Helder Barbalho mantém PT aliado do projeto do MDB no Pará, mas militância reage e ameaça não fazer campanha.
Por Diógenes Brandão
A decisão tomada pela executiva estadual do PT-PA, nesta quinta-feira (11), deixou a sociedade paraense sem entender os motivos que levaram o partido a declarar apoio a Helder Barbalho, neste segundo turno das eleições para o governo do Estado.
Representantes dos grupos de Paulo Rocha, Beto Faro, Dilvanda Faro e Carlos Bordalo, já chegaram com posição definida: Apoiar Helder Barbalho.
Só o grupo liderado pelo ex-deputado federal Cláudio Puty defendeu que a estratégia prioritária para este segundo turno deveria ser a reunião de forças para eleger Fernando Haddad e que qualquer candidato que quisesse o apoio do PT, deveria igualmente declarar o apoio ao candidato a presidente do partido. Para tal, o grupo defendida a criação de uma ampla frente multi-partidária para conseguir juntar a maioria das forças políticas e barrar a ameaça fascista representada na candidatura de Jair Bolsonaro.
No entanto, por maioria simples, a reunião da executiva estadual do PT aprovou a posição de apoio a Helder Barbalho e soltou uma nota justificando a decisão. Nela, o PT diz que em 2003, durante o primeiro ano do segundo mandato de Lula como presidente, deu-se início a um projeto que representa uma política de destruição do ideáriode nação,de liquidação dos direitos sociais e econômicos da grande maioria da população, de mutilação da soberania do Brasil, e de incentivo do ódio e da intolerância como método de disputa política. Confuso, né? Mas é isso que você pode ler abaixo, na fanpage do partido:
Militância não foi ouvida e reagiu contrária à aliança com o MDB
O anúncio da decisão deixou a maioria da militância confusa e quem não é petista ficou sem entender o que leva o PT a manter-se aliado aos representantes de Michel Temer no Pará, já que o PT e a esquerda como um todo, desenvolveram a narrativa de que sofreram um golpe orquestrado pelo MDB, que tomou o poder após um impeachment forjado.
Através de métricas e análise de sentimento nas redes sociais é possível identificar diversas manifestações de filiados e simpatizantes do PT, se colocando contrários à decisão dos dirigentes do partido e ameaçando ignorar o acordo eleitoral feito com o MDB, o que pode fazer com que só seja cumprido pelos que participaram das negociações, enquanto a maioria dos votos entregues aos candidatos do PT, no primeiro turno, até agora tem rumo desconhecido, neste segundo turno das eleições para o governo do Estado.
E o Haddad?
Preocupados que a decisão adotada pelos membros da executiva do PT não contamine a campanha do presidenciável, um grupo de militantes e simpatizantes da candidatura de Fernando Haddad criaram um grupo no Whatsapp, com o intuito de discutir estratégias para ajudar e priorizar a campanha presidencial, ao invés de priorizar a campanha de Helder Barbalho ou de Márcio Miranda.
Foto de uma das viagens internacionais de Alda Selma e Marquinho Oliveira, casal abençoado pelo Diretório Estadual do PT e parlamentares petistas que os mantém em diversos cargos, inclusive em DAS de confiança de Michel Temer.
Por Diógenes Brandão
Por diversas vezes me perguntaram se eu tinha como provar que ainda existiam petistas em cargos de confiança em órgãos federais, como a SUDAM.
Eu disse que sim e qualquer pessoa que queira saber ou comprovar isso, basta acessar os portais do governo e lá se encontram os nomes de todos os nossos companheiros e companheiras do PT, embora o Diretório Estadual, presidido novamente pelo eterno João Batista, depois de tomar posse esse ano, tenha aprovado uma resolução que determinou a imediata saída de todos os petistas do governo golpista de Michel Temer. É claro que a determinação não foi até hoje cumprida.
Há entre nós casos especiais, como da companheira Alda Selma Frota, que no dia 23 deste mês completa 10 anos como chefa de gabinete na SUDAM.
Antes de ser assessora na SUDAM, Alda teve cargo de confiança por 8 anos, na prefeitura de Belém, quando o PT governou a cidade.
Quando o partido perdeu a prefeitura, Alda foi "automaticamente" colocada na SUDAM, onde assumiu um cargo de direção e lá sentou na cadeira de chefe de gabinete e lá se mantém firme e forte no cargo.
Concluindo: Alda Selma Frota já passou pelo mandato de cinco 07 governos, 02 de Edmilson Rodrigues, de Lula, 02 de Dilma e agora o de Temer, quem seus companheiros de partido chamam de golpista.
Embora seu marido - o sociólogo Marquinho Oliveira - seja o coordenador estadual da Unidade na Luta, grupo do senador Paulo Rocha (PT-PA), a competência, a capacidade técnica e política de Alda Selma é que a torna imbatível em sua a à frente do cargo.
Marquinho Oliveira também é um privilegiado. "Com dons divinos", dizem no PT.
Com mais de 30 anos como assessor político do senador Paulo Rocha, Marquinho hoje é assessor do senado, sem precisar pisar em Brasília e nem assinar ponto em qualquer lugar que seja, assim como não tem horário para cumprir, graças à sua enorme capacidade intelectual e a sorte que o mundo lhe trouxe.
Paulo Rocha continua ignorando as críticas por ter indicado e manter todas essas regalias aos seus mais chegados no governo Temer e acabou impedido de votar contra a resolução partidária que determinou o afastamento de seus indicados no governo Temer.
O motivo é mais um tapa na cara da militância que acredita que tem que contribuir semestralmente com o PT: Mesmo com o salário e a verba de gabinete do senado, o petista não contribui com o partido e sua dívida com o PT já é um escândalo, mas como ele é um senador, o caso é abafado.
Grupos que defendem a transparência e a democracia interna no PT já pensam em fazer uma vaquinha na internet para ajudá-lo.
Entre os projetos apresentados pelo senador Paulo Rocha este ano, está a proposta de criação do vale-cultura do servidor público federal, para que pessoas como os assessores do senado ou da SUDAM, possam usufruir de um recurso mensal para divertirem-se e consumirem bens culturais.
O ministro de Temer, Helder Barbalho (PMDB) e o senador Paulo Rocha (PT) foram dois políticos paraenses que presenciaram ovos sendo jogados em eventos em que participavam.
Por Diógenes Brandão
Os ovos jogados contra o ministro da Integração Helder Barbalho e sua comitiva - incluindo seu pai, o senador Jader Barbalho e sua mãe, a deputada federal Elcione Barbalho, todos do PMDB - no último sábado (21), no município de Cametá, acendeu uma grande polêmica nas redes sociais.
O blog aferiu que muita gente apoiou a atitude da estudante, mas entre os que reprovaram o feito Ana Paula, há quem diga que ela deveria permanecer presa e pagar pelo que fez. Outros mais exaltados falam em justiçamento através da violência.
Entenda o caso
A notícia foi de que o ministro Helder Barbalho havia sido atingido por dois ovos - um no rosto e outro no peito - durante o ato de assinatura do convênio entre a prefeitura e o governo federal para construção do cais do município de Cametá. Depois, soube-se que os ovos não acertaram ninguém, mas a manifestante Ana Paula, do movimento estudantil de Cametá, foi presa acusada de ser a responsável pelo que setores da juventude de esquerda chamam de "escracho". O fato aconteceu na manhã deste sábado (21).
Escracho com ovos com lama em Marabá
Há pouco mais de dois (02) meses atrás, manifestantes do Levante Popular da Juventude de Marabá também promoveram um escracho jogando ovos em direção ao deputado Beto Salame (PP-PA). Mesmo sem ter sido atingido, o fato irritou o senador Paulo Rocha (PT-PA) que partiu para cima de algumas manifestantes, gritando com as mesmas e repreendendo-as pela manifestação inusitada.
Embora o escracho seja uma metodologia de intervenção usada por grupos de jovens ativistas nos movimentos sociais, partidários, como a UJS/PCdoB e suprapartidários como oLevante Popular da Juventudee oJuntos/PSOL, nenhum partido paraense defendeu publicamente os escrachos utilizados até então no Pará, o que revela o fosso existente entre a direção dos partidos de esquerda e as novas formas de auto-organização da juventude de esquerda.
A indignação é tanta que há diversos internautas propondo que seja o próprio senador petista que mereça receber uma "ovada" pelo seu comportamento contrário ao escracho adotado por alguns segmentos, os quais protestam contra o governo Temer e seus ataques à classe trabalhadora.
Diante de diversas manifestações de descontentamento, o militante do PT na capital do Pará, Marcelo Bastos, publicou em seu blog uma carta onde ele pede desculpas pelo senador Paulo Rocha e diz que aguarda que o líder petista tome a iniciativa de assiná-la urgentemente, pois segundo ele "os inimigos não estão desse lado de cá e que ele (o senador petista) ainda pode ser bem-vindo à luta política dos explorados, pelo Fora Temer e contra todos os golpistas".
Leia a carta com o pedido de desculpas do senador Paulo Rocha, publicada no blog Dilacerado.
O deputado Wladimir Costa (SD-PA) ganhou alguns minutos de fama ao exibir uma tatuagem no ombro em defesa de Michel Temer na véspera da votação na Câmara Federal da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o “chefe da maior organização criminosa da história do país”. Questionado sobre a sua iniciativa patética, ele jurou que o tattoo era “definitivo”. Nesta quarta-feira (9), porém, o falsário confessou que mentiu. “Era de hena. A intenção era zoar o pessoal da oposição. Era uma brincadeira”, afirmou o vigarista, que antes havia dito que “pensei em Temer para suportar a dor da tatuagem”.
O episódio lhe rendeu fama, mas também serviu para desmoralizar o deputado bravateiro e fisiológico – expressão grotesca do grau de deterioração do parlamento nativo. Questionado sobre a tatuagem, Wladimir Costa revelou todo o seu machismo ao agredir a repórter Basília Rodrigues, da rádio CBN, e toda a sua homofobia ao atacar o jornalista Ricardo Boechat, da Band – a quem chamou de “Ricardo Bichat”. Como resultado das suas sandices, ele se tornou alvo de uma representação do PSB no Conselho de Ética da Câmara Federal por quebra do decoro parlamentar – o que poderia resultar até na cassação do seu mandato se o Congresso Nacional, hoje dominado por forças reacionárias e trogloditas, tivesse alguma ética.
Wladimir Costa, porém, não é um babaca qualquer. Ele é fruto da ofensiva fascistizante que tomou conta do Brasil nos últimos anos. É um deputado oportunista e fisiológico que tenta surfar nesta onda. Integrante da tropa de choque de Eduardo Cunha, o correntista suíço que está na cadeia, ele hoje faz juras de amor a Michel Temer só para garfar recursos públicos. Ele foi eleito deputado a partir de uma carreira de apresentador de um programa policialesco de televisão no Pará. Gostava de se exibir ao vivo de camisa aberta ao peito, narrando casos de violência e pregando o ódio. Como parlamentar, o lobista ficou famoso por barganhar emendas milionárias para os seus redutos eleitorais.
Wladimir Costa coleciona vários processos na Justiça – por peculato, uso de funcionários fantasmas, Caixa-2. Recentemente, ele expôs a sua tática de como lidar com um presidente fraco e odiado. Ao narrar as suas audiências com Michel Temer, ele confessou: “A gente vem com aquela história: ‘Mas, presidente, eu gostaria de trazer as demandas do estado, do município, do governo do estado’. A gente aproveita o barco e pede. Ele vê quais são os ministérios, quem pode resolver. O presidente encaminha. Faço cara de coitadinho para ele”. O Judas que se cuide. Wladimir Costa já traiu Eduardo Cunha, quando da votação da sua cassação. Ele é mais falso do que a tatuagem!
Os "bandidos" da época eram na maioria das vezes, jovens acadêmicos, artistas e jornalistas, que chamados de "comunistas" e "terroristas", sentiam o ódio e o delirante masoquismo nas mãos, cacetetes e fios-elétricos daqueles que diziam estar "mantendo a ordem" no país, afim de livrá-lo de ideias subversivas.
Hoje vemos os herdeiros da ditadura alcançando o topo das pesquisas eleitorais e poucos reagem. A ingenuidade dos jovens que morreram lutando pelo restabelecimento da democracia, parece não ter servido para nada às gerações que os sucederam.
Os revolucionários envelheceram, criaram seus filhos com tudo de bom que poderiam lhes dar e hoje assistem a tudo - merecidamente - em suas casas confortáveis e nada falam quando ouvem - ou leem - jovens dizendo que vão votar em policiais justiceiros, ou naqueles que defendem a pena de morte aos "vagabundos".
Assim, como se não tivessem mais nada a fazer, estes homens e mulheres que viveram o período acima retratado, hoje se omitem da tarefa de esclarecer e repassar seus conhecimentos aos néscios e boçais que vociferam contra tudo que não for o que eles dizem ser a "verdade". É mais fácil chamá-lo de "coxinhas", "manipulados" e "direitosos" e bloqueá-los de suas vista.
A única coisa que ainda podemos ler é os "esquerdopatas" indagando no Facebook, mais ou menos assim: "Cadê os patos amarelos que batiam panelas e saíam às ruas, com o uniforme da CBF, supostamente pelo fim da corrupção e que agora estão sumidos?".
Tal pergunta além de não contribuir em absolutamente em nada, ao invés de mobilizar, acirra ainda mais a polarização burra e vazia entre gente que pensa que é direita por ser anti-petista e aqueles que poderiam, mas já não conseguem reinventar métodos de mobilização e conscientização popular.
Diante disso, fica a pergunta: Sem o povo nas ruas, quem vai derrubar os golpistas e evitar um futuro governo reacionário? Só o pessoal das centrais sindicais pró-Lula, que hoje já não convencem nem mesmo os antigos revolucionários e seus filhos a participarem de uma manifestação?
Paulo Rocha segue o bloco petista que não abre mão de se aliar com o PMDB para ocupar cargos no Congresso Nacional.
Por Diógenes Brandão
Em nota divulgada em suas redes sociais, o senador petista do Pará, que compõe a ala do partido que não abre mão de fechar acordos com o PMDB, volta a mostrar que ignora os apelos de seus eleitores e da militância do seu partido.
Na noite da última terça-feira (31), as principais lideranças populares do PT paraense, reuniram-se na sede do sindicato dos bancários, onde realizaram o Ato Petista não vota em golpista, onde apelaram para que o senador Paulo Rocha não cometesse o que consideram um erro e uma traição à sua militância e seus eleitores.
Mesmo assim, Paulo Rocha e outros 7 senadores entenderam que ocupar espaço na mesa diretora do senado e alguns cargos nas assessorias da casa é mais importante do que a imagem negativa e contraditória que tal medida trouxe perante a sociedade. Por isso, a militância petista, em resposta, desde ontem repugna e começa a "vomitar" em postagens feitas nas redes sociais do parlamentar petista, que se elegeu sob o slogan "Senador de Todos" e hoje é chamado de traidor pela maioria da militância do PT.
Clique acima em "Ver mais" e leia o post completo e os comentários dos internautas.
E hoje, mesmo depois de todos os apelos e críticas que vem recebendo, Paulo Rocha exibe em suas redes sociais, com orgulho uma nota publicada pelo jornal O Globo, da família Marinho, onde diz: "A política é a arte das ideias e do convencimento. É assim que se constrói maiorias, principalmente entre parceiros".
A pergunta que fica no ar é se Paulo Rocha acha que o fato de ter se aliado ao golpista eleito com o seu voto e da maioria dos deputados federais para a presidência da Câmara, conta com o apoio da maioria da sociedade brasileira, ou pelo menos pelos filiados do seu partido.
Votação da bancada não foi unânime; Gleisi, Lindbergh e Fátima Bezerra consideraram que partido não deveria se unir a sigla de Temer.
A maioria dos senadores do PT decidiu compor com o candidato do PMDB à presidência da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para garantir espaço na Mesa Diretora. A decisão foi tomada em reunião do partido na noite desta terça-feira, 31. Os petistas vão indicar José Pimentel (PT-CE) para a 1ª Secretaria, que funciona como uma espécie de prefeitura da instituição, responsável por assuntos administrativos e financeiros.
A votação da bancada não foi unânime. Dos dez parlamentares da sigla, três votaram contra o apoio a Eunício: a senadora Gleisi Hoffmann (PR), Lindbergh Farias (RJ) e Fátima Bezerra (RN). Eles consideram que o partido não deve se unir ao partido do presidente Michel Temer, que alegam ser o grande responsável pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Como não houve consenso, a bancada optou por liberar os votos.
Os parlamentares que defendem a candidatura de Eunício, favorito na disputa, se baseiam na tese de proporcionalidade do Senado. Tradicionalmente, a legenda que possui a maior bancada na Casa fica com a presidência. O PMDB é o partido com o maior número de senadores (21). O PSDB cresceu no último ano e se tornou a segunda maior legenda (11), enquanto o PT perdeu espaço e se tornou a terceira maior bancada (10).
Na Mesa Diretora, em teoria, quanto maior for a bancada de um partido, mais importantes serão os cargos à sua disposição. Os senadores da Mesa têm a atribuição de convocar e conduzir as sessões plenárias, cuidar de eleições internas, votações secretas, correspondências e identificação de senadores, bem como questões administrativas. O mandato da Mesa é de dois anos.
"Equívoco político". Os senadores Gleisi Hoffmann, Lindbergh Farias e Fátima Bezerra criticaram a decisão da bancada de compor com o candidato oficial do PMDB à presidência da Casa, Eunício Oliveira. Em nota, Gleisi, Lindbergh e Fátima afirmaram que o posicionamento é decepcionante, "lamentável" e um "equívoco político".
Para o grupo, o PT não deveria apoiar o partido do presidente Michel Temer, visto por eles como o principal responsável pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. "Superestimando a luta institucional e insensível ao apelo da militância, a maioria da bancada preferiu não tomar uma posição clara, autorizando os senadores e senadoras petistas a votarem como bem entenderem. É realmente lamentável. Um equívoco político que cobrará seu preço", diz o texto. Os petistas consideram que a bancada optou por "se render à institucionalidade".
No texto, eles agradeceram a participação da militância do partido na discussão, mas afirmaram que a direção nacional da legenda optou por ignorar os pleitos. "Não poderíamos de forma alguma fazer alianças com protagonistas do golpe. Não se trata de desconhecer a importância dos espaços institucionais para a disputa política, mas de reconhecer que a única trincheira de luta capaz de derrotar os golpistas, barrar as reformas neoliberais e resgatar a democracia via eleições diretas é justamente a trincheira da luta social", escreveram.
Pela tese de proporcionalidade do Senado, os maiores partidos da Casa ficam com os melhores cargos na Mesa Diretora. Como o PT possui a terceira maior bancada (10), ficaria com a primeira-secretaria, considerada a prefeitura do Senado. Contudo, se os petistas não fechassem um acordo com Eunício, considerado favorito da disputa, ficaria sem a vaga e sem a presidência de comissões mais expressivas. O mesmo impasse ocorreu na Câmara, porém os deputados petistas optaram por apoiar o candidato da oposição André Figueiredo (PDT-CE).
"Esse levante da militância petista e dos movimentos sociais contribuiu decisivamente para que a bancada do PT na Câmara, de forma unitária, rejeitasse votar em parlamentares golpistas e apoiasse a candidatura do deputado federal André Figueiredo (PDT) à presidência da Câmara, compondo um bloco de oposição que verbaliza no Parlamento as vozes das ruas. Dessa forma, a bancada do PT na Câmara demonstrou estar conectada com a militância petista e com os movimentos sociais", elogiaram os senadores.
Considerando a composição partidária mais recente do Senado, a escolha dos cargos seria exercida na seguinte ordem: PMDB (presidência, 2ª vice-presidência e 1ª suplência); PSDB (1ª vice-presidência e 4ª secretaria); PT (1ª secretaria); PP (2ª secretaria); PSB (3ª secretaria); PR (2ª suplência); PSD (2ª suplência); e DEM (2ª suplência). Apesar disso, também é possível que parlamentares lancem candidaturas avulsas para as vagas.
Parabenizando a Militância Petista de Belém, Lindberg Farias manda um recado para os militantes que se reuniram contra o voto em golpistas no Congresso, orientando que os parlamentares petistas do Estado sejam pressionados.
Em 100 dias de governo Temer, o mesmo conseguiu promover medidas de cunho estruturante no Estado brasileiro raramente experimentadas em poucos dias de gestão, inclusive governos ditatoriais levaram mais de 3 anos para promover modificações profundas, como a realizada na educação brasileira após o golpe militar em 1964, com a reforma universitária de 68.
Destacamos que todas as medidas apresentadas pelo governo Temer, sejam elas provisórias como a MP 746/2016, referente ao Ensino Médio ou os Projetos de Emenda Constitucional, como a PEC 241 (no senado número 55), que apresenta um Novo Regime Fiscal (NRF) para o Brasil, assim como, o projeto de Reforma da Previdência PEC 287, que se constituem em um pacote que estabelece o fim de importantes conquistas sociais da população brasileira.
A PEC nº 55/2016, aprovada no dia 13/12/2016, por 53 votos a favor e 16 contra, propõe um Novo Regime Fiscal (NRF) que perdurará por 20 anos, com limitação de despesas primárias.
No novo Regime Fiscal, o crescimento de investimento se limitará a inflação, proporcionando o congelamento de despesas em políticas públicas até 2036, tendo como parâmetro o ano de 2016.
O SINDPROIFES-PA interpreta o Novo Regime Fiscal como uma ruptura de oferta de políticas públicas, aniquilando assistência e proteção implementadas ao longo de mais de uma década na educação, saúde e habitação.
Políticas como o Bolsa Família e a permanência de alunos em situação de vulnerabilidade social na Universidade brasileira que, historicamente tiveram seus direitos violados, estão agora seriamente ameaçados de extinção.
O Regime Fiscal e a Medida Provisória nº 746/2016, referente à Reforma do Ensino Médio foram aprovadas com ampla margem de segurança favorável ao governo. Tudo isso graças a um parlamento conservador, fechado sobre si mesmo, sem atender a regra básica de discussão pública e democrática sobre os temas e as opções no seio do debate. O alcance dessas decisões implica em sacrifícios de gerações de crianças, jovens, adultos e idosos ao longo de duas décadas. Também devemos alertar para a fragilidade da sociedade civil em se confrontar com esses desafios, pois assistiu a formação de um falso consenso que permitiu a destruição de políticas públicas importantes em troca de um Estado mínimo submisso aos interesses do grande capital nacional e internacional.
O SINDPROIFES-PA esteve presente em todas as reuniões de construção dos atos contra o projeto Escola Sem Partido e de todas as medidas do governo imposto do Sr. Temer. Realizamos todas as reuniões de diretoria abertas, porquanto de sua essência plural e democrática, quanto em função do desejo de ter docentes, a partir de seu quotidiano, como copartícipe na direção do sindicato, ajudando a compreender e a intervir contra a situação política e econômica gerada pelo golpe de Estado em curso.
Em nossa opinião, o “movimento de ocupação estudantil” conseguiu, por breves momentos na imprensa, conquistar alguma audiência para expor a resistência contra o desmonte com os cortes no financiamento de educação, saúde e programas sociais sobretudo, porém se estendendo a todas as esferas de responsabilidade do Estado, salvaguardando apenas o pagamento extorsivo da dívida interna e externa para os bancos.
É de extrema complexidade esse enfrentamento, a greve apenas nas Instituições Federais de Ensino Superior, nos moldes culturalmente implantado não teve o êxito desejado para barrar as medidas apresentadas pelo governo imposto, que criminaliza os movimentos sociais e utiliza instrumentos de pressão como fica atestado pela legislação anti-greve, amparado no fortalecimento de posturas conservadoras no interior das Instituições.
Em 21/11/2016 a direção do SINDPROIFES-PA realizou assembleia geral. Uma vez analisada a conjuntura, saudamos o movimento de ocupação em curso iniciado pelos estudantes secundaristas e posteriormente universitários, cujo objetivo foi conclamar a sociedade a recusar a chamada PEC da Maldade.
Avaliamos a necessidade de resistir a forte investida do governo e seus aliados dispostos na Mídia, Ministérios Públicos e no Supremo Tribunal Federal, conclamando unidade dos defensores da democracia e do Estado de direito e manter a Universidade ocupada com uma agenda de formação, cujas atividades fossem intercaladas por paralisações, para desta forma, acumular forças enquanto estreitaríamos o diálogo com os docentes. Tal programação só seria viável com o efetivo envolvimento da comunidade universitária. Neste sentido decidimos por:
a) Incorporar no calendário de mobilização as atividades de Grupos de Pesquisa coordenados por nossos filiados, apresentando a proposta de nossa programação ao movimento de ocupação em todos os Campi, infelizmente em Belém não recebemos informações se a nossa proposta apresentada à coordenação da ocupação foi apreciada, mesmo assim, nossos filiados contribuíram com palestras e o sindicato ajudou em diversas ocupações nos campi do interior.
b) Realizarmos programações de alta qualidade, como fizemos no seminário: “O Ensino Médio Sob Ataque!: As Mudanças Impostas Pela Medida Provisória 746/16”. Este evento realizado em 01/12/2016 encontrou a UFPA bastante esvaziada e o sectarismo não permitiu um debate de qualidade técnica e política, alcançando poucas pessoas ainda presentes, que resistiram em permanecer na Universidade, em especial, nas ocupações.
Na votação da PEC 55, no senado denominada de “PEC da morte”, no dia 29/11/2016, ficou claro para o mundo, o tamanho e a ferocidade de nosso inimigo.
O governo não teve piedade usou bombas de gás e de efeito moral, cassetetes e spray de pimenta contra os manifestantes, que foram impedidos de mostrar seu descontentamento com a votação no senado em segundo turno foi um massacre com 53 senadores, ceifando em poucos minutos, o futuro de importantes políticas sociais implementadas para a maioria da sociedade, sob o discurso falacioso de que o desenvolvimento social da última década provocou descontrole nos gastos.
Nossa decisão foi acertada em não apostar na greve e sim acreditar na ocupação como alternativa, pois tínhamos clareza da fragilidade do movimento sindical, em parte pelas muitas desgastantes greves de outrora, além do cerco promovido pela onda judicial, legislativa, religiosa, midiática e politicamente conservadora, que avança velozmente no mundo.
Fraternalmente, convidamos os colegas a refletir sobre como a greve dos professores e técnicos, contribuiu para o esvaziamento das Universidades, indo na contramão do movimento de ocupação, estes sim, muito bem construído, tendo como protagonista a juventude presente nas assembleias, em especial, a realizada na UFPA, onde houve a ocupação da reitoria, com aproximadamente 2.000 estudantes, mobilizados contra as medidas impostas pelo governo. Destacamos que o movimento de ocupação foi o único que de forma representativa fez na prática, resistência ao governo golpista e suas medidas impopulares. O saldo que se tira é a possibilidade de enfrentarmos de forma mais efetiva os desafios que nos aguardam para enfrentar:
A Reforma do Ensino Médio, que anula o debate que construiu o Plano Nacional de Educação- PNE oriundo das conferencias municipais, estaduais e Nacional de Educação – CONAE;
Reforma da Previdência ou (PEC) 287/2016, que de forma drástica reforma a Previdência dos servidores públicos e dos trabalhadores da iniciativa privada, que ataca os direitos adquiridos e promove a discriminação por idade.
Se a PEC da previdência for aprovada teremos obrigatoriamente que trabalhar até os 65 anos para nos aposentarmos voluntariamente, independente do sexo. Hoje a idade mínima é 60 anos para homem (com 35 anos de contribuição) e 55 anos para mulher (com 30 anos de contribuição).
Essas medidas e outras estão tramitando no congresso e sem sombra de dúvida são o adorno perfeito para complementar o bolo de maldade apresentado à sociedade brasileira, em especial, aos mais pobres. Neste sentido, só uma forte frente formada por todas as centrais sindicais, movimento docente, movimento estudantil, entidades religiosas, ONGs e partidos democráticos, atuando nas instituições e junto à população, esclarecendo a todos sobre a perda de seus direitos e a possibilidade real do impedimento do futuro de seus filhos, desta forma poderemos ter uma pressão mais consistente junto aos parlamentares.
Também devemos nas eleições de 2018 buscar comprometer os partidos e parlamentares com uma agenda de bem estar coletivo, que assegure direitos e não que os suprima, oferecendo projetos e emendas que se oponham a:
• Diminuição do papel do Estado, uma vez que não será mais possível criar novos programas sociais e nem ampliar investimentos;
• A retirada do controle da sociedade e do Congresso de informações mínimas sobre a totalidade do orçamento, que estará aprisionado por 20 anos, independente de haver crescimento econômico ou aumento da arrecadação pública;
• A perda da integralidade – Mesmo que já tenham este direito adquirido, haverá perda da aposentadoria especial para professores da Educação Básica , que se aposentavam com 30 anos de contribuição para homem (aos 55 anos) e 25 anos de contribuição para mulher (aos 50 anos). Sem contar que agora a PEC traz 3 mudanças que reduzirão a pensão por morte de servidor, tornando ainda mais vulnerável a situação de cônjuges e filhos menores.
Esses desafios impõe ao mais jovem sindicato paraense, o SINDPROIFES-PA, a necessidade de deslanchar campanha de filiação atrelada a pauta da formação política de seus filiados e de docentes em geral, para juntamente com o conjunto dos movimentos sociais construir a resistência, que una gerações e evite a ponte que deixará o Brasil sem futuro.
Acreditamos na democracia como valor civilizatório e estamos dispostos junto a outros a construir alternativas de intervenção política a superar os modos até aqui utilizados. Se anteriormente os direitos estavam ameaçados, o Estado de exceção que se implanta no presente, tende a elevar e muito a intolerância e a violência como método de ação.
Temos compromisso com a ética na gestão da coisa pública e exigimos a punição devida quando forem cometidos atos ilícitos, observada sempre a lei, sem os usos partidarizados como temos testemunhado.
Devemos costurar uma Frente Ampla em defesa da Democracia para assegurar o efetivo Estado de direito com oportunidades para todos.
Com salário bruto de R$ 20.520,00, Regina Lima (Rê Bacana) é mais uma governista mantida pelo golpista Michel Temer. Indicada pelo deputado federal Zé Geraldo (PT-PA) e com a chancela do senador Paulo Rocha (PT-PA), a jornalista foi presidenta da FUNTELPA e da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais, durante gestões do PT. Hoje é ouvidora do Ministério da Cultura.
Indignados com a presença de petistas no governo golpista de Michel Temer, militantes do Partido dos Trabalhadores mantém um abaixo-assinado online, onde denunciam e pedem a saída imediata dos filiados que ainda estão em cargos de confiança (DAS) no governo federal.
Logo após a publicação do postSaiu uma parcial do listão dos petistas aprovados por Temer, que revelou nomes de petistas que estão compondo o governo golpista de Michel Temer, um grupo de debate do Whatsapp chegou ao consenso de que era chegada a hora de elaborar um documento em forma de abaixo-assinado e este tão logo foi criado, viralizou em diversos grupos que envolvem militantes do PT de vários estados brasileiros.
A adesão surpreende e tende a crescer, haja vista, a perda de um pudor até então tratado como uma espécie de tabu no seio do PT: O debate público sobre os problemas, erros e vícios de certos governistas presentes no partido, que agora já não contam mais com a passividade e o silêncio de uma militância cansada de ouvir por coisas que não fazem e mesmo mantendo a defesa intransigente do partido, passaram a divergir e criticar abertamente os aloprados que enlameiam o legado positivo da instituição e de seu maior patrimônio: A sua militância.
Conta como fator de impulso para essa adesão contrária à manutenção de petistas em cargos estratégicos do governo golpista de Michel Temer, o fato de existir poucos e raros momentos e espaços de debates no interior do partido e naturalmente as pessoas, sejam em grupos fechados de aplicativos como o Whatsapp e o Telegram, ou abertamente nas redes sociais, o que acontece é justamente um desabafo de uma militância que está ávida para falar e ser ouvida e já não se contenta em esperar os seus três minutos de praxes, em momentos raros de debate aberto à militância, em que as instâncias partidárias convocam.
Diante do quadro de indefinição, eis uma certeza: Os verdadeiros e íntegros militantes do PT, não aceitam que petistas se mantenham no governo golpista e por isso pedem a saída destes, do governo, ou caso não aceitem, que sejam submetidos à avaliações em comissões de ética e comprovada a desobediência do que prevê o Estatuto e o regimento interno do partido, que sejam afastados.
Leia a petição, assine e compartilhe com outros petistas:
O deputado Paulinho (SDD-SP), ex-dirigente da Força Sindical e apoiador de Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados, foi hostilizado em um voo da Gol e o vídeo caiu na rede.
Vários passageiros seguiram um manifestante e chamaram o deputado federal paulista de golpista, corrupto e ladrão. Em um trecho, o manifestante diz que o parlamentar representa uma central sindical que afronta os direitos dos trabalhadores. "Não queremos corrupto ao nosso lado e eu como cidadão, me sinto indignado, ao viajar ao lado de uma pessoa que quer retirar diretos dos trabalhadores, em nome de uma farsa sindical. Então golpista não passará!", conclui o manifestante anônimo, sob apelos das aeromoças para sentasse em sua cadeira.
Ao mesmo tempo, diversas pessoas no mesmo voo, entoavam palavras de ordem como a que dizia: "Golpistas, golpistas, não passarão!"
O deputado fingia não estar ali e foleava uma revista sem parar em nenhuma página, sinalizando nervosismo e constrangimento. Se a moda pega..
O vídeo foi postado no canal do Esmael no Youtube e tem tudo para viralizar rapidinho.
Há ainda quem discorde da tese de que a mídia hegemônica funciona como um partido político. Na verdade, o principal partido da direita na atualidade. A situação do correntista suíço Eduardo Cunha, que ainda preside a Câmara Federal, serve perfeitamente para convencer os mais reticentes. Num primeiro momento, toda a imprensa privada apoiou o achacador. O objetivo maior era desgastar e – se possível – derrubar a presidenta Dilma. De forma articulada, a mídia seletiva simplesmente omitiu o seu passado mais sujo do que pau de galinheiro. Agora, quando não dá mais para esconder as suas sujeiras –, ela simplesmente decide descartá-lo como bagaço. Os editoriais do Estadão, Globo e Folha deste final de semana confirmam que a mídia – apesar da concorrência no mercado – age como uma direção central nos seus intentos políticos.
Na sexta-feira (11), o jornal Estadão – da famiglia Mesquita, que redigiu o primeiro projeto de poder dos militares golpistas em 1964 – publicou o editorial “O circo de Cunha”. Após criticar o lobista e sua “tropa de choque”, o diário exige: “O mínimo que se espera de seus pares é que afastem Cunha da presidência da Câmara, para que o processo possa ter seu curso normal e que se restabeleça um pouco de decência num conselho que tem a palavra 'ética' em seu nome".
Como num acerto da máfia, no dia seguinte (sábado), o jornal O Globo – da famiglia Marinho, que construiu o seu império graças às benesses da ditadura militar – publicou o editorial intitulado “Venceu o prazo de validade de Eduardo Cunha”. Após garantir tantos holofotes ao presidente da Câmara Federal – que antes de ser eleito foi pedir as bênçãos aos filhos de Roberto Marinho –, O Globo faz um apelo patético a sua criatura. “Ele deveria renunciar ao cargo, para se dedicar à sua defesa, sem atrapalhar os trabalhos da Casa. Seu tempo acabou”.
Um dia depois, no domingo (13), a Folha – da famiglia Frias, que apoiou o setor linha dura da ditadura militar e até cedeu os seus veículos para o transporte de presos políticos – enterra Eduardo Cunha. No editorial intitulado “Já chega”, publicado em sua capa, o diário paulista afirma que o achacador “está com os dias contatos" e explicita os motivos. “Valendo-se de métodos inadmissíveis a alguém posicionado na linha de sucessão da Presidência da República, o peemedebista submeteu a questão do impeachment de Dilma a um achaque em benefício próprio... É imperativo abreviar essa farsa, para que o processo do impeachment, seja qual for seu desenlace, transcorra com a necessária limpidez".
Ou seja: para a Folha – assim como para o Estadão e para O Globo – Eduardo Cunha atualmente é um estorvo. Ele prejudica a cruzada golpista pela derrubada da presidenta eleita por 54 milhões de brasileiros. Pesquisas qualitativas confirmam que o atual presidente da Câmara Federal agora atrapalha o plano dos golpistas. Esse seria um dos principais motivos do fiasco das marchas pelo impeachment deste domingo. Nem o “midiota” mais tacanho acredita nos propósitos destes oportunistas. Como diz o editorial de O Globo, o tempo acabou para estes embusteiros que desrespeitam as urnas e a democracia no Brasil. Eduardo Cunha virou bagaço... Eles agora precisam de outros personagens!
As pessoas contaminadas pelo anti-petismo, estão cada dia mais intransigentes e agressivas, tanto nas ruas quanto nas redes. Seria apenas indignação ou a criação de uma ceita?
Eles dizem que vivem em uma "ditadura comunista" e andam livremente com seus cartazes, fazem panelaço, protestos, ofendem, hostilizam, agridem, tocam fogo e já ameaçam quem bem entendem, em qualquer hora e local. Essas agressões físicas e verbais contra sindicalistas, ativistas dos movimentos sociais petistas ou não, são atitudes criminosas e como tal precisam de respostas.
O excelente artigo "Basta! Milícias antipetistas violam artigo 5º da Constituição. Cumpra-se a lei", publicado noBlog da Cidadania, de Eduardo Guimarães, nos lembra o quanto isso precisa ser combatido na forma da lei e do Estado Democrático de Direito para que a história dos regimes totalitários e das concepções autoritárias não permitam com que outros erros anti-democráticos, como os que já ocorreram na ditadura brasileira ou na Alemanha e na Itália nazi-fascistas.
A história demonstra que o fascismo se alimenta da inação dos democratas. A segunda década do século XX, por exemplo, viu nascer um movimento de ódio contra uma etnia e um ideário político-ideológico. O nazismo foi erguido sobre ódio aos judeus e aos comunistas. Com efeito, apontar “inimigos comuns da sociedade” à execração pública é o ovo da serpente.
Nas últimas semanas, essa ideologia do ódio deu lugar a novas agressões a pessoas públicas em restaurantes de São Paulo. Os ex-ministros do governo Dilma Rousseff Guido Mantega e Alexandre Padilha foram insultados em público. No caso de Mantega, pela segunda vez neste ano ele foi expulso de um local público sob saraivada de injúrias.
Porém, não são apenas membros do Partido dos Trabalhadores, ou o próprio partido, que vêm sendo alvos de ataques verbais e até físicos. Cidadãos sem filiação partidária estão sendo injuriados e até agredidos fisicamente por milícias antipetistas que promovem blitz nas ruas de São Paulo com vistas a oprimir qualquer um que lhes desafie a decisão de constranger quem ostente sua opinião política.
Há grupos organizados que vêm anunciando publicamente suas intenções fascistas de constrangerem quem tem opinião política diferente e de impedirem que pessoas públicas possam sequer frequentar lugares públicos. Comentários de leitores postados no perfil do Facebook da revista Época, em link para matéria sobre a agressão recente a Guido Mantega, deixam isso bem claro.
Como se pode ver, há pregação escancarada de intimidação de “petistas” que ousarem aparecer em locais públicos. Note, leitor, que os comentários que se vê na imagem acima não especificam se os “petistas” que devem ser coagidos a deixar locais públicos são “apenas” os filiados ao PT. A prática vem mostrando que basta mostrar simpatia pelo partido para ser agredido.
Claro que os políticos diretamente ligados ao PT, além do próprio partido, vêm sendo alvejados com maior contundência – nos últimos meses, por exemplo, dois diretórios do PT foram alvos de ataques a bombas incendiárias, um em Jundiaí e outro na capital paulista. E os relatos de agressões físicas e verbais contra qualquer um que possa ser identificado como simpatizante petista sucedem-se em escala geométrica.
Durante o processo eleitoral do ano passado, um caso tornado público por este Blog escandalizou o país. Um cadeirante foi agredido na rua por quatro brutamontes, em São Paulo, por usar camiseta e estrela do PT.
Outro caso que surpreendeu o país recentemente, também em São Paulo, foi agressão de milícia antipetista ao filho do blogueiro simpatizante do PSDB Ricardo Noblat. Guga Noblat é conhecido por supostamente ser “petista” e foi hostilizado e empurrado por essa milícia apesar de levar sua filha, de poucos meses de vida, no colo.
Esse processo de erupção de fascismo teve início em junho de 2013. Em 20 de junho daquele ano, em um ato público do Movimento Passe Livre na avenida Paulista que pretendia comemorar o recuo do prefeito Fernando Haddad do aumento das passagens de ônibus, petistas foram agredidos por portarem símbolos do partido.
A confusão começou quando militantes do PT chegaram portando bandeiras da sigla. Eles foram recebidos por xingamentos e gritos de “oportunistas” e “mensaleiros”. Hostilizados por todo o trajeto, petistas tiveram que ser protegidos por um cordão humano.
Cerca de três semanas após convocarem o que chamaram de “jornadas de junho”, o MPL, militantes de partidos de esquerda que fazem oposição ao governo Dilma e grupos ligados à ex-candidata a presidente Marina Silva anunciaram que iriam desistir de novas manifestações, assustados com o que haviam criado.
Desde então, as ruas foram tomadas por grupos de ultradireita que pregam a volta da ditadura militar e que decidiram impedir que qualquer pessoa que meramente simpatize com o PT exerça sua liberdade política e de expressão em público.
Essas agressões físicas e verbais contra petistas e simpatizantes do PT violam a Constituição de 1988. Basta uma rápida olhada nos primeiros incisos do artigo 5º do texto constitucional, que versa sobre Direitos e Garantias fundamentais.
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Capítulo I
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
Se é “livre a manifestação do pensamento”, quem manifesta pensamento favorável a um determinado grupo político está sendo tolhido em sua liberdade. Se ninguém pode ser “privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”, os ataques a petistas e simpatizantes do PT violam também esse dispositivo constitucional.
Segundo o artigo 127 da Constituição, “O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”. Em casos de violação de direitos como esses ataques a petistas e simpatizantes do PT, o MP deveria agir independentemente de provocação para garantir a liberdade de pensamento.
Quem não pode ostentar um símbolo de um partido político devidamente registrado e legal, está tendo seus direitos violados por motivo de convicção política, o que o inciso VIII da Carta Magna veda.
A razão pela qual nenhum membro do MP se dignou ainda a tomar providência pode parecer um mistério, mas não é. Essa omissão se deve a um processo de sucateamento dos Direitos e Garantias individuais que vem ganhando corpo desde junho de 2013 e que, pelo que se vê, só tende a aumentar.
O fato é um só: ou o Ministério Público do Brasil está intimidado politicamente ou está sendo conivente com a violação de direitos em curso.
Não são poucas as pessoas afetadas por essas ameaças aos Direitos e Garantias Individuais preconizados pela Carta Magna. No mínimo, centenas de milhares de cidadãos estão sentindo-se intimidados em exercer um direito constitucional de liberdade de expressão quanto a opiniões políticas.
Esse enorme contingente de cidadãos que está tendo seus direitos usurpados por milícias organizadas que atuam à margem da lei precisa decidir se vai mesmo aceitar passivamente o que está acontecendo.
Mas como fazer para não aceitar? A reação cabível é uma só: a lei, fora da qual não há salvação. As leis que garantes os Direitos e Garantias individuais devem ser acionadas.
O caminho ideal é que todo e qualquer cidadão que for alvo de tentativa de repressão à sua opinião política ingresse com medida judicial contra o agressor. Nesse aspecto, os alvos mais visíveis dessas agressões poderiam tomar providências legais.
Os ex-ministros Alexandre Padilha e Guido Mantega, por exemplo, prestariam um enorme serviço à democracia se processassem os agressores que os injuriaram publicamente. Ao não reagirem, estimulam novas agressões a eles mesmos e a outros, inclusive àqueles que meramente nutrem simpatia pelo PT, porém sem serem filiados à sigla.
Porém, não podemos cobrar reação apenas dos políticos. Cabe a cada cidadão defender seus direitos não apenas em defesa própria, mas, também, em defesa da coletividade. Nesse aspecto, vale ler comentário do leitor Sergio L., no post anterior:
Enviado em 26/05/2015 as 03:13
“A reação não pode e não deve vir de um ato solitário. É imenso o risco de se tornar pretexto para novas agressões, físicas inclusive. A força para a reação estará na união.
O que eu vejo é que o PT, com todos os seus erros e acertos, é constituído, em sua imensa maioria, por pessoas democráticas, republicanas e civilizadas, porém firmes em suas opiniões. Está muito adiante do seu tempo!
Eu, com 52 anos e vivendo em bairros/escolas nobres da capital de SP, não conheci, pelo próprio destino, um petista sequer. TODAS as pessoas/familiares, namoradas e amigos que tive/tenho odeiam o PT, votaram em Malufs da vida e idolatram PSDB/Alckmin e o Estado.
Vocês imaginam o apartheid político que vivo a vida inteira… Me sinto um judeu vivendo num estado nazista, onde sequer posso manifestar minhas convicções políticas. As pessoas que para cá vem ou se sentem atraídas, são, em sua imensa maioria, egoístas, preconceituosas e materialistas. E tudo isto aparece nestas atitudes deploráveis”
Essa é a história de centenas de milhares de brasileiros que hoje ocultam suas ideias políticas por medo de variados tipos de repressão, todos ilegais, inconstitucionais e, frequentemente, criminosos.
Se você se sente como o leitor Sergio L. e aceita conviver com isso, saiba que o que está acontecendo é apenas o começo. Hoje, você não pode manifestar o que pensa sobre política em locais públicos, mas ao contemporizar com o fascismo saiba que, cedo ou tarde, você não terá liberdade nem dentro de sua casa.
A prosseguir essa ação crescente das milícias antipetistas, não chega a ser um exagero supor que, em algum momento, começarão a invadir as residências daqueles que forem “suspeitos” de acalentar convicções políticas que esses grupos fascistas decidiram tornar “ilegais”. Se a sociedade não reagir enquanto é tempo, quando acordar poderá ser tarde demais.
Neste ponto, vale lembrar ao leitor que, além das ações judiciais contra quem agredir alguém por manifestar seu pensamento político, há uma medida coletiva que, no momento certo, pode ser tomada. A coletividade pode provocar o Ministério Público.
Uma medida dessa natureza só seria factível caso derivasse de um amplo sentimento de inconformismo com a situação supra descrita. Quantos estariam dispostos, de verdade, a defender seus direitos? Será que já existe disposição coletiva para agir ou precisaremos esperar que a situação se agrave ainda mais?
A decisão não é de todos, é sua. Apenas sua. Se você decidir não se omitir, não se render, um grande passo já terá sido dado. Mas se você calar, se aceitar se autocensurar, ainda que não saiba estará dando um passo igualmente grande para abrir mão de sua cidadania. A escolha é sua.