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domingo, maio 21, 2017

Belém conclama o Fora Temer e eleições diretas


Por Diógenes Brandão

A praça da República, em Belém do Pará recebeu na manhã deste domingo (21), cerca de 300 manifestantes. Ligadas à diversos movimentos sociais, as lideranças se revezavam no microfone ligado a um mini-trio e discursavam com uma pauta em comum: A renúncia de Temer, a suspensão das reformas da previdência e trabalhista e eleições diretas já.

Muitos dos que participavam da manifestação, conclamavam a população para ocupar Brasília, no ato convocado pelas Frentes “Povo Sem Medo” e “Brasil Popular”, no dia 24 deste mês. Financiados por sindicatos e suas centrais sindicais, cerca de 22 ônibus deixarão Belém em direção à capital federal, onde pretendem demostrar força e pressão popular para derrubar Temer e convocar eleições diretas para presidente da República.

Na avaliação da ativista cultural Telma Saraiva, “o cenário político está incerto, tendo a casa grande se movendo para se manter de pé. Exemplo disso é a rede Globo que derrubou algumas peças do tabuleiro, mas de forma estratégica, seu objetivo final é incriminar Lula e tirá-lo da disputa eleitoral em 2018”.

A presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior do Pará, professora Socorro Coelho aproveitou para convocar os educadores e estudantes paraenses, que não tiverem condições de ir à Brasília, para participarem da Conferência Livre de Educação. Socorro Coelho também informou que o Governo Federal excluiu 08 entidades do Fórum Nacional de Educação e por isso, entidades como o PROIFES, estão em alerta contra as arbitrariedades cometidas por Temer.

Entre os demais participantes, parlamentares como o deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL), o deputado estadual Carlos Bordalo (PT) e a vereadora de Belém, Marinor Brito (PSOL) estiveram presentes com suas assessorias, no ato onde esperavam-se muito mais políticos, representantes sindicais e dos diversos movimentos sociais, que em tese, lutam contras as reformas e pela queda de Michel Temer.

domingo, fevereiro 26, 2017

Carnavalesco se irrita e dá bronca em jornalista “globeleza”

Chico e Monalisa ficaram sem saber o que dizer após a reação do carnavalesco.

Por Diógenes Brandão

Faltando apenas duas escolas se apresentarem para o fim do desfile das escolas de samba de São Paulo, uma grande confusão levou mais de uma hora para ser resolvida. Sentindo-se prejudicado pela pista molhada no desfile da Vai-vai, após a escola ter jogado água do alto de um carro alegórico, Mantega, presidente da Nenê de Vila Matilde, não permitiu que sua escola entrasse na avenida do samba, antes da LIGA enxugá-la e deixá-la em plenas condições de receber os brincantes.

Ocorre que ao ser provocado por uma repórter que repassou de forma insistente a pergunta da jornalista Monalisa Ferrone, que apresentou o carnaval Globeleza ao lado do jornalista Chico Pinheiro, do alto do estúdio da Globo, na dispersão do sambódromo, o presidente da Nenê de Vila Matilde "pagou o sapo" e mandou Monalisa descer do estúdio da Rede Globo para ir ver como a pista estava escorregadia. 

O “climão” deixou todos de saia justa, enquanto os repórteres de chão se esforçavam para buscar informações sobre quanto tempo demoraria para o reinício do desfile da escola, que calou a boca de um time inteiro de jornalistas globais.

O desfile então seguiu sob o amanhecer de um novo dia e nos mostrou que quem sabe faz ao vivo e não permite que a toda poderosa mídia se meta no trabalho alheio.

Assista o vídeo.




quarta-feira, julho 13, 2016

Professores protestam em Marabá e cria polêmica nas redes sociais



Protestos de professores ligados ao SINTEPP tem ruas fechadas e fogo em pneus, em frente à prefeitura de Marabá. Divergências devem voltar à justiça.

O motivo para o prostesto foi um decreto que reduziu salários de alguns servidores. Prefeitura alega que tem respaldo do Ministério Público Estadual e diz que vencimentos são ilegais e privilegiam uma elite em detrimento da maioria dos professores. Sindicato chama prefeito de maquiavélico e autoritário e diz que medida não terá êxito.

Comenta-se  que o SINTEPP acusa o prefeito do PT de ser o responsável por cortes que chegam até a 50% dos salários de parte da categoria, mas que tal medida foi considerada e discutida ainda na gestão do ex-prefeito da cidade, afastado em Maio por processos judiciais em curso. Atual prefeito homologou após análises que concluíram que havia abusos no pagamento de certos servidores e agora sente a fúria de sindicalistas, que segundo uma font do blog, tem motivações eleitorais por terem candidatos do PSOL para as eleições de Outubro.

Leia as duas versão sobre o fato.


NOTA SOBRE A MANIFESTAÇÃO DE PROFESSORES

Sobre as manifestações ocorridas nesta segunda-feira, 11, as quais resultaram em invasão da sede da Prefeitura de Marabá e queima de pneus nas imediações, a Administração Municipal tem a esclarecer:

1)      Os cortes efetuados nos vencimentos de 1.100 servidores da Educação progredidos ilegalmente pelo PCCR (Plano de Carreira, Cargos e Remunerações), além dos cortes nos vencimentos de 89 servidores que progrediram por meio de documentos sem validade legal reconhecida pelo MEC (Ministério da Educação), atendendo a solicitação do Ministério Público Estadual (MPE), foram efetuados com base no Decreto Municipal 024/2016.

2)      O Decreto em questão foi editado após estudos efetuados em conjunto com o Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará) – Subsede Marabá – que constataram pagamentos irregulares aos 1.100 servidores, que recebiam bem mais do que o devido, em detrimento de 4.039 colegas, graças a manobras que possibilitaram essa vantagem desleal.

3)      O valor bruto da Folha de Pagamento da Secretaria Municipal de Educação (Semed) hoje é em torno de R$ 16,6 milhões. O Fundeb, verba federal destinada à Educação, varia em torno de R$ 12 milhões. A prefeitura complementa mensalmente o restante do valor, mais de R$ 3 milhões. Isso, só para a Folha de Pagamento, sem contar com as outras tantas despesas como: transporte escolar, água, luz e telefone, aluguéis e merenda escolar, inviabilizando o funcionamento da secretaria.

4)      Com essa adequação, a folha bruta cai em R$ 3.437.331,63 mensalmente, e representa, até o final deste ano, uma economia de R$ 24.061.321,41, valor esse que será aplicado no pagamento de dívidas com fornecedores e prestadores de serviços.

5)      Diante do exposto, contamos com a compreensão dos pais dos alunos da rede pública municipal, cidadãos contribuintes, fornecedores e prestadores de serviços que dependem da saúde financeira da Secretaria Municipal de Educação.

6)      Por fim, reafirmamos nosso respeito ao processo democrático do diálogo, à classe de professores e à igualdade de direitos e deveres de todos os servidores.

Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Marabá.


Leia agora a nota do SINTEPP


NOTA DE REPÚDIO


O SINTEPP – SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO PÚBLICA DO PARÁ, vem a público repudiar a atitude criminosa do Prefeito Luís Carlos Pies, que de forma covarde reduziu o salário dos professores da rede municipal de Marabá. 

O Governo do PT em Marabá, desde o seu início se demonstrou desastroso para a educação. São vários absurdos: fechamento da Escola Arthur Guerra, Jonathas Pontes Athias e Escolas alugadas. Tudo isso sem um mínimo de planejamento. Sem dizer onde os alunos seriam matriculados e sem dizer onde os servidores seriam lotados. 

Agora de forma brutal, o Prefeito ataca o salário dos professores. Sem diálogo, sem aviso prévio e sem qualquer tentativa de entendimento com a categoria. O Sintepp chegou a aprovar com a categoria uma proposta de Plano de Carreira com redução salarial a níveis suportáveis, mas nem isso foi levado a sério pelo prefeito, que de forma cruel vitimou mais de 1.000 (Hum mil) professores em pleno período de férias. 

Acusar o Sintepp de ser responsável por tudo isso é mais uma tentativa desesperada do prefeito de dividir a categoria, pondo servidor contra servidor. O Sintepp se manteve e se manterá firme na luta e agora vamos dialogar diretamente com o TJE – Tribunal de Justiça do Estado, que homologou acordo firmado entre os trabalhadores e o governo municipal, onde o governo se comprometeu em nãoEXECUTAR o DECRETO MUNICIPALque retirava direito da categoria. 

Temos certeza que essa decisão arbitrária do prefeito não alcançará o efeito desejado. Os professores não serão divididos e temos certeza que sairemos vitoriosos nessa luta. A categoria não pode se deixar enganar, pois todos nós sabemos que em momento algum o Sintepp dialogou a construção do Decreto que retira direito dos trabalhadores, pelo contrário, o Decreto foi o principal motivador da Greve da categoria organizada pelo Sintepp. A nota emitida pela ASCON é só mais uma prova do desespero do Prefeito atual em tentar fragilizar a nossa instituição que representa a categoria para poder cumprir com a sua meta de impor a redução salarial de todos nós. Não podemos esquecer que desde o início desse processo, tem sido uma estratégia do prefeito acusar e difamar o Sintepp, coisa que é feita por todos os gestores autoritários e maquiavélicos.

Convocamos todos a abrir mão de suas férias para a partir do dia 12 de junho ocupar as ruas no entorno da Prefeitura Municipal para assegurar que o Prefeito não fique impune. Reivindicamos ainda que os vereadores suspendam o recesso parlamentar para iniciar urgentemente um processo de investigação contra o prefeito, uma vez que o mesmo está legislando em causa própria, e ofendendo diretamente o Poder Legislativo de Marabá, pois o próprio prefeito assegurou aos Vereadores que não executaria o Decreto, enquanto não houvesse uma decisão judicial. Ainda de forma mais grave, o Prefeito está Legislando contra o PCCR que foi aprovado pela CMM, e isso não é papel do Prefeito. Legislar é competência da Câmara Municipal de Marabá, e esta precisa fazer jus ao poder que lhe foi concedido pela Constituição Federal. 

Finalizamos deixando claro a todos que o prefeito é responsável por todos os problemas que possam acontecer com os servidores que estão totalmente abalados com essa situação. Perder mais de 50% do salário neste momento não é suportável economicamente e psicologicamente  para a maioria da nossa categoria.  

Marabá-PA, 11 de junho de 2016.

A Coordenação


#VEMPRALUTA

segunda-feira, maio 09, 2016

A gigante Vale contra o professor no Pará

Mineradora processa professor universitário, que recebe apoio da comunidade acadêmica internacional. Foto: Alexandra Duarte

A Vale chegou à conclusão de que Medeiros era “o líder” do ato que teria “interditado” a ferrovia.


Por  Felipe Milanez, na Carta Capital

Um trilho, um trem, muito minério nas costas e muita gente na frente. Esse é o caminho diário das milhares de toneladas de minério de ferro que a Vale carrega para exportação do interior da Amazônia, no Pará, para o Terminal Marítimo da Ponta da Madeira, em São Luís, no Maranhão. No percurso o trem cruza índio, quilombola, camponês, floresta...

E enfrenta quase diariamente manifestações das comunidades atingidas. No fim do ano passado, o trem cruzou com um protesto, como tantos que ocorrem. E dessa vez, a Vale mirou em um professor para processar e tirar do caminho.

O professor da Faculdade de Educação do Campo da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), Evandro Medeiros, participou de um ato de protesto em novembro que ocorreu nos trilhos da Vale, junto de professores, técnicos e estudantes da universidade.

O ato era em solidariedade à população vitima do rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), que provocou o maior desastre ambiental da história do Brasil, e não teria chegado a interromper nenhuma composição de trem, sendo considerado apenas simbólico.


A Samarco é de propriedade da Vale e da BHP Billiton, e as duas gigantes se tornaram alvos imediatos de protesto e cobranças públicas de suas responsabilidades no país todo. Como escrevi ano passado aqui na CartaCapital, há motivos de sobra para quem vive no Pará ter medo de que algo parecido venha a ocorrer.

Através de uma investigação privada (portanto, não realizada pela polícia), baseada em fotografias do ato e em comentários nas redes sociais, a Vale chegou à conclusão, que apresenta como de “autoria e materialidade”, de que Medeiros era “o líder” do ato que teria “interditado” a ferrovia, e como tal, nessa visão, caberia a ele responder criminalmente.

Acusa o professor de praticar algo como “justiça pelas próprias mãos”, e de infringir norma legal ao interromper a circulação dos trens. Para a gigante mineradora, o professor teria sido “responsável pela convocação da população em ato preparatório no Campus 1 da UNIFESSPA, reunião que se comprova com o cartaz anexo divulgado pelo líder da manifestação nas redes sociais.

Para além disso, "exerceu liderança durante a interdição ao coordenar o ato, conforme prova documental”. A companhia propôs então uma “queixa crime” contra o professor.

A primeira audiência desse processo criminal ocorreu na última quinta-feira, 5 de maio, e provocou novos protestos da população contra a Vale, em Marabá, que fecharam, dessa vez, a Rodovia Transamazônica.

A Vale compareceu com seus advogados e Medeiros compareceu assistido por advogados da Comissão Pastoral da Terra (CPT). O Ministério Público propôs um acordo em que o professor pagaria à mineradora um salario mínimo. A advogada da Vale propôs ao professor prestar serviços comunitários por 15 dias.

Medeiros recusou tanto a oferta do MP quanto da Vale, alegando inocência. E justificou: “Tenho uma vida dedicada a ‘serviços comunitários’, como professor e como cidadão, reconhecido por muitos, por isso ocupo um cargo na pró-reitoria de extensão da UNIFESSPA. Não preciso ser forçado pela Justiça a realizar ações em beneficio de comunidades carentes e setores populares. A mineradora Vale sim, e mesmo assim não atende plenamente as reivindicações dessas comunidades.”

Na última semana passou a circular na internet um grande manifesto de apoio ao professor, com a assinatura de pessoas de peso da academia internacional, como o português Boaventura de Sousa Santos, da Universidade de Coimbra, o peruano Aníbal Quijano, da Universidad de San Marcos, a pedagoga Celi Taffarel, da UFBA, a filósofa Déborah Danowski, da PUC Rio, Carlos Vainer e Henri Ascerald, do IPPUR/UFRJ, e intelectuais ativistas como Jean Pierre Leroy, da FASE, Paulo Fonteles Filho, da Comissão Estadual da Verdade do Pará, a psicanalista Maria Rita Kehl, diversos professores e professoras da UNIFESSPA e da UEPA, da Federal do Maranhão, do Oeste do Pará, UFRJ, e do Brasil todo. Inclusive eu, autor dessa coluna e professor da UFRB, subscrevo o manifesto em solidariedade ao colega professor. O manifesto, que está na plataforma Avaaz, já tem mais de 600 assinaturas.

Procurei a Vale para saber o que acontece e a razão pela qual ela, uma gigante mundial, processa o professor do interior da Amazônia. A informação é de que nesses casos de protestos coletivos, sempre que ocorrem, a Vale procura as lideranças para serem responsabilizadas. A Vale diz que o ato no trilho impediu o transporte de cargas e de passageiros, o que coloca em risco seus compromissos profissionais.

E diz ainda que “está obrigada a requerer judicialmente a desocupação da linha e o restabelecimento das condições de segurança ferroviária em caso de bloqueio do tráfego de trens por terceiros”. 

O professor contesta as acusações. Diz que não havia um líder, que o evento foi organizado coletivamente por pessoas que fazem parte da universidade e dos movimentos sociais.

Manifestação contra a Vale


Ato em solidariedade à população vitima do rompimento da barragem da mineradora Samarco Foto: Alexandra Duarte.
E contesta a investigação privada da companhia que tenta individualizar nele a conduta coletiva e criminalizar o protesto político: “Por que eu? Por que eu sou negro? Por que eu sou maior?”, questiona. E afirma, ao contestar a proposta de um acordo e defender a liberdade de protesto:

“Por isso, por dignidade, respeito aos moradores dessas comunidades impactadas, em solidariedade as vítimas de Mariana e às outras pessoas também processadas e investigadas criminalmente a mando da Vale, contando com o apoio de centenas de colegas professores de universidade e comunidade acadêmica de todo País, eu não aceitei a proposta de conciliação para encerrar o processo. Prefiro responder criminalmente e enfrentar a Vale de cabeça erguida, para mostra para a população de Marabá que a ganância de uma empresa não é maior que a dignidade de um cidadão, muito menos de um povo inteiro.”

Medeiros é um professor conhecido pelo comprometimento com a pedagogia do campo, com a pedagogia transformadora da realidade e com as lutas sociais. Entre os muitos alunos e alunas que o admiram, estava a ambientalista popular Maria do Espírito Santo, que foi assassinada ao lado de seu companheiro José Cláudio Ribeiro da Silva em 24 de maio de 2011. Estudante de especialização em pedagogia do campo, ela dedicou a Medeiros um agradecimento especial ao concluir o seu trabalho de final de curso: “Ao coordenador do curso, Evandro Medeiros, que durante estes anos de formação sempre procurou educadores/as que estivessem imbuídos neste processo de mudanças dos sujeitos do campo.”

Medeiros também é produtor e diretor de filmes que documentam a história da região, como “Dezinho: vida sonho e luta” (2006), sobre o assassinato do líder sindical José Dutra da Costa, no Pará, “Araguaia Campo Sagrado” (2010),  e “Escola Quilombo” (2014).

Ele trabalha o cinema como uma ferramenta de educação e de construção da memória e é organizador do festival internacional de cinema, o CINEFRONT, do qual sou curador. Os filmes são mostrados em escolas da região, em aldeias indígenas, em salas de cinema, no acampamento da juventude do MST na Curva do S, e nos diversos campi da UNIFESSPA.

Por isso, ao mirar em Medeiros e colocá-lo no papel de inimigo a ser processado criminalmente na queixa-crime, a Vale tem provocado uma forte reação contrária da população local, como a que foi demonstrada nos protestos durante a audiência nessa semana, nas redes sociais, na enxurrada de apoio e solidariedade ao professor. Diante disso, não parece que essa ação vai diminuir as insatisfações com a Vale e com o crescimento da mineração no Pará.

A Vale chegou no Pará durante a ditadura e foi o carro-chefe, ou melhor, a “locomotiva” do Projeto Grande Carajás (de 1980), que transformou profundamente a região que veio a se tornar a mais desmatada e violenta em toda a Amazônia.

Nos últimos anos, o aumento massivo da extração e exportação de minério de ferro, em estratégia que serve também para enfrentar o baixo preço das commodities, tem aumentando, também, os conflitos.

A Vale atualmente está expandido as atividades com a nova mina S11D, e duplicando a ferrovia. Se no Plano de Mineração Nacional 2030, de 2011, o governo federal tratava a Amazônia como “a fronteira de expansão da mineração no Brasil” e planejava aumentar a exportação de ferro de 231 milhões de toneladas, previstos para 2015, para 797 milhões de toneladas, em 2030, as principais preocupações estão relacionadas justamente aos “conflitos sobre o uso e a ocupação do território”. Essas preocupações são chamadas pela Vale nos seus relatórios anuais de "risco" da população local.

Risco é uma questão de percepção e perspectiva. O risco que a companhia enxerga é, certamente, diferente do risco e da vulnerabilidade a que está exposta e que é percebida pela população local. Vide Mariana, as 19 pessoas mortas e outras milhares com a vida afetada, o rio morto e o apocalipse ecológico, cuja tragédia, o maior crime ambiental da história do país, completou seis meses.

Abaixo, na íntegra, o manifesto de apoio ao professor e a nota da Vale em resposta à CartaCapital.


Manifesto em apoio ao Professor Evandro Medeiros

Em novembro de 2015, estudantes, técnicos e professores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) organizaram um ato em solidariedade aos moradores de Mariana (MG), que, no mesmo mês, sofreram com o rompimento da barragem de rejeitos do Fundão da Samarco/Vale, que causou um dos maiores desastres socioambientais ocorridos no mundo.

O ato, por um lado, questionava as perdas humanas que o desastre provocou, além da destruição de residências, das áreas de produção de alimentos, da floresta, do assoreamento da calha do rio Doce, que aumentou os riscos de enchentes e da presença de metais pesados no rio, provocando riscos de proliferação de doenças crônicas.

Por outro lado, a mobilização também questionava a irresponsabilidade da empresa Samarco, que tem sua composição acionária dividida entre Vale (50%) e a BHP Billiton Brasil Ltda (50%), no tratamento do desastre, uma vez que a mesma não possuía os sistemas de alertas sonoros exigidos por lei, que precisariam ser acionados em caso de desastre, nem uma equipe treinada para assessorar a comunidade após o rompimento da barragem.

O ato promoveu intervenções artísticas, debates e colocou em prática um dos princípios fundamentais da Universidade no Brasil, que é a extensão universitária, princípio este definido pelo Fórum de Pró-Reitorias de Extensão das Universidades Públicas brasileiras como um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre Universidade e outros setores da sociedade.

Entretanto, a mineradora Vale, na tentativa de criminalizar o ato, abriu uma Queixa Crime contra o professor Evandro Medeiros da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) em processo número 0099446-03.201.5 da 1ª Vara de Juizado Especial Penal de Marabá, enquadrando-o no artigo 345 do Código Penal de exercício arbitrário de suas próprias razões.

É necessário afirmar que ato foi uma reunião coletiva para reflexão não havendo, portanto, nenhum tipo de ação violenta que justificasse qualquer denúncia de crime. Por isso, esta queixa crime movida pela mineradora Vale não ataca apenas o professor Evandro Medeiros, mas a autonomia universitária de realização do princípio da Extensão Universitária, bem como também ataca o direito de manifestação e de reunião que é um direito constitucionalmente garantido.

Da mesma forma, outros cidadãos como Tiago Cruz, Iara Reis, João Reis, Waldy Gonçalves Neves e alguns moradores do Bairro Alzira Mutran em Marabá, também são alvos de inquéritos da Polícia Civil, a pedido da Vale, por se organizarem para lutar por seus direitos.

Repudiamos, portanto, as tentativas de intimidação à liberdade de expressão, de reunião e de reflexão, pela via do poder judiciário, empreendidas pela empresa Vale a quem se manifesta contra seus interesses, bem como manifestamos total solidariedade ao professor Evandro Medeiros.

A ganância de uma empresa não pode tornar a pesquisa, reflexão e luta pelos direitos humanos um crime.

Nota da Vale, enviada pela assessoria de imprensa na quinta-feira 5:

O professor Evandro Medeiros é réu em ação movida pela Vale por ter obstruído a Estrada de Ferro Carajás, no dia 20 de novembro, no município de Marabá, em uma manifestação contra o desastre com a barragem da Samarco, em Mariana (MG).

O protesto impediu o transporte de cargas e passageiros. Por dia, cerca de 1.300 pessoas utilizam o trem de passageiros da Vale para se locomover entre os estados do Maranhão e Pará. Para muitos dos 27 municípios a ferrovia é o único meio de transporte da população.

Em casos de obstrução da linha férrea, a empresa precisa adotar os procedimentos judicias para preservar o direito de propriedade e a manutenção do transporte de cargas e passageiros, conforme determinado no contrato de concessão celebrado com a União.

Logo, em cumprimento à legislação vigente, a Vale está obrigada a requerer judicialmente a desocupação da linha e o restabelecimento das condições de segurança ferroviária em caso de bloqueio do tráfego de trens por terceiros.

A pessoa que invade ou obstrui a ferrovia será acionada judicialmente e responderá a inquérito policial e ação penal, podendo gerar uma aplicação de multa diária e prisão, de acordo com a decisão judicial.

É importante ressaltar que a ocupação da ferrovia compromete a segurança das operações e, principalmente, da população, dos empregados e dos usuários do trem de passageiros, tendo em vista que as locomotivas transportam grande quantidade de combustível.

Além disso, um trem, quando carregado, precisa de pelo menos dois quilômetros para parar completamente após o acionamento dos freios de emergência e de 500 metros quando não está carregado. Em caso de manifestações onde há queima de pneus ou madeira, por exemplo, o risco de explosão pode se tornar maior.

A Vale respeita e acredita na livre manifestação e destaca que não ingressa na Justiça com o intuito de proibir protestos ou manifestações de qualquer natureza em relação às suas atividades.

Como forma de buscar soluções conjuntas para a gestão de impactos socioculturais, econômicos e ambientais, e, com vistas ao desenvolvimento sustentável, a empresa mantém equipes dedicadas ao contínuo relacionamento com as comunidades vizinhas às suas operações.

sexta-feira, dezembro 18, 2015

Bonecos de Eduardo Cunha e Eder Mauro são alvo de críticas em Belém


Por Diógenes Brandão

A manifestação contra o impeachment, o ajuste fiscal e a política econômica adotada pelo governo Dilma, convocado pela Frente Brasil Popular, reuniu cerca de 3 mil manifestantes que saíram da praça da República em caminhada para a praça do mercado de São Brás. O ato contou com dois bonecos, que no meio de tantas faixas e bandeiras, roubaram a cena, sendo filmados e fotografados por milhares de manifestantes e registrados pela imprensa local.

Produzidos por um artista plástico de Belém, que prefere não se identificar, o boneco de Eduardo Cunha já havia participado de outra manifestação, ocorrida em agosto deste ano, quando cerca de 2 mil manifestantes percorram as ruas do centro de Belém do Pará, pedindo a agilidade na reforma do Pronto Socorro Municipal, que foi parcialmente destruído por um incêndio premeditado pela omissão do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB).

O boneco do presidente da câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi levado por manifestantes que o vestiram com a roupa de presidiário, tendo o número 171 estampado no peito. O deputado foi denunciado ao STF por corrupção pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot e deve ser afastado do cargo para não atrapalhar as investigações dos desvios na Petrobras e não interferir na Comissão de Ética, onde deve perder seu mandato parlamentar.
Já o boneco de Eder Mauro foi a grande novidade e chamou a atenção de todos os que participavam do ato e de quem o viu no meio da manifestação. O parlamentar eleito pela primeira vez nas eleições de 2014, como o deputado mais votado do Pará, quando recebeu 260 mil votos.



Ao assumir seu cargo, Eder Mauro passou a fazer fama, ao se meter em diversas confusões e agressões com parlamentares de outros partidos e manifestantes que acompanham as votações na câmara dos deputados e integra a ala congressista apelidada de BBB - Bancada do Boi, da Bíblia e da Bala, onde ajuda a defesa de temas polêmicos, geralmente voltados à pauta conservadora e reacionária, contra as reformas necessárias para a maioria da população, os direitos das mulheres, das crianças e dos adolescentes e quase sempre favoráveis ao endurecimento de leis contra pequenos delitos, mas nunca contra os grandes desvios financeiros.

Conforme já foi dito aqui e aqui, o delegado que foi eleito deputado foi acusado do crime de tortura contra um jovem e foi denunciado, tanto pelo Ministério Público do Estado, quanto pelo Ministério público Federal e recentemente tornou-se réu um processo no Supremo Tribunal Federal

Em Brasília, Eder Mauro já se meteu em diversas confusões (leia aqui) e conforme foi dito aqui, em Julho, o deputado que é presidente do PSD-Belém, acabou com uma audiência pública realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Sistema Carcerário da Câmara dos Deputados. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA), "a audiência foi "autoritariamente encerrada pelo presidente da CPI, deputado Alberto Fraga (DEM) por solicitação dos deputados Major Olímpio (PDT/SP) e Éder Mauro (PSD/PA), que não gostaram da manifestação de alguns participantes da audiência pública contrários à redução da maioridade penal e atacaram a própria OAB por sediar o evento". Leia a nota completa, aqui.

Leia também:




domingo, dezembro 06, 2015

Cresce a revolta popular: Cunha é alvo de protesto em show de Caetano e Gil


Um show de Caetano Veloso e Gilberto Gil, que iniciou na sexta-feira e entrou pela madrugada deste sábado, foi palco de um protesto diferente e extremamente voluntário e espontâneo, diferente das manifestações de rua convocadas pela grande mídia, através dos seus jornais, revistas, rádios e TVs.

O show realizado no Circo Voador, na cidade do Rio de Janeiro, seguida normalmente e quando Caetano cantou a música "Odeio Você", o público completou a letra com a palavra "Cunha" e depois gritaram "Fora Cunha", fazendo uma clara referência ao sentimento que vem sendo alimentado pelo presidente da Câmara dos Deputados, eleito pelo PMDB do RJ, Eduardo Cunha.


O protesto não acontece em vão naquela cidade, haja vista que Eduardo Cunha é carioca e o distinto público conhece não só as sérias denúncias e as mentiras que conta no presente, como seu passado tenebroso.

Indicado pelo ex-presidente Fernando Collor, no início dos anos 90, para presidir a Telecomunicações do Estado do Rio de Janeiro (Telerj) – chegou a ser acusado de integrar o esquema de corrupção de PC Farias.

Em Março do ano 2000, Leonel Brizola já alertava a astúcia de Cunha que fazia da presidência da Companhia Estadual de Habitação (Cehab), onde foi acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de, entre outras coisas, direcionar uma licitação para favorecer a Grande Piso, uma microempresa que se transformou em construtora e ganhou quatro contratos durante os seis meses em que Cunha esteve à frente da companhia. 

A Grande Piso pertencia ao empresário Roberto Sass, que foi do PRN do ex-presidente Fernando Collor na mesma época de Cunha, relata a matéria do jornal OGlobo, onde ficamos sabendo que o processo foi arquivado sem nem se quer ser julgado, alguns meses antes de assumir a presidência da Câmara dos Deputados, de onde pode ser cassado e encerrar sua carreira política em uma cela, mas com tanto dinheiro em contas no exterior, vai ver que consiga deixar seus processos nas gavetas da justiça por mais alguns anos e assim possa desfrutar de sua aposentadoria em liberdade e na tranquilidade que a impunidade confere aos milionários deste país.

Bandido bom é assim!

Outro a alertar sobre a coligação do PT com o PMDB e o passado do atual presidente da Câmara foi Ciro Gomes, ex-governador do Ceará e ex-ministro de Lula. Em entrevista a um programa do seu Estado natal logo após as eleições de 2014, ele não poupou críticas a Cunha, chamado por ele de “picareta-mor”.





quarta-feira, agosto 12, 2015

Governador e prefeitos do PSDB usam DAS´s e investem no impeachment

Na coluna Repórter Diário, do jornal Diário do Pará, desta quarta-feira (12).

A notícia de que o governador do Estado do Pará, Simão Jatene (PSDB) e os prefeitos de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB) e de Ananindeua, Manoel Pioneiro (PSDB) pressionam DAS´s do governo do Estado destas duas prefeituras, que são as maiores do Pará, para engrossar o ato contra Dilma, previsto para esta semana, confirma a suspeita de que os tucanos estão por de trás destas manifestações em apologia ao impeachment.

Ontem, uma reunião em um hotel de luxo em Belém, reuniu diversas lideranças do PSDB para traçar o plano de investir pesado no ato e tentar induzir o povo paraense ir às ruas pedir o impeachment da presidenta Dilma, que está cumprindo o 8º mês de seu mandato, conforme foi decidido nas eleições presidenciais do ano passado.

Prefeito Tucano coordenou reunião do ato pró-impeachment. Imagem: Twitter do Deputado Estadual Carlos Bordalo (PT).

Em diversos bairros da capital paraense é possível ver outdoors com a convocação para o ato, que os organizadores dizem que não conta com a ajuda de partidos políticos. No entanto, a mega estrutura que envolve vários trios elétricos, milhões de camisas, bonés, faixas, folders, adesivos, gasolina para carros e motos, entre outras coisas que requerem de uma fortuna é nitidamente patrocinada, ao invés de fruto de 'doações do povo', como alegam os arautos da 'moralidade' e da 'ética'.

Vários outdoors, como esse no bairro do Guamá, estão espalhados pelo centro e periferia de Belém, mostrando a força financeira do ato pró-impeachment. Foto: Silva Macedo.

De onde será que vem tanto dinheiro? Não seria da corrupção dos governos e empresários ligados ao PSDB e demais partidos interessados em tirar Dilma do governo, antes de 2018?

Será que o Ministério Público do Estado do Pará não vê isso, ou sabe, mas deixa passar em branco, por ser cúmplice dessa farra com o dinheiro público, por ter parentes de promotores empregados no governo?

quarta-feira, julho 08, 2015

Fórum Belém 400 Danos: O início de uma reação.



Dia 25 de Junho um incêndio no Pronto Socorro Municipal da 14 de Março e matou duas pessoas e intoxicou centenas de pacientes e funcionários.

A população de Belém assistiu assustada pela segunda vez, acontecer o que o sindicato dos médicos e o dos funcionários, os bombeiros, o Ministério Público e a Justiça previam: Uma nova tragédia anunciada.

Cinco dias após o ocorrido e com a cidade em situação de calamidade pública, com hospitais lotados, um incêndio destrói 8 boxes na feira da Pedreira. Não houveram vítimas, só danos materiais que custarão muitos meses de tralhado duro para os feirantes.

Dez dias depois, um novo incêndio na COSANPA provocou a interrupção de água em 28 bairros, prejudicando por três dias, mais de um milhão de pessoas. Um dia depois, outro incêndio atingiu uma barraca do ver-o-peso, assustando os feirantes e consumidores do local, que desde a última reforma, em 1998, não recebe manutenção ou qualquer tipo de melhoria em sua estrutura.

Diante deste quadro perverso, entidades da sociedade civil de Belém, em protesto nesta última quarta-feira, em frente à COSANPA, resolveram organizar um Fórum de debates para construir uma agenda de mobilização em torno dos assuntos e temas pertinentes ao descaso com que a cidade vivencia.

O evento será realizado nesta quinta-feira, no Sindicato dos Urbanitários, onde sindicatos, ONG's, Movimentos Sociais e a população em geral, debaterão os rumos da cidade que está prestes a completar 400 anos e agoniza em um caos generalizado.

Participe, mobilize, compartilhe!

Maiores informações na página do Fórum.

sexta-feira, julho 03, 2015

Fã de Bolsonaro e membro do 'Revoltados OnLine' xinga Dilma nos EUA



Elogiada pelo presidente Barack Obama e várias outras autoridades políticas e empresariais, como Mark Zuckerberg, em sua visita aos Estados Unidos, a presidente Dilma foi hostilizada por um manifestante anti-petista, identificado como Igor Gilly Teles.

O ativista que é ligado ao "Revoltado OnLine" assumiu em um hangout, ser de direitaconservador e que teve a audácia de se passar por jornalista para entrar no hotel onde Dilma estava hospedada, no Estado de São Francisco e chegou a encostar o ouvido em todas as portas dos quartos, para descobrir onde Dilma estava hospedada, mas não a encontrou.

No entanto, foi disfarçado de estudante americano que ele conseguiu gravar um vídeo onde aparece ofendendo a presidente na Universidade de Stanford. O ato foi planejado por um pequeno grupo de pessoas que se declaram anti-petistas e mesmo acompanhada pela ex-secretária de Estado Condoleezza Rice, Dilma foi chamada de ladra, assassina, terrorista e comunista de merda, entre outros termos peculiares do jargão ultimamente utilizado pelos 'militantes' da direita brasileira.
Diante de seguranças e da comitiva presidencial, o jovem ficou à vontade para proferir várias ofensas à chefa da nação, em plena agenda oficial nos EUA. Como já havia planejado o vídeo foi parar no seu facebook, onde seu perfil não mostra qual é a sua profissão e nem o que faz nos EUA, apenas fotos com maçons e seus ídolos, entre eles o não menos polêmico deputado federal Jair Bolsonaro.

No entanto, comenta-se nas redes sociais que Igor foi aluno do PROUNI e está nos Estados Unidos como bolsista do programa federal "Ciência sem Fronteiras".


Entre elogios e protestos, internautas comentam com as agressões verbais contra a principal mandatária do país, tipificado no código penal como calúnia, injúria e difamação. Com essa atitude, há quem diga que Igor pode responder por outros crimes, além de ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional.


Já pensaram se o mesmo acontecesse com o presidente americano no Brasil?


segunda-feira, março 30, 2015

Empresária que tirou a roupa em protesto vai ser capa de revista


diz ter visto sua vida mudar, com direito a pedidos de casamento pelo Facebook, cantadas de homens e mulheres e até convite (já aceito) para posar nua para uma revista masculina

No meio de milhares de pessoas, ao menos seis carros de som e diversos gritos de protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), no último dia 15, na Avenida Paulista, região central de São Paulo, a empresária baiana Juliana Isen, de 36 anos, encontrou outra maneira de chamar a atenção de todos os que estavam ao seu redor.

Juliana colocou dois adesivos nos mamilos e tirou a camiseta diante de dezenas de policiais, que olharam impassíveis. Aos gritos de “Fora Dilma, Fora PT, quero um País melhor, sem corrupção”, ela caminhou seminua pela mais icônica avenida da principal cidade do País, posou para fotógrafos e curiosos e ainda hoje, duas semanas após a manifestação, fatura com a atitude incomum.

A empresária diz que ficar seminua na Avenida Paulista foi uma decisão totalmente passional, impulsiva, nada programada. Quando pequena, Juliana conta que era tímida. Mas não foi o que se viu no protesto da empresária. “Me deu aquela coisa… vi os policiais, coloquei os adesivos [nos mamilos] e tirei [a blusa]. Quando olhei ao redor, vi um monte de fotógrafos, um monte de gente e pensei: ‘é agora que vou mandar meu recado’. Gritei que queria liberdade, um país melhor, fora PT, fora Dilma, fora Lula. Chega, já deu'”.

Ela garante que não premeditou a nudez em busca de fama. “Fui movida pelo calor da emoção. Não achei que ia causar polêmica. Minha aureola estava totamente coberta pelo adesivo. Tirei a blusa, comecei e papapá. Nem imaginei aquele monte de fotógrafos. Fui verdadeira, espontânea. E faria de novo”, conta.

Debaixo de uma leve garoa e no meio da empolgação, os adesivos de Juliana descolaram e por alguns minutos ela ficou sem a proteção nos seios. O jeito foi usar novos adesivos. Além dos novos seguidores nas redes sociais, de programa de TV e ensaio nu, Juliana teve de administrar a avó, por quem foi criada, que ficou dois dias de cama.


A empresária, que é sócia do ex-marido em uma revenda de suplementos para atletas, virou neocelebridade e conquistou o posto de musa dos atos antigoverno. E nas últimas duas semanas, diz ter visto sua vida mudar, com direito a pedidos de casamento pelo Facebook, cantadas de homens e mulheres e até convite (já aceito) para posar nua para uma revista masculina. No dia seguinte ao protesto, foi preciso contratar um assessor de imprensa e um empresário – Cacau Oliver, o mesmo da ex-vice-miss bumbum, Andressa Urach. Agora o sonho é ser apresentadora de TV.

O ensaio da revista “Sexy” ainda é tratado com certo mistério. Juliana dá a entender que parte dele pode ser feito na próxima manifestação, marcada para 12 de abril. “Vai chocar a sociedade. Vai ser bafão. Minha revista vai chocar politicamente falando”, diz. A primeirão sessão de fotos foi feita na sexta-feira (27), mas a publicação deve chegar às bancas em maio ou junho.

Em entrevista ao iG, a empresária, que rechaça o título de socialite e se define como de direita por ser “contra o PT”, diz que aquela foi a segunda manifestação da qual participou. A primeira foi em junho de 2013, quando se juntou a outras milhares de pessoas também na avenida Paulista para pedir a revogação do aumento de R$ 0,20 nas tarifas de ônibus, metrô e trem de São Paulo.

segunda-feira, março 16, 2015

As ruas


"Não podemos nunca perder de vista que, em meio ao legítimo sentimento de indignação e revolta, existe um tipo de agressividade e de radicalização do ambiente político que interessa apenas àqueles a quem faltam argumentos, aos responsáveis pelo descalabro do país".

Por Aécio Neves, na Folha.

Existem momentos na vida de um país em que a alma da nação parece se inquietar e transbordar, criando identidades que nos ajudam a lembrar que somos não um conjunto de indivíduos mergulhados em problemas e desafios pessoais, mas um povo que tem muito em comum.

O dia de ontem foi um momento assim. Em que a individualidade cedeu lugar à coletividade. Um dia do qual devemos nos orgulhar.

Curiosamente, há exatos 30 anos, o Brasil vivia um outro momento de forte identidade coletiva. Em outro 15 de março deveria ter ocorrido a posse do primeiro presidente civil e de oposição depois de 20 anos de ditadura. O calvário pessoal de Tancredo, paradoxalmente, ajudou na constituição e fortalecimento de laços coletivos.

Naquela época, pouco antes da morte do presidente, circulava no país uma anedota que dizia que uma enfermeira se encontrava no quarto com Tancredo quando ele começou a ouvir o barulho da multidão que se aglomerava na porta do hospital, em orações e homenagens. Que barulho é esse? perguntou ele. É o povo, presidente, o povo está todo aí embaixo, respondeu ela. E o que o povo está fazendo aqui? Ele veio se despedir, presidente. Ué, e o povo tá indo pra onde minha filha?, perguntou o presidente.

A delicadeza dessa cena fictícia, mas que combina bem com o espírito de Tancredo, me vem à memória de tempos em tempos. Não podemos nunca perder de vista que, em meio ao legítimo sentimento de indignação e revolta, existe um tipo de agressividade e de radicalização do ambiente político que interessa apenas àqueles a quem faltam argumentos, aos responsáveis pelo descalabro do país.

A estratégia do PT tem sido clara. Para esconder a verdadeira dimensão da insatisfação popular, tentam transformar todos os críticos do governo em defensores de um golpe ou do impeachment da presidente. Querem convencer o Brasil de que as manifestações populares, espontâneas, nascidas no coração de milhões de brasileiros, são, na verdade, ações ardilosas preparadas por partidos políticos. Não são. Fazem isso para não enfrentarem a realidade de que o governo deve satisfação a milhões de brasileiros. Fazem isso para tentar interditar o debate sobre temas que não interessam ao partido.

As ruas estão ocupadas por diferentes reivindicações e pela indignação com a corrupção, mas também contra a hipocrisia do discurso de parte das lideranças do país, que, por conveniência, e contraditoriamente, hoje repudiam posições que ontem defendiam.

As manifestações desse domingo, que superaram todas as previsões, não dizem respeito ao passado nem ao resultado das eleições. Dizem respeito ao futuro. E, por isso, preocupam tanto o governo. 

sexta-feira, dezembro 05, 2014

CQC é impedido de gravar manifestações de "revoltados" no Congresso


Antes de mais nada, leia aqui quem são os Revoltados OnLine

O que esperar de um grupo comandando por pessoas dessa índole?

Será que as pessoas que viram as cenas sabem que os líderes destes protestos são pessoas que respondem processos e outras que já processados e criminalizados por práticas ilegais e pedem dinheiro e voto e muita gente ingênua ainda os defende e financiam sem saber ao certo seus reais objetivos, entre eles comerciais e eleitorais?

Ao pesquisar o esquema que envolve a organização destas manifestações, chego a conclusão de que ser anti-petista é lucrativo, afinal criaram empresa e transformaram frases como "Fora Dilma e leve o PT junto", "Vai pra Cuba" em marcas e há venda de produtos que beneficiam os mais espertos e ainda pedem doações para supostamente financiarem estas atividades públicas. Algo que precisa ser investigado urgentemente.

Agora, vejam só como esses "cidadãos patriotas", "defensores da democracia" e da "liberdade de expressão" trataram o apresentador do CQC, no ato promovido no Congresso Nacional, na última quarta-feira (03), quando aconteceu o segundo dia de debates sobre o PL-36 e aconteceu um protesto nas galerias e entrada do parlamento brasileiro:



Um absurdo, não é?

Mas não é a primeira vez que a equipe do programa da Rede Bandeirantes é impedido de gravar estes manifestantes "pacíficos", tal como se rotulam. Na verdade, a identidade dos líderes do grupo que tumultuou a sessão plenária na Câmara dos Deputados é conhecida e de pacífica e cidadã não tem nada. 

"Trata-se de Marcello Reis e Mauro Sheer, comandantes do movimento Revoltados Online, que atua, especialmente, a partir do Facebook", denunciou o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).

O grupo é conhecido por defender o regime militar, disseminar o preconceito contra nordestinos, e contra minorias, como gays, de liderar manifestações pelo impeachment da Presidenta Dilma, e ter se associado à campanha de Aécio Neves para presidente.

“É um grupo de extrema-direita, que se diz representante do povo, que está tumultuando o trabalho do Congresso Nacional”, acusou Pimenta.

No plenário, o deputado Paulo Pimenta fez um alerta à oposição. “Não se abracem a essa organização, porque se trata de uma organização fascista”, disse.

Durante toda essa quarta-feira, Marcello Reis postou fotos ao lado do cantor Lobão, pedindo doações em dinheiro e divulgando contas bancárias para dar continuidade à “guerra entre o Bem e o Mal”, pois “não temos ninguém por trás de nós”.

Além disso, o grupo Revoltados Online comandou ameaças e impediu a entrada de diversos parlamentares no Congresso Nacional ao longo do dia.

Quem é Marcello Reis, o fundador do Revoltados Online

Antes de iniciar o Revoltados OnLine, o fundador Marcello Reis criou diversos sites com oportunidades de negócio “incríveis”.

Desde ofertas de precatórios federais, créditos de ICMS e até mesmo vendas de apartamentos no exterior. Marcello Reis possui extensa “ficha corrida” de tentativas de golpe pela Internet.

Nas ações de Marcello Reis, é possível verificar diversos indícios de fraude. Em todos eles, Reis utiliza símbolos de órgãos do Governo tentando vincular sua imagem a instituições reguladoras, como Banco Central, CVM e Receita Federal.

Os blogs que Marcello Reis administra têm algo em comum: todos têm a palavra online, assim como o Revoltados Online.

Além disso, alega fazer parte de uma organização formada por “renomados” profissionais.

http://ativosfinanceirosonline.blogspot.com.br

http://precatoriosonline.blogspot.com.br

http://brasilbusinessonline.blogspot.com.br

https://www.facebook.com/pages/Ativos-Financeiros-ON-LINE/134420486629575

Com informações da assessoria do Dep. Paulo Pimenta, via VioMundo.

sexta-feira, novembro 28, 2014

Ciclistas pedem delegacias 24h. Governo diz que já tem

Mais de 200 ciclista protestam contra a violência e a falta de segurança nas principais vias de Belém. Delegacias ficam fechadas após às 18h e um abaixo-assinado será encaminhado à SEGUP, que diz desconhecer a realidade.

Vejam só como são as coisas.

Uma matéria do jornal Liberal 1ª Edição, exibida na manhã desta quinta-feira (28), noticia a petição feita por um grupo de ciclistas que promovem passeios pelas ruas de Belém, na qual pedem que a DELEGACIA DE POLÍCIA DO MARCO, permaneça aberta diariamente a partir das 18h, já que constatam que a falta de segurança na Av. Almirante Barroso, uma das principais vias de Belém, faz com que a ocorrência de vários assaltos aos ciclistas, não possam ser registrados naquela delegacia após o horário mencionado.

A própria emissora de TV flagrou a seccional com as portas fechadas durante a noite desta quarta-feira (27), mas ao entrar em contato com a Secretaria de Segurança Pública, foi informada que o órgão desconhece que haja alguma delegacia que não funcione 24h por dia em Belém.

Vale lembrar que na última sexta-feira (21), um ato público foi realizado na praça do Mercado de São Brás com o objetivo de coletar assinaturas para um abaixo-assinado que será à Secretaria Estadual de Segurança Pública.

Segundo o ciclobelem.com, site que agrega informações dos praticantes deste esporte na cidade, cansados de assaltos todos os dias, devido a falta de policiamento nas vias públicas, os ciclistas aproveitaram a manifestação para lançar o serviço “Bike Roubada” que tem por objetivo registrar todas as ocorrência de bicicletas roubadas em toda a região metropolitana de Belém, mapeando assim os locais mais perigosos e que por consequência devem ter uma atenção especial com o policiamento.

As informações coletadas servirão de base para que os ciclistas de Belém cobrem mais segurança nas zonas de maior incidência, além de criar uma Galeria de Fotos das Bikes Roubadas, afim de facilitar sua recuperação.

A falta de segurança nas vias é tida como um dos principais obstáculos para a prática esportiva e o lazer dos ciclistas.

O próprio Sindicato dos Policiais Civis do Pará insistem que o governo possa reabrir as delegacias de Belém durante a noite, que segundo a categoria, são fechadas para reduzir os índices de violência. 

Diante deste escárnio, eu pergunto aos leitores que acabam de ler este relato: Quem está mentindo, os ciclistas que denunciam as portas fechadas do aparato estatal, responsável pelo registro e apuração de ocorrências criminosas ou órgão do governo estadual que alega que todas as delegacias funcionam 24h por dia?

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...