quarta-feira, dezembro 18, 2013

Como ganhar discussões com seus parentes de direita neste Natal


A genial publicação é de Afonso Sepulveda no Made in Brazil

Um guia de quatro passos de elegância para todos os filhos ingratos da nossa classe média brasileira

Inspirado neste artigo do Salon.

É a celebração anual do bebê sagrado e você só quer sobreviver às horas com os parentes que raramente vê, mas precisa ser educado. Bem, se você for o filho ingrato esquerdista que alguns deles pensam que é, neste Natal, é melhor que você esteja preparado para as piadas sobre José Genoíno e os comentários sobre como as pessoas andam arruinando o mundo.

Para que você passe por todo esse processo do jeito menos doloroso possível, aqui vai um guia de argumentos que você poderá usar para acabar com quatro tipos de discussão com seu tio tucano que vai fazer de tudo para provar que você é um radical vagabundo que-não-sabe-o-que-está-falando-e-deveria-dar-mais-valor-ao-que-tem. Com esse texto, você estará pronto para salvar seu Natal em família.

OBS: Nem todos as pessoas acima de 40 que são de direita compartilham das mesmas visões. Você também não está a salvo só por ser de esquerda. Isso é apenas uma brincadeira (com um graaaande fundo de verdade). Pessoas não são completamente definidas pelas posições políticas que tomam.

1. Educação: “As cotas são racistas e o vestibular deveria ser exclusivamente uma meritocracia.”

Em dois anos, metade das vagas em universidade federais vão ser para candidatos cotistas, então, eu quase entendo a sua preocupação com o assunto. Você quer que seu filho entre numa universidade boa e não há nada de errado nisso. Claro, seu filho, assim como eu, estudou em uma escola particular e fez um cursinho caro, que só uma parte da sociedade brasileira com poder aquisitivo consegue ter acesso. O que eu quero dizer é: se você não estudou em uma escola pública e não sofreu com a falta de oportunidades facilitadas pelo dinheiro, você tem mais privilégio que as outras pessoas.

Portanto, eu espero que você tenha entendido a importância das cotas por classe econômica e tipo de instituição de ensino. Existem pessoas que não são tão sortudas quanto seu filho.

Sobre as cotas raciais: a classe média brasileira, que é majoritariamente branca, tem mais poder aquisitivo que as classes mais baixas, que, aqui, tem uma grande representação parda e negra.

Claro, você tem famílias negras no seu condomínio e, claro, você já viu pessoas brancas em bairros pobres. Mesmo assim, o que estamos vendo agora em universidades públicas é uma forma de segregação racial. Na USP, eleita a melhor universidade do Brasil pela Folha, dos cinco cursos mais concorridos, apenas um calouro se declarava como “preto”.

Então, você consegue imaginar porquê os negros não estão na universidade pública?

Racismo, latente, expressado em diferentes formas. Pessoas negras podem ter menos oportunidades que as brancas e situação ainda é mais difícil para os negros que estão em classes sociais mais baixas. É muito fácil falar sobre meritocracia na educação quando seu filho, branco, nunca perdeu um emprego ou foi vítima de preconceito racial ou nunca precisou estudar em um colégio público de ensino de má qualidade. Por isso, precisamos de cotas e elas não vão fazer seu filho ter menos oportunidades na vida. Quem sabe um dia, sem o racismo e falta de ensino de qualidade para instituições públicas, possamos viver em uma meritocracia nos vestibulares. Até lá, você vai ter que engolir.

Se você ainda tem medo das cotas, leia isto. Ou se você precisa de um bando de pessoas brancas (e um ministro negro) te dizendo que está tudo bem, leia isto.



2. Manifestações: “Um grupo de cem pessoas fechar a praça Sete é um atentado à democracia, uma forma de terrorismo.” — prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda (PSB), sobre manifestações no centro da capital, no Encontro Estadual de Prefeitos e Prefeitas de MG em novembro deste ano.

Bem, existe essa presunção de que democracia é intrinsecamente e exclusivamente resumida ao direito de voto. Você provavelmente acredita que “não adianta nada as pessoas saírem nas ruas se ainda não aprenderam a votar”. Acontece que o sistema eleitoral por si só, meu amigo, não garante democracia a ninguém.

Para te dar um exemplo, você deve se lembrar de uma liminar do TJMG que proibia, a pedido do governo do estado, as manifestações em vias públicas em Minas Gerais. Pois bem, se você googlar TJMG + STF + manifestações, todos os resultados serão sobre essa decisão do STF em junho desse ano, que derruba a liminar do TJ, justificando que:

“a democracia, longe de exercitar-se apenas e tão somente nas urnas, durante os pleitos eleitorais, pode e deve ser vivida contínua e ativamente pelo povo, por meio do debate, da crítica e da manifestação em torno de objetivos comuns.”

Então, claro, eu sei que você quer chegar ao seu trabalho ou na sua casa a tempo. Também devem existir gente que saiu muito mais prejudicada que você com o engarrafamento das manifestações. Pessoas que arriscaram o emprego por causa de atraso; que ganham menos e que talvez sejam consideradas pelos patrões como “mão-de-obra-descartável”. Você, nem eu, nem ninguém aqui sabe o que é isso porque, veja bem, compramos quatro chesters de 4kg da Perdigão (que custam um pouco mais que R$ 50,00) para o Natal.

Eventualmente, eu também fiquei preso dentro de um ônibus por cerca de duas horas para voltar para casa. A Praça Sete estava completamente fechada e estávamos morrendo de calor. Foi em um dia em houve manifestações tanto de metalúrgicos, quanto de moradores de ocupações que lutam contra o despejo. No entanto, se não fosse pelo fechamento das vias públicas e pela consequente cobertura da mídia, seriam muito menores as chances de nós (membros da classe média com nossos problemas de classe média) sabermos sobre quem são essas pessoas e que diabos está acontecendo com elas.

Portanto, você pode sim reclamar sobre protestos que param as avenidas movimentadas. Você também pode defender que existem alternativas mais eficazes de se protestar e conseguir atenção. Apenas não desqualifique um movimento só porque ele tomou lugar no meio da rua. Minorias desprivilegiadas (eles) querem a atenção das autoridades e da maioria com privilégios (nós). Estar no meio do seu caminho pode ser considerado um jeito radical, porém, ainda representa uma maneira de expressão notavelmente democrática.

3. Auxílio governamental:



O Bolsa Família fez 10 anos de existência em 2013 e o governo Dilma foi o que mais investiu dinheiro público em programas sociais (R$ 403 bilhões, quase o dobro do governo Lula e três vezes mais que o governo FHC). Não, [insira nome do parente tucano], eu não sou petista.

O crescimento da Bolsa Família é um dos exemplos dados pela classe média (ou, pelo menos, por alguma classe média) para desqualificar políticas que usam dinheiro público para dar assistência a quem precisa. “Não pode dar o peixe, tem que ensinar a pescar,” você me diz.

Quanta sabedoria.

Talvez, o que irrita tantos sobre Bolsa Família é que o programa dá a chance do beneficiado usar o dinheiro do auxílio da forma que bem entender, comprando o produto que bem quiser. Pois bem, uma socióloga que, durante cinco anos, conheceu famílias beneficiadas com a verba, deu uma entrevista para um blog do Estadão em que conta sobre a hesitação da classe média em ver dinheiro na mão de pessoas mais pobres:

“Toda a sociologia do dinheiro mostra que sempre houve muita resistência, inclusive das associações de caridade, em dar dinheiro aos pobres. É mais ou menos aquele discurso: “Eles não sabem gastar, vão comprar bobagem.” (…) Essa resistência em dar dinheiro ao pobres acontecia porque as autoridades intuíam que o dinheiro proporcionaria uma experiência de maior liberdade pessoal. Nós pudemos constatar na prática, a partir das falas das mulheres. Uma ou duas delas até usaram a palavra liberdade. “Eu acho que o Bolsa Família me deu mais liberdade”, disseram. E isso é tão óbvio. Quando você dá uma cesta básica, ou um vale, como gostavam de fazer as instituições de caridade do século 19, você está determinando o que as pessoas vão comer. Não dá chance de pessoas experimentarem coisas. Nenhuma autonomia.

Walquíria Leão Rego também desvalida o argumento de que dar dinheiro aos pobres causa a consequente acomodação e “aff-eles-vão-ficar-acostumados-com-dinheiro-de-graça-e-não-vão-trabalhar”:

“O ser humano é desejante. Eles querem mais da vida, como qualquer pessoa. Quem diz isso falsifica a história. Não há acomodação alguma. Os maridos dessas mulheres normalmente estavam desempregados. Ao perguntar a um deles quando tinha sido a última vez que tinha trabalhado, ele respondeu: “Faz uns dois meses, eu colhi feijão”. Perguntei quanto ele ganhava colhendo feijão. Disse que dependia, que às vezes ganhava 20, 15, 10 reais. Fizemos as contas e vimos que ganhava menos num mês do que o Bolsa Família pagava. Por que ele tem que se sujeitar a isso, praticamente à semiescravidão? Esses estereótipos tem que ser desfeitos no Brasil, para que se tenha uma sociedade mais solidária, mais democrática. É preciso desfazer essa imensa cultura do desprezo.”

Não se surpreenda. Pessoas carentes (uma palavra que, nós, classe média, adoramos usar para aliviar culpa) também fazem parte da sociedade de consumo e provavelmente gostariam de ter mais poder de aquisição. É aí que programas como o Bolsa Família atuam: eles reduzem os efeitos da falta de oportunidades que são negadas aos que estão fora da bolha.

Claro, você pode criticar as falhas do programa. O Bolsa Família está, de fato, sujeito a diversos tipos de denúncias de fraudes. Só evite atacar o todo pela parte. Os programas sociais não pretendem estimular a dependência; muito ao contrário, eles são implantados para proporcionar alguma qualidade de vida para pessoas desfavorecidas no sistema econômico.

Diferentemente de nós.

4. “Pff, não discuto com quem apoia mensaleiro”

Por final, permita-me usar o Google para você.




Pesquisa revela preferência do eleitorado do Oeste Paraense

Pesquisa realizada pelo Instituto Doxa na segunda quinzena de novembro/2013 na região Oeste do Pará para aferir a intenção de voto para deputado estadual e federal aponta os seguintes resultados:

Na pergunta espontânea em que não é apresentada nenhuma lista de candidatos a deputado estadual, o índice de pessoas que não sabem indicar algum nome chega a 76,6% e os que votariam nulo ou branco soma 8,9%. Os nomes que aparecem são de Lira Maia em primeiro, Reginaldo Campos, Márcio Pinto, Nélio Aguiar, Henderson Pinto, Erasmo Maia, Lucineide Pinheiro, Júnior Ferrari, Antônio Rocha e Zé Maria.



A pesquisa testou 12 nomes de possíveis candidatos a deputado estadual na região. De acordo com os resultados, os atuais deputados estaduais Antonio Rocha e Júnior Ferrari  ficaram empatados em primeiro lugar com 10,8% das intenções de voto cada. Hilton  Aguiar aparece em terceiro lugar com 8,2%. 

A ex-candidata a Prefeitura de Santarém, Lucineide aparece em quarto lugar com 7,6%. O deputado estadual Zé Maria vem em quinto lugar com 6,3% de intenções de voto. O Superintendente estadual do Ministério do Trabalho, Odair Correa vem em sexto lugar com 3,8%. Airton Faleiro e Silvio Amorim aparecem empatados com 3,2%; Júnior Hage vem com 2,5%; Gabriel Guerreiro com 1,9%; o ex-prefeito de Óbidos, Jaime Silva, aparece com 1,3%; e a deputada estadual Josefina ficou com 0,6% das intenções de voto.



Na pergunta espontânea para deputado federal, o índice de quem são soube indicar algum nome é de 69%; 15,1% anulariam eu voto ou votariam em branco. Dos que aparecem, o atual deputado federal Lira Maia aparece em primeiro lugar com 6,3% seguido de Priante com 1,9%. Nélio Aguiar e Carlos Martins vêm empatados com 1,3%. Os demais nomes que aparecem tem índices de 0,6%, conforme gráfico abaixo.


A pesquisa testou nove possíveis nomes para deputado federal na região Oeste do Pará. Mesmo apresentando a lista dos nove nomes, 22,2% ficaram indecisos quanto aos nomes apresentados; e 12% anulariam o voto ou votariam em branco. Em primeiro lugar aparece o deputado federal Lira Maia com 19,6%; Nélio Aguiar aparece em segundo lugar com 13,3%; em terceiro vem Priante com 8,9%; a ex-governadora Ana Júlia aparece em quarto lugar com 7%; Carlos Martins vem quinto; o deputado federal Dudimar Paxiúba aparece em sexto lugar com 4,4%; o também deputado federal Nilson Pinto vem em sétimo lugar com 3,2%; Megale vem em oitavo com 2,5 Zé e Geraldo aparece em nono lugar com 1,3%.




Justiça manda Kassab devolver parte do salário de prefeito


O juiz Aluísio Moreira Bueno acatou os argumentos do Ministério Público e considerou ilegal o decreto editado em fevereiro de 2011, no qual Kassab elevou o próprio salário de R$ 12,3 mil para R$ 20 mil e o da vice-prefeita, de R$ 10 mil para R$ 21,7 mil; a diferença dos valores deverá ser paga com correção monetária e juros de 1% ao mês. O valor da ação está estimado em R$ 228 mil

Por Daniel Mello, repórter da Agência Brasil.

São Paulo – A 4ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo determinou que ex-prefeito da capital paulista Gilberto Kassab devolva parte do salário recebido durante sua gestão. A decisão afeta também a ex-vice-prefeita Alda Marco Antônio.

O juiz Aluísio Moreira Bueno acatou os argumentos do Ministério Público e considerou ilegal o decreto editado em fevereiro de 2011, no qual Kassab elevou o próprio salário de R$ 12,3 mil para R$ 20 mil e o da vice-prefeita, de R$ 10 mil para R$ 21,7 mil.

“Notadamente, houve a clara intenção na violação dos princípios que regem a administração pública, pela qual foi causada lesão ao patrimônio público, já que agiram contra os princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade”, diz o juiz na decisão.

A diferença dos valores deverá ser paga com correção monetária e juros de 1% ao mês. O valor da ação está estimado em R$ 228 mil. Segundo a sentença de primeira instância, o salário do prefeito só poderia ter sido aumentado pela Câmara Municipal para o exercício seguinte.

A politicagem paraense e o gênio da camisa 33

Stefani Henrique, ou o "gênio da camisa 33", teve duas derrotas esta semana.
Quase ninguém o conhecia, mas Stefani Henrique como "marketeiro" responsável pela ridícula apresentação do novo jogador do clube do Remo, no último domingo no Mangueirão e de ter trocado o escudo do clube em uma peça publicitária, há dois meses atrás, tem ganhado notoriedade. 

Antes de assumir a diretoria de Marketing do Clube do Remo, o nacional  prestava serviços ao PSOL-PA, partido que ajudou na derrota do então candidato a prefeitura de Belém, Edmilson Rodrigues, assim como já ajudou na derrota de alguns prefeitos pelo interior do Estado, como o ex-prefeito de Capanema, Alexandre Buchacra, que tinha certa sua reeleição, até contratar o "gênio da camisa 33" para assessorá-lo em sua comunicação.

Tido como "pé frio" e na condição de isolado em seu partido, o PT, Stefani hoje presta serviços à UGT, comandada pelo sindicalista Zé Francisco (PMN), quem faz uma oposição severa ao governo Dilma. 

Famoso por garfes históricas, a última investida de Stefani foi aconselhar seu cliente, o Zé Francisco" a reivindicar a vaga de suplente do Deputado Federal Gabriel Guerreiro (PV). 

Acontece que Zé Francisco foi suplente de Guerreiro até o dia em que era do PV, mas Stefani ignorou a lei eleitoral e foi pedir que Edmilson Rodrigues fosse defender a vaga de seu cliente, que hoje está no PMN. 

E não é que Edmilson fez?!

O presidente estadual do PV, Zé Carlos Lima, manifestou-se indignado em uma rede social, com as seguintes palavras: 

"Fiquei decepcionado e ao mesmo tempo sem entender o discurso do deputado Edmilson Rodrigues ontem na Assembléia Legislativa exigindo que o presidente desse posse imediata ao Zé Francisco, presidente do PMN, na vaga que é do PV. Logo o PSOL que sempre defendeu a fidelidade partidária. Edmilson Rodrigues deve ter bons motivos para ter mudado de posição."

Quem os conhece sabe que não é de hoje que o Deputado Estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) serve de porta voz e concede favores ao "marketeiro azarento". 

No PSOL, há quem diga que "Ed", teria pedido à sua companheira de partido, a vereadora Marinor Brito, que esta articulasse junto ao vereador Zeca Pirão (presidente do Remo), uma vaga na diretoria do clube à Stefani, como prêmio a este por ter participado da última campanha eleitoral, onde "Ed" foi derrotado por Zenaldo e este elegeu-se prefeito de Belém.

A jornalista Franssinete Florenzano noticiou a derrota do nacional em sua pretensão de usurpar o mandato do deputado estadual Gabriel Guerreiro em seu blog, com as seguintes palavras:

"O deputado Gabriel Guerreiro(PV) conseguiu liminar do TSE garantindo o seu mandato, enquanto são examinadas as razões de seu recurso. Emocionado, foi à tribuna e entregou ao presidente da Alepa, deputado Márcio Miranda(DEM), cópia da decisão." 

Diante de mais um fiasco, qual será a próxima ideia mirabolante do "gênio da camisa 33"?

terça-feira, dezembro 17, 2013

Retirada da candidatura de Serra é festejada no PSDB

PSDB comemora desistência de José Serra na disputa para o planalto.


 "Como a maioria dos dirigentes do partido acha conveniente formalizar o quanto antes o nome de Aécio Neves (senador do PSDB de Minas Gerais) para concorrer à Presidência da República, devem fazê-lo sem demora. Agradeço a todos aqueles que têm manifestado o desejo, pessoalmente ou por intermédio de pesquisas, de que eu concorra novamente".

José Serra, ex-governador de São Paulo, descartando a possibilidade de apresentar-se novamente como candidato do PSDB à presidência de República.

Leia mais.

Finalmente: PF instaura inquérito sobre sonegação da Globo



Finalmente, uma notícia que nos dá esperança de não mais vivermos numa república de bananas. Uma comissão de blogueiros do núcleo fluminense do Barão de Itararé,  formada por Theo Rodrigues, Alexandre Teixeira, Miguel do Rosário e Ester Neves, esteve nesta segunda-feira na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro e conseguiu algumas informações novas sobre a denúncia contra a sonegação da Rede Globo e posterior sumiço dos documentos que tratavam do caso.

A denúncia, que o Barão de Itararé protocolou junto ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, transformou-se no Ofício 13344/13, encaminhado à Corregedoria da Superintendência da Polícia Federal. Até aí já sabíamos e divulgamos.

A novidade é que a denúncia foi aceita pela Corregedoria e enviada para a Delegacia Fazendária, chefiada pelo Delegado Bruno Tavares.

A própria Corregedoria determina a instauração do inquérito. Ao encaminhar o ofício à Delegacia Fazendária, a Corregedoria escreve: “Remeto à PI: 1.30.001.004058/2013-51, instaurado a partir de notícia crime requerendo a insturação de inquérito policial para apuração e prática dos delitos (…)” Confira o documento abaixo.

O documento chegou à Delegacia Fazendária, onde também estivemos, e, na ausência do Delegado Bruno Tavares, conversamos com o chefe de cartório, que nos mostrou um outro documento (este interno, que não pôde nos entregar), onde consta a ordem do próprio chefe da Polícia Federal no Rio, Doutor Fabio Ricardo Ciavolih Mota,  para a instauração do inquérito.

O chefe de cartório da Delegacia Fazendária nos assegurou (eu fiz essa pergunta três vezes) que, segundo a burocracia da PF, o inquérito já pode ser considerado instaurado, só faltando agora uma análise final para saber exatamente quem será a equipe responsável e qual será a linha de investigação.

A mesma fonte nos informou que, em função do recesso dos servidores, os detalhes do inquérito (número do inquérito, delegado responsável, linha de investigação) apenas serão conhecidos em meados de janeiro.

sábado, dezembro 14, 2013

O Mundo Amanhã - Julian Assange entrevista Hassan Nasrallah (Hezbollah)

Mesmo tendo sido gravado ano passado, o vídeo foi pouco visto e vale a pena ser compartilhado.

Nele, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, entrevista Hassan Nasrallah, o líder do movimento xiita libanês Hezbollah, no primeiro de uma série de programas exibidos pelo canal russo em língua inglesa RT.

Assange fez a entrevista a partir da Inglaterra com Nasrallah, considerado terrorista pelos Estados Unidos e Israel e que falou "de um lugar secreto no Líbano", informou o criador do Wikileaks.

O controverso fundador da página web admitiu que esperava enfrentar críticas por emitir seu programa em um canal em inglês financiado pelo Kremlin e que promove abertamente a visão de Moscou sobre os assuntos internacionais.

O Mundo Amanhã - Julian Assange entrevista Hassan Nasrallah (Hezbollah)

Mesmo tendo sido gravado ano passado, o vídeo foi pouco visto e vale a pena ser compartilhado.

Nele, o fundador do Wikileaks, Julian Assange, entrevista Hassan Nasrallah, o líder do movimento xiita libanês Hezbollah, no primeiro de uma série de programas exibidos pelo canal russo em língua inglesa RT.

Assange fez a entrevista a partir da Inglaterra com Nasrallah, considerado terrorista pelos Estados Unidos e Israel e que falou "de um lugar secreto no Líbano", informou o criador do Wikileaks.

O controverso fundador da página web admitiu que esperava enfrentar críticas por emitir seu programa em um canal em inglês financiado pelo Kremlin e que promove abertamente a visão de Moscou sobre os assuntos internacionais.

Globo Repórter denuncia o caos na saúde pública no Pará

Diretor do HPSM brinca com o estado caótico da saúde e reza no final pro reportagem ir embora.

Na noite desta sexta-feira (13), a situação da saúde paraense foi retratada novamente em rede nacional.

Desta vez o Globo Repórter retorna à Belém, cidade governada pelo PSDB, partido que também governa o Estado e lá a equipe de reportagem apurou novamente a situação do pronto-socorro da 14 de Março e do Guamá, assim como de hospitais da ilha do Marajó, todos com sérios problemas de gestão e com tratamento desumano com os pacientes. 

Além de revelar que pessoas ficam até mais de 02 semanas sem nenhum tipo de atendimento médico dentro dos hospitais, as pessoas não comem e ficam jogados no chão, assim como tem que conviver com a sujeira e largados à sua própria sorte.

Foi uma vergonha ver de novo, a realidade de nosso Estado retratada e o pior foi confirmar que nem o Conselho Regional de Medicina, nem o Ministério Público Estadual fizeram absolutamente nada para mudar a realidade caótica que estamos submetidos. 

Pra finalizar a reportagem, o diretor do HPSM da 14 de Março, indicado pelo Prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB), ironiza dizendo que ao invés de fazer sintonia AM, farão sintonia FM e iniciar um "Pai Nosso" pelas boas idas da equipe de reportagem da Rede Globo que em nenhum momento revelou o partido que governa o Pará e a capital, Belém.

O blog As Falas da Pólis tentou protocolar denúncia através do site da Ouvidoria do SUS, mas este se encontra em manutenção, o que fez com que iniciássemos a coleta de assinaturas para a petição que pede a imediata investigação dos casos retratados pelo Conselho Federal de Medicina e as instâncias superiores do Ministério da Saúde. 

Assista a reportagem do Globo Repórter desta sexta-feira (13), no fim da postagem.

De 2011 prá cá, nada mudou, diz a reportagem do Globo Repórter desta sexta-feira (13).

Patrícia tem apenas 16 anos e tenta ser forte o bastante para socorrer a mãe, mas ela é apenas uma menina desesperada na porta do hospital.

“Minha mãe tem câncer, tá espalhado já pro corpo todo”, diz a menina.

Um drama que se transforma em peregrinação por corredores. Em espera, em risco de morte e esquecimento. O Globo Repórter mostra todo esse cenário com a vontade de que isso não aconteça. Em uma jornada para lembrar dos milhões de brasileiros que dependem do Sistema Público de Saúde. Dos que já foram e dos que ainda são vítimas do descaso, das carências, da desorganização.

“Cheguei quatro horas da manhã e até uma hora dessas e nada de ser atendido”, conta um homem.

Cruzar as águas em longas viagens em busca de socorro, alívio, diagnóstico para as suas doenças é a cruel rotina do povo que vive nas ilhas do Pará. Passar horas ou dias em um hospital sujo, sem conforto e muitas vezes também sem os equipamentos, os especialistas, os remédios necessários é a realidade de quem vive ou busca ajuda em das regiões da capital. Era assim em 2011 quando o Globo Repórter esteve no local.
É assim agora, em 2013, quando a equipe volta ao Pará.

Globo Repórter: Como é que tá a situação aqui?

Mulher: Você não que ir lá no leito onde eu estou? Tá péssima. Porque nem lençol de cama tem pra colocar no leito dos pacientes, anteontem nem soro tinha pra dar.

Nada parece ter mudado no Hospital Municipal Mário Pinotti, em Belém.
“Há três dias o paciente tá sem comer, sem se alimentar, paciente cirúrgico”, revela uma enfermeira.

Conhecido como o “PS da 14”, ainda é a maior emergência do Pará, destino de pacientes que chegam de várias cidades. Cenário de imagens e situações estarrecedoras.

“Rapaz, eu vim pra cá com uma dor do inferno aqui, disseram que era apendicite, o cara me cortou e não era, era uma bactéria. Tô aqui desde quarta-feira sem beber água, sem jantar, sem comer nada. Tô aqui igual a um morto vivo. isso aqui não é um hospital, isso aqui é um inferno”, reclama Claiton Lemos, chapa.
O médico que deveria estar cuidando de Claiton e de outros pacientes operados simplesmente sumiu e substituto algum apareceu.

Globo Repórter: O que é o problema dele?

Marcela Dália, dona de casa: Ele se operou de uma úlcera, aí faz três dias que o médico não aparece aqui.

Globo Repórter: E você tá esperando o que?

Anderson Nazareno, vendedor de lanches: O médico chegar para dar alta pra mim ir embora para casa, tô agoniado de ficar aqui.

A enfermeira também. Ela está apenas repetindo medicações e tentando, sem sucesso, chamar outro médico.

“A gente só fica dando desculpa ao paciente”, enfermeira.

E eles não são os únicos pacientes vivendo esse tipo de abandono dentro do hospital.

Cláudia Monteiro, empregada doméstica: Eu estou precisando de um médico infectologista. Até hoje eu espero esse médico e não aparece.

Globo Repórter: A senhora está internada há quanto tempo?

Cláudia Monteiro: Dezenove dias já eu tô aqui, eu acho. Até hoje esse médico não me aparece. Esse problema nas minhas pernas de mancha, tudo.

Globo Repórter: A senhora não sabe o que tem ainda?

Cláudia Monteiro: Não sei ainda.

Jéssica, tem 16 anos. Padece de uma doença grave, que pode comprometer órgãos importantes.

Jéssica Rodrigues, 16 anos: Tô com um mês esperando.

Globo Repórter: Esperando o quê?

Jéssica Rodrigues: Leito lá pra Santa Casa.

Globo Repórter: Por quê?

Jéssica Rodrigues: Pra fazer meu tratamento porque aqui não tem meu tratamento.

Globo Repórter: Tratamento pra quê?

Jéssica Rodrigues: Pra lúpus e albumina.

Globo Repórter: Aqui não tem?

Jéssica Rodrigues: Não.

Vinte e seis dias depois da entrevista Jéssica morreu, a transferência aconteceu quando ela já estava debilitada demais. Outros pacientes que encontramos naquele dia corriam o mesmo risco.

Edilena conta que chamou e pagou um médico particular para ajudar a cuidar da mãe dentro do hospital público, mas as recomendações dele pouco adiantaram.

Globo Repórter: Diurético?

Edilena Barros, operadora de máquina: Não.

Globo Repórter: E a bolsa de sangue?

Edilena Barros: Ainda não. E a gente fica aqui sofrendo. O banheiro, não tem nem luz no banheiro, não tem nem descarga. Lençol, a gente traz de casa.

A secretária Municipal de Saúde, a terceira a ocupar o cargo em um ano,  está com a equipe do programa e ouve as reclamações.

Globo Repórter: Como a senhora vê essa situação?

Maria Selma da Silva Alves, secretária de Saúde – Belém: A gente já pegou assim. A gente está melhorando, com certeza. É duro. Mas nós estamos perseguindo a melhoria. O que você vê de lençóis aqui, olha: um, dois, três lençóis são daqui do hospital de seis, 50%.

Lavanderia e limpeza são serviços terceirizados e mal prestados. A sujeira, que aumenta o risco de infecção, é um problema grave. Rosana que é enfermeira e presidente da associação dos servidores  vai mostrando outros problemas.

Rosana Oliveira, presidente Associação dos Servidores da Saúde: O elevador já não tá funcionando há mais de seis meses. Os maqueiros estão transportando pela escada, com o auxílio de uma prancha. Mas tem que ter em média quatro maqueiros

Globo Repórter: Vai pela escada?

Rosana Oliveira: Vai pela escada.


Diretor do hospital admite que o problema é de gestão.

Buscar respostas com o diretor do hospital não é fácil. Apesar de estar diariamente lá ele duvidou do que a equipe do Globo Repórter encontrou.

Globo Repórter: Uma pessoa há 19 dias sem diagnóstico em um hospital, isso é normal?

Um jogo de cena é feito em frente às câmeras e nada é justificado.


José Maria Gonçalves, diretor do hospital: Não, lhe afirmo que não é normal. Não é normal.

Globo Repórter: E por que acontece?

José Maria Gonçalves: Vou esperar o diretor clínico pra lhe dizer.

Acompanhado do diretor clínico, o Globo Repórter voltou às enfermarias.

Confira no vídeo a visita às enfermarias.

Globo Repórter: Então, doutor?

Diretor clínico: Vou ver o que aconteceu.

Globo Repórter: O senhor concorda que esse é um problema de gestão?

Diretor clínico: Com certeza.

E ao voltar para a sala do diretor do hospital.

Globo Repórter: Doutor voltamos lá e é isso.

José Maria Gonçalves, diretor do hospital: É pra você ver que ninguém tá fazendo capa em cima de capa, foi visto. Até foi bom pra nós que é o momento da gente corrigir e sintonizar melhor esses atendimentos. Em vez de fazer sintonia AM, a gente agora vai fazer sintonia FM.


A saúde em Belém só rezando.

A entrevista termina de modo surpreendente.

José Maria Gonçalves, diretor do hospital: Vamos nessa! Um Pai Nosso de boas idas, não é de boas vindas, não.

E o diretor reza um Pai Nosso.

Nesta semana, a prefeitura de Belém anunciou que pretende comprar um hospital particular para atender a população e prometeu mudanças no “PS da 14”.

“O pronto-socorro deverá entrar em reforma gradual. A ideia é que a gente desative parte do pronto-socorro, faça a reforma, ocupe essa parte para concluir depois. Nesse momento, certamente nós vamos precisar adicionar profissionais e devemos fazer mediante concurso público dentro da prefeitura”, afirma Zenaldo Coutinho, prefeito de Belém.

Assista a matéria completa aqui.

quinta-feira, dezembro 12, 2013

É muito cinismo: Mandela e os racistas da Veja





Durante décadas, a mídia imperial tratou Nelson Mandela como “terrorista”. Até 2008, o líder africano ainda figurava na lista dos “comunistas” da central de espionagem dos EUA e a imprensa colonizada o rotulava de “subversivo”.

Com sua morte, porém, a mídia simplesmente evita fazer qualquer autocrítica desta trajetória e passa a endeusar Nelson Mandela, tratando seus leitores como imbecis.

A revista Veja, sucursal rastaquera dos EUA, é uma das mais cínicas nesta manipulação. Na edição desta semana, ela estampou na capa: “O guerreiro da paz”. Nojento!

Basta lembrar que o semanário da famiglia Civita teve como um dos seus principais acionistas o grupo de mídia sul-africano Naspers.

Num artigo na revista Caros Amigos, intitulado “A Abril e o apartheid”, o escritor Renato Pompeu revelou que esta corporação foi um dos esteios do regime racista.

A Naspers tem sua origem em 1915 com o nome de Nasionale Pers. Durante décadas, ela esteve estreitamente ligada ao Partido Nacional, a organização das elites africâneres que legalizou o detestável e criminoso regime do apartheid no pós-Segunda Guerra Mundial.

Dos quadros da Naspers saíram os três primeiros-ministros do apartheid. O primeiro foi D.F. Malan, que comandou o governo da África do Sul de 1948 a 1954 e lançou as bases legais da segregação racial.

Já os líderes do Partido Nacional H.F. Verwoerd e P.W. Botha participaram do Conselho de Administração da Naspers. Verwoerd, que quando estudante na Alemanha teve ligações com os nazistas, consolidou o regime do apartheid, a que deu feição definitiva em seu governo, iniciado em 1958. Durante sua gestão ocorreram o massacre de Sharpeville, a proibição do Congresso Nacional Africano (que hoje governa o país) e a prolongada condenação de Nelson Mandela.

Já P. W. Botha sustentou o apartheid como primeiro-ministro, de 1978 a 1984, e depois como presidente, até 1989.

“Ele argumentava, junto ao governo dos Estados Unidos, que o apartheid era necessário para conter o comunismo em Angola e Moçambique, países vizinhos. Reforçou militarmente a África do Sul e pediu a colaboração de Israel para desenvolver a bomba atômica. Ordenou a intervenção de forças especiais sul-africanas na Namíbia e em Angola”.

Durante seu longo governo, a resistência negra na África do Sul, que cresceu, adquiriu maior radicalidade e conquistou a solidariedade internacional, foi cruelmente reprimida – como tão bem retrata o filme “Um grito de liberdade”, do diretor inglês Richard Attenborough (1987).

Renato Pompeu não perdoa a papel nefasto da Naspers. “Com a ajuda dos governos do apartheid, dos quais suas publicação foram porta-vozes oficiosos, ela evoluiu para se tornar o maior conglomerado da mídia imprensa e eletrônica da África, onde atua em dezenas de países, tendo estendido também as suas atividades para nações como Hungria, Grécia, Índia, China e, agora, para o Brasil. Em setembro de 1997, um total de 127 jornalistas da Naspers pediu desculpas em público pela sua atuação durante o apartheid, em documento dirigido à Comissão da Verdade e da Reconciliação, encabeçada pelo arcebispo Desmond Tutu. Mas se tratava de empregados, embora alguns tivessem cargos de direção de jornais e revistas. A própria Naspers, entretanto, jamais pediu perdão por suas ligações com o apartheid”.

Segundo documentos divulgados pela própria Naspers, em dezembro de 2005, a Editora Abril tinha uma dívida liquida de aproximadamente US$ 500 milhões, com a família Civita detendo 86,2% das ações e o grupo estadunidense Capital International, 13,8%.

A Naspers adquiriu em maio último todas as ações da empresa ianque, por US$ 177 milhões, mais US$ 86 milhões em ações da família Civita e outros US$ 159 milhões em papéis lançados pela Abril. “Com isso, a Naspers ficou com 30% do capital. O dinheiro injetado, segundo ela, serviria para pagar a maior parte das dividas da editora”.

A revista Veja, que estampa na capa a manchete “O guerreiro da paz”, nunca pediu perdão por suas ligações com os racistas da África do Sul. É muito cinismo!

Leia também:

Como a luta contra o apartheid foi perdida nos bastidores.

sexta-feira, dezembro 06, 2013

50 verdades sobre Nelson Mandela


As grandes potências ocidentais se opuseram até o último instante à sua luta dele e apoiaram o governo racista.

No OperaMundi

O herói da luta contra o apartheid marcou para sempre a história da África. No crepúsculo de sua existência, Nelson Mandela é venerado por todos. Ainda assim, as grandes potências ocidentais se opuseram até o último instante à sua luta pela emancipação humana e apoiaram o governo racista de Pretoria.

1.   Nascido no dia 18 de julho de 1918, Nelson Rolihlahla Mandela, apelidado de Madiba, é o símbolo por excelência da resistência à opressão e ao racismo na luta pela justiça e pela emancipação humana.

2.  Procedente de uma família de treze filhos, Mandela foi o primeiro a estudar em uma escola metodista e a cursar direito na Universidade de Fort Hare, a única que aceitava, então, pessoas de cor no governo segregacionista do apartheid.

3.  Em 1944, aderiu ao Congresso Nacional Africano (CNA) e, particularmente, à sua Liga da Juventude, de inclinação radical.

4.   O apartheid, elaborado em 1948 depois da vitória do Partido Nacional Purificado, instaurava a doutrina da superioridade da raça branca e dividia a população sul-africana em quatro grupos distintos: os brancos (20%), os índios (3%), os mestiços (10%) e os negros (67%). Esse sistema segregacionista discriminava 4/5 da população do país.

5.  Foram criados “bantustões”, reservas territoriais destinadas às pessoas de cor, para amontoar as pessoas não brancas. Assim, 80% da população tinha de viver em 13% do território nacional, muitas vezes sem recursos naturais ou industriais, na total indigência.

6.   Em 1951, Mandela se transformou no primeiro advogado negro de Johanesburgo e assumiu a direção do CNA na província de Transvaal um ano depois. Também foi nomeado vice-presidente nacional.

7.  À frente do CNA, lançou a defiance campaign, contra o governo racista do apartheid, e utilizou a desobediência civil contra as leis segregacionistas. Durante a manifestação do dia 6 de abril de 1952, data do terceiro centenário da colonização da África do Sul pelos brancos, Mandela foi condenado a um ano de prisão. De sua prisão domiciliar em Johanesburgo, criou células clandestinas do CNA.

Leia mais

terça-feira, dezembro 03, 2013

A carta de renúncia de Genoino

"Dirijo-me a Vossa Excelência após mais de 25 anos dedicado à Câmara dos Deputados e com uma história de mais de 45 anos de luta em prol da defesa intransigente do Brasil, da democracia e do povo brasileiro, para comunicar uma breve pausa nessa luta, que representa o início de uma nova batalha, dentre as tantas que assumi ao longo da vida.

Assim, e considerando o disposto no Inciso II, do artigo 56 da Constituição Federal;

Considerando ainda, a transformação midiática em espetáculo de um processo de cassação;

Considerando, de outro modo, que não pratiquei nenhum crime, não dei azo a quaisquer condutas, em toda a minha vida pública ou privada, que tivesse o condão de atentar contra a ética e o decoro parlamentar;

Considerando que sou inocente;

Considerando, também, que a razão de ser da minha vida é a luta por sonhos e causas ao longo dos últimos 45 anos, reitero que entre a humilhação e a ilegalidade prefiro o risco da luta; e

Considerando, por derradeiro, que sempre lutei por ideais e jamais acumulei patrimônio ou riqueza.

Por tudo isso, e ao tempo em que agradeço a confiança em mim depositada, ao longo de muitos anos pelo povo do Estado de São Paulo e pelo Brasil, renuncio ao Mandato Parlamentar e encaminho a presente missiva através do deputado José Guimarães PT/CE e do Dr. Alberto Moreira Rodrigues, Advogado, inscrito na OAB-DF nº 12.652.

Atenciosamente,

José Genoino Neto.
Deputado Federal Licenciado PT/SP.




segunda-feira, dezembro 02, 2013

Roda Viva | Lobão | 02/12/2013

Enquanto o Brasil mantém o monopólio, Uruguai vai democratizar a comunicação

"O negócio não é nada desprezível: as ganancias passam de 195 milhões de dólares anuais"
No blog do Lucas Tiné.

Nesta semana a Câmara dos Deputados aprovará, com os votos do Frente Amplio, a lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, conhecida popularmente e jornalisticamente como a "Lei dos Meios".

Historicamente os partidos tradicionais buscaram não regulamentar nem ter marcos normativos claros. Sob o lema de que a melhor regulação de respeito radiofônico é a que não existe e a velha premissa que o mercado é quem deve autorregular-se, se chega a situação atual: a aprovação uruguaia é  refém e não tem nenhuma possibilidade de ter vos nem de eleger entre diferente tipos de conteúdos.

Outro dos argumentos utilizados pela direita se sustenta em que não é tempo de votar esta lei, por duas supostas razões fundamentais:

Como primeiro argumento diz que este projeto não foi discutido o suficiente, o qual é uma mentira, já que o processo que desembocou neste projeto de lei foi totalmente participativo, onde se construiu um conselho consultivo para discutir o tema entre todos os atores vinculados. Nesse conselho houve 80% de acordo entre os participantes e é dessa discussão que partiu o Poder Executivo, e que ao chegar ao Parlamento, se convocou na comissão a todos os interessados a expressar suas opiniões, o que permitiu seguir  construindo.

A outra grande mentira é que não se pode votar e discutir agora porque se aproximam as eleições. Isto mostra a falta de argumentos dos rosados sobre o tema; desde que apareceu a televisão até hoje. Quando foram governo, nunca encontraram o momento para tratar o tema com seriedade. É que para a direita, nunca vai ser o momento para discutir e regulamentar os serviços de radiodifusão, pois na realidade não os interessa. Eles são amigos dos oligopólios. 

Esta lei busca gerar um marco regulatório integral sobre os diferentes aspectos que envolvem a rádio e a televisão no nosso país.

Tanto os canais como a maioria das rádios do Uruguai foram concedidos a dedo. Sem nenhum tipo de concursos, sem necessidade de apresentar um projeto de comunicação, sem dar nenhuma retribuição ao Estado. Os proprietários desses meios tem utilizado as ondas que são limitadas e patrimônio de todos os cidadãos, de maneira gratuita durante muitos anos. Se faz imprescindível legislar em relação a este conjunto de privilégios.


domingo, dezembro 01, 2013

Partido Comunista Brasileiro emite nota sobre as condenações do "Mensalão"

O PCB esteve com a direita contra o Getúlio, com as denúncias udenistas. Quando o Getúlio se suicidou, o primeiro local que o povo atacou foi a sede do jornal do PCB. Não aprenderam e somam suas exíguas forças às da direita contra o PT.

Emir Sader, Sociólogo.

No site do PCB



(Nota Política do PCB)

Existem no Brasil cerca de 500 mil presos, o que corresponde à quarta população carcerária do mundo, ficando atrás dos EUA, China e Rússia. A maior parte destes presos encontra-se em presídios superlotados (no Brasil estima-se que a ocupação estaria 66% acima da capacidade dos presídios) e com péssimas condições, o que leva a inúmeras enfermidades e, muitas vezes, à morte.

A Lei de Execuções Penais estabelece que cada preso ocupe seis metros quadrados, mas o que ocorre é que este espaço acaba se tornando algo em torno de 70 cm2 apenas! A população carcerária também é formada por pessoas que aguardam julgamento encarceradas, muitas das quais continuam presas mesmo depois de concluídas suas penas, além de carecerem até de acompanhamento jurídico básico.

Nós do PCB sabemos que isto é o resultado de uma política de segurança pública que se guia pelo rigor penal e pelo encarceramento, que ignora as verdadeiras raízes do fenômeno da criminalidade, consequência direta das profundas desigualdades sociais, do grau absurdo de concentração da riqueza e das precárias condições de vida de grande parte da população.

Soma-se a isso a crescente mercantilização da vida em todas as esferas, o que transforma o crime, também, numa empresa monopolista cujos chefões se escondem nos estratos da elite econômica e política, arregimentando, junto às camadas proletárias, os varejistas contratados para gerir e operar seus negócios milionários.

A situação dos réus da Ação Penal 470 é profundamente distinta. Primeiro porque, por interesse dos próprios réus, foi avocado o privilégio do Foro Especial para que fossem julgados no Supremo Tribunal Federal, onde tiveram ampla possibilidade de impetrar recursos para se defenderem, o que contrasta de forma brutal com a situação da maioria daqueles que caem nas malhas do sistema judiciário brasileiro. Confiava-se que este espaço lhes seria mais favorável por dois motivos essenciais. Primeiro, porque Lula foi o presidente que mais indicou ministros para o STF – no total de oito indicações, inclusive a de Joaquim Barbosa. Junto com Dilma, o ex-presidente da República indicou a maioria dos onze componentes do tribunal que acabou julgando a Ação 470. Segundo, porque acreditavam que as práticas realizadas, ainda que não licitas, sejam comuns no presidencialismo de coalizão que sempre reinou na república brasileira, práticas estas que foram fartamente utilizadas por todas as forças políticas que os antecederam.

O resultado desfavorável comprova que houve uso político do julgamento, forçando os limites da lei para resultar em condenações desproporcionais, mas simbólicas, a serem utilizadas como arma nas disputas políticas entre os dois grandes partidos do bloco conservador no Brasil: o PT e o PSDB.

Isto, no entanto, não os transforma em presos políticos. Ainda que não sejam simples presos, até pelos privilégios que gozaram no julgamento e no cumprimento das penas, não são presos políticos. Não foram envolvidos em uma ação penal quando organizavam a luta dissidente contra a ordem do capital e o domínio político burguês, a exemplo daqueles que combateram os regimes ditatoriais implantados em nosso país e foram perseguidos por se colocarem na oposição aos ditadores de plantão, que atuavam a mando da classe dominante. Presos políticos são os ativistas presos por se manifestarem abertamente contra a ordem burguesa.

Os réus da Ação Penal 470, pelo contrário, foram julgados pelo envolvimento em um enorme esquema de desvio de dinheiro público para operar a governabilidade pela via do favorecimento dos partidos aliados (mensalmente ou não é um mero detalhe), que resultou na aprovação da Reforma da Previdência (contra os interesses dos trabalhadores), na aprovação dos transgênicos, do Código Florestal e de tantas outras iniciativas que nem de perto atacam a ordem burguesa, pelo contrário, a favorecem e fortalecem.

Além de Romeu Queiroz (PTB), que já está na Penitenciária da Papuda (hoje um anexo do Congresso Nacional), há vários outros já condenados no mesmo processo que serão presos em breve, como o delator do esquema, Roberto Jefferson (também do PTB), e mais cinco parlamentares de outras legendas, como os atuais PP e PR, todos da eclética fauna política que dá sustentação ao governo.

Pergunta-se: estes também serão considerados presos políticos pelo PT? Haverá solidariedade a esses aliados comprados a peso de ouro?

Da mesma forma que o PT acredita na neutralidade do Estado, acreditou na neutralidade da justiça e está pagando o preço por isso e pela forma como optou por sustentar sua governabilidade. O PT acreditou que, por operar da mesma forma que os governos anteriores, isto o protegeria, e agora só lhe resta lamentar que outros esquemas igualmente corruptos e ilegais como os do PSDB não tenham sido apurados. Entretanto, o próprio governo petista fez a sua parte ao não denunciar as irregularidades do governo anterior, jogando para debaixo do tapete toda a sujeira do período FHC, como os escândalos da compra de votos para a aprovação da reeleição, as privatizações das telecomunicações e da Vale do Rio Doce. Beneficiou-se, enfim, dos mesmos métodos usados para buscar governabilidade no seio de uma aliança conservadora com os partidos que expressam o que há de pior na política brasileira.

Desta maneira, o PCB reafirma a certeza de que vivemos em um país no qual se opera uma justiça de classe contra os oprimidos, no quadro de um Estado Burguês que não hesita em torcer os limites do legal para adequar a ordem jurídica aos seus interesses, como fica cotidianamente comprovado nas favelas e bairros pobres deste país, de onde vem a esmagadora maioria daqueles que vão parar no sistema carcerário.

Reiteramos nossa solidariedade para com todos os presos políticos existentes hoje no Brasil, que não são os réus da Ação Penal 470, mas os militantes e ativistas presos (alguns mortos pelo aparato repressor como Amarildo) durante e depois das manifestações de massa deste ano, sequestrados em suas casas ou nas ruas e acusados de formação de quadrilha, enquadrados na Lei de Segurança Nacional ou na  Lei das Organizações Criminosas, quando exerciam seu direito legítimo e inquestionável de protestar contra a ordem do capital. Da mesma forma que empenhamos nossa solidariedade para com as vítimas e familiares daqueles que todos os dias são perseguidos, atacados e assassinados nas periferias das grandes cidades, na luta pela terra ou em defesa dos povos indígenas, quilombolas e outros grupos sociais.

Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Comitê Central – novembro de 2013

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...