorado absorveu sobre o desempenho do governador Jatene. Somando-se a isso a imprensa barbalhista insuflava o eterno insatisfeitos com governos, que são os funcionários público estaduais, e em especial os professores.  

Parece-me que o governo Jatene não monitorava periodicamente como a população percebia o desempenho do governador e dos secretários de estado. Todo político busca a recompensa junto à população pela sua boa atuação à frente de um governo ou de um mandato, mas para a população recompensar o trabalho de um governante, a população tem de perceber o trabalho deste governante como positivo. Numa sociedade de milhões, a população só toma conhecimento do trabalho de um governante ou de um político através de uma política, sistemática, de propaganda e marketing nos diversos meios de comunicação e durante todo o curso do governo.  

Esta percepção de que o governo tinha um péssimo desempenho consolidou-se pela letargia governamental. Parece que o comando político de governo via os gastos com   propaganda e marketing  e pesquisas como algo não prioritário e assim, seus custos foram minimizados.  

Durante estes últimos quatros anos do governo Jatene, não foi percebido um investimento em marketing e comunicação e muito menos em pesquisas que viessem a monitorar a percepção popular em relação ao desempenho do governo, capazes de fazer frente, no dia a dia, à máquina midiática do MDB que travou uma luta política profissionalizada para construir uma narrativa negativa em torno do desempenho do governo Jatene.  

O grande desempenho político do candidato Helder Barbalho no papel de oposicionista na política paraense se materializou na enorme rejeição que as pesquisas demonstravam em torno da percepção popular sobre o desempenho do governo Jatene, desde o ano de 2017. Estes dados começaram a sinalizar aos partidos políticos paraenses e aos seus dirigentes, de que Jatene estava preparando o pijama político, pois, em resposta ao “pique” político do candidato emedebista, Jatene respondia com o silêncio, cultivava poucas relações pessoais com deputados prefeitos e partidos políticos, enquanto isso, o governo caminhava para sua fase final.  

Assim, Helder Barbalho, mesmo na oposição ao governador Jatene, conseguiu atrair a maioria dos grandes  partidos paraenses, e ao mesmo tempo, realizou  acordos informais que vieram a influenciar o lançamento de um candidato petista, que pouco desempenho demonstrou em sua própria campanha, ao mesmo tempo que, em uma manobra hábil impediu o lançamento de outras candidaturas competitivas na região metropolitana de Belém, abortando a emergência de uma terceira via competitiva  no Pará, para a disputa governamental.  

O candidato ideal para Helder enfrentar seria um candidato identificado com o desgastado governador Jatene e esta condição se materializou.  

Enquanto Helder atuava em várias frente políticas, trazia obras e serviços para o estado, construía imagem de realizador na RBA, impulsionava uma boa percepção popular em torno de sua atuação, ampliava suas relações com partidos de todas as matizes políticas e ideológicas, ao mesmo tempo inseria ”cunhas políticas” nas relações entre deputados e prefeitos com o governador, que mostrava-se pouco afeito à articulações políticas eleitorais em seus últimos anos de governo.  

Mas a candidatura Helder precisava de outras iniciativas visando superar a terrível rejeição que o nome de sua família ostentava na região metropolitana de Belém. Estas iniciativas complementares foram em dois sentidos, de um lado costurou a neutralidade e até o apoio dos grandes meios de comunicação de massa, a exemplo do grupo de comunicação ORM, SBT, Record, assim Helder evitou que estes grupos, especialmente o grupo ORM viesse a tomar partido em favor do candidato do governador.  Em outro front, a candidatura Helder buscou neutralizar uma terceira via eleitoral que pudesse ganhar força em todo o estado. Assim Helder atraiu chefes partidários de peso a exemplo de Lúcio Vale do PR, Zequinha Marinha do PSC, Mário Couto do PP, Josué Bengtson do PTB, O PRB. 

Mário Couto, após as convenções partidárias seria descartado pelo MDB.  

Em relação à esquerda, Helder conseguiu com que o PT fizesse uma campanha tímida, este partido teve boa votação para o governo devido ao impulso recebido pela candidatura presidencial petista. Já o PSOL, não foi para o confronto com o candidato, já favorito, Helder Barbalho, este preferiu bater no já agonizante candidato governista. O PSOL não tirou como eixo demarcar com o MDB, este partido fez uma campanha morna, e só apresentou uma tênue demarcação nos últimos dois debates na TV.  

A votação do PSOL na capital representa o potencial oposicionista sempre presente nas capitais, no contexto de um PT apático na campanha na capital. Estas interações costuradas por Helder Barbalho tenham sido elas, formais ou informais, abriram caminho para que o emedebista tivesse uma grande vitória em Belém. Em Ananindeua, a depressão política do prefeito Pioneiro, seu desinteresse pelas disputas estaduais, permitiram que Helder ganhasse a eleição nesta cidade, com uma margem de 15% em relação à candidatura Márcio Miranda.  

Do lado governista especulava-se em torno das opções de Jatene para sucedê-lo. O prefeito tucano de Ananindeua, Manoel Pioneiro esperava reconhecimento por parte do governador Jatene. Pioneiro tinha sido reeleito prefeito em primeiro turno em 2016, assim como teve uma atuação espetacular na virada eleitoral de 2014, no primeiro e segundo turno, quando Jatene venceu Helder.   

O prefeito de Ananindeua tinha oferecido um desempenho eleitoral em Ananindeua gigantesco, e como tal, Manoel Pioneiro esperava o convite de Jatene para sucedê-lo. Nenhum outro candidato tucano apresentava as credenciais que Pioneiro ostentava para a sucessão de 2018 no Pará. Nas pesquisas eleitorais, Pioneiro apresentava um desempenho de saída de 17%.  

Jatene tinha uma engenharia política em mente para a sucessão de 2018. Jatene resistiu em lançar um candidato tucano à sua sucessão. 

Esta decisão custaria caro ao governador na sucessão que se aproximava, pois os tucanos de alta plumagem, em grande parte não se envolveram na sucessão governamental. O governador tucano apostava em um acordo com o vice-governador Zequinha Marinho para materializar sua estratégia eleitoral.  

Jatene apostava em sair candidato para algum cargo proporcional, lançar Zequinha Marinho ao senado e fazer com que o presidente da Assembleia Legislativa Márcio Mirando viesse a terminar o mandato de governador e se lançar a reeleição em 2018. Nestas circunstâncias, um candidato pouco conhecido do eleitorado paraense, Márcio Miranda.  

A aposta do governador Jatene seria de que Miranda em seis meses se tornaria amplamente conhecido, e de posse da máquina de governo nas mãos, sendo um político sem problemas com denúncias de corrupção, poderia a vir a ser um candidato com amplas chances de ganhar as eleições para o governo do estado. Parece que Jatene tinha como estratégia central entregar apenas 4 anos o governo para Miranda e esperava recuperá-lo para seu grupo, quatro anos depois.  

Mas Jatene não combinou com os “russos” a sua estratégia eleitoral. O vice-governador Zequinha Marinho não aceitou abandonar o seu cargo e em aliança com Helder Barbalho lançou-se candidato ao senado federal. A estratégia de Jatene foi por água abaixo. Jatene manteve a decisão de lançar o presidente da ALEPA ao governo do estado, deixando grande parte da bancada tucana insatisfeita, em especial o prefeito peessedebista Manoel Pioneiro, que não mostrou interesse em participar ativamente da campanha em 2018 para o governo do estado.  

Assim, o governador Jatene lançou a candidatura do presidente da ALEPA Márcio Miranda ao governo do estado. Miranda começou, seis meses antes das eleições, na fase da pré-campanha com 2% de intenção de votos. A candidatura apoiada pelo governador Jatene tinha agora uma dupla tarefa, fazer um candidato pouco conhecido, vir a ganhar ampla visibilidade pública no curso da campanha e construir uma campanha capaz de impulsioná-lo à disputa eleitoral, para enfrentar um candidato da oposição que era conhecido por 99% da população paraense.  

Não deu tempo. As regras que organizaram a campanha eleitoral de 2018 só disponibilizou 45 dias de campanha e para as aparições na televisão foram tão somente de 30 dias, sendo que os candidatos ao governo tiveram somente 15 dias para fazer suas aparições no horário eleitoral gratuito, e outras inserções de poucos segundos no decorrer dos 30 dias seguintes.  

Márcio Miranda demonstrou uma ampla capacidade de disputa e terminou o segundo turno com 45% dos votos válidos. Sem dúvida nenhuma, podemos afirmar que se a campanha eleitoral na televisão tivesse durado mais 30 dias, o potencial eleitoral do candidato Márcio Miranda teria sido amplificado, num contexto em que o eleitorado brasileiro e paraense mostrava grande temeridade em votar em candidatos envolvidos com algum grau de denúncias envolvendo corrupção política e eleitoral.  

Podemos notar no decorrer da campanha alguns possíveis erros que podem ter despotencializado a campanha de Márcio Miranda. Notamos nos primeiros oito programas da campanha de televisão que Márcio Miranda buscava se descolar da imagem do governador, devido sua enorme avaliação negativa, especialmente na região metropolitana de Belém e buscava prestar contas de seu mandato à frente da ALEPA para se apresentar como um executivo experiente, ao mesmo tempo que buscava carimbar Helder Barbalho como um candidato ficha suja.  

Quem é analista de política sabe que Jatene fez um bom governo, mesmo no interior da crise de violência que assolou o Pará, o resultado do governo Jatene é positivo. No período eleitoral a violência cedeu em relação aos meses anteriores ao processo eleitoral. Sabemos também, que Miranda era candidato de Jatene e Helder e sua campanha lembravam isso todos os dias. Ora, nós sabemos também que uma campanha centrada em torno da divulgação das boas realizações do governo, melhora a avaliação popular em torno do desempenho do governo e oferece a alavanca necessária para o candidato apoiado por este governador.  

A candidatura Miranda perdeu preciosos dias que poderiam consolidar na percepção popular a ideia de que Jatene fez um bom governo, bastaria comparar com outros 26 estados da federação, onde 17 não vêm pagando a folha de pessoal regularmente. Jatene tinha um cartel de mais de 500 obras terminadas, inclusive algumas de grande visibilidade como os 17 hospitais inaugurados e outros 4 em fase de acabamento, a rodovia do Marajó, o parque do Utinga, o prolongamento da avenida Primeiro de Dezembro, as pontes de concretos sobre os rios, a manutenção da malha rodoviária, e outros.   

Márcio Miranda só poderia ter suas chances eleitorais ampliadas caso a população consolidasse uma avaliação positiva do governo Jatene. Mas a candidatura Márcio Miranda só veio a fazer prestação de contas do mandato Jatene, na última semana de campanha. Assim, Helder Barbalho derrotou o candidato de Simão Jatene e fez o MDB e sua família retomarem o controle político do Pará após 28 anos afastados do comando político do Pará.  

Helder ainda obteve outra vantagem estratégica sobre a candidatura governista de Márcio Miranda, durante os debates na televisão. Ora, todos sabem que Helder foi formalmente denunciado por delatores da JBS  no curso da Operação Lava Jato. Em uma campanha este fato teria efeito devastador.  

Ora, Miranda sabia disso e centrou seus ataques contra Helder taxando-o de ficha suja. Por outro lado, Helder, se aproveitou da denúncia do Promotor estadual sobre questionamentos e denúncias sobre uma possível irregularidade na aposentadoria do candidato Miranda. Helder apresentou Miranda como um fraudador e para somar a estas denúncias, Helder buscou colar a imagem do vereador e denunciado por associação ao tráfico de drogas Gordo do Aurá ao candidato Márcio Miranda.  

Em síntese, Helder conseguiu criar confusão na cabeça do eleitor indeciso e teve sua estratégia vitoriosa. Tivemos no Pará um pouco mais de 10%¨de eleitores que votaram Branco ou Nulo, totalizando quase quinhentos mil votos. E ao final do processo eleitoral podemos dizer que o eleitor indeciso que poderia ser capturado pelo voto ficha lima foi neutralizado e Helder veio a vencer o pleito eleitoral de 2018.  

A coligação emedebista também elegeu as duas vagas ao senado em disputa. Esta vitória da coligação oposicionista era pré-anunciada devido ao racha na base governista. Da base do governador Jatene foram lançados pelo menos três candidatos com bom potencial eleitoral: Flexa Ribeiro, Coronel Osmar e Sidney Rosa. O racha dos votos na base do governo do estado propiciaram a vitória das candidaturas oposicionistas de Jader Barbalho e Zequinha Marinho

Ou seja, a pulverização de candidatos governistas já anunciava que Simão Jatene tinha perdido o poder de coordenação política sobre os partidos de sua base de sustentação.  

Jatene deixa o governo após uma exitosa gestão, mas também deixa o PSDB fraturado. Todos os estudiosos sabem que deputados e prefeitos só conseguem manter viva suas carreiras políticas se forem bem avaliados pela população. No curso de todos os governos pós redemocratização, estes têm conseguido a base parlamentar necessária para governar.   

Os deputados buscam fazer parceria com o governo de plantão para levar obras e serviços para suas bases eleitorais. Este fato prenuncia de que o novo governador terá especial satisfação de cooptar a base peessedebista no Pará, em especial os deputados e prefeitos. O PSDB deve sair a partir destas eleições como um partido bastante desidratado politicamente.   

Creio que Helder poderá ter, se assim o quiser, obter o apoio de até 40 deputados na sua base de sustentação parlamentar, além de 90% dos prefeitos municipais. Não sei se convém ao governador eleito construir tamanha base, pois o governo teria grande parte de seu orçamento consumido nesta missão, aumentando em muito os custos da governabilidade.  

Quanto às perspectivas do futuro governo Helder dependerá em muito das escolhas que serão feitas no início do governo. Os orçamentos de governos estão cada vez mais escassos. O Brasil já apresenta vários anos de estagnação econômica com baixíssimo crescimento do PIB. A lei Kandir lesa as finanças estaduais. 

Nosso estado se baseia no setor de serviços e no consumo que advém do funcionalismo público e dos aposentados e pensionistas, além dos consumidores de baixo padrão advindo dos titulares dos programas sociais do governo federal. Os grandes empreendimentos econômicos do estado estão sob controle do governo federal.  

Helder assumiu muitos compromissos com gastos fixos, a exemplo do pagamento do piso nacional dos professores estaduais, o salário dos delegados em paridade com os rendimentos dos promotores, com gastos voltados para a proteção social. É desta equação é que saberemos o poder de investimento, a partir de recursos próprios do futuro governador do Pará.  

Por outro lado, o MDB, pela primeira vez enfrenta grande incerteza quanto ao relacionamento com o futuro presidente da república, Jair Bolsonaro

O MDB sempre sobreviveu como um partido congressual e da esplanada dos ministérios. 

O MDB saiu das eleições de 2018 com o pior desempenho eleitoral de sua história recente, e toda a sua capacidade de barganha com o novo governo dependerá da participação ou não do MDB no comando da câmara dos deputados ou no senado federal.  

Estas incertezas recomendam ao novo governador muito critério na hora de assumir gastos fixos, como em relação à folha de pagamento. Ou Helder faz um governo de austeridade, cortando desperdícios na máquina administrativa, planeja antecipadamente os custos fixos da máquina de governo ou poderá no curto espaço de tempo, ver a capacidade de investimento mínimo do estado chegar a níveis paralisantes.  

Helder estará frente a um grande dilema. 

Como cumprir com a enorme de agenda de promessas que assumiu nos palanques eleitorais no contexto da grave crise econômica que o Brasil passa? 

Como atender a enorme demanda que será apresentada pelos partidos aliados, atinentes a cargos, funções, obras, serviços e empregos temporários para seus apoiadores? 

Usando uma figura de linguagem, eu diria que o Helder tem 100 ingressos para um espetáculo, mas prometeu entrada para 10 mil pessoas.  

É ver para crer.

quinta-feira, novembro 01, 2018

A DOXA errou ou Helder Barbalho abusou das Fake News?

Tendo acertado o resultado das últimas eleições, inclusive o 1º turno, a DOXA era uma ameaça e precisava ser parada. E foi.

Por Diógenes Brandão

O Instituto DOXA Pesquisas vem a público esclarecer alguns fatos relacionados aos acontecimentos decorrentes do resultado eleitoral e da nossa última pesquisa, realizada no decorrer da última semana das eleições 2018.

O resultado do primeiro turno das eleições no Pará revelaram que os números das pesquisas realizadas pelo Instituto DOXA estavam corretos. Do começo ao fim, aferimos a intenção de votos do eleitor paraense, em todas as mesorregiões do Estado, com uma amostra de quase 2000 entrevistas, utilizando metodologia e profissionais já testados e aprovados pelos últimos resultados eleitorais.

Cabe lembrar que a última pesquisa DOXA apresentou o seguinte quadro: 

Helder Barbalho: 47,1%
Márcio Miranda 35,1%. 

E qual o resultado das urnas no primeiro turno? 

Helder Barbalho 47,69%
Márcio Miranda 30,21%. 

E a última pesquisa IBOPE, o que dizia?

Helder Barbalho: 54%
Márcio Miranda 25%. 

Diante destes números do primeiro turno, podemos dizer que a DOXA foi o único instituto de pesquisa eleitoral, que registrou suas aferições junto à justiça eleitoral e confirmou seus números perante o resultado das urnas.

Mas diante o segundo turno, sabemos que temos uma nova eleição e isso acaba reconfigurando o cenário anterior, fazendo com que haja de fato um novo processo de escolha.

E no segundo turno, soubemos o quanto houve uma reconfiguração das coligações em disputa. Vejamos algumas:

1 - A pesquisa DOXA foi realizada até sexta-feira, e ao saber da ameaça do crescimento de Márcio Miranda, a campanha de Helder Barbalho tratou de pressionar ainda mais prefeitos de sua coligação para que se empenhassem ainda mais na mobilização e penetração da campanha em suas bases. Além disso, foram "pra cima" de prefeitos ligados aos partidos da coligação de Márcio Miranda, que crescia em apoio popular, mas perdia cada vez apoio institucional, de prefeitos, vereadores e lideranças partidárias, inclusive do seu partido, o DEM, do PSDB e demais aliados.

2 - O assédio aos prefeitos, vereadores e lideranças veio somado a uma forte e contundente promessa de cargos e poder no futuro governo de Helder Barbalho. Até o blog recebeu emissários, que primeiro prometiam mundos e fundos, para ajudarmos a campanha do candidato do MDB, mas ao ouvirem nossas recusas, em nome do bom jornalismo, os enviados do MDB passaram a ameaçar e prevê um futuro ingrato, com perseguições e falta de apoio financeiro, como se alguma vez eu tivesse solicitado dinheiro para algum grupo político. Estes representantes de Helder Barbalho, voltaram todos sem acordo algum fechado e conscientes de que o blog AS FALAS DA PÓLIS não se aluga e nem está à venda.

3 - Para quem presenciou o dia D, ou seja, o domingo, dia das eleições na região metropolitana, onde 1/3 dos votos decide o pleito, sabe que a campanha de Márcio Miranda não agiu da mesma forma da campanha de Helder Barbalho, que encheu as esquinas e as frentes dos colégios eleitorais de santinhos e cartazes apócrifos* (infelizmente grande parte da população não sabe o significado de algumas palavras e nem o risco que elas representam a nossa democracia. 

4 - Assim como  houve gente paga para jogar santinhos e cartazes, teve mais gente ainda paga para a famosa e tradicional "boca de urna", proibida por lei, mas que em toda a eleição insistem em jogar na cara dos juízes eleitorais que não passa de lei morta, pois o que mais teve foi gente vestido de azul, distribuindo santinhos de Helder Barbalho ao redor e em frente aos locais de votação.

5 - O uso das imagens do "Gordo do Aurá", nas inserções e programas de rádio e TV de Helder Barbalho, durante todo o segundo turno, criaram um estado de nivelamento entre o candidato e seu rival, até então isento de qualquer envolvimento com ilicitudes, mas que foi duramente atacado pelo fato de ter participado do evento de lançamento do Dr. Daniel (PSDB), onde ao chegar no palco, viu o gordo assumir o microfone e ser colocado ao seu lado, restando-lhe o olhar de surpresa pela 'casinha' em que havia sido colocado. Segundo o próprio Márcio Miranda, bastaram 8 segundos para que a equipe de Helder Barbalho que gravava o evento, pudesse registrar para depois editar e tirando do contexto do evento, induzir que aquelas imagens 'provavam' o envolvimento do 'Gordo do Aurá' com Márcio Miranda, chegando ao ridículo de sugerir que aquele traficante, preso em Setembro pela polícia estadual, poderia compor o governo do Estado e mandar na área da segurança. 

6 - A campanha de Márcio Miranda subjugou o poder de manipulação desta e de outras Fake News e não soube lidar com as respostas no tempo hábil e nem na forma correta, para desmistificar as peças produzidas pela campanha de Helder Barbalho, a qual sofreu um revés ao ter dois bunkers digitais descobertos em uma operação policial até hoje guardada em segredo, mas pelo que este blog soube, foram feitas prisões de quatro pessoas que participavam do esquema ilegal, onde além da clonagem de blogs como este, produziram Fake News e as distribuíram massivamente, através de sofisticados programas, computadores e estrategistas digitais contratados pelo genro do deputado federal Beto Salame, em conluio com o comando central da campanha de Helder Barbalho. 

7 - A operação policial que resultou em uma gravação realizada ilegalmente na sede do instituto DOXA, foi a cartada final que a campanha de Helder Barbalho precisava para desacreditar os números divulgados pelo instituto que vinha acertando todos os últimos resultados eleitorais no Pará. 

8 - Ao perderem duas ações movidas por 28 advogados da coligação liderada pelo MDB no TRE-PA, que pretendiam suspender a divulgação realizada no tempo certo e sem nenhum erro, a família Barbalho contou com a ajuda final do juiz Heyder Tavares, que em tempo recorde concedeu a autorização para que a sede da DOXA Pesquisas tivesse um mandado de busca e apreensão autorizado. 

9 - A ação foi toda planejada e televisionada, o que é ilegal, e assim como os advogados de Helder Barbalho, equipes de TV já estavam posicionadas em frente ao prédio da empresa para adentrarem junto com os policiais na sede da empresa.

10 - Um dia depois da ação policial na sede do instituto DOXA, o Desembargador Roberto Gonçalves de Moura, determinou a suspensão da busca e apreensão expedida pelo juiz Heyder Tavares, alegando que este não tinha a prerrogativa de tomar tão decisão e o ordenou a devolver todos os equipamentos apreendidos na sede da empresa, tratada como inimiga pela família Barbalho.

11 - Em seu despacho o desembargador é direto e objetivo: "A decisão é teratológica e invadiu competência da juíza auxiliar da propaganda, Sra. Lucyana Said Daibes, a qual havia prolatado outra decisão anterior (id 201790), em que proibiu tão somente a divulgação da pesquisa antes do dia 27 de outubro de 2018.". Ou seja, como todos sabem, a pesquisa DOXA não foi proibida e nem publicada antecipadamente, como muitos veículos de imprensa afirmaram, levando a opinião pública, uma Fake News como se fossem matérias jornalísticas sérias. 

12 - O juiz Heyder Tavares foi obrigado a devolver nesta quinta-feira os equipamentos da DOXA, sem que haja tido qualquer perícia neles, pois sua ordem de busca e apreensão foi ilegal, imoral e teve como único intuito colocar sob desconfiança os números da pesquisa divulgada pelo instituto e beneficiar a narrativa de que havia manipulação dos dados coletados, o que a justiça repôs a verdade, negada pela imprensa e todo o poderosos esquema midiático controlado com maestria, que acabou interferindo na formação da opinião pública e garantindo o resultado positivo para o candidato Helder Barbalho.




13 - O blog AS FALAS DA PÓLIS registra que manterá sua finalidade de levar ao público as informações omitidas em diversos veículos de comunicação, os quais perdem audiência e credibilidade a cada processo eleitoral, dado o tratamento partidário que impõe aos seus leitores, telespectadores e ouvintes, seja dos jornais impressos, programas de tv e rádio, bem como seus portais de notícias na internet.

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