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sábado, agosto 22, 2015

Foi a PF, o MP e a PGR que investigaram e denunciaram Eduardo Cunha e não Dilma

Eduardo Cunha diz que está sereno e que foi escolhido pela denúncia apresentada pela PGR ao STF, por recebimento de propina em esquema investigado pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, na operação Lava Jato.

A blogosfera progressista, a qual este blog faz parte, peca por não saber usar o seu poder de alcance e protagonismo no trato à informação diferenciada aos milhares de seus qualificados e assíduos leitores. Poderia dar as suas versões sobre os acontecimentos políticos no Brasil, de forma mais apimentada e com manchetes mais sugestivas.

Se fosse mais criativa e ao mesmo tempo, menos rígida com os manuais e a prática do bom jornalismo, notícias como a de que Eduardo Cunha encontrou-se em São Paulo, de portas fechadas com o presidente do PMDB e vice-presidente da república, Michel Temer, a nossa versão poderia ganhar uma explosiva e massiva absorvição midiática, tendo como ponto de lançamento, a internet e suas inúmeras mídias digitais, sites e blogs. Por essa conclusão, a condição humilhante em que Cunha supostamente se apresentou, teve como testemunhas, apenas as paredes e móveis do escritório de Michel Temer, localizado na zona leste de São Paulo.

Se fosse noticiada com uma certa dose de ilação, ou até mesmo com o velho macete recorrente das redações jornalísticas: "a fonte não quis se identificar, por motivos óbvios", como fazem muitos jornalistas e blogueiros ligados à grande mídia brasileira.

Se isso fosse feito, poderíamos ter feito circular a informação de que Eduardo Cunha foi se ajoelhar aos pés de Temer, para que este viabilize uma trégua junto ao planalto, para que assim, a presidenta Dilma viesse intervir junto ao procurador-geral da república, Rodrigo Janot, para este aliviar a barra do presidente da Câmara dos Deputados, denunciado ao STF por prática de corrupção e lavagem de dinheiro, conforme apurado pela operação lava jato, comandada pelo juiz Sérgio Moro, o condutor da "operação mãos limpas" no Brasil, festejado pelas manifestações verde e amarelo, como o mais novo 'salvador da pátria'.

A denúncia de Rodrigo Janot foi protocolada nesta quarta-feira (19) no Supremo Tribunal Federal (STF), contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Caso o STF aceite a denúncia, Cunha se torna réu e será julgado pelos ministros da mais alta corte da justiça brasileira.

Cunha foi delatado de ter recebido propina no valor de 5 milhões de dólares, num esquema montado para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras, no período entre junho de 2006 e outubro de 2012. Junto com ele, foi denunciada por corrupção passiva a ex-deputada Solange Almeida, aliada do presidente da Câmara e atual prefeita de Rio Bonito, no Rio de Janeiro.

Fernando Collor de Melo, ex-presidente deposto em 1992 através do primeiro e único caso de impeachment no Brasil, também foi denunciado e reclamou de Janot, mas não acusou o governo de absolutamente nada, do que Eduardo Cunha acusa.

Além da condenação criminal, que prega a prisão de Cunha por 184 anos, o procurador-geral pede a "restituição do produto e proveito dos crimes", no valor de 40 milhões, e a reparação dos danos causados à Petrobras e à Administração Pública, no mesmo valor, de 40 milhões de dólares, o que soma uma multa de 80 milhões de dólares.

Diante destes fatos concretos, digamos que outras versões dos fatos surgissem, já que a blogosfera é ampla, diversificada e quase sempre não se tem consenso sobre nada, principalmente sobre política.

Dito isso, suponhamos que a informação fosse de que o encontro com Temer, serviu para Cunha ameaçar chutar o balde, estourar a boca do balão e contar todos os podres que sabe, tanto dos ministros e chefes das estatais ligados ao PMDB, quanto dos demais caciques do seu partido, já que na mesma quinta-feira não poupou nem o presidente do Senado, lembrando a opinião pública e que seu companheiro de partido, Renan Calheiros, também foi denunciado, mas nem por isso renunciou ao cargo que até hoje é mantido. A alfinetada foi direta, sem interlocutores.

O que acontecerá, caso Temer e o resto da direção do seu partido, não o protejam de virar réu no STF, onde a cassação do seu mandato poderia ser sugerida, após as investigações que podem ser realizadas pelos ministros da mais alta corte da justiça brasileira? Ele levaria mais alguém consigo para a fogueira santa da justiça brasileira?

A pedido de Eduardo Cunha, o encontro com Michel Temer foi de portas fechadas e sem testemunhas. Clima fúnebre no PMDB.

Não seria difícil imaginar que outra coisa possa ter acontecido no encontro entre Eduardo Cunha e Michel Temer. Entre as hipóteses que podemos levantar, esta é mais aceitável: Cunha teria dito que está prestes a se tornar novamente aliado do governo, caso seja inocentado pelo STF, ou melhor, que este nem aceite a denúncia de Janot e seu caso seja arquivo por falta de provas.

Notem agora, que todas essas suposições só tinham um interesse: Levar nossos leitores à refletirem de como a imprensa e a formação de opinião funcionam em nosso país.

Em todos os casos hipotéticos desta postagem, a manipulação ainda sim estaria sendo exercida, afinal quem investigou e denunciou o envolvimento de Eduardo Cunha, no desvio de verbas e recebimento de propinas na Petrobras, não foi nem o Procurador-Geral da República (acusado de servir aos interesses do planalto para se manter no cargo) e muito menos Dilma, que por mais que seja a chefa da União, não interfere no Ministério Público e na Polícia Federal, órgãos propagados como autônomo pela grande imprensa.

Logo, cabe perguntar: Porque antes das investigações chegarem em Eduardo Cunha, Dilma não tinha responsabilidade pelo transcorrer das investigações, que finalmente estão realizas contra a corrupção nas grandes empresas estatais e obras da União e agora tem? Porque ela é acusada de perseguir apenas um dos acusados de desvios na Petrobras?

Após longas investigações, delações de réus e a contribuição de testemunhas, o Ministério Público Federal e Polícia Federal puderam denunciar e prender altos empresários e políticos ligados e partidos, mas agora a grande mídia brasileira finge esquecer disso, provavelmente para que pareça que Eduardo Cunha é vítima do PT e do governo Dilma e não mais um corrupto e político que usou seu poder para se dar bem, no mar de lama que a imprensa tem dito dia e noite, que se transformou a política brasileira.

Haja paciência com tamanha hipocrisia, manipulação da informação e falta de honestidade por parte dos profissionais da imprensa, que interpretam as informações ao seu bel prazer ou sob orientação de seus patrões e assim apontam para os demais, como sendo eles que fizessem isso, entre eles, os chamados "blogueiros sujos", acusados pelo jornalismo limpinho da Veja, Folha, Estadão, O Globo, entre outros, como recebedores de verbas públicas, para defender o PT e o governo federal.

Ainda que fosse verdade, já que não é, não seria ilegal. O que os barões da mídia querem é manter seus monopólios e fazer com que as verbas publicitárias fiquem apenas reservadas aos veículos de comunicação oriundos do acúmulo de riquezas do período da escravidão, dos grandes industrias e do capital estrangeiro, hoje concentrado nas mãos de apenas sete (07) famílias de "bens", que controlam as principais empresas de mídia no Brasil.

Para estes, só eles podem receber verbas para propaganda em seus veículos de comunicação de massa e opinar sobre política, economia e qualquer outro assunto, com legitimidade e mais ninguém.



Enquanto isso, os líderes do PSDB e aliados, assim como Aécio Neves, o candidato derrotado nas últimas eleições, sempre ávido em aparecerem na imprensa, criticando a corrupção e pregando as boas práticas na política, parece que comeram abil, dado o silêncio que fizeram após a decisão da PGR. Só mesmo o patético Paulinho da Força, que convidou Eduardo Cunha para ser aplaudido por sindicalistas anti-petistas, os quais dirige como bem entende e foi isso que acabou ganhando notoriedade na grande mídia. Detalhe: A Força Sindical é a única central sindical festejada pela Globo, as demais não prestam.

No evento planejado por Paulinho, o ex-sindicalista e atual deputado federal montou uma platéia de sindicalistas liberados para saudar Eduardo Cunha, com as palavras de ordem que a CUT historicamente usa para Lula: "Cunha guerreiro do povo brasileiro".

Além disso, Paulinho disse para Cunha, diante dos microfones e câmeras da imprensa: “Você é a pessoa mais correta que eu já encontrei na vida”.

Tirando as três hipóteses do que possa ter acontecido no encontro entre Cunha e Temer, tudo isso que você leu nos parágrafos acima está noticiado em diferentes jornais, sites e portais de notícias, bem como nos blogs 'sujos' e 'limpinhos' da vida, principalmente, os mais lidos, aqueles que são escritos por pessoas que moram na região mais 'rica' do país, ou seja, no eixo Rio-São Paulo e talvez por isso, muita gente não dará muita importância ao que um blogueiro com traços indígenas, morador de uma "oca", conectada via fibra ótica de 30mb/s, escreveu de Belém do Pará.

No entanto, o mais importante é que fique tudo bem registrado.

sábado, agosto 15, 2015

Preso pela PF e condenado pela justiça, advogado paraense convoca para manifestação anti-corrupção



Preso pela Polícia Federal em 2006, na operação "Galilélia", o advogado Nelson Marzullo foi acusado de formação de quadrilha, desvio de dinheiro público e outros crimes cometidos na CDP (Companhia das Docas do Pará). Galiléia é o nome de um mar em Israel, e a escolha pela PF se deu em referência ao "mar de lama" que assolava a estatal.

Segundo a Justiça, houve fraudes em licitações, pagamentos em valores superiores aos pagos pelo mercado, vantagens indevidas a empresários e agentes públicos, uso indevido de bens e valores do patrimônio da companhia e uma série de outras irregularidades que violaram os deveres de honestidade, imparcialidade e legalidade.

Segundo o Ministério Público Federal, Nelson Marzullo Maia, assessor jurídico na CDP na época das irregularidades foi condenado ao ressarcimento de R$ 1 milhão aos cofres públicos, juntamente com outros condenados. Teve os direitos políticos suspensos por cinco anos e ficou proibido de contratar com o poder público ou de receber incentivos fiscais ou creditícios por cinco anos. Multado em R$ 10 mil.

Como pode agora estar convocando para manifestação contra a corrupção?

Fonte: Site do MPF-PA - Caso Galiléia: Justiça Federal já condenou 22 fraudadores da Companhia Docas do Pará.


quinta-feira, julho 16, 2015

Por promover o Brasil: MPF abre inquérito para investigar suposto tráfico de influência de Lula

O ex-presidente Lula, durante visita a Angola, conversa com jovens sobre o primeiro objetivo de Desenvolvimento do Milênio (reduzir a fome e a miséria pela metade até 2015) . Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula.

No mundo inteiro, os presidentes dialogam e "vendem" as empresas, produtos e serviços dos seus países, fazem empréstimos para reconstrução de desastres, impactos ambientais, sociais e de combate à fome e epidemias. Sempre foi assim e continuará sendo, só que alguns magistrados de Brasília, acham que Lula não pode.

Enquanto líderes políticos, empresários e pessoas comuns do mundo inteiro, inclusive a ONU e várias universidades de vários países, o aplaudem, uma casta privilegiada no Brasil, o condena e pede seu desaparecimento da vida pública do país. Seria o medo de mais 4 anos com ele na presidência da república ou estão certos em cobrar apenas dele, o que não fizeram com os demais presidentes que ao invés de desenvolverem, endividaram a nossa nação?

No UOL.

O MPF (Ministério Público Federal) do Distrito Federal abriu um inquérito para investigar o suposto tráfico de influência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) junto a políticos de outros países para conseguir contratos para a construtora Odebrecht. As obras investigadas pelo MPF seriam financiadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O inquérito foi instaurado no último dia 8 de julho, mas sua abertura só foi comunicada nesta quinta-feira (16).

Segundo o órgão, o período sob investigação compreende os anos de 2011 e 2014. O inquérito é um desdobramento de uma investigação preliminar que já vinha sendo feita pelo MPF há pelo menos um mês. O MPF-DF informou que as obras sob suspeição teriam sido realizadas em países como Venezuela e Panamá.

Em maio deste ano, o MPF-DF pediu explicações ao Instituto Lula, ao BNDES e à Odebrecht sobre as relações entre o ex-presidente Lula e a empreiteira.

O Instituto Lula afirmou que recebeu a notícia do inquérito "com surpresa" porque havia entregado, na semana passada, as informações solicitadas pela procuradora Mirela Aguiar e considera que houve pouco tempo para análise do material.

"Entendemos que faz parte das atribuições do Ministério Público investigar denúncias e vemos isso como uma oportunidade de comprovar as legalidades e lisuras das atividades do Instituto Lula", afirmou.

Viagens pagas por empreiteira

As relações entre o ex-presidente Lula e a Odebrecht têm estado sob suspeita nos últimos meses. Em abril deste ano, uma reportagem do jornal "O Globo" revelou que a Odebrecht pagou viagens do ex-presidente Lula para três países: Cuba, República Dominicana e Estados Unidos. Segundo a empreiteira, as viagens faziam parte da agenda do presidente na República Dominicana, onde Lula fez uma palestra paga pela Odebrecht.

Entre as pessoas com quem Lula viajou durante esse trajeto estaria Alexandrino Alencar, diretor de Relações Institucionais, preso pela operação Lava Jato e apontado por delatores do esquema como o responsável pelo pagamento de propinas da empresa no exterior. A operação Lava Jato investiga irregularidades em contratos da Petrobras com grandes empreiteiras, entre elas a Odebrecht.

Segundo as investigações, parte do dinheiro desviado por meio de contratos superfaturados era direcionada a partidos e políticos. Os investigadores estimam que os desvios na Petrobras cheguem a R$ 10 bilhões.

No dia 19 de junho, o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, foi preso pela Polícia Federal em uma das fases da Lava Jato.

Ainda em junho deste ano, telegramas divulgados pelo Itamaraty mostraram que o governo Lula fazia gestões junto a governos estrangeiros para beneficiar empreiteiras brasileiras, entre elas a Odebrecht.

De acordo com o MPF, somente ao final do inquérito é que os procuradores federais poderão decidir se oferecem ou não uma denúncia contra o ex-presidente junto à Justiça Federal.

sexta-feira, julho 10, 2015

MINISTRO QUE AMEAÇA REJEITAR AS CONTAS DE DILMA É DENUNCIADO POR RECEBIMENTO DE PROPINA



Via BR29.

O ministro (“adorado” pela oposição) Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), autor de um relatório em que aponta irregularidades nas contas do governo federal em 2014 (as chamadas ‘pedaladas fiscais’) teve o nome envolvido em denúncias de propina em obras públicas em documentos apreendidos com executivos da Camargo Corrêa.

A denúncia foi feita pela revista Carta Capital. A reportagem cita um “termo de acordo” de 500 mil reais de Nardes com o ex-diretor do DNIT ( Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, e com o PP, o partido do ministro.

O caso do cartel das empreiteiras que prestam serviços à Petrobras, investigado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, envolveu recentemente o nome do presidente do tribunal, Aroldo Cedraz, tornando ainda mais fragilizada a credibilidade da instituição que investiga Dilma.

O empresário Ricardo Pessoa, em delação premiada, revelou à Justiça que pagava R$ 50 mil por mês ao advogado Tiago Cedraz, filho do ministro, para obter informações privilegiadas que dissessem respeito à sua empresa.

quinta-feira, julho 09, 2015

SUDAM: O que impede a sucessão no órgão?

Há 12 anos sob o comando do atual superintendente, o órgão se encontra hoje à deriva, politicamente falando.

Há fortes rumores de que a indicação para a direção máxima da SUDAM - Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, pode sair das mãos do PT e ir para outro partido da base aliada de Dilma, no Pará.


A suspeita encontra eco na demora que perdura desde o início do ano, pela nomeação do ex-deputado federal Miriquinho Batista, primeiro suplente nas eleições de 2014 e indicado pelo PT-PA, ao planalto, para ser o substituto de Djalma Mello, nomeado superintendente daquele importante órgão federal, ainda no primeiro mandato de Lula em 2007, quando foi indicado pelo PMDB do Amazonas.

Antes de ser nomeado superintendente, Djalma já era desde de 2003, diretor-geral da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA), que foi extinta e voltou a ser denominada de SUDAM. Mesmo estando sob o controle de Djalma, o PT-PA possui diversos cargos no órgão, inclusive terceirizados que reclamam dos seus postos e salários rebaixados, enquanto pessoas indicadas por partidos que hoje fazem oposição à Dilma, ocupam as chefias. No entanto, há quem tema que a substituição do chefe, acabe por alterar o status quo na casa, que para alguns é bom.

O superintendente da Sudam, Djalma Mello e o governador Simão Jatene, em novembro de 2011. Foto: Agência Pará. 

Em Março de 2014, as informações que chegavam de Brasília davam como certo, de que o PROS assumiria a SUDAM. O processo não se confirmou e Djalma permanece até hoje, mesmo tendo poucos pertences pessoais em suas gavetas e de já ter reunido sua equipe mais próxima, para anunciar sua despedida.

Prefeitos e empreendedores das mais variadas cidades e partidos paraenses, vêem na nomeação de Miriquinho Batista para a SUDAM, a manutenção da esperança de terem o prometido desenvolvimento regional, finalmente chegar aos seus municípios, pois dizem que enquanto parlamentar estadual e federal, o deputado fez de seus mandatos, a ponte entre o Estado/União para com as prefeituras e entidades da sociedade civil organizada, independente da coloração partidária dos atendidos.

Apoiadores reclamam de boicote.

Já não é mais segredo o clima tenso entre pessoas ligadas ao ex-mandato de Miriquinho Batista e dirigentes da sua tendência interna no PT, a Articulação Unidade na Luta, dirigida pelo senador Paulo Rocha.

Além da demora em sua nomeação, Miriquinho enfrenta especulações e boatos internos de que a dificuldade para sua posse ser efetivada, é por conta de processos que correm na justiça. No entanto, não se fala se é pelo tempo em que era deputado estadual ou se quando foi superintendente da Pesca no Pará. O blog avalia que qualquer pessoa que tenha experiência com a gestão pública, sabe que ordenadores de despesa, respondem até por prestação de contas e processos licitatórios feitos por subordinados. Logo, processos são naturais na vida de quase todos que assumem cargos públicos.

Segundo pessoas próximas ao ex-deputado, já que não vai à Brasília pressionar por sua nomeação e aguarda o reconhecimento de sua contribuição política e competência para o cargo, o ex-parlamentar teme perder boa parte do apoio e força que tem junto à prefeitos e aliados políticos e de ser "trocado" por outros interlocutores, já que as eleições municipais de 2016 estão na porta e muitos prefeitos e vereadores procuram apoio para suas eleições e reeleições.

Enquanto isso, o governo Dilma fez a sucessão e nomeou na semana passada, o novo superintendente da Superintendência do Patrimônio da União no Pará, o presidente do PCdoB paraense, Jorge Panzera

Na solenidade de posse, a SUDAM foi representada pela diretora de administração do órgão, a ex-deputada pelo PSDB do Amapá, Meryan Flexa, segundo fontes do blog, indicada por Fátima Pelaes, ex-deputada do PSDB-AP que responde a processos na Procuradoria-Geral da República, após ser investigada pela Operação Voucher da Polícia Federal, onde descobriu-se que a então deputada tucana destinou 4 milhões de reais, via emenda parlamentar à ONG Ibrasi, para esta promover a capacitação de agentes de turismo, no Amapá. As investigações apontaram que desse montante, 3 milhões de reais foram para a conta de Fátima.


Em agosto de 2011, a Operação Voucher, da Polícia Federal, desmontou um esquema de desvio de verbas do Ministério do Turismo. Foram presas 38 pessoas, entre elas oito funcionários da pasta - três estrategicamente próximos dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. A investigação começou tendo por foco uma estranha emenda de 4 milhões de reais ao Orçamento apresentada em 2009 pela deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP), revelada por VEJA em dezembro de 2010. Descobriu-se que a beneficiária da emenda da deputada era uma ONG fantasma. Segundo as investigações da PF, a mesma estratégia pode ter sido usada para desviar mais de 30 milhões de reais dos cofres públicos. Seu mentor, ainda conforme as investigações, foi o petista Mário Moysés, chefe de gabinete de Marta Suplicy na prefeitura de São Paulo e seu secretário executivo na Esplanada, no mesmo ministério do Turismo. O escândalo atingiu em cheio o PT, uma vez que os desmandos eram uma clara herança do governo Lula, mas isso não bastou para garantir o então ministro Pedro Novais, do PMDB, no cargo: no mês seguinte à Operação Voucher, soube-se que o peemedebista usara dinheiro público para pagar o salário de uma governanta e que sua mulher se servia de um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular. Em 30 de agosto, o Ministério Público Federal no Amapá denunciou 21 suspeitos de envolvimento no esquema. Parte do inquérito seguiu para a Procuradoria-Geral da República, uma vez que a deputada tem foro privilegiado.

O blog não conseguiu achar a conclusão do inquérito, que pode estar correndo em segredo de justiça e nem está dizendo que a atual diretora da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia tem qualquer responsabilidade pelas ações de sua suposta madrinha política, afinal muitas denúncias feitas hoje em dia, tanto pelos veículos de comunicação, quanto até pela Polícia Federal, tem motivações e caráter político, mas se for certo, não é por causa de problemas na justiça, que alguém deixa de indicar os seus afilhados, para serem nomeados na SUDAM, não é mesmo? E o que dizer dos Ministérios, com várias pessoas com fichas extensas no judiciário brasileiro?

Não seria melhor contar outra ou admitir o que impede que haja a tão esperada sucessão no órgão?

Errata: A primeira versão da postagem equivocou-se ao dizer que a diretora da SUDAM, presente na posse do novo superintendente da SPU, era Fátima Pelaes e não Meryan Flexa, como de fato foi. No mais, o restante da postagem está mantido, em nome da liberdade de expressão e do livre exercício democrático que temos no Estado de Direito, no Brasil.

domingo, junho 21, 2015

A hipocrisia da mídia que não investiga deixa órfão o jatinho do PSB, um ano depois

Morreram sete pessoas e o Brasil passou por uma comoção nacional. Não interessa, porém.


É curioso como corrupção só interessa à imprensa quando atinge o PT.

Foi preciso que o até agora dono do jato em que morreu Eduardo Campos – desastre a partir do qual decolou Marina Silva, pondo abaixo o favoritismo disparado de Dilma Rousseff – dissesse, para escapar de um pedido de indenização de R$ 350 mil feito por pessoas que tiveram suas casas danificadas na queda do aparelho , que não é, nem nunca foi, dono do avião.

João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho disse no processo que comprou, mas não comprou, o avião e que “converteu” os pagamentos feitos em “horas de voo”.

E uma empresa em recuperação judicial (!!) vendeu, mas não vendeu e continuava dona da aeronave.
Assim, tudo de boca, sem um “papelinho” assinado.

Vai fazer um ano do acidente que quase mudou o resultado da eleição presidencial.

Até agora não há informação dos inquéritos (???) que apuram suas circunstâncias.

Nem mesmo esta, básica: de quem era o aparelho?

Quem comprou e quem cedeu a Eduardo Campos e Marina Silva?

Quem o operava? Quem contratava e pagava a tripulação?

Qual era a participação do contrabandista Apolo Santana Vieira no negócio?

A Polícia Federal e o Ministério Público, que vazam tudo na “Lava Jato”, não dão um pio.
Os jornais fizeram uma ou outra matéria sobre os “mistérios” aeronáuticos, mas nunca apuraram sistematicamente.

Os blogs tentaram, mas não têm condições de ir mais fundo do que foram, seja porque faltam recursos, seja porque “otoridades” não falam com blogueiros “sujos”.

Do jeito que anda nossa mídia não demora a dizerem que o dono do avião era o José Dirceu!

Morreram sete pessoas e o Brasil passou por uma comoção nacional.

Não interessa, porém.

Não dá para atingir a Dilma; não dá para “pegar o Lula”.

É só o que importa à Polícia Federal , ao Ministério Público e ao “jornalismo investigativo”.

segunda-feira, abril 13, 2015

Ex-juiz que perseguia petistas é condenado a 17 anos por corrupção



Rocha Mattos já tinha sido sentenciado a 12 anos de prisão por venda de decisões, pela Operação Anaconda, primeira grande operação de combate à corrupção da Polícia Federal, no governo Lula, que completará 12 anos.

A operação foi desencadeada pela Polícia Federal em outubro de 2003, depois de um ano e meio de investigações sobre um esquema de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, prevaricação, facilitação de contrabando, lavagem de dinheiro, além de intermediação e tráfico de influência na emissão de sentenças favoráveis por juízes a contrabandistas, doleiros e empresários investigados por crimes tributários e outros tipos de delitos.

Rocha Mattos acusava o PT pela morte do ex-prefeito petista Celso Daniel e vivia sendo elogiado e com destaque na imprensa, por ser responsável pelas investigações, que segundo a polícia, nada teve a ver com qualquer fato político ligado ao Partido dos Trabalhadores. Até hoje a oposição usa as frases do juiz para atacar o PT.

Fique agora com a matéria que fala da sentença que o levará novamente para a prisão, mas não diz que ele foi peça fundamental de uma farsa montada para incriminar o PT e desgastar o primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Ex-juiz Rocha Mattos é condenado por lavagem de dinheiro, no Portal G1 (Globo)

O ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos foi condenado a 17 anos de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, entre as irregularidades responsáveis pela sentença está a movimentação de milhões de dólares sem origem declarada em uma conta na Suíça. Ele poderá recorrer em liberdade.

Rocha Mattos foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Anaconda, em 2003. Acusado de fazer parte de um esquema de venda de sentenças, ele foi condenado a 12 anos de prisão e ficou quase oito anos na cadeia. Em abril de 2011, foi libertado e passou a cumprir prisão domiciliar. Ele já estava em regime semiaberto, que é quando o preso sai durante o dia para trabalhar e volta apenas para dormir.

Procurado, o advogado do ex-juiz, Daniel Martins Silvestri, disse que ele e Rocha Mattos não foram “oficialmente intimados acerca desta gravíssima notícia”. Ele acrescentou que só poderá analisar o que fará quando tiver acesso à sentença.

De acordo com o MPF, os recursos não declarados foram identificados em três ocasiões distintas. Em 2003, os investigadores encontraram US$ 550,5 mil na casa da ex-mulher dele, Norma Regina Emílio, e o equivalente a R$ 790 mil em contas no Brasil e no exterior, uma delas cedida por um amigo.

Depois, após quebra do sigilo bancário da ex-mulher, foi descoberto um depósito de R$ 116 mil de uma companhia que tinha relações com um empresário absolvido em 2000 pelo então juiz em um processo por crimes contra o sistema financeiro.

O inquérito também revelou movimentações que totalizam mais de US$ 12 milhões em uma conta no banco suíço BNP Paribas, vinculada ao ex-juiz e a sua ex-mulher. As remessas de dinheiro foram feitas sem conhecimento nem autorização da Receita Federal. Diante da falta de comprovação sobre a origem dos recursos, o juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, autor da sentença, destacou existirem provas de que os réus cometeram a lavagem ao enviarem as quantias para o exterior.

Além da pena de prisão, Rocha Mattos foi condenado ao pagamento de multa equivalente a 303 salários mínimos. A a ex-mulher e um irmão dela também foram condenados. O ex-cunhado de Rocha Mattos foi sentenciado pela prática de evasão de divisas e teve a pena de prisão de três anos e seis meses substituída por prestação de serviços e pagamento de R$ 10 mil a uma instituição social indicada pela Justiça. Ele também deverá pagar multa no valor de 60 salários.

A ex-mulher foi sentenciada a 15 anos e dois meses de prisão e a pagar 257 salários de multa. Ela e o ex-juiz deverão cumprir pena em regime inicial fechado, mas poderão recorrer em liberdade.

O procurador da República Rodrigo de Grandis, responsável pela ação, já recorreu para que a pena dos réus seja aumentada.

domingo, março 29, 2015

A blogosfera e as investigações da sonegação



Por Miguel do Rosário, autor do blog O Cafezinho.

Parece que a Polícia Federal ouviu nossos protestos contra o que consideramos, com base em números sólidos, o principal escoadouro dos recursos públicos no país: a sonegação.

Em 2014, segundo o Sinprofaz (Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacional), a sonegação no Brasil alcançou mais de R$ 500 bilhões. Ou seja, 25 vezes mais do que o “ajuste” de R$ 20 bilhões que a presidenta Dilma quer fazer no país, e mais de 200 vezes maior que os desvios apurados pela operação Lava Jato, estimados em R$ 2,1 bilhões, segundo o Ministério Público. E olha que a Lava Jato apura desvios acumulados em vários anos. Os R$ 500 bilhões referem à apenas um ano!

A PF deu início à operação Zelotes ao final de 2013, investigando a venda de sentenças favoráveis aos grandes devedores do Fisco junto ao Conselho de Contribuintes da Receita Federal, o Carf. O resultado dessas investigações acontece agora, com a prisão de advogados, consultores, auditores fiscais e conselheiros do Carf.

Por coincidência (ou não), a PF começou a investigar a venda de sentenças, em favor de grandes empresas com dívidas junto ao Fisco, algumas semanas após o Conselho emitir uma decisão em favor da Globo, em 9 de outubro de 2013. Continue lendo..

sábado, fevereiro 21, 2015

Entenda como funciona o esquema do Merendão


Por Diógenes Brandão.

Imagine que você tenha sido reeleita diretora de uma escola e depois de algum tempo, ao determinar a fiscalização e controle mais rígido dos recursos financeiros e de sua gestão, é informada de que  alguns funcionários desviam merenda escolar do depósito, há mais de 20 anos e que os mesmos foram contratados por um ex-diretor, que mesmo sabendo, nada fez para impedir a corrupção na escola. 

Por ter autorizado a investigação, você passa a ser acusada de ser a mandante do esquema de desvios, feitos pelos funcionários corruptos que você demitiu assim que foi comprovada a participação deles e de fornecedores no que ficou conhecido de Merendão e ordena que apure tudo, doa a quem doer

Com receio de ser responsabilizado por conivência e omissão, o ex-diretor que soube e nada fez para coibir os desvios, usa a amizade que tem com amigo$ da imprensa e lhe acusa dia e noite de ser a única e principal responsável pela máfia descoberta pela eficiência de sua gestão.

Como se não bastasse, há empresários de outras cidades interessados em privatizar sua escola, pois descobriram que ela está construída em cima de uma mina de ouro e por isso, fizeram um acordo financeiro com os donos das rádios, jornais e emissoras de televisão da cidade, criando um escândalo midiático, afim de convencer a população e toda a opinião pública, de que a melhor opção para dar fim à corrupção na escola, é vendê-la

Desta forma, parte dos cidadãos mais desprovidos de inteligência e memória são convencidos pelos veículos de imprensa a se juntarem aos amigos do ex-diretor para reclamarem, nas ruas e nas redes sociais, de tudo que não foi feito durante toda a existência da escola, que completou 500 anos outro dia. Como estão interessados em assumir novamente o seu lugar na coordenação da escola, mas não aceitam esperar mais 4 anos para concorrem novamente às eleições, rompem com o processo democrático e preparam atos de protestos em vários pontos da cidade, mas que são esvaziados,  pois o povão não acredita e nem os seguem e por isso não conseguem dar o golpe pretendido. 

Enquanto isso, os funcionários corruptos que foram presos ficam sabendo de que se "delatarem" outros funcionários da escola, podem sair da cadeia e ficarem livres, bastando pagar uma multa e prestar serviços comunitários. 

Com tudo isso acontecendo, a grande escola continua resistindo bravamente, com o apoio dos seus funcionários éticos, seus alunos esforçados e a maioria da comunidade, que finalmente percebeu que os interesses do mercado financeiro e da turma do ex-diretor não são a melhor alternativa para a escola, que finalmente cresce, trata bem seus funcionários e alunos, e está finalmente sendo passada a limpo, pois não aceita mais que a sujeira seja varrida para debaixo dos tapetes, nas várias salas de aula desta imensa instituição chamada Escola Brasil.

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No twitter, sou @JimmyNight e todo dia tenho outras histórias para contar.

terça-feira, fevereiro 17, 2015

As raízes da árvore da corrupção brasileira


Ao passar a faixa presidencial à FHC, Itamar Franco o deixou com a chance de punir os corruptos no governo federal.

Por Diógenes Brandão.

Os adultos agora podem mostrar aos mais jovens, que usam as redes sociais embevecidos pelo mantra de que a corrupção na máquina pública começou com o atual governo, de que denúncias sempre houveram, mas não iam em frente por serem rapidamente abafadas à custo de muito dinheiro.

Com o avanço das investigações promovidas por órgãos como o Ministério Público, a Controladoria e a Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal, as raízes da árvore da corrupção brasileira nas empresas estatais vão sendo finalmente desenterradas e expostas por alguns jornalistas e blogueiros, mesmo que ainda de forma tímida e sem a intensidade e divulgação massiva, o que é comum acontecer com fatos que envolvem fatos, personagens e políticos do atual governo federal.

Mesmo que os principais veículos de comunicação se neguem a nos oferecer informações de forma completa e imparcial, transformando cidadãos em midiótas, não tardará para que aqueles que hoje vemos sendo os mais críticos ao atual governo, estejam tendo que explicar o envolvimentos dos seus partidos e gestões, em esquemas mafiosos como os escândalos da compra de votos pela reeleição do ex-presidente FHC, as Privatizações, o caso SIVAM e tantos outros que sofreram o que o jornalista Eduardo Guimarães chama de engavetamento de investigações.

Um dos principais ensinamentos repassados pelos mestres da arte de surrupiar o dinheiro público e o patrimônio do povo brasileiro, é combinar o jogo com os senhores da imprensa e pessoas influentes no poder judiciário, que mesmo sem a mínima moral, pousam de honestos, como Joaquim Barbosa.

Pagamento feito, é hora de acionar apresentadores de tv, radialistas e colunistas de jornais, revistas e sites, que por sua vez influenciam os mais jovens, ingênuos e opositores do atual governo e o efeito vemos nas filas dos bancos, nos encontros com amigos e familiares, mas principalmente, nas redes sociais. Uma verborragia que bombardeia a inteligência e a história do país com vassalos treinados pelas lentes da TV e pelas manchetes maliciosamente pensadas para inocentar uns e incriminar outros. 

Portanto, a ordem do momento é espalhar ao máximo, sem medo de ser ridículo, que o país "não precisa rever as coisas do passado" e que qualquer iniciativa de fazer com que se investigue além dos limites dos anos dos governo de Lula e Dilma "é manobra do PT para encobertar a corrupção". 

Dessa forma, vestem-se de cinismo, hipocrisia e medo em verem seus líderes sendo finalmente desmascarados e sem chances de continuarem sendo blindados pelo forte aparato midiático que eles contrataram e juntos fizeram um juramento de eterna proteção mútua. 

Por isso, uma das coisas que JAMAIS podem ser esquecidas por quem se dá respeito e não se deixa enganar, é que  ao assumir a presidência, FHC abortou a comissão de combate à corrupção, criada por Itamar.

segunda-feira, fevereiro 16, 2015

Compromissos de renovação e expulsões marcam os 35 anos do PT

Diante de milhares de militantes do PT, Lula defendeu renovação e ética partidária. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula.

O PT completou este mês 35 anos de fundação e em várias cidades e Estados do Brasil, o partido vem passando por intensos debates para se manter o mais bem avaliado pelos brasileiros e seguir mudando a vida do povo para melhor.

Com 1,5 milhão de filiados, 70 deputados, 12 senadores, 05 governadores, 633 prefeitos e uma presidente da República, o Partido do Trabalhadores é tido desde 2009 como o preferido da sociedade brasileira, segundo o IBOPE. No entanto, Lula presidente de honra do partido, disse na última reunião do seu Diretório Nacional, realizada no início deste mês em Belo Horizonte-MG, que este é um momento de enfrentamento para o partido, de fazer uma reflexão sobre os erros do passado. 

Segundo Lula, o PT governa o País, cinco estados e está fortemente presente no Congresso Nacional, mas isso não é suficiente para enfrentar as tentativas de destruição que o partido sofre. “O PT vai ter que voltar pra luta”, afirmou. A delação premiada é um instrumento criado por nós. O portal da transparência fomos nós que criamos. A Lei do Acesso à Informação fomos nós que criamos. A Controladoria Geral da República fomos nós que criamos e demos autonomia. O Ministério Público nunca teve tanta autonomia. A Polícia Federal nunca teve tanto pessoal contratado para investigar”, elencou Lula, em dezembro do ano passado.

"O PT precisa repensar o seu papel na sociedade, e o congresso é o momento oportuno de discutir isso", afirmou. Para ele, quem não tem compromisso ético deve sair do partido. “Não existe no mundo nenhuma experiência política mais bem sucedida que o PT. E óbvio, por ter ficado grande, a gente comete erros”, avaliou.

Em recente artigo publicado na Agência PT de Notícias, a deputada estadual por São Paulo, Márcia Lia reflete: "Passamos por momentos difíceis ontem e hoje; crescemos em número e precisamos crescer em formação e qualidade para não desviarmos nosso olhar dos objetivos que nos reuniram em torno de um partido que deve traduzir a nossa própria honra. A ética não é um bem transitório. É um bem maior que o Partido dos Trabalhadores defende. Está na sua gênese. E isso não é pouco em suas exigências aos seus filiados. Por isso precisamos ter coragem para enfrentar os debates postos à mesa, com serenidade. Estas serão nossas aliadas de toda hora para transmutar o desgaste que se apresenta".

Expulsões em 2015.

PI - O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores no Piauí (PT) pediu a expulsão do prefeito de Lagoa do Sítio, José de Arimateas Rabelo, conhecido como "Zé Simão". O prefeito foi preso por ser o principal suspeito de ter assassinado a própria esposa de apenas 34 anos, crime ocorrido na madrugada da terça-feira (10). De acordo dirigentes, existe também a denúncia de infidelidade partidária nas últimas eleições. Segundo a Executiva Estadual, o prefeito não votou em nenhum candidato do partido, tanto em âmbito nacional, quanto estadual, mesmo estando filiado ao partido há cinco anos, ele nunca seguia a orientação do PT.

GO - No fim de janeiro, 02 dos 03 vereadores do PT em Goiânia foram expulsos do partido, depois que o diretório metropolitano avaliou o relatório da Comissão de Ética que apontou a infidelidade partidária dos vereadores Tayrone de Martino Gomes e Felisberto Tavares, baseado em declarações pessoais, à imprensa e em suas redes sociais como o twitter e facebook, onde sempre se mostravam contrários aos projetos do prefeito petista Paulo Garcia. Além disso, havia uma insatisfação por parte da militância e dirigentes locais, pelo fato de Tayrone ter renunciado à candidatura de vice-governador pelo PT em 2014. O diretório avaliou que a renúncia abalou a credibilidade da candidatura do PT ao governo do Estado, bem como perante a sociedade goiana. Contra Felisberto, soma-se os votos contrários aos projetos do prefeito Paulo Garcia e o mais grave: O vereador declarou apóio à candidatura do governador Marconi Perillo (PSDB), apoio contrário ao que já havia determinado a direção partidária, que decidiu apoiar Iris Rezende-PMDB.

DF - Desde que perdeu as eleições e deixou o cargo de governador do Distrito Federal, a expulsão de Agnelo Queiroz é debatida. Dívidas de campanha que não teriam sido contabilizadas em sua prestação de contas ao TSE, podem lhe render tanto a  ele, quanto ao seu vice, Tadeu Filipelli (PMDB), a punição e até a inelegibilidade. Além disso, no fim de sua gestão, boa parte do funcionalismo público ficou sem pagamento de seus salários. Por isso, Agnelo Queiroz acumula críticas tanto de seus opositores, quanto de petistas de Brasília. Pra piorar, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deu entrada em uma ação civil pública de responsabilidade por ato de improbidade administrativa contra o governador que também enfrenta fortes críticas do atual governador que o acusa de ser deixado uma herança de R$ 6,5 bilhões de  deficit, o que Agnelo negou em uma entrevista ao Correio Braziliense, dizendo que o déficit "é uma ficção, uma mentira". Ele disse que esse números são usados com o "objetivo de jogar uma cortina de fumaça por quem sabe que não tem como cumprir as promessas de campanha", referindo-se a Rollemberg (PSB), atual governador do Distrito Federal.

Barbosa reage à atuação de Cardozo na Lava Jato e pede demissão do ministro


Na noite deste sábado (14), o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa fez uso de sua conta oficial no Twitter para cobrar da presidente Dilma Rousseff (PT) a "demissão imediata" do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O ex-presidente do STF manifestou-se após reportagem da revista Veja, que denunciava a atuação de Cardozo junto a advogados de executivos presos na Operação Lava Jato. 

Segundo o texto, Cardozo teria assumido o lugar do ex-ministro Marcio Thomaz Bastos no diálogo entre as empreiteiras investigadas na Operação e o governo, em um momento delicado. Isso porque as empresas, segundo Veja, ameaçam implicar Dilma e o ex-presidente Lula caso o Planalto não ajude na crise que pode culminar na quebra das corporações.

No Twitter, Barbosa ainda reproduziu o tweet do vereador paulistano Gilberto Natalini (PV), da base do governo Geraldo Alckmin (PSDB). "Zé Eduardo Cardoso. Não ouse atrapalhar a investigação da Lava Jato. Você é Ministro da Justiça do Brasil. Não pode proteger bandido!", escreveu o parlamentar.

Segundo a reportagem publicada no portal da Veja no último dia 13, há duas semanas, Cardozo recebeu em seu gabinete, em Brasília, o advogado Sérgio Renault, defensor da UTC, cujo presidente é considerado o líder do clube das empreiteiras. Renault estaria acompanhado do ex-deputado petista Sigmaringa Seixas.



"O relato da conversa percorreu os gabinetes de Brasília e os escritórios de advocacia como um sopro de esperança para políticos e empresários acusados de se beneficiar do dinheiro desviado da Petrobras", cravou a Veja.

Em nota divulgada à imprensa neste domingo (15), Cardozo destacou a "absoluta regularidade" da audiência.
Na reunião, Cardozo teria dito a Renault que a Operação Lava Jato "mudaria de rumo radicalmente, aliviando as agruras dos suspeitos de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. O ministro afirmou ainda que as investigações do caso envolveriam nomes de oposicionistas, o que, segundo a tradição da política nacional, facilitaria a costura de um acordo para que todos se safem. Depois disso, Cardozo fez algumas considerações sobre os próximos passos e, concluindo, desaconselhou a UTC a fechar um acordo de delação premiada. Era tudo o que os outros convivas queriam ouvir."

Por fim, a revista indicou que Renault "esgrime a tese de que a Lava Jato está apinhada de irregularidades" e que a tática das empreiteiras será tentar invalidar o processo. "Cardozo disse o mesmo ao advogado, ecoando uma análise jurídica repetida como mantra pelos líderes petistas."

sexta-feira, novembro 21, 2014

PSDB, DEM e PSB receberam R$ 160 mi de empreiteiras da PETROBRAS

Aécio Neves e Marina Silva tiveram suas campanhas eleitorais financiadas por empresas investigadas pela operação "Lava Jato" Polícia Federal, que descobriu uma suposta quadrilha que há anos desviava recursos da PETROBRAS.

Valor não inclui doações efetuadas para o segundo turno, cujo prazo de prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se encerra na próxima semana.

No PT-PR.

O “clube” formado pelas empreiteiras acusadas de integrar o esquema de corrupção denunciado à Justiça pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, no âmbito da operação Lava Jato da Polícia Federal, repassou R$ 160,7 milhões aos principais partidos de oposição ao governo federal no Congresso Nacional. Do total, R$ 129,34 milhões foram destinados ao PSDB, R$ 15,85 milhões ao DEM e R$ 15,57 milhões, ao PSB.

O “clube”, como os próprios membros se autodenominam nos grampos autorizados pela Justiça  é formado por dez empresas investigadas por  formação de cartel destinado a controlar as obras da estatal em projetos de expansão e construção de polos petroquímicos, refinarias e extração de petróleo.

Além das construtoras Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Iesa, Engevix e Toyo Setal, o grupo reconhecia dentro do próprio esquema uma hierarquização que classificava como “VIP” as suas comparsas Camargo Correa, UTC, OAS, Odebrecht e Andrade Gutierrez, consideradas as maiores do país.

As doações contribuíram para eleger candidatos tucanos como os governadores Geraldo Alckmin (SP) e Beto Richa (PR) e os senadores  José Serra (SP), Álvaro Dias (PR), Antônio Anastasia (MG).

Também financiou candidaturas tucanas derrotadas à Presidência e governos estaduais, como as do senador mineiro Aécio Neves e Pimenta da Veiga, que concorreu e perdeu o governo de Minas para o petista Fernando Pimentel.

Os recursos financiaram, ainda, a candidatura da ex-senadora Marina Silva (PSB), sucessora dos recursos destinados ao falecido ex-governador pernambucano Eduardo Campos, candidato socialista morto em 13 de agosto na queda do avião Cessna Citation em Santos (SP), em que viajava para compromissos eleitorais no Guarujá.

Valor parcial – Para obter os dados relativos ao repasse de financiamento eleitoral, a Agência PT de Notícias fez  minucioso levantamento no sistema compulsório de prestação de contas de partidos e candidatos, disponível na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na internet. Os dados ainda não são definitivos e podem ser ainda maiores. As doações aos candidatos que foram ao segundo turno, como Aécio Neves, são apenas parciais. Referem-se aos valores efetivamente repassados antes de 5 de outubro, data do primeiro turno de votação.

O valor de R$ 160,7 milhões diz respeito apenas às doações aos partidos, que são apresentadas destacadamente dos valores repassados individualmente a cada candidato. Desse subtotal ainda não constam as doações do segundo turno das eleições realizadas em 26 de outubro, cujo prazo para prestação de contas à Justiça Eleitoral encerra-se na próxima terça-feira, dia 25, exatos 30 dias após o término do pleito.

Apesar disso, os dados mostram que as construtoras Odebrecht e OAS doaram R$ 2 milhões cada uma ao candidato tucano apenas na primeira etapa da eleição. Individualmente, Aécio Neves recebeu doações totais de quase R$ 40,7 milhões até o dia 2 de setembro, última prestação relatada pelo TSE na web.

O maior arrecadador do grupo oposicionista é o PSDB. Ao diretório nacional foram destinados pouco mais de R$ 165 milhões e, ao comitê presidencial, R$ 140,6 milhões. O partido foi a quem o ”clube” destinou maior volume de dinheiro para campanha: pouco mais de R$ 78 milhões, ou cerca de 55% dos recursos de financiamento ao candidato à Presidência.

O DEM aparece em segundo lugar, com pouco mais de R$ 53 milhões de arrecadação total, sendo que R$ 15,8 milhões saíram do “clube”. Como não tinha candidato próprio ao Planalto, não há registro de doações ao comitê presidencial do partido.

Já PSB recebeu quase R$ 36 milhões em doações até o primeiro turno, segundo o TSE. Cerca de 40% do total, ou seja, R$ 15,57 milhões, tiveram origem no “clube”, sendo R$ 10,6 milhões registrados em nome do diretório nacional e os demais R$ 4,95 milhões no comitê presidencial.

segunda-feira, novembro 17, 2014

Será o fim do caixa 2 e do lobby no Brasil?

A faxina da Polícia Federal chega finalmente aos empresários corruptores e pode revelar muitos outros.

A recente prisão de vários empresários brasileiros, após as investigações da operação Lava Jato da Polícia Federal, pode abrir a “Caixa de Pandora” do financiamento de campanhas eleitorais no Brasil. 

Acredita-se que o resultado das investigações pode deslanchar um novo grande escândalo midiático e este ajudar a acelerar o debate da Reforma Política, levando a sociedade brasileira a exigir o Financiamento Público e o fim lobby, do “caixa 2” e do Financiamento Privado para os partidos brasileiros. 

Será?

A mídia já começa a especular a existência de contratos fraudulentos em outras Estatais e Programas como o PAC - que envolve o Minha Casa Minha Vida a Usina de Belo Monte, a Transposição do Rio São Francisco e de outras grandes obras de infraestrutura urbana e mais de 40 mil empreendimentos em praticamente todos os Estados brasileiros - pode deslanchar uma onda de denuncismo e atingir o ápice com a revelação do envolvimento de governadores e prefeitos, pois eles também se relacionam com os recursos públicos da União, sem falar de parlamentares que operam emendas e se utilizam delas para negociar com gestores, nas mais variadas esferas públicas.

Se a faxina for completa, o Brasil poderá despertar para a realidade e constatar que a corrupção não é privilégio de um partido, um só governo ou algumas pessoas. Diante desta possibilidade, o papel da imprensa pode ser colocado em xeque, caso mantenha a parcialidade de proteger partidos da oposição, como faz com o PSDB que teve seu ex-presidente envolvido no esquema da Petrobras, mas não deu o mínimo destaque, priorizando suas críticas ao PT.

Não há como negar que Dilma mesmo sendo o alvo principal do efeito midiático destas investigações é a principal responsável pela autorização para que tudo seja investigado, afinal é a chefe maior do Estado brasileiro e cumpre sua promessa de que tudo que for possível será investigado e seus responsáveis serão punidos, como já começamos a ver com a demissão de todos que estão sendo denunciados.

Mesmo assim, a formação da opinião pública é disputada pelos meios de comunicação tradicionais e novos atores como blogueiros e ativistas digitais que utilizam a internet como ferramentas de informações e contra-informação.

domingo, novembro 16, 2014

Mãos limpas; e depois, Berlusconi?



Na Itália, em 1992, cerca de 1.300 réus foram condenados. Cinco grandes partidos desapareceram. O que emergiu, porém, não foi uma república virtuosa.

Por Saul Leblon, no editorial da Carta Maior.

Aplausos: o combate à corrupção no Brasil finalmente alcançou a esfera dos corruptores.

A operação da PF desfechada nesta sexta-feira para desbaratar o esquema de propinas na Petrobrás incluiu 25 prisões de graúdos personagens do mundo empresarial.

Entre eles, presidentes, diretores e altos funcionários de grupos como a Camargo Corrêa, OAS, Queiroz Galvão, ademais de um ex-diretor da Petrobras, demitido pela presidenta Dilma Rousseff juntamente com Paulo Roberto Costa, em 2012.

O que se assiste com certo ar de incredulidade ainda, é um primeiro passo daquilo que qualquer país disposto a atacar de frente a corrupção tem que transformar em rotina.

Ou seja, atravessar a porta que separa o sabido do nunca escancarado.

Lá dentro guardada a sete chaves está a contabilidade paralela do capital privado, origem e destino dos malfeitos em torno dos quais orbitam personagens de um sistema eleitoral degenerado, e burocracias públicas carcomidas.

Que tenha vindo para ficar, são os votos.

Sem ilusões, porém.

O combate policial embora seja um passo importante é insuficiente.

Corrupção não é uma singularidade capitalista.

Ou esquerdista.

Ela é endêmica em sociedades dissociadas da transparência que só um salto na democracia participativa   –que atinja organicamente os centros de decisão do Estado, da vida das empresas e da mecânica eleitoral— pode realmente propiciar.

Caso contrário, a história se repete.

Não raro, como tragédia, na forma de um desencanto político que frequentemente  instala no poder versões extremadas  daquilo que se pretendia extinguir

É oportuno lembrar.

A ‘Operação Mãos Limpas’ realizada na Itália, em 1992, figura como uma das  principais referências no combate à endogamia entre o dinheiro privado e a política.

Lá como cá o núcleo dos ilícitos começava nas distorções de financiamento do sistema eleitoral.

E terminava sabe-se onde.

A devassa ocupou dois anos e expediu 2.993 mandados de prisão; 6.059 figurões tiveram as contas e patrimônios dissecados  --entre eles, 872 empresários  e 438 parlamentares, incluindo-se  quatro  ex- primeiros-ministros.

Não terminou em pizza.

Cerca de  1.300  réus foram condenados; apenas 150 absolvidos.

Não faltaram suicídios, assassinatos, fugas e humilhações.

O furacão jurídico destruiu a Primeira República Italiana.

Cinco grandes partidos, incluindo-se a Democracia Cristã, o Partido Socialista e o Partido Comunista, o maior e mais estruturado do ocidente, viraram poeira da história.

Desapareceram.

O espaço que se abriu, porém,   não encontrou forças mobilizadas, tampouco projetos organizados e nem propostas críveis  para catalisar a revolta e a desilusão da sociedade.

O passo seguinte não foi o surgimento de uma república emancipadora e revigorada.

As causas do anticlímax   remetem a décadas antes.

O sistema partidário italiano, condenado na tomografia da corrupção, na verdade já se descolara da representação da sociedade há muito tempo.

No campo da esquerda, o caso do PCI é o mais dramático pela importância e a influência que exerceu em toda a luta progressista mundial.

As raízes da deriva remetiam a uma discutível interpretação de Gramsci.

Não um erro teórico.

Não uma questão acadêmica.  Uma leitura política seletiva, conveniente à orientação caudatária da Rússia aos PCs da Europa então.

Qual seja?  Não afrontar o poder de classe no território da economia e da luta política de massa.

Optou o PCI, então, com raro talento, diga-se, pela construção de uma hegemonia fortemente vincada em pilares intelectuais e culturais provedores de prestígio e influência.

Uma hegemonia, mas pela metade: 50% de Gramsci; 50% de rendição histórica ao capital.

Uma hegemonia invertebrada do ponto de vista da organização para o exercício efetivo do poder.

Aos poucos, abriu-se um fosso.

De um lado, reinava a indiscutível qualidade intelectual e artística da esquerda comunista italiana, respeitada em todo o mundo.

De outro, transformações objetivas em curso.

Uma classe trabalhadora muito distinta daquela iluminada nos filmes do neo realismo de Rosselini e De Sica era modelada nos rigores de um capitalismo em transformação, para pior.

Quando a ‘Mãos Limpas’ atingiu os partidos, Tatcher  já atingira letalmente os pisos salariais  e os direitos sociais na Europa, a social democracia já flertava com os albores neoliberais  e o Muro de Berlim caíra três anos antes. 

Esmagada pela compressão salarial interna e externa, a classe trabalhadora italiana tornara-se, ao mesmo tempo, refém da massificação do consumo e da dissolução das referências históricas.

O distanciamento intelectual entre a hegemonia cultural do PCI e aquilo que as redes de comunicação, sobretudo a andrajosa qualidade da televisão italiana, expeliam diuturnamente cavou um fosso regressivo.

Deu-se então o que se sabe.

 O que emergiu no rastro do Mãos Limpas não foi uma república virtuoso e sim o horror na forma de uma liderança bufa, que substituiu a hegemonia de Gramsci pela indigência de sua rede de televisão.

Tragicamente, o que se pretendia combater, ganhou impulso avassalador.

A independência entre o poder político e o poder econômico   desapareceu.

Um país desprovido de partidos fortes, desiludido de suas lideranças virou refém de Il Cavaliere, um capo despudoramente representativo do vazio chocado em uma sociedade atomizada, feita de estilhaços humanos fatiados pelo consumo e por um sistema de comunicação excretor de valores afins.

Não foi um espasmo ou um ponto fora da curva.

Silvio Berlusconi e sua fortuna de US$ 6 bilhões ficaram nove anos no poder, em três mandatos subsequentes, entre 1994 e 2011.

Foi o primeiro ministro  que mais tempo ficou no poder da Itália no pós-guerra.

Sua rede de televisão substituiu o PCI, o PSI, a DC e construiu a hegemonia sobre as massas italianas da qual os comunistas se descuidaram.

A tragédia encerra lições à esquerda mundial.

Mas de forma dilacerante a do Brasil.

A toda a esquerda; ao PT em especial.

A ação policial contra a corrupção é importante; deve ser ininterrupta; não pode ser seletiva.

Menos ainda míope a ponto de excluir de seu foco –  reiteradamente— certos episódios exclamativos.

Tão exclamativos que chamaram a atenção da justiça  na Suíça, mas nunca aguçaram a perspicácia da PF brasileira ou dos combativos ‘moros’ de plantão.

Caso do propinoduto no metrô do PSDB em São Paulo, por exemplo.

Para citar apenas um caso, em uma dúzia.

Investigue-se.

Tudo.

Mas o passar a limpo não vai  criar um sistema político regenerado, nem impedir que ele continue a regredir em direção a coisa pior.

Sem partidos fortes, com  desassombro programático para catalisar a sociedade e resgatar a luta pelo desenvolvimento,  a anomia que favorece as excrescências aguarda o país na  esquina.

Berlusconis, bolsonaros, lobões, terceiras vias diversas, oportunistas de bico longo e outras versões de morbidez histórica estão à espreita.

Formam padrões recorrentes na borra da dissolução, quando o velho ainda não morreu e o novo não tem força para emergir.

A história, de qualquer forma, aperta o passo no Brasil.

E não por aceleração da iniciativa progressista.

Tampouco porque o novo está prestes a emergir.   

Mas há uma certeza, cada dia mais evidente: a esquerda não tem mais o direito de perguntar que horas são.

A pergunta não é quanto falta, mas quanto tempo ainda resta.

Quanto tempo resta para as lideranças progressistas tomarem consciência de que precisam sentar, conversar, limar sectarismos e  firmar uma agenda de rua, para sustentar e influenciar o governo eleito democraticamente no longínquo 26 de outubro de 2014.

Antes que seja tarde.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...