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segunda-feira, agosto 05, 2019

Partidos satélites, especulações e o jornalismo no Pará



Por Diógenes Brandão

O PMDB, que mudou de nome - adotando a sigla MDB depois dos inúmeros escândalos de corrupção, em que seus dirigentes e parlamentares sempre estiveram envolvidos diretamente e em grande número - tem no Pará diversos partidos que lhe servem como satélites. 

É o caso do PHS, dirigido por cerca de 09 anos, pelo ex-vereador e hoje deputado estadual Igor Normando, primo de Helder Barbalho, que antes de ser eleito governador, sucedeu o pai, Jader Barbalho e assumiu a presidência estadual do partido. Antes de ser esvaziado, pois não atingiu a cláusula de barreira, o PHS foi bastante usado em várias estratégias eleitorais e como linha auxiliar dos interesses da família barbalho, que no comando do MDB, dirigia o partido no Pará.

Temos também o exemplo de Mário Couto, que passou muitos anos no PSDB e tinha esposa e o filho no comando do PRTB, mas preferiu aceitar o convite e ingressar no PP, onde segundo ele, foi apunhalado pelos irmãos Beto e João Salame, quem acusou de terem fraudado a ata de homologação da sua chapa partidária, nas vésperas das eleições de 2018. 

A medida inviabilizou a candidatura de Mário Couto ao senado, em plena campanha, beneficiando os candidatos Jader Barbalho (MDB) e Zequinha Marinho (PSC), que acabaram eleitos ao Senado. 

Detalhe: Mário Couto liderava as pesquisas, em empate técnico com Jader Barbalho. O processo em que pede a anulação dos votos recebidos pelos dois concorrentes, tramita na Justiça Eleitoral em Brasília e um laudo da Polícia Federal provou que Mário Couto foi prejudicado pela fraude comprovada do documento (ata) apresentada pelos dirigentes do PP. 

Outro que age de forma semelhante é o deputado federal Delegado Eder Mauro (PSD) que colocou o filho, Hugo Rogério para presidir o PSL no Pará e de um mero desconhecido, até o começo deste ano, tornou-se o Secretário de Direitos Humanos no governo de Helder Barbalho. Logo ele, que tem o pai como membro da bancada da bala no Congresso.  

Como se vê, o imbróglio decorrente de uma especulação considerada como Fake News, sobre a saída de Celso Sabino do PSDB para o Solidariedade, pelo fato de ter seu chefe de gabinete na presidência do partido, não pode servir para confirmar nada, a não ser que esse tipo de relação política é comum no meio partidário e não significa que alguém tenha que sair de um partido, para ter influência em outros.   


Como se viu nos exemplos citados, ninguém precisou sair do seu partido para interferir em outro.  

Por que Celso Sabino sairia, como especulou-se em blogs e sites de notícias locais,  sem se darem ao trabalho de consultar o citado sobre essa possibilidade, como manda as regras do jornalismo?  

E se todos estes que possuem um pé lá e outro cá, em partidos distintos, resolverem sair nas vésperas do prazo para mudança de partido, seis meses antes das eleições municipais de 2020 para disputarem prefeituras pelo Pará? 

Será alguma surpresa? 

Afinal a lei não garante essa possibilidade?

O que o jornalismo paraense não pode adotar é a doutrina da especulação e do exercício ilegal da futurologia, sem antes fazer a devida consulta aos prováveis candidatos e players, pois isso abre espaços para inúmeras inferências e mentiras, que hoje correm soltas nas redes sociais, blogs e portais de notícias, muitos destes levados por interesses inconfessáveis, ou por alinhamento político com esse ou aquele grupo partidário,  atuam com a finalidade de confundir, ao invés de informar a sociedade, os leitores e eleitores.

sábado, julho 20, 2019

Ursula Vidal e o gasto milionário do evento com "Safadão"

Ursula Vidal e Jader Barbalho, em evento realizado pela SECULT no memorial da Cabanagem.

Por Diógenes Brandão

Desde que foi contratada como radialista da Rádio Clube, emissora da família Barbalho, a jornalista Ursula Vidal apontou para o lado que passaria a defender a partir de então, em sua trajetória no campo político-eleitoral, onde já tentou ser deputada, prefeita de Belém e por último senadora. 

Após sair do PPS, ingressou na REDE e por último filiou-se ao PSOL, partido onde ficou menos de um ano, Ursula aceitou a proposta de declinar de sua candidatura ao governo, o que poderia retirar votos do então candidato Helder Barbalho e disputar uma vaga ao senado, mesmo sabendo que a derrota eleitoral seria inevitável, para após as eleições sabermos do preço do acordo político: A SECULT - Secretaria de Cultura do Estado do Pará. 

Criticada por jornalistas de peso, como Lúcio Flávio Pinto e percebendo a enorme indignação popular, após a notícia sobre o pagamento do cachê de quase meio milhão de reais para um show do “Safadão”Ursula Vidal rompe o silêncio e se posiciona em defesa do governo do Estado e dos seis (06) deputados estaduais que destinaram quase 3 milhões de reais dos cofres estaduais, para um evento no município de Conceição do Araguaia, onde cantores de forró foram contratados com cachês exorbitantes, através de um convênio entre o governo do Estado e a prefeitura, que entrou com uma contrapartida de menos de 4%, enquanto os outros 96% são oriundos do orçamento do Estado.

Leia o que Ursula Vidal disse no fim da noite deste sábado, 20, em todas as suas redes sociais, onde usou uma imagem com a frase "Fake News":


A verdade sobre o #FestVerão2019:  O FestVerão, em Conceição do Araguaia, é uma das mais potentes ações culturais da região sul do Pará. Movimenta a economia de vários municípios do entorno, fortalecendo a vocação turística das praias que se formam, ao longo do rio Araguaia,  nesse período do ano.

O festival promove a articulação de diversos setores ligados ao receptivo dos milhares de visitantes. Rede hoteleira, restaurantes, produtores culturais, artistas e o comércio local recebem uma significativa injeção de recursos, promovendo novos arranjos e incrementando a qualificação dessa imensa cadeia produtiva.

Valorizar as ações do verão em Conceição do Araguaia é um dever de todos aqueles que reconhecem a importância da cultura e do turismo para o desenvolvimento socioeconômico de um território. 

A Secult celebra este grande evento, bem como valoriza o imenso apoio dado pela Deputada Estadual Renilce Nicodemos, e pelos Deputados Osório Juvenil, Fábio Freitas, Chamonzinho, Miro Sanova e Wanderlan, no valor de 2 milhões e 880 mil reais em emendas parlamentares, repassadas ao projeto por meio da Fundação Cultural do Pará - FCP.

MENTE quem afirma que o Governo do Estado fez aporte financeiro no evento, por meio da Secult. Este recurso é integralmente oriundo das emendas e da percepção de nossos parlamentares sobre a importância de gerar centenas de empregos na região sul do Pará durante o veraneio. 

Lição de casa aprendida com o ‘Natal de Luz Gramado’, que investe 33 milhões de reais em recursos públicos e movimenta 2 bilhões de reais, durante o mês de dezembro naquela cidade. 

E que a VERDADE circule com muito mais  velocidade e responsabilidade do que a maledicência de quem tenta destruir políticas públicas sérias, voltadas para a geração de emprego e renda no nosso Pará!

segunda-feira, julho 08, 2019

Éder Mauro: O sub-produto da família Barbalho e sua estratégia midiática

Helder Barbalho, Jader Barbalho e Éder Mauro em evento realizado em dezembro de 2017, durante ato de assinatura de convênios do Ministério da Integração Nacional, com quase 100 prefeituras paraenses.

Por Diógenes Brandão

Nenhum paraense em sã consciência pode negar que ao abrir espaço e contribuir para a ascensão midiática do então delegado da polícia civil Éder Mauro, a família Barbalho sabia que criaria o mito de um novo "Exterminador de Bandidos", que com suas encenações agressivas contra a bandidagem e seus discursos de fácil solução aos problemas causados pela violência e a criminalidade, salvaria a sociedade dos malfeitores. Só que não é isso que vimos e nem poderia ser verdade, já que nossas mazelas sociais jamais serão eliminadas com bravatas e apelos sensacionalistas de políticos populistas. 

Assim, o policial casca grossa ganhou destaque e enorme projeção política através das lentes dos programas policiais da TV RBA, além das capas e páginas do jornal Diário do Pará, veículos de imprensa pertencentes ao império de comunicação controlado pelo senador Jader Barbalho, em sociedade com seus filhos, Jader Filho - que gerencia os negócios e Helder Barbalho, atual governador do Estado, que passou a destinar generosas verbas publicitárias através das finanças do governo -  e sua ex-exposa, a deputada federal Elcione Barbalho. Não é preciso dizer que a família comanda o MDB e foi aliada de todos os últimos presidentes e governadores do Pará - até racharem, quando lhes foi conveniente. 

A família barbalho é hoje o grupo empresarial e político com mais poder no Pará e tem sob seu controle, a maioria dos partidos existentes, além de contar com apoio político das empresas de comunicação, 'jornalistas independentes' e blogs paraenses, cooptados através de contratos publicitários com o governo e o Banpará, banco estatal do Estado.




Com a visibilidade oferecida pelas mídias da família barbalho, Eder Mauro (PSD) foi eleito deputado federal pela primeira vez que disputou uma eleição em 2014, recebendo 265.983 votos, o que lhe deixou crente que poderia ser prefeito de Belém, vindo a concorrer dois anos depois ao pleito, mas acabou sendo derrotado, ao alcançar 16,53% dos votos válidos (128.549) e ficando atrás de Edmilson Rodrigues (PSOL) e Zenaldo Coutinho (PSDB), reeleito no segundo turno.


Foto de campanha, traz a imagem do delegado como um combatente contra a criminalidade e a violência, sendo que elas só aumentaram no Pará, desde que ele saiu da polícia e entrou na política.

Reeleito em 2018 com cerca de 120 mil votos a menos, ou seja, 45,23% dos votos que obteve em 2014, quando elegeu-se pela primeira vez deputado, Eder Mauro faz de tudo para se manter em destaque na mídia e adotou a estratégia de Bolsonaro, figurando sempre em discussões acaloradas, bate-boca com deputados de esquerda e lideranças de movimentos sociais, sempre com termos pejorativos e altamente ofensivos, no afã de se vender como o sucessor de Bolsonaro na Câmara, onde não apresenta outra bandeira que não seja a de anti-petista e anti-esquerdista.

Com espaço privilegiado em horário nobre, Éder Mauro ainda se dava ao luxo de trazer seu aliado político para uma propaganda eleitoral ilegal, travestida de entrevista na TV RBA, nas vésperas das eleições de 2018.



Na semana que passou, o deputado paraense resolveu radicalizar sua tática de guerrilha midiática e  protagonizou diversas ações, tanto no parlamento, quanto nas redes sociais, que deram e ainda estão dando o que falar. 

A promessa de interferência da polícia em um festival de Rock em Belém, denominado Fakada Fest, a ofensa ao deputado Glauber Braga (PSOL), a quem chamou de "veado" e mais uma manifestação homofóbica contra o universitário paraense Richard Callefa, coordenador-geral do DCE Unama e ativista LGBTi, trouxe mais um gozo a Éder Mauro, de ver seu nome novamente em destaque na imprensa e nas redes sociais, tal como tanto gosta. 

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Denunciado novamente ao Ministério Público Federal, o parlamentar não dá sinais de recuo em sua estratégia polícia e conta com uma legião de seguidores que aprovam sua conduta, enquanto outros lhe atribuem os mais negativos conceitos.

No meio da troca de ofensas entre fãs e pessoas contrárias ao deputado, o rockeiro Vaninho de Oliveral fez um apelo sensato e comedido a Éder Mauro. 

Leia:  

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Logo depois, Vaninho cobrou do governador Helder Barbalho, uma ação policial tal qual a que levou 11 viaturas da PM para coibir o já citado festival de rock, que foi impedido de ser realizado no centro de Belém, mas foi incapaz de coibir mais um ataque de uma quadrilha de assalto a bancos, que roubou e causou pânico em um município do interior do Estado.

Leia:

POLÍCIA PARA QUEM PRECISA DE POLÍCIA

Neste final de semana (entre sábado/domingo) em quanto que, um contingente elevado de profissionais da segurança pública, barrava a realização de evento alternativo do gênero musical rock, na capital paraense, o município de Bonito, diante da insuficiência da infraestrutura de segurança pública do nosso estado, padecia com o terror do assalto a banco.  "Dizem que ela existe Pra ajudar! Dizem que ela existe Pra proteger! Eu sei que ela pode Te parar! Eu sei que ela pode Te prender!  Polícia! Para quem precisa Polícia! Para quem precisa De polícia."  

Em resumo:  Você cidadão simples e explorado, por gentileza faça uma reflexão e analise da nossa segurança pública. Tem politiqueiro enganando você, sobre o signo da defesa da segurança pública. Na verdade o que temos são nossos profissionais de segurança pública perdendo suas vidas e seus direitos sociais. Esses profissionais trabalhando em péssimas condições de infraestrutura e de falta também de resguardo para suas famílias.  

Nos episódios acima relatados, não culpo os profissionais da nossa segurança pública e sim politiqueiro travestido de mandatário.  

Minha solidariedade aos meus amigos da minha vertente musical em apreço especial o subgênero PUNK ROCK.  

Para conhecer mais um pouco da história, repleta de homofobia, agressões e denúncias de diversos crimes, assim como de processos judiciais contra este deputado federal paraense, em seu segundo mandato, clique aqui

domingo, julho 07, 2019

Edir Veiga: DEM, Zenaldo e Jatene podem surpreender Helder



Por Edir Veiga

No Pará, só os Barbalhos poderão se autodestruir. 

O PSDB caminha para alianças. 

A esquerda está aliançada. 

Todas as TV's abertas de pesos estão capturadas. 

Caso Helder e sucessor não sejam pegos em mal feitos, nos preparemos para uma longa hegemonia emedebista.  

Será que Helder agirá como Jader ou como ACM na governança de sua coalizão de apoio? 

O lema de Jáder era: só faz gol quem joga no meu time e privilegiou amigos pessoais de longa data. 

ACM comandou uma coalizão por 40 anos porque ficou no senado e fez rodízio de seus chefes políticos no governo estadual, na prefeitura da capital e nos cargos de senado e deputado federal. 

Helder neste momento vem mostrando muita movimentação no contexto da crise orçamentária de Estado, em que vivem os entes federados.  

Mas Helder ainda parece manifestar patologias políticas relacionadas: uso de retrovisor político e viver na bolha de Comitê Central oligárquico.  

Não vejo hoje grupo capaz de se mostrar como alternativa ao barbalhismo reciclado. Mas DEM, Zenaldo e Jatene podem surpreender. 

Esperemos.

Vice e Senado o sonho dos aspirantes  

Pioneiro, Lúcio Vale, Dr. Daniel, Parsifal e Chicão sonham com senado ou ser vice na próxima sucessão estadual.  

Senador e vice governador serão peças chaves nas disputas vindouras. 

Pioneiro sabe que ainda será ator chave em Ananindeua em 2022 e Helder quer contar com Belém e toda Ananindeua em 2022, assim, Pioneiro poderá estar em uma chapa com Helder na próxima sucessão estadual. 

Dr. Daniel, o afoito, sonha em dar um capote nos emedebistas que estão na fila e espera ser vice de Helder. 

Dr. Daniel está se fingindo de serviçal de Helder pra ganhar esta indicação.  

Parsifal é o político preparado, hábil e homem chave do clã Barbalho para a missão futura de sucessão de Helder, mas enfrentará conspiração palaciana. 

Chicão herdará a ALEPA e poderá ser peça fundamental no jogo sucessório que se aproxima.  

Lúcio Vale espera ser o ator capaz de unir toda a base do governo na disputa para a prefeitura de Belém em 2020. Caso tenha sucesso, vira ator importante no jogo sucessório estadual.  

O jogo começou a ser jogado no Jardim secreto da corte palaciana.


*Edir Veiga é doutor em Ciência Política, pesquisador e professor da UFPA. 

sábado, março 23, 2019

O que a prisão de Temer tem a ver com o Pará?

Em sua passagem por Belém, antes de assumir o poder como presidente da república, Temer reuniu com o PMDB paraense.


Por Diógenes Brandão

É no mínimo estranho que a imprensa paraense, sobretudo a blogosfera e o jornalismo investigativo, ou seja, que nenhum veículo, tenha tido a iniciativa de analisar o efeito da prisão do ex-presidente Michel Temer

Sendo ele, o líder nacional do MDB, mesmo partido do governador Helder Barbalho, alguém da área do jornalismo poderia ter tido a iniciativa de analisar o impacto e as possibilidades destas prisões alcançarem filiados do partido do presidente, aqui no Pará. 

Citações de nomes de figurões paraenses na Lava Jato não faltam!

O que falta aos escribas para tocarem no assunto?


quarta-feira, março 06, 2019

Volta, Parsifal!

Domingo passado, dia 3, completou um ano que Parsifal Pontes não atualiza seu blog. A última postagem é uma deliciosa história de uma música da Orquestra Buena Vista Social Club. 

Por Diógenes Brandão

Infelizmente, o ex-prefeito de Tucuruí, hoje Chefe da Casa Civil, um dos principais cargos do governo, Parsifal Pontes acumula poder e tribulaçōes, sobretudo por ter sido escalado pelo senador Jader Barbalho para ser o pára-choque de Helder Barbalho, sobretudo na difícil e ingrata tarefa de deixar apoiadores da campanha eleitoral em "banho Maria" ou ter que pedir paciência para quem espera o retorno pelo apoio dado ao governador eleito. 

Foram muitas promessas! 

Gente de dentro e fora do MDB é o que não falta sonhando em assumir a vaga deixada por ele, pois há quem diga que Parsifal Pontes pode voltar a blogar. O motivo é que ele estaria se preparando para deixar o governo, após uma forte crise com o governador, mas também há quem diga que talvez o feriado tenha acalmado os ânimos e tudo volte ao normal a partir desta quinta-feira, 7. Pelo menos entre Parsifal e Helder. 

Clique aqui e leia - e ouça - agora a última postagem do blog vamos torcer que seja mantido e atualizado para o bem da combalida blogosfera paraense. 

terça-feira, novembro 27, 2018

Helder Barbalho vai à Inglaterra fazer curso de gestão. Aqui, manda fatiar o governo



Por Diógenes Brandão

O governador eleito do Pará, Helder Barbalho (MDB), está na Inglaterra, onde participa junto com mais oito (08) governadores eleitos, de uma espécie de "curso" de gestão pública na Universidade de Oxford. Além deles, a turma de alunos envolve outras 56 autoridades, entre elas, políticos de vários partidos, empresários e especialistas para discutirem propostas que possam ser aplicadas nos próximos mandatos para melhorar a qualidade da área de recursos humanos dos seus governos.

Diferente daqui, onde a maior parte dos escalados para compor o alto escalão do governo, na Inglaterra há um programa de seleção e atração de jovens das melhores universidades para trabalhar no governo. Exemplo disso é o chefe do RH, com posição de alta relevância no governo inglês, onde acompanha os 4 mil principais cargos de liderança de todos os ministérios. 

No Pará, Helder Barbalho escalou Parsifal Pontes, como coordenador da equipe de transição. Indicado por Jader Barbalho, pai do governador Helder Barbalho, Parsifal serve de uma espécie de tutor político do filho do senador, que o escolheu por confiar em sua maturidade e capacidade de agir com frieza, ao invés de tomar decisões no calor das emoções.


Parsifal coordenou a campanha de Helder Barbalho em 2014, quando ele perdeu as eleições para Simão Jatene (PSDB), que governa o Pará até o fim deste ano. Blogueiro e com uma vasta experiência política, Parsifal Pontes tem batido cabeça para agregar os interesses de todos que o procuram em busca dos espaços prometidos por Helder Barbalho, durante a formação de sua chapa, composta por 17 partidos e todos os demais que foram seduzidos a apoiá-lo no segundo turno das eleições.

Se na Inglaterra, boa parte dos assessores e principais gestores são escolhidos por sua capacidade técnica, no futuro governo do Estado, os interesses partidários e do debate feito no varejo, onde cada prefeito, vereador, empresário ou liderança política teve a promessa de cargos de DAS, no governo, o ensinamento que o futuro governador do Pará recebeu nestes dois dias, de nada adiantarão. Pelo menos sobre a 'disciplina' Governe com os melhores e não com os que cobram cargos e poder pelo apoio político.


quarta-feira, novembro 14, 2018

Com laudo da PF confirmando fraude na ata da convenção do PP, Jader e Zequinha podem não assumir seus cargos



Por Diógenes Brandão

Eleitos senador e governador, pai e filho, Jader e Helder Barbalho já respondiam a diversos processos antes de disputarem as eleições deste ano, mas durante toda a campanha continuaram praticando crimes eleitorais e por isso, podem não assumirem os seus respectivos cargos.

Jader Barbalho (MDB) e Zequinha Marinho (PSC) podem vir a terem canceladas as suas diplomações como senadores reeleitos, ou se diplomados, ter seus mandatos cassados. O motivo é claro e muito provável: Eles foram beneficiados pela adulteração de assinaturas de dirigentes do Partido Progressista, que retirou o nome de Mário Couto - até então candidato do PP - da ata da convenção partidária que homologou seu nome como candidato ao senado para fazer com que uma nova ata fosse feita declarando o apoio do PP a Jader Barbalho e Zequinha Marinho.

Logo depois da convenção do PP, realizada no mesmo dia e local em que o MDB lançou sua chapa, junto com mais 16 partidos, em apoio a Helder Barbalho, Mário Couto recorreu ao TRE-PA, mas foi vencido. Ingressou no TSE e também não teve êxito. 

Ontem, 13, o ex-senador esteve em Brasília, onde apresentou ao corredor nacional do TSE, o lado da Polícia Federal, que comprovou que a ata que retirou seu nome da convenção do PP foi adulterada. Com isso, uma grande reviravolta no tabuleiro político do Estado está prestes a acontecer. A menos que forças ocultas ajam no TRE-PA e na sede do TSE, em Brasília.

Amanhã o blog receberá documentos que comprovarão o aceite da denúncia contra Jader Barbalho e Zequinha Marinho em Brasília.

Se tomar posse, Jader Barbalho levará o filho que fez caretas para a imprensa em 2011?

Jader Barbalho decidiu levar a família à sessão extraordinária do Senado. Ao lado de Giovanna, o filho Daniel foi o centro das atenções durante a entrevista coletiva. 

Por Diógenes Brandão


No dia 30 de Dezembro de 2011, Daniel Barbalho, de 9 anos, disparou caretas para todos os lados depois de participar da posse do pai, o senador Jader Barbalho. Barrado pela Lei da Ficha Limpa por ter renunciado a um mandato de senador em 2001 para escapar de um processo de cassação, o senador paraense só conseguiu garantir o cargo depois que o Supremo Tribunal Federal permitiu que ele assumisse a vaga. Marinor Brito (PSOL) havia passado um ano como senadora, no lugar de Jader.







O garoto perguntou qual era a principal denúncia de um vereador do PMDB, e o senador corrigiu.    

"Filho, é senador". O garoto, então, retrucou. "Tanto faz, senador, vereador". Em tom de brincadeira, Jader respondeu. "Rapaz, tu não sabe o que é essa gente", falou ao filho, referindo-se aos jornalistas. Diante das risadas, o senador disse ao filho: "Depois eu te dou uma entrevista exclusiva em casa". 

As imagens entraram para os anais da política brasileira e hoje muitos se perguntam se Daniel, com 17 anos, irá participar da posse de seu pai, no seu mais novo mandato de senador da república, após uma eleição marcada por diversas denúncias de crimes eleitorais cometidas por ele e seu filho, o governador eleito do Pará, Helder Barbalho.

sexta-feira, novembro 09, 2018

Bolsonaro manda recado aos corruptos do Pará

Bolsonaro avisa: Abre teu olho, hein! O Sérgio Moro vai pegar vocês.

Por Diógenes Brandão


Depois de algum tempo sem fazer as lives (Transmissões ao vivo pelas redes sociais), o presidente eleito Jair Bolsonaro reapareceu nesta sexta-feira, 09, direto de sua residência e acompanhado de uma intérprete de LIBRAS, para pincelar sobre diversos assuntos, mas o que mais chamou a atenção de um atento leitor do blog AS FALAS DA PÓLIS foi o trecho onde ele cita a prisão de pessoas envolvidas em esquemas de desvio de dinheiro da merenda escolar, tal como o primo do governador eleito do Pará, preso na manhã desta sexta-feira, acusado de integrar uma quadrilha que desviou mais de 40 milhões de reais que deveriam ser usados por prefeituras, na área da educação e saúde.

Leia também: Primo de Helder Barbalho ostenta com dinheiro e champanhe importada no exterior

Bolsonaro foi enfático ao destacar a notícia da prisão de diversas pessoas envolvidas em mais um escândalo envolvendo a família Barbalho: 

"Hoje mesmo prenderam um montão de gente. Desvio de merenda escolar, olha só! Roubando comida de criancinha de escola pública, filho de pobre, pow! Não dá pra continuar assim. O Sérgio Moro vai pegar vocês! Abre teu olho, hein! E ele, lá agora, ao contrário do que alguns estão falando por aí, ele pescava com varinha, agora vai pescar com rede de arrastão de 500 metros"

Assista o vídeo:


Primo de Helder Barbalho ostenta com dinheiro e champanhe importada no exterior

Vereador de Belém, Jo estava presente na farra e exibiu maço de dinheiro, dentro de um veículo de luxo, com bedidas importadas


Por Diógenes Brandão

Um vídeo no Instagram de Felippe Barbalho, primo do governador eleito no Pará, Helder Barbalho chegou ao blog AS FALAS DA PÓLIS. Nele é possível ver um maço de dinheiro (dólares?) sendo exibido, com uma turma de amigos e amigas bebendo champanhe importado, dentro de um veículo de luxo, que aparenta ser um utilitário estilizado, que mais parece uma limousine. Pelo que tudo indica, o grupo estava em um país estrangeiro.

Segundo noticiado por diversos veículos de imprensa e blogs paraenses, o primo de Helder Barbalho, Felippe Barbalho e o deputado federal eleito Cristiano Vale (PR) receberam a batida da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (11). Eles foram alvos da operação Carta de Foral, que contou com o apoio da Receita Federal e CGU (Controladoria Geral da União). 

A ação policial investiga desvios de aproximadamente R$ 40 milhões, oriundos da educação básica e do Sistema Único de Saúde (SUS). Ou seja, dinheiro roubado da merenda das crianças que frequentam as escolas públicas, dos professores e demais funcionários, assim como dos remédios e demais insumos e profissionais que vivem em falta nos postos de saúde.

Segundo o blog do Jeso, os investigados na operação responderão pelos seguintes crimes: 

— Associação criminosa;
— Peculato; 
— Corrupção ativa e passiva; 
— falsidade ideológica; 
– Fraude à licitações e 
— Lavagem de dinheiro. 

VOLTANDO AO VÍDEO

O vereador de Belém, John Wayne (MDB) também aparece no vídeo da ostentação. É ele quem puxa um maço de dinheiro do bolso e bate no empresário Felippe Barbalho, que grava a cena em uma transmissão ao vivo pelo seu perfil no Instagram. 

Embalados e cantando a música Felices los 4, do cantor e compositor colombiano, Maluna, o grupo de amigos aparece no vídeo como se estivessem comemorando alguma conquista. Em um trecho da música, podemos traduzir assim:

E faremos mais uma vez 
O que é nosso não depende de um pacto 
Apenas aproveite e sinta o impacto 
O boom boom que te queima, esse seu corpo de sereia 
Fique tranquila, porque eu não acredito em contratos..

Assista o vídeo:


Que burros Helder Barbalho nomeará como seus secretários?


A pergunta foi feita por Jader Barbalho, durante um evento em Belém. A platéia foi ao delírio.

Por Diógenes Brandão 

O discurso de Jader Barbalho já chegava aos exaustivos vinte minutos, deixando a platéia de cerca de 300 pessoas, chateadas com o orador, que ao ser cutucado pelo mestre de cerimonia, pediu mais cinco minutos para contar uma história e recomeçou dizendo mais ou menos assim:

Abraham Lincoln contou um história que eu quero contar para vocês.

Um rei decidiu sair para caçar e perguntou a um dos seus ministros mais capacitados em previsões meteorológicas, se o tempo seria favorável. O ministro prontamente acenou que sim, a caçada poderia iniciar que o sol estaria perfeito.  

No caminho, o rei encontrou, montado em seu burrinho, um velho e o perguntou: Está um bom tempo para uma caçada? O velhinho então respondeu-lhe: 

Agora está, mas não tarda a cair uma baita chuva. 

Confiando em seu ministro, o rei perguntou como aquele velho sem estudos, poderia confrontar a orientação do seu ministro, estudioso de diversas ciências, inclusive meteorologia. O velho então disse que não era ele e sim o seu burro, pois toda vez que vai chover, o burro relincha, dá coices e faz o maior auê. 

Sentindo-se afrontado, o rei então mandou prender o velho e seu burro e seguiu em frente em sua caçada, mas a chuva realmente veio e acabou com a festa do egocêntrico rei, que demitiu o ministro palpiteiro e nomeou o burro em seu lugar.  

A partir de então, conta Abraham Lincoln, todos os burros querem assumir cargos importantes..

Ao finalizar a história, Jader Barbalho virou-se para o filho, Helder Barbalho, recentemente eleito governador do Pará e disse-lhe, ao microfone: Filho, veja bem que burros você nomeará para acompanhá-lo no futuro governo que você tem pela frente. 

A platéia rindo, o aplaudiu freneticamente, deixando o governador eleito, meio sem graça.

A pessoa que narrou o acontecimento, pediu anonimato e finalizou revelando que entre os presentes que testemunharam a cena hilária, a pergunta que ficou no ar foi: Quem serão os burros que o Helder Barbalho tem chamado para serem seus secretários estaduais?

O fato aconteceu nesta quinta-feira, 8, no Terminal de Contêineres do Porto de Belém, durante uma cerimônia em Belém, com a presença do ministro da Integração Nacional, Pádua Andrade, quando foram entregues 80 retroescavadeiras que devem reforçar a capacidade de trabalho de 58 prefeituras no Pará. Os recursos são oriundos das emendas da bancada paraense no Congresso.

quarta-feira, novembro 07, 2018

A VITÓRIA DE HELDER E OS RUMOS DO PARÁ

Eleito com 55,43% dos votos válidos, Helder Barbalho terá grandes desafios para atender promessas e aliados. 

Por Edir Veiga, no Bilhetim

Em 28 de outubro de 2018 as urnas anunciaram o retorno do clã Barbalho e do MDB, ao governo do Pará, após 28 anos, materializado na vitória eleitoral de Helder Barbalho. A vitória desta família finaliza a longa quarentena política que o povo do Pará submeteu esta família em relação ao poder político estadual, cuja última vitória governamental foi em 1990.  

O governador Jatene, mesmo gravemente atingido pela propaganda negativa em torno da crise de violência que abala o Pará, e em especial a região metropolitana de Belém transformou a candidatura continuista de Márcio Miranda, que era pouco conhecido da população em um nome  competitivo e criou enormes embaraço à vitória do emedebista.  

Lembremos, Helder Barbalho teve um grande desempenho nas eleições governamentais de 2014, sendo derrotado, em segundo turno pelo governador Jatene por uma diferença de 3 pontos percentuais. No curso do quadriênio seguinte entre 2015 e 2018, o candidato emedebista trabalhou duro, cada ano em busca de seu objetivo de vir a se tornar governador do Pará nas eleições seguinte, de 2018.  

Podemos dizer que os passos de Helder foram bem planejados. Conquistou um espaço na esplanada dos ministérios como auxiliar direto dos presidentes Dilma e Temer, e como ministro direcionou sua atuação política aos municípios paraenses sendo acompanhado diariamente pela militância política midiática dos veículos de comunicação de sua família, a empresa RBA de comunicações.  

Enquanto Helder trilhava um caminho que buscava visibilidade pública como bom executivo, distribuía obras e serviços pelo estado inteiro, o governador Jatene voltou-se para seu governo e não demonstrou, a priori, nenhuma estratégia individual, de grupo ou partidária que visasse construir um nome que tivesse condições de vir a disputar as eleições de 2018 em igualdade de condições, desde o ponto de partida inicial da disputa eleitoral na pré-campanha, iniciada a partir do mês de maio de 2018.  

Já dizia um famoso marqueteiro, alertando para a correlação entre realizações governamentais e propaganda: um governo com obras e sem marketing é derrotado, assim como um governo sem obras e com marketing, também é derrotado, claro, isto no interior de uma sociedade de milhões, como a paraense.  Por outro lado, não foi percebido uma política sistemática e consistente de marketing de governo no curso deste último quadriênio da gestão de Simão Jatene, enquanto isso, a oposição emedebista trabalhou dia e noite buscando construir a imagem de um governo preguiçoso e leniente com a violência.  

No curso do ano de 2017 realizei várias pesquisas avaliando o desempenho do governo Jatene, e o retrato que aparecia nestas sondagens era de um governo muito mal avaliado, esta avaliação negativa chegava aos 70%.  

Em quanto isso, as rádios, a televisão e o jornal impresso da família Barbalho, todo dia consolidava uma narrativa de que nada funcionava no Pará tendo como ponto de apoio a violência endêmica que atingia todo o Pará, o caos no trânsito e na saúde pública.  

Observem, destes três eixos que davam sustentação à narrativa da oposição midiática, de fato, o governo só não oferecia resposta consistente à problemática da violência. Na saúde o governo Jatene tinha excelentes iniciativas, mas a saúde municipal é de responsabilidade do prefeito, assim como a responsabilidade pela mobilidade urbana nas grandes cidades paraenses, mas o governo não se preocupou em construir uma narrativa alternativa que retirasse de seus ombros o conjunto destas responsabilidades.  

O governo tinha resultados objetivos não percebidos pela população na construção e implantação de hospitais por todo estado, na manutenção das rodovias estaduais, na mobilidade urbana da região metropolitana, na infraestrutura de integração através de pontes de concretos, na construção de espaços de cultura e meio ambiente, no pagamento em dia do funcionalismo, aposentados e pensionistas e na saúde orçamentária do estado, o governo Jatene vinha tendo um desempenho de destaque a nível nacional, a ponto de ser apontado como a quinta melhor gestão estadual do Brasil.   

Enquanto isso a população percebia o governo exatamente ao contrário do que era. O governo exitoso de Jatene era percebido pela população como um governo ineficaz, ineficiente e sem iniciativas, um governo da preguiça. Enfim, a propaganda negativa da oposição se materializava na visão distorcida que o eleitorado absorveu sobre o desempenho do governador Jatene. Somando-se a isso a imprensa barbalhista insuflava o eterno insatisfeitos com governos, que são os funcionários público estaduais, e em especial os professores.  

Parece-me que o governo Jatene não monitorava periodicamente como a população percebia o desempenho do governador e dos secretários de estado. Todo político busca a recompensa junto à população pela sua boa atuação à frente de um governo ou de um mandato, mas para a população recompensar o trabalho de um governante, a população tem de perceber o trabalho deste governante como positivo. Numa sociedade de milhões, a população só toma conhecimento do trabalho de um governante ou de um político através de uma política, sistemática, de propaganda e marketing nos diversos meios de comunicação e durante todo o curso do governo.  

Esta percepção de que o governo tinha um péssimo desempenho consolidou-se pela letargia governamental. Parece que o comando político de governo via os gastos com   propaganda e marketing  e pesquisas como algo não prioritário e assim, seus custos foram minimizados.  

Durante estes últimos quatros anos do governo Jatene, não foi percebido um investimento em marketing e comunicação e muito menos em pesquisas que viessem a monitorar a percepção popular em relação ao desempenho do governo, capazes de fazer frente, no dia a dia, à máquina midiática do MDB que travou uma luta política profissionalizada para construir uma narrativa negativa em torno do desempenho do governo Jatene.  

O grande desempenho político do candidato Helder Barbalho no papel de oposicionista na política paraense se materializou na enorme rejeição que as pesquisas demonstravam em torno da percepção popular sobre o desempenho do governo Jatene, desde o ano de 2017. Estes dados começaram a sinalizar aos partidos políticos paraenses e aos seus dirigentes, de que Jatene estava preparando o pijama político, pois, em resposta ao “pique” político do candidato emedebista, Jatene respondia com o silêncio, cultivava poucas relações pessoais com deputados prefeitos e partidos políticos, enquanto isso, o governo caminhava para sua fase final.  

Assim, Helder Barbalho, mesmo na oposição ao governador Jatene, conseguiu atrair a maioria dos grandes  partidos paraenses, e ao mesmo tempo, realizou  acordos informais que vieram a influenciar o lançamento de um candidato petista, que pouco desempenho demonstrou em sua própria campanha, ao mesmo tempo que, em uma manobra hábil impediu o lançamento de outras candidaturas competitivas na região metropolitana de Belém, abortando a emergência de uma terceira via competitiva  no Pará, para a disputa governamental.  

O candidato ideal para Helder enfrentar seria um candidato identificado com o desgastado governador Jatene e esta condição se materializou.  

Enquanto Helder atuava em várias frente políticas, trazia obras e serviços para o estado, construía imagem de realizador na RBA, impulsionava uma boa percepção popular em torno de sua atuação, ampliava suas relações com partidos de todas as matizes políticas e ideológicas, ao mesmo tempo inseria ”cunhas políticas” nas relações entre deputados e prefeitos com o governador, que mostrava-se pouco afeito à articulações políticas eleitorais em seus últimos anos de governo.  

Mas a candidatura Helder precisava de outras iniciativas visando superar a terrível rejeição que o nome de sua família ostentava na região metropolitana de Belém. Estas iniciativas complementares foram em dois sentidos, de um lado costurou a neutralidade e até o apoio dos grandes meios de comunicação de massa, a exemplo do grupo de comunicação ORM, SBT, Record, assim Helder evitou que estes grupos, especialmente o grupo ORM viesse a tomar partido em favor do candidato do governador.  Em outro front, a candidatura Helder buscou neutralizar uma terceira via eleitoral que pudesse ganhar força em todo o estado. Assim Helder atraiu chefes partidários de peso a exemplo de Lúcio Vale do PR, Zequinha Marinha do PSC, Mário Couto do PP, Josué Bengtson do PTB, O PRB. 

Mário Couto, após as convenções partidárias seria descartado pelo MDB.  

Em relação à esquerda, Helder conseguiu com que o PT fizesse uma campanha tímida, este partido teve boa votação para o governo devido ao impulso recebido pela candidatura presidencial petista. Já o PSOL, não foi para o confronto com o candidato, já favorito, Helder Barbalho, este preferiu bater no já agonizante candidato governista. O PSOL não tirou como eixo demarcar com o MDB, este partido fez uma campanha morna, e só apresentou uma tênue demarcação nos últimos dois debates na TV.  

A votação do PSOL na capital representa o potencial oposicionista sempre presente nas capitais, no contexto de um PT apático na campanha na capital. Estas interações costuradas por Helder Barbalho tenham sido elas, formais ou informais, abriram caminho para que o emedebista tivesse uma grande vitória em Belém. Em Ananindeua, a depressão política do prefeito Pioneiro, seu desinteresse pelas disputas estaduais, permitiram que Helder ganhasse a eleição nesta cidade, com uma margem de 15% em relação à candidatura Márcio Miranda.  

Do lado governista especulava-se em torno das opções de Jatene para sucedê-lo. O prefeito tucano de Ananindeua, Manoel Pioneiro esperava reconhecimento por parte do governador Jatene. Pioneiro tinha sido reeleito prefeito em primeiro turno em 2016, assim como teve uma atuação espetacular na virada eleitoral de 2014, no primeiro e segundo turno, quando Jatene venceu Helder.   

O prefeito de Ananindeua tinha oferecido um desempenho eleitoral em Ananindeua gigantesco, e como tal, Manoel Pioneiro esperava o convite de Jatene para sucedê-lo. Nenhum outro candidato tucano apresentava as credenciais que Pioneiro ostentava para a sucessão de 2018 no Pará. Nas pesquisas eleitorais, Pioneiro apresentava um desempenho de saída de 17%.  

Jatene tinha uma engenharia política em mente para a sucessão de 2018. Jatene resistiu em lançar um candidato tucano à sua sucessão. 

Esta decisão custaria caro ao governador na sucessão que se aproximava, pois os tucanos de alta plumagem, em grande parte não se envolveram na sucessão governamental. O governador tucano apostava em um acordo com o vice-governador Zequinha Marinho para materializar sua estratégia eleitoral.  

Jatene apostava em sair candidato para algum cargo proporcional, lançar Zequinha Marinho ao senado e fazer com que o presidente da Assembleia Legislativa Márcio Mirando viesse a terminar o mandato de governador e se lançar a reeleição em 2018. Nestas circunstâncias, um candidato pouco conhecido do eleitorado paraense, Márcio Miranda.  

A aposta do governador Jatene seria de que Miranda em seis meses se tornaria amplamente conhecido, e de posse da máquina de governo nas mãos, sendo um político sem problemas com denúncias de corrupção, poderia a vir a ser um candidato com amplas chances de ganhar as eleições para o governo do estado. Parece que Jatene tinha como estratégia central entregar apenas 4 anos o governo para Miranda e esperava recuperá-lo para seu grupo, quatro anos depois.  

Mas Jatene não combinou com os “russos” a sua estratégia eleitoral. O vice-governador Zequinha Marinho não aceitou abandonar o seu cargo e em aliança com Helder Barbalho lançou-se candidato ao senado federal. A estratégia de Jatene foi por água abaixo. Jatene manteve a decisão de lançar o presidente da ALEPA ao governo do estado, deixando grande parte da bancada tucana insatisfeita, em especial o prefeito peessedebista Manoel Pioneiro, que não mostrou interesse em participar ativamente da campanha em 2018 para o governo do estado.  

Assim, o governador Jatene lançou a candidatura do presidente da ALEPA Márcio Miranda ao governo do estado. Miranda começou, seis meses antes das eleições, na fase da pré-campanha com 2% de intenção de votos. A candidatura apoiada pelo governador Jatene tinha agora uma dupla tarefa, fazer um candidato pouco conhecido, vir a ganhar ampla visibilidade pública no curso da campanha e construir uma campanha capaz de impulsioná-lo à disputa eleitoral, para enfrentar um candidato da oposição que era conhecido por 99% da população paraense.  

Não deu tempo. As regras que organizaram a campanha eleitoral de 2018 só disponibilizou 45 dias de campanha e para as aparições na televisão foram tão somente de 30 dias, sendo que os candidatos ao governo tiveram somente 15 dias para fazer suas aparições no horário eleitoral gratuito, e outras inserções de poucos segundos no decorrer dos 30 dias seguintes.  

Márcio Miranda demonstrou uma ampla capacidade de disputa e terminou o segundo turno com 45% dos votos válidos. Sem dúvida nenhuma, podemos afirmar que se a campanha eleitoral na televisão tivesse durado mais 30 dias, o potencial eleitoral do candidato Márcio Miranda teria sido amplificado, num contexto em que o eleitorado brasileiro e paraense mostrava grande temeridade em votar em candidatos envolvidos com algum grau de denúncias envolvendo corrupção política e eleitoral.  

Podemos notar no decorrer da campanha alguns possíveis erros que podem ter despotencializado a campanha de Márcio Miranda. Notamos nos primeiros oito programas da campanha de televisão que Márcio Miranda buscava se descolar da imagem do governador, devido sua enorme avaliação negativa, especialmente na região metropolitana de Belém e buscava prestar contas de seu mandato à frente da ALEPA para se apresentar como um executivo experiente, ao mesmo tempo que buscava carimbar Helder Barbalho como um candidato ficha suja.  

Quem é analista de política sabe que Jatene fez um bom governo, mesmo no interior da crise de violência que assolou o Pará, o resultado do governo Jatene é positivo. No período eleitoral a violência cedeu em relação aos meses anteriores ao processo eleitoral. Sabemos também, que Miranda era candidato de Jatene e Helder e sua campanha lembravam isso todos os dias. Ora, nós sabemos também que uma campanha centrada em torno da divulgação das boas realizações do governo, melhora a avaliação popular em torno do desempenho do governo e oferece a alavanca necessária para o candidato apoiado por este governador.  

A candidatura Miranda perdeu preciosos dias que poderiam consolidar na percepção popular a ideia de que Jatene fez um bom governo, bastaria comparar com outros 26 estados da federação, onde 17 não vêm pagando a folha de pessoal regularmente. Jatene tinha um cartel de mais de 500 obras terminadas, inclusive algumas de grande visibilidade como os 17 hospitais inaugurados e outros 4 em fase de acabamento, a rodovia do Marajó, o parque do Utinga, o prolongamento da avenida Primeiro de Dezembro, as pontes de concretos sobre os rios, a manutenção da malha rodoviária, e outros.   

Márcio Miranda só poderia ter suas chances eleitorais ampliadas caso a população consolidasse uma avaliação positiva do governo Jatene. Mas a candidatura Márcio Miranda só veio a fazer prestação de contas do mandato Jatene, na última semana de campanha. Assim, Helder Barbalho derrotou o candidato de Simão Jatene e fez o MDB e sua família retomarem o controle político do Pará após 28 anos afastados do comando político do Pará.  

Helder ainda obteve outra vantagem estratégica sobre a candidatura governista de Márcio Miranda, durante os debates na televisão. Ora, todos sabem que Helder foi formalmente denunciado por delatores da JBS  no curso da Operação Lava Jato. Em uma campanha este fato teria efeito devastador.  

Ora, Miranda sabia disso e centrou seus ataques contra Helder taxando-o de ficha suja. Por outro lado, Helder, se aproveitou da denúncia do Promotor estadual sobre questionamentos e denúncias sobre uma possível irregularidade na aposentadoria do candidato Miranda. Helder apresentou Miranda como um fraudador e para somar a estas denúncias, Helder buscou colar a imagem do vereador e denunciado por associação ao tráfico de drogas Gordo do Aurá ao candidato Márcio Miranda.  

Em síntese, Helder conseguiu criar confusão na cabeça do eleitor indeciso e teve sua estratégia vitoriosa. Tivemos no Pará um pouco mais de 10%¨de eleitores que votaram Branco ou Nulo, totalizando quase quinhentos mil votos. E ao final do processo eleitoral podemos dizer que o eleitor indeciso que poderia ser capturado pelo voto ficha lima foi neutralizado e Helder veio a vencer o pleito eleitoral de 2018.  

A coligação emedebista também elegeu as duas vagas ao senado em disputa. Esta vitória da coligação oposicionista era pré-anunciada devido ao racha na base governista. Da base do governador Jatene foram lançados pelo menos três candidatos com bom potencial eleitoral: Flexa Ribeiro, Coronel Osmar e Sidney Rosa. O racha dos votos na base do governo do estado propiciaram a vitória das candidaturas oposicionistas de Jader Barbalho e Zequinha Marinho

Ou seja, a pulverização de candidatos governistas já anunciava que Simão Jatene tinha perdido o poder de coordenação política sobre os partidos de sua base de sustentação.  

Jatene deixa o governo após uma exitosa gestão, mas também deixa o PSDB fraturado. Todos os estudiosos sabem que deputados e prefeitos só conseguem manter viva suas carreiras políticas se forem bem avaliados pela população. No curso de todos os governos pós redemocratização, estes têm conseguido a base parlamentar necessária para governar.   

Os deputados buscam fazer parceria com o governo de plantão para levar obras e serviços para suas bases eleitorais. Este fato prenuncia de que o novo governador terá especial satisfação de cooptar a base peessedebista no Pará, em especial os deputados e prefeitos. O PSDB deve sair a partir destas eleições como um partido bastante desidratado politicamente.   

Creio que Helder poderá ter, se assim o quiser, obter o apoio de até 40 deputados na sua base de sustentação parlamentar, além de 90% dos prefeitos municipais. Não sei se convém ao governador eleito construir tamanha base, pois o governo teria grande parte de seu orçamento consumido nesta missão, aumentando em muito os custos da governabilidade.  

Quanto às perspectivas do futuro governo Helder dependerá em muito das escolhas que serão feitas no início do governo. Os orçamentos de governos estão cada vez mais escassos. O Brasil já apresenta vários anos de estagnação econômica com baixíssimo crescimento do PIB. A lei Kandir lesa as finanças estaduais. 

Nosso estado se baseia no setor de serviços e no consumo que advém do funcionalismo público e dos aposentados e pensionistas, além dos consumidores de baixo padrão advindo dos titulares dos programas sociais do governo federal. Os grandes empreendimentos econômicos do estado estão sob controle do governo federal.  

Helder assumiu muitos compromissos com gastos fixos, a exemplo do pagamento do piso nacional dos professores estaduais, o salário dos delegados em paridade com os rendimentos dos promotores, com gastos voltados para a proteção social. É desta equação é que saberemos o poder de investimento, a partir de recursos próprios do futuro governador do Pará.  

Por outro lado, o MDB, pela primeira vez enfrenta grande incerteza quanto ao relacionamento com o futuro presidente da república, Jair Bolsonaro

O MDB sempre sobreviveu como um partido congressual e da esplanada dos ministérios. 

O MDB saiu das eleições de 2018 com o pior desempenho eleitoral de sua história recente, e toda a sua capacidade de barganha com o novo governo dependerá da participação ou não do MDB no comando da câmara dos deputados ou no senado federal.  

Estas incertezas recomendam ao novo governador muito critério na hora de assumir gastos fixos, como em relação à folha de pagamento. Ou Helder faz um governo de austeridade, cortando desperdícios na máquina administrativa, planeja antecipadamente os custos fixos da máquina de governo ou poderá no curto espaço de tempo, ver a capacidade de investimento mínimo do estado chegar a níveis paralisantes.  

Helder estará frente a um grande dilema. 

Como cumprir com a enorme de agenda de promessas que assumiu nos palanques eleitorais no contexto da grave crise econômica que o Brasil passa? 

Como atender a enorme demanda que será apresentada pelos partidos aliados, atinentes a cargos, funções, obras, serviços e empregos temporários para seus apoiadores? 

Usando uma figura de linguagem, eu diria que o Helder tem 100 ingressos para um espetáculo, mas prometeu entrada para 10 mil pessoas.  

É ver para crer.

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