sábado, julho 01, 2017

Solto e no exercício do mandato, Aécio pode acabar com a Lava Jato, diz Deltan Dallagnol

Aécio diz ser vítima de uma armação e que jamais atentou contra a Lava Jato. Foto: George Gianni/PSDB.


O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol, criticou a decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar a volta do senador Aécio Neves (PSDB-MG) ao exercício do mandato e de negar o pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República contra ele. Para Dallagnol, solto e no exercício de suas atividades parlamentares, Aécio poderá articular o fim da Lava Jato.

“Havia razões para estar preso, mas influenciará leis que governam nosso país. Livre inclusive para articular o fim da Lava Jato e anistia”, escreveu Dallagnol em sua conta no Twitter.

O pedido de prisão contra Aécio foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, responsável por solicitar a abertura de investigações de parlamentares e outras autoridades federais que só podem ser julgadas no Supremo. Já a força-tarefa em Curitiba, de Dallagnol, apura casos na primeira instância, de investigados sem foro privilegiado. Para Janot, a prisão do senador era “imprescindível” porque ele continuou a articular politicamente mesmo sem direito a exercer o mandato.

O afastamento de Aécio das funções parlamentares foi determinado no dia 18 de maio pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato. A decisão ocorreu logo após a divulgação dos áudios gravados pelo empresário Joesley Batista, da JBS, que resultaram na abertura de inquérito contra o senador, o presidente Michel Temer e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), por corrupção, obstrução da Justiça e lavagem de dinheiro. Mas o Senado só o afastou das prerrogativas, de fato, quase um mês depois.

Atuação nos bastidores

Marco Aurélio relata a denúncia apresentada pela PGR contra Aécio e Andrea Neves, sua irmã, também com base na Operação Patmos, derivada da Lava Jato. No pedido de abertura de ação penal, Janot sustenta que o parlamentar tentou embaraçar as investigações da Lava Jato ao “empreender esforços” para interferir na distribuição de inquéritos dentro da Polícia Federal.

Para o procurador-geral, Aécio atuou “intensamente” nos “bastidores” do Congresso Nacional com o objetivo de aprovar propostas legislativas para atrapalhar a “efetiva punição de infrações penais que envolvam a organização criminosa”. Entre os exemplos citados por Janot, estão a lei da anistia ao caixa dois, que acabou não sendo aprovada, e o projeto de lei de abuso de autoridade, aprovado pelo Senado no fim de abril. O senador também é acusado de receber R$ 2 milhões em propina da JBS, sob pretexto de pagar advogado.

Além de rejeitar o pedido de prisão e garantir a volta de Aécio ao Senado, Marco Aurélio determinou a devolução do passaporte ao senador e o autorizou a manter contato com outros investigados da Lava Jato, além de viajar ao exterior.

“Em síntese, o afastamento do exercício do mandato implica esvaziamento irreparável e irreversível da representação democrática conferida pelo voto popular. Como, então, implementá-lo, em ato individual, sequer de colegiado, no início de investigação voltada a apurar possível prática a consubstanciar tipo penal?”, alegou Marco Aurélio.

Carreira política elogiável

Em seu despacho, o ministro ainda fez elogios ao presidente licenciado do PSDB. “No tocante ao recolhimento do passaporte, surgem ausentes elementos concretos acerca do risco de abandono do país, no que saltam aos olhos fortes elos com o Brasil. O agravante é brasileiro nato, chefe de família, com carreira política elogiável”, escreveu. E ainda se referiu às eleições presidenciais de 2014, quando Aécio foi o segundo colocado, como “ditas fraudadas”.

Primeiro relator do caso do senador tucano, Fachin aceitou o pedido da PGR para afastá-lo do mandato, mas rejeitou que ele fosse preso. Em seguida, o caso foi parar nas mãos de Marco Aurélio, que anunciou, inicialmente, que submeteria os pedidos de revisão das decisões de Fachin à Primeira Turma do Supremo, composta por cinco ministros. Havia dois recursos pendentes que questionavam as posições do primeiro relator – Aécio pedia a retomada de seus direitos no Senado, e Janot, que o senador fosse preso.

Marco Aurélio disse que resolveu tomar a decisão sozinho, e não mais submetê-la à Primeira Turma, por causa do início do recesso do Judiciário, na próxima segunda-feira (3). O senador comemorou a decisão do ministro: “Sempre confiei na Justiça do meu país”. O senador afirma ainda ser vítima de uma armação e que jamais tentou prejudicar a Lava Jato, operação que tem seu apoio desde o início, segundo ele.

As complicações de Aécio se agravaram com a divulgação da gravação em que o tucano pede R$ 2 milhões a Joesley. O dinheiro, de acordo com a delação, foi repassado a um primo de Aécio, que foi preso na Operação Patmos – mas já está em prisão domiciliar por decisão do Supremo. A entrega foi registrada em vídeo pela Polícia Federal, que rastreou o caminho da encomenda e descobriu que o montante foi depositado na conta de uma empresa do filho do senador Zezé Perrella (PMDB-MG), aliado de Aécio na política mineira.

quinta-feira, junho 29, 2017

Acusado pelo MPE por um rombo de mais de 8 milhões na prefeitura de Belém, Stefani Henrique se diz vítima de calúnia

Stefani Henrique considera-se caluniado pelo fato deste blogueiro ter revelado os processos que ele responde na justiça e tenta me intimidar através de uma queixa-crime levada à justiça, onde ele alega ser vítima de mim, sendo que é Ministério Público que lhe acusa de desviar 8 milhões de reais da prefeitura de Belém. Eu tão somente noticiei os processos que são públicos.

Por Diógenes Brandão

Na tarde desta quinta-feira (29), fui surpreendido com a postagem de fotos de dois documentos com timbre da Justiça Paraense, espalhadas propositalmente em grupos de Whatsapp. Nelas, entre outras informações, a data de uma audiência preliminar para averiguação de uma queixa contra mim, prestada pelo nacional Stefani Henrique, que se diz vítima de perseguição por conta de um embate político iniciado por ele, por causa de divergências internas no PT e acirrada durante o último processo eleitoral.

Já tem algum tempo que venho alertando que sou alvo de retaliações por ter denunciado a manutenção de filiados do PT paraense em cargos de confiança no governo Temer, assim como os acordos inconfessáveis que parte da direção estadual do partido insiste em manter. Além disso, venho fazendo críticas aos desmandos no PT, às suas alianças desastrosas com partidos e empresários inescrupulosos e o distanciamento da direção partidária das bandeiras de lutas dos movimentos sociais e das causas dos trabalhadores.

Isso tem levado determinados dirigentes estaduais, sobretudo os da estirpe de Stefani, a me rotularem como "traidor" e "vendido", em uma tentativa vil de me desmoralizar, silenciar e até me afastar do partido que sempre defendeu a pluralidade de idéias e a liberdade de expressão de seus filiados.



Posicionando-se na condição de "vítima", Stefani me acusa de calúnia, mas a verdade é que o que será provado, em local e dia apropriado é que ele é quem vive me caluniando e me difamando e por isso, poderá sair da condição de vítima para a de condenado a me indenizar pelo que diz sobre mim.

Considero que essa ação nas redes sociais visa me atingir moral, profissional e politicamente e já se arrasta por um longo período e não parou nem mesmo depois que ele procurou a Delegacia de Crimes Virtuais para prestar queixa contra mim. Para tal, ao tomar uma medida de mais profundo cinismo, o ignóbil juntou publicações do meu blog e conversas em grupos fechados no Whatsapp para "provar" que sou eu e não ele o autor de inúmeras calúnias.  

Ao ser chamado a prestar depoimento sobre o caso, falei à servidora pública que fez o meu atendimento, que todas as evidências que demonstram de que eu nunca caluniei aquele que se diz empresário e se mantém como dirigente do PT no Pará eram a própria documentação que ele havia juntado na queixa que o mesmo apresentou. Se alguém disse algo contra ele, foi o Ministério Público e a Associação de torcedores do clube do Remo, que o acusou de falta de prestação de contas e de transparência, quando Stefani Henrique passou pela diretoria de marketing, indicado pela polêmica gestão do presidente Zeca Pirão. Cabe lembrar que o caso ganhou notoriedade e publicação de matérias na blogosfera e na imprensa local, como no jornal Diário do Pará.

O que escrevi no meu blog foi com tão somente com o objetivo de resgatar sobre os processos que Stefani Henrique responde na justiça e os problemas que ele protagonizou no PT e alguns locais por onde passou, entre eles, talvez o mais grave, tenha sido o que foi movido pelo Ministério Público do Estado, onde é denunciado como responsável de um rombo de mais de 8 milhões na SAAEB, autarquia da prefeitura de Belém que ele dirigiu anos atrás.

Ao ser perguntado se eu retiraria alguma das informações que publiquei, respondi que não, obviamente, por entender que estou exercendo o meu direito de livre expressão, além do exercício legal de noticiar fatos de interesse público, o que é garantido pela Constituição Brasileira, que por sua vez legitima a liberdade de imprensa, pois tudo que escrevo e publico são fatos incontestes e de interesse público e por eles estou disposto a ir onde for preciso para reafirmá-los, sobretudo perante a justiça.

TÁTICA LEVIANA

Cabe lembrar que não é a primeira vez que Stefani Henrique usa a internet para exibir e espalhar fotos de documentos, na tentativa de me expor e induzir que assim como ele, eu respondo por algo de errado. Mas quem não deve, não teme, já dizia o ditado popular.

Em 2016, sorrindo em um foto onde exibia um documento nas mãos, Stefani Henrique comemorou nas mídias sociais o fato de ter pedido a minha expulsão do PT. Como se isso fosse acontecer e acontecendo, seria um prêmio de consolação pra ele.

Mas o documento que ele ingressou no Diretório Estadual do PT-PA, nada mais passou de um pedido para que fosse instalada a Comissão de Ética do partido, afim de avaliar motivos risíveis expostos por ele, que diziam ser necessária a minha expulsão do PT. É claro que o documento foi desconsiderado de forma sumária pela direção do partido, mas Stefani segue com sua tentativa de imputar-me alguma punição por eu denunciar seus tropeços.

No momento em que vi a referida foto, resolvi dar divulgação da mesma e relatei um pouco do que acontecia no interior do partido, com as ameaças, ofensas e toda a perseguição do nacional, que já prestou pífios serviços na área de comunicação e planejamento para prefeituras, mandatos parlamentares e campanhas eleitorais do PT e do PMDB, principalmente e hoje age como se estivesse acima de tudo e de todos. A atitude do petista repercutiu nas redes sociais e blogs locais, tal como você pode ver aqui.

A reação das pessoas que conhecem bem a história política e profissional de Stefani Henrique foi imediata. Através de comentários que retratam bem a fama daquele que hoje tenta pousar de vítima, o pedido de expulsão foi sumariamente criticado por internautas de diversas matizes políticas.


Sem nem mesmo ter tido a preocupação de constituir advogado para o caso, aguardo a notificação da justiça para me manifestar de forma tranquila e serena, tal como tem sido o meu comportamento diante deste nacional, que nenhuma chance tem de tirar de mim, algum centavo, tal como confessou em grupos do whatsapp, onde espalhou e pediu para espalharem as imagens dos documentos judiciais, que logo em breve se voltarão contra ele e quem deverá arcar com indenização será o próprio.





quarta-feira, junho 28, 2017

DOXA realiza pesquisa em Tucuruí e revela a preferência do eleitor


Depois de 06 meses como prefeito do município de Tucuruí, o prefeito Jones Wiliam (PMDB) teve sua gestão avaliada pelo Instituto DOXA, que realizou pesquisa no município, entre os dias 20 e 24 deste mês. O intervalo de segurança é de 95% e a margem de erro oscila de 3,5% para mais ou para menos. 

Além de aferir os índices de aprovação do prefeito, a pesquisa checou a avaliação popular dos principais problemas do município, as secretarias mais atuantes, assim como os nomes mais cotados para a disputa eleitoral para governador, senador, deputado estadual e federal.

Segundo o blog "Jornal de Tucuruí", após a divulgação da pesquisa, o prefeito do município considerou o resultado como positivo e disse: "A Prefeitura vem passando por momentos financeiros delicados, mas com muitos ajustes e a forma transparente de administrar estamos tentando colocar o município de volta nos trilhos do desenvolvimento”.

Segundo uma fonte do blog que mora em Tucuruí, uma das coisas que mais o chama a atenção na pesquisa é a opinião dos moradores sobre as secretarias municipais da prefeitura. O servidor público que prefere não ser identificado, disse que "a alta reprovação da secretaria de obras, comandada por um pré-candidato a deputado estadual é exata e verdadeira, pois revela o desleixo e a irresponsabilidade de um gestor que abandona as obras vitais para a cidade e deixa pontes sem as condições de trafegabilidade, prejudicando o direito de ir e vir dos cidadãos", conclui o funcionário público.

Prefeito Jones Wiliam recebe uma avaliação positiva por parte de 78,6% e de ruim e péssimo de 18,6% dos entrevistados.

O desemprego foi apresentado como o maior problema do município, seguido da segurança, a infraestrutura e o turismo.

A secretaria municipal melhor avaliada é a da saúde, com 16,3% e a pior é a de obras, com apenas 1,1% da citação positiva dos entrevistados.

Helder Barbalho (PMDB) lidera a intenção de votos para governador, seguido de Paulo Rocha (PT) e Márcio Miranda (DEM).

Jader Barbalho (PMDB) foi o mais citado como candidato ao senado, seguido de Márcio Miranda (DEM) e Flexa Ribeiro (PSDB).

Se as eleições fossem hoje, 35,6% dos eleitores de Tucurui votaria em Lula que lidera a pesquisa, seguido por Bolsonaro e Dória. 

Com uma diferença de apenas um 1%, Vieira lidera a preferência do eleitor para deputado federal, seguido por Alexandre Siqueira. Em terceiro lugar aparecer o Pato do Beira Rio.

Coronel Barata é o pré-candidato mais citado pelos entrevistados na preferência para deputado estadual, seguido por Deley e Vieira. Vildem Fogoió aparece como o menor índice da pesquisa.  

Nilvam é o vereador mais citado na preferência do eleitor, seguido de Fábio Ulisses e Ilma. Welber é o que menos tem citação entre os entrevistados.


segunda-feira, junho 26, 2017

Datafolha: Temer tem a pior rejeição da história, Lula vence em 2018 e o PT continua o partido favorito do eleitor brasileiro

Temer com a maior rejeição da história, Lula liderando e Aécio fora do jogo. 

Por Diógenes Brandão, com informações do DataFolha

Em Março de 2013, quando Dilma iniciava o segundo ano de seu primeiro mandato como presidenta do Brasil, o PT alcançou o ápice de sua popularidade, batendo um recorde jamais alcançado por nenhum outro partido, em toda a história deste país: 29% de aprovação. 

Para os demais partidos que faziam oposição e outros, que como o PMDB faziam parte do governo, era preciso fazer algo para deter tamanha positividade a um concorrente de peso e fizeram: 03 anos depois, Dilma sofreu um impeachment sob a alegação de que havia realizado pedaladas fiscais. Hoje sabemos que até dinheiro da JBS foi usado para depor a presidenta.

Agora constata-se que mesmo com a crise política e econômica, assim como o bombardeio midiático o PT perdeu 11 pontos pontos nos últimos quatro anos e hoje com 18%, o partido ainda tem 4 vezes mais a preferência popular que os outros dois partidos mais citados na última pesquisa Datafolha, que são o PMDB e o PSDB, ambos com 5% e juntos dão sustentação ao governo Temer, que também amarga a pior rejeição desde a redemocratização do Brasil: míseros 7%. 

Os outros partidos citados pela pesquisa são PV, PDT e PSOL, todos com 1% da preferência do eleitorado, segundo apurou o levantamento entre os dias 21 e 23 deste mês.

A pesquisa também mostra que 83% dos brasileiros fazem questão de eleger o substituto de Temer por eleição direta; 65% querem que o presidente deixe o governo imediatamente e 81% exigem o impeachment, o que o Congresso Nacional reluta em escutar.

Em relação à disputa pela eleição presidencial, nenhuma novidade pra Lula (PT) que mantém-se como o candidato mais bem citado pelos brasileiros, que responderam a pergunta: “Se as eleições fossem hoje, em quem você votaria?” 29% disse que seria em Lula. O percentual é quase o dobro dos que ficaram em segundo lugar, no caso Jair Bolsonaro (PSC) e Marina Silva (REDE). Geraldo Alckmim, o candidato do PSDB - partido que tem participado do segundo turno das últimas 6 eleições presidenciais -  aparece em quarto lugar com 8%. Ciro Gomes (PDT) estacionou em 5% e Luciana Genro (PSOL) em 2%, junto com Eduardo Jorge (PV) e Ronaldo Caiado (2). Votos brancos e nulos tiveram 18% e 2% disse não saberem em quem votar.

Mesmo comparando com o juiz Sérgio Moro e o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, Lula vence todos os candidatos apresentados até aqui, inclusive os que não são filiados a partidos, no caso dos dois citados acima.

Num eventual segundo turno sem Lula, Marina venceria Bolsonaro e Ciro Gomes e empataria com Alckmin e Dória, ambos do PSDB.

quinta-feira, junho 15, 2017

Assim como Zenaldo, Jatene conta com o vacilo do PT e do PMDB para se manter no poder

O TSE entendeu que juiz indicado ao TRE-PA pelo PT está sob suspeição por ter uma suposta ligação com Helder Barbalho e Simão Jatene segue como governador do Pará, já que isso contamina o pedido de cassação.

Por Diógenes Brandão

Em outubro de 2016, logo após o segundo turno das eleições municipais que reelegeram o tucano Zenaldo Coutinho, este blog trouxe a informação de que o juiz Alexandre Buchacra iria julgar o processo de cassação de Zenaldo Coutinho. Até aí tudo bem, se não fosse ele um ex-petista e aliado de Helder Barbalho, do PMDB, partido que junto com o PT rivaliza com o PSDB no estado do Pará.

Conforme noticiado por este blog, o TRE-PA adiou o julgamento e Zenaldo acabou sendo diplomado prefeito. O trecho extraído do blog Ver-o-Fato dizia o seguinte:

Os advogados de Zenaldo Coutinho e do vice eleito, Orlando Reis, entraram aos 45 minutos do segundo tempo com pedido de suspeição do relator do processo, Alexandre Buchacra, alegando que ele seria ligado ao Partido dos Trabalhadores.

Sem saída e premido pela necessidade, como manda a lei, de julgar a suspeição contra ele, e depois os próprios juízes do TRE também julgarem a suspeição, Buchacra foi obrigado a pedir adiamento. 

Na ocasião, o blog AS FALAS DA PÓLIS alertava para o risco de um processo de tamanha envergadura estar nas mais de um juiz recentemente desfiliado do PT, mas que mantinha relações estreitas com  o grupo político do senador Paulo Rocha e do Deputado Federal Beto Faro, que como todos sabem, são os caciques petistas que comandam o PT-PA e mantém o partido aliado do PMDB, em uma fiel aliança com a família Barbalho que tem Helder Barbalho como ministro, Jader Barbalho como senador e as deputadas federais Elcione Barbalho e Simone Morgado, assim como o deputado federal José Priante. 

EX-prefeito do DEM e do PT 

O juiz Alexandre Buchacra reside em Capanema e foi nomeado para a função jurídica pela então presidente Dilma Rousseff, no final de 2015 e tomou posse no TRE-PA em janeiro de 2016, na vaga antes ocupada por José Rubens Barreiros de Leão. O mandato de Buchacra é de dois anos, ou seja encerra-se no fim deste ano.  

O deputado federal Beto Faro (PT) e o senador Paulo Rocha (PT) foram os articuladores da indicação de Alexandre Buchacra em Brasília, mas o juiz precisou se desfiliar do PT para assumir o cargo no TRE-PA. 

Buchacra foi vice-presidente do DEM no Pará, quando o ex-deputado federal Vic Pires Franco era presidente da legenda, na época PFL. Elegeu-se prefeito de Capanema em 2004 e filiou-se ao PT, no fim de 2006, quando Ana Júlia foi eleita governadora do Pará.

Assim como os advogados do prefeito Zenaldo Coutinho fizeram, os defensores do governador Simão Jatene usam os mesmos argumentos para desqualificar e colocar sob suspeição, mais um pedido de cassação que se arrasta nos tribunais, permitindo que haja a continuidade de gestões marcadas por diversas denúncias em seus processos eleitorais.

O relator do caso no TSE que acolheu o pedido dos advogados de Simão Jatene é o ministro Herman Benjamin, que relatou e votou favorável ao pedido da cassação da chapa Dilma/Temer recentemente, mas não teve êxito.

Leia a matéria do portal G1 Pará e logo a seguir voltamos para comentar:

TSE suspende julgamento do recurso de cassação do governador Simão Jatene


TSE suspeita que um dos juízes do TRE que participou da análise do recurso eleitoral tem ligação com o candidato ao governo Helder Barbalho (PMDB).


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu, liminarmente, nesta quarta-feira (14) o julgamento do recurso que o governador Simão Jatene (PSDB) contra a sentença que cassou o seu mandato no dia 30 de março de 2017. O TSE suspeita que um dos juízes do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE), que participaram da análise do recurso eleitoral, tenha ligação com o então candidato ao governo Helder Barbalho (PMDB).

Em maio, o TRE começou a analisar os chamados embargos de declaração impetrados pela defesa do governador Simão Jatene. Mas o ministro Herman Benjamin, relator do caso no TSE, suspendeu o julgamento destes embargos por entender que um dos juízes do TRE-Pa está sob suspeição por ter uma suposta ligação com Helder Barbalho.

O TRE do Pará condenou o governador Simão Jatene e o vice Zequinha Marinho por terem cometido crimes de abuso do poder político e de compra de votos na distribuição de cheque moradia nos meses que antecederam a campanha eleitoral de 2014. A acusação foi do Ministério Público Eleitoral. O governador e vice recorrer da sentença, por isso continuam nos cargos.

De acordo com o TSE, a decisão será encaminhada ao TER no Pará ainda nesta semana. O G1 entrou em contato com o TRE e aguarda um posicionamento.

Diante desta nova decisão, a tese do blog se confirma: Partidos com o PMDB, PSDB possuem diversos contatos e aliados nos tribunais brasileiros. Vejam o caso do Ministro Gilmar Mendes que recentemente teve ligações grampeadas, onde se comprometeu com o senador Aécio Neves a ajudá-lo perante seus pares em uma comissão do senado e que visita com frequência a casa de Michel Temer, que responde por diversos crimes em processo naquela corte, onde o ministro é decano e comandou a derrota do pedido de cassação da chapa Dilma/Temer no TSE, onde é o presidente.

Agora é a vez de Simão Jatene se beneficiar do recurso de suspeição de Alexandre Buchacra, usado pelos advogados do governador, pelo fato do juiz ter sido filiado ao PT, ter declarado voto e feito campanha, ainda que de forma discreta para Helder Barbalho, então candidato do PMDB ao governo do Pará, na campanha eleitoral de 2016.

Como disse Albert Einstein: "O esforço para unir a sabedoria e o poder raramente dá certo e somente por tempo muito curto".

quarta-feira, junho 14, 2017

Uso de redes sociais na política esmaga o futuro, diz Dominique Wolton

O cientista da comunicação Dominique Wolton durante entrevista no teatro Gazeta, em São Paulo.

Por Mathias Alencastro, na Folha

Dominique Wolton, 70, é um dos especialistas franceses mais renomados em ciências da comunicação. Ele defende uma concepção da comunicação que privilegia o homem e a democracia, ao invés da técnica e da economia.

De passagem pelo Brasil para uma aula magna na Faculdade Cásper Líbero, o autor de "Pensar a Comunicação" (UnB, 2004) e "Internet - E Depois?" (Editora Sulina, 2009) falou à Folha sobre o papel das redes sociais na política.

Folha - Em que medida a chegada ao poder de Emmanuel Macron representa renovação profunda da política francesa?

Dominique Wolton - A chegada ao poder de Emmanuel Macron só foi possível devido ao colapso eleitoral da centro-esquerda e da centro-direita. Sem esse desdobramento, a visão centrista dele não conquistaria apoio. A vitória de Macron não significa o fim da polarização direita-esquerda, mas a ultrapassagem momentânea do bloqueio político.

Portadora de uma mensagem de inovação, renovação e juventude, a chegada ao poder de Macron é, antes de tudo, uma lição de otimismo.

A grandeza da política é que as cartas são sempre redistribuídas. E a chegada de Macron redistribui as cartas. Isso vai fazer bem à direita e à esquerda.

Macron ainda é um enigma, apesar de ser muito popular. Como ele difere dos presidentes franceses anteriores?

A França adora dar lições de democracia para o mundo, mas continua sendo um país muito monárquico, elitista. Macron dá a impressão de querer mudar isso, mas ao mesmo tempo oferece garantias de continuidade.

O seu grande ativo é pertencer à elite e ao mesmo tempo dar a impressão de não pertencer a ela. Assim, ele consegue canalizar o sentimento popular de rejeição das elites sem perder o apoio da elite.

Ele mostrou ter inteligência para chegar ao poder. Ele antecipou os acontecimentos, viu as brechas, soube aproveitar as falhas dos outros. Mas isso não significa que ele tem inteligência para governar. São duas inteligências diferentes.

Depois da "hiperpresidência" de Nicolás Sarkozy, da "presidência normal" de François Hollande, a "presidência jupiteriana" de Macron pode ser bem sucedida?

Macron rejeita a ilusão da democracia direta criada pelas mídias, sondagens e redes sociais na qual Sarkozy apostou para imprimir um novo estilo de fazer política, que fracassou. Ele também rejeita o modelo dos países escandinavos, onde você pode cruzar um ministro fazendo compras no supermercado, seguido por Hollande.

A França gosta da democracia, mas também gosta dos símbolos e da hierarquia. Macron recorre aos símbolos para sinalizar à população que a ação presidencial não será orientada por consultores, assessores. Comunicar menos, na sua perspetiva, é comunicar mais.

No Brasil, as jornadas de junho de 2013 são muitas vezes comparadas à Primavera Árabe por causa do papel das redes sociais. O sr. acha que as redes sociais estão por trás da vaga de protestos que caracterizou o começo da década?

Não são os instrumentos de comunicação que fazem a revolta, isso é um contrassenso.

Uma vez que a mecânica da revolta surge, os meios tecnológicos acompanham e desempenham um papel. O mistério e a grandeza da Primavera Árabe é que as revoltas explodiram por razões que desconhecemos. Os telefones foram usados como meios de transmissão de informações, da mesma forma que a televisão e o rádio em outros momentos históricos. Não podemos dar demasiada importância à técnica. A política é muito mais complicada do que a comunicação.

As redes sociais são um instrumento de democratização?

Nas democracias, as redes sociais são uma extensão da lógica de expressão, o que, na teoria, é positivo. Mas se todo mundo se exprime, quem escuta o outro? Na prática, as redes sociais são o "low cost" da democracia, porque resume a ação política ao problema da expressão, quando o grande desafio é conhecer e agir.

Para melhorar a democracia, cada um deve ficar no seu lugar e fazer o seu trabalho. Os políticos devem parar de interagir diariamente com o eleitorado, os jornalistas devem parar de seguir o dia a dia dos políticos e se dedicar ao trabalho de investigação, e a opinião pública deve parar de pensar que ela é o coração revolucionário da sociedade.

Eu sou da opinião de que há mais inconvenientes do que vantagens das redes sociais na política. É uma perversão total achar que a ausência de atores intermediários melhora a política. Não há política sem atores intermediários.

A crise política no Brasil marcou o fim da era dos grandes marqueteiros, e as campanhas recorrem cada vez mais às redes sociais. A internet parece destinada a substituir o porta a porta, os panfletos, os palanques. As eleições podem ser vencidas somente através das redes sociais?

Essa tendência, que ganhou corpo durante a campanha de Barack Obama [nos Estados Unidos] em 2008, é enganosa. Obama não tinha estratégia para as redes sociais, ele apenas utilizou as redes sociais para mobilizar a sua estrutura tradicional.

Os pilares das campanhas modernas —sondagens, grupos focais e redes sociais— levam a um impasse. A força de uma campanha é medida pelo tempo passado na estrada, tocando, conversando, interagindo com as pessoas.

A tragédia de um telefone é que ele dá ao seu utilizador um sentimento de potência e controle: poder ouvir tudo, saber tudo, aceder a tudo. Isso leva o utilizador a subestimar a importância da experiência humana.

No mais, as redes sociais ampliam o presente e esmagam o futuro. Elas impedem o debate sobre as questões verdadeiramente fundamentais. O papel dos partidos, dos "think tanks", dos sindicatos, torna-se por isso ainda mais relevante na era das redes sociais. São as únicas organizações que conseguem pensar os próximos 20 anos na política. Enquanto as redes sociais criam a ilusão de um tempo que para no presente, o que nos leva a confundir expressão com ação.

*

RAIO-X

Nascimento: 26.abr.1947 em Duala (Camarões)

Formação: Bacharel em direito e doutor em sociologia pelo Institut d'Études Politiques de Paris

Trajetória: Desde 1980, foi diretor de diversos programas de pesquisa em política e comunicação do CNRS (Centro Nacional de Pesquisas Científicas, na sigla em francês); é autor de mais de 30 livros, entre eles "Pensar a Comunicação" (2004) e "Internet - E Depois?" (2009) 

Após acreditar em Miriam Leitão e criticar petistas, nova presidenta do PT é detonada pela própria militância

Gleisi solidarizou-se com Miriam Leitão e tem sido bastante criticada por ter puxado a orelha da militância sem antes saber se a jornalista da Rede Globo falou a verdade. Inúmeros relatos dizem que ela mentiu, exagerou e inventou fatos irreais.

Por Diógenes Brandão

Uma semana depois de ser eleita como presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann começa a sentir o peso de dirigir um partido plural e cansado de apanhar da imprensa e demais setores que se colocam como adversários implacáveis. 

Depois de dar um puxão de orelha na militância, em solidariedade à jornalista Miriam Leitão, que alegou ter sido agredida verbalmente em um vôo de Brasília ao Rio de Janeiro, a senadora paranaense foi duramente criticada por milhares de militantes de todas as regiões do país. As manifestações vieram através das redes sociais, onde diversos filiados e simpatizantes se colocaram contrários à precipitação da dirigente do PT em sair em defesa da jornalista das organizações Globo, sem nem mesmo saber se o seu relato era verdadeiro.

Ontem, o blog publicou o post A polêmica de Miriam Leitão com os petistas. Quem está falando a verdade?, onde diversas pessoas questionaram as informações relatadas pela jornalista, até mesmo por quem estava no vôo, como o presidente estadual do PT-RJ.

Se a presidenta nacional tivesse dialogado com seus companheiros de partido, antes de assumir uma posição pública sobre o fato, talvez nada disso teria acontecido.

Leia a nota oficial do PT:



Em um dos comentários feitos na própria fanpage do partido, a internauta Rosemary Fritsch Brum disparou:

"O PT oficialmente dirigindo-se à Rede Globo e pedindo desculpas sobre o controverso episódio envolvendo a ex-economista Miriam Beltrão em voo doméstico é render vassalagem sim! Começou mal a presidente recentemente eleita pelos diretórios petistas.Papelão da Direção".

Não se sabe se é de sua autoria, mas circula pelos grupos de whatsapp, uma nota com a assinatura de Gleisi. 

Talvez a senadora tenha resolvido acalmar os ânimos de sua base, após ter sido bastante criticada, mas o documento ainda não consta nem na sua fanpage e nem na do PT.

Leia:

Companheiras e companheiros,


Estou acompanhando nas redes sociais o debate e opinião da militância partidária sobre o texto da jornalista Miriam Leitão e a nota que soltei a respeito.



Em um primeiro momento, diante da manifestação da jornalista, revivi o impacto de situações constrangedoras que senti algumas vezes, com o escracho a que, sozinha, fui submetida em aviões, aeroportos e locais públicos. Sofri agressões, como sofreram agressões muitos de nós petistas.



Quero como presidenta de nosso partido ter diálogo constante com nossa militância, ouvindo e considerando opiniões e posicionamentos. Compreendo a reação, uma vez que tantas e tantas vezes sofremos, individual ou coletivamente, as agressões da Rede Globo.



A nota em nenhum momento diminui nossa luta contra as idéias e posturas da jornalista Miriam Leitão, muito menos contra o monopólio midiático em que ela trabalha.

Nossa indignação tem se manifestado em ações massivas e coletivas, como as que estamos fazendo em conjunto com os movimentos sociais pelas ruas do Brasil, como a que faremos no dia 30, com a greve geral. Ações massivas, coletivas, democráticas e firmes pelo Brasil e pelo povo é o nosso campo de luta


Estou com vocês!



Gleisi.


terça-feira, junho 13, 2017

TRF suspende concessão de rádio de propriedade do senador Jader Barbalho

No lugar do senador Jader Barbalho figura o nome de uma sobrinha, Giovana Barbalho, como acionista da rádio Clube do Pará.

A concessão da Rádio Clube do Pará, de propriedade do senador Jader Barbalho, foi suspensa pelo Tribunal Regional Federal da Primeira Região, em Brasília.   

A rádio deve ficar fora do ar durante o andamento do processo que contesta as concessões de rádio e televisão feitas a políticos que possuem mandato eleitoral. Este tipo de concessão é vedada pela Constituição Federal.   

A decisão atende ao pedido do Ministério Público Federal e muda a sentença de primeira instância, que havia negado a suspensão no ano passado.   

A defesa do senador alegou que o nome de Jader Barbalho não consta mais no quadro de acionistas da rádio. Mas o desembargador Souza Prudente ressaltou que a manutenção de outros membros da família no controle societário indica possível manobra para ocultar o nome dos reais controladores. No lugar do senador figura o nome de uma sobrinha, Giovana Barbalho.  

Jader Barbalho ainda não se manifestou sobre o caso, mas em nota, a direção da Rádio Clube do Pará ressaltou que não existe previsão legal explícita na Constituição sobre o fato de parlamentares serem proprietários de emissoras.   

Disse ainda que a rádio não possui, há algum tempo, parlamentares em seu quadro societário e que acredita que a Justiça vai reverter a decisão o mais breve possível.

O MPF no Pará ajuizou ao todo cinco ações para cancelar as concessões de radiodifusão que têm como sócios detentores de mandatos eleitorais no Pará e no Amapá.

Foram pedidos o cancelamento das concessões de radiodifusão ligadas aos políticos, a condenação da União para que faça nova licitação para tais concessões e a proibição de que eles recebam qualquer outorga futura para explorar serviços de radiodifusão.

A polêmica de Miriam Leitão com os petistas. Quem está falando a verdade?

Sem nenhuma foto ou vídeo que comprove o fato, jornalista diz ter sido agredida verbalmente por petistas durante um vôo.

Por Diógenes Brandão

Sob o título "O ódio a bordo", a jornalista que é funcionária das empresas da Organização Roberto Marinho, Miriam Leitão diz ter sido vítima de violência verbal, segundo ela, durante um vôo da Avianca, saído de Brasília com destino ao Rio de Janeiro. 

O fato gerou muita polêmica na internet, depois que diversos outros jornalistas e blogueiros questionaram alguns trechos do relato da colega. Entre solidariedade e críticas, até a informação de um dos passageiros do vôo que afirmou que Miriam Leitão faltou com a verdade, muitos internautas acabaram deixando de lado outros fatos marcantes do início da semana, para debater o acontecido com a jornalista que escreve para o jornal O Globo e tem espaço como comentarista na TV Globo e na Globo News.

Estranho também é o fato da jornalista só publicar 10 dias após o vôo, a suposta agressão recebida. O presidente do do PT Carioca, Bob Calazans, também se manifestou sobre o ocorrido.

"Miriam Leitão falta com a verdade.Estive no voo de volta do 6º congresso do PT, com a delegação do Rio e de outros estados que iria fazer escala para outros estados. E sentei ao lado da jornalista na poltrona 15D e posso afirmar categoricamente: Ela faltou com a verdade na coluna dela do jornal.Acredito que ela tenha criado essa “Fanfic” por falta e matéria jornalística tendo em vista que a viagem já ocorreu há mais e 10 dias. Esse voo inclusive já tinha sido alvo de matérias da Revista Fórum, há mais de uma semana. Por ter sido filmado, a todo momento pelos comissários de Bordo e Policia Federal ter constrangido Militantes do PT. 

Um agente inclusive estava presente em todo o momento pois viajou conosco de terno e à paisana.Em momento nenhuma essa senhora foi xinga, ofendida e muito menos empurrada como falsamente afirma em sua coluna. O único membro da delegação do PT que se dirigiu a jornalista foi eu. Isso ocorreu quando a uma comissária segundo ela a pedido da PF, pediu para que a jornalista sentar na frente no voo, e eu a tranquilizei falando que não seria necessário. Me causa surpresa ela vir com essa versão agora. Não sou adepto a teorias de conspiração, mas tudo parece estranho, ela por coincidência ter pego um voo no fim do congresso do PT com mais de 100 Petistas", concluiu.

Em seu perfil no Facebook, o jornalista Leandro Fortes questiona o fato de não haver nenhuma prova de que Miriam Leitão tenha falado a verdade.


Já a jornalista e blogueira do Socialista MorenaCynara Menezes repreende aqueles que Miriam Leitão acusa de violentos.


O jornalista e blogueiro do Portal Fórum, Renato Rovai condena o escracho supostamente ocorrido e corrige uma informação dita por Miriam Leitão sobre a Globo.

Já no blog do Éden Valadares, a afirmação sem vacilos: "Quem semeia vento, sem erro, colhe tempestade". Vale a pena ler aqui.

Agora leia o artigo de Miriam Leitão e tire suas conclusões.

O ódio a bordo

Sofri um ataque de violência verbal por parte de delegados do PT dentro de um voo. Foram duas horas de gritos, xingamentos, palavras de ordem contra mim e contra a TV Globo. Não eram jovens militantes, eram homens e mulheres representantes partidários. Alguns já em seus 50 anos. Fui ameaçada, tive meu nome achincalhado e fui acusada de ter defendido posições que não defendo. 

Sábado, 3 de junho, o voo 6237 da Avianca, das 19h05, de Brasília para o Santos Dumont, estava no horário. O Congresso do PT em Brasília havia acabado naquela tarde e, por isso, eles estavam ainda vestidos com camisetas do encontro. Eu tinha ido a Brasília gravar o programa da Globonews.  

Antes de chegar ao portão, fui comprar água e ouvi gritos do outro lado. Olhei instintivamente e vi que um grupo me dirigia ofensas. O barulho parou em seguida, e achei que embarcariam em outro voo.

Fui uma das primeiras a entrar no avião e me sentei na 15C. Logo depois eles entraram e começaram as hostilidades antes mesmo de sentarem. Por coincidência, estavam todos, talvez uns 20, em cadeiras próximas de mim. Alguns à minha frente, outros do lado, outros atrás. Alguns mais silenciosos me dirigiram olhares de ódio ou risos debochados, outros lançavam ofensas.  “Terrorista, terrorista”, gritaram alguns.  

Pensei na ironia. Foi “terrorista” a palavra com que fui recebida em um quartel do Exército, aos 19 anos, durante minha prisão na ditadura. Tantas décadas depois, em plena democracia, a mesma palavra era lançada contra mim.  Uma comissária, a única mulher na tripulação, veio, abaixou-se e falou:  “O comandante te convida a sentar na frente”.  “Diga ao comandante que eu comprei a 15C e é aqui que eu vou ficar”, respondi.  

O avião já estava atrasado àquela altura. Os gritos, slogans, cantorias continuavam, diante de uma tripulação inerte, que nada fazia para restabelecer a ordem a bordo em respeito aos passageiros. Os petistas pareciam estar numa manifestação. Minutos depois, a aeromoça voltou:  “A Polícia Federal está mandando você ir para frente. Disse que se a senhora não for o avião não sai”.  “Diga à Polícia Federal que enfrentei a ditadura. Não tenho medo. De nada”.  Não vi ninguém da Polícia Federal. Se esteve lá, ficou na porta do avião e não andou pelo corredor, não chegou até a minha cadeira. 

Durante todo o voo, os delegados do PT me ofenderam, mostrando uma visão totalmente distorcida do meu trabalho. Certamente não o acompanham. Não sou inimiga do partido, não torci pela crise, alertei que ela ocorreria pelos erros que estavam sendo cometidos. Quando os governos do PT acertaram, fiz avaliações positivas e há vários registros disso.  

Durante o voo, foram muitas as ofensas, e, nos momentos de maior tensão, alguns levantavam o celular esperando a reação que eu não tive. Houve um gesto de tão baixo nível que prefiro nem relatar aqui. Calculavam que eu perderia o autocontrole. 

Não filmei porque isso seria visto como provocação. Permaneci em silêncio. Alguns, ao andarem no corredor, empurravam minha cadeira, entre outras grosserias. Ameaçaram atacar fisicamente a emissora, mostrando desconhecimento histórico mínimo: “quando eles mataram Getúlio o povo foi lá e quebrou a Globo”, berrou um deles. Ela foi fundada onze anos depois do suicídio de Vargas.  

O piloto nada disse ou fez para restabelecer a paz a bordo. Nem mesmo um pedido de silêncio pelo serviço de som. Ele é a autoridade dentro do avião, mas não a exerceu. A viagem transcorreu em clima de comício, e, em meio a refrões, pousamos no Santos Dumont. A Avianca não me deu - nem aos demais passageiros - qualquer explicação sobre sua inusitada leniência e flagrante desrespeito às regras de segurança em voo. Alguns dos delegados do PT estavam bem exaltados. Quando me levantei, um deles, no corredor, me apontou o dedo xingando em altos brados. Passei entre eles no saguão do aeroporto debaixo do coro ofensivo.  

Não acho que o PT é isso, mas repito que os protagonistas desse ataque de ódio eram profissionais do partido. Lula citou, mais de uma vez, meu nome em comícios ou reuniões partidárias. Como fez nesse último fim de semana. É um erro. Não devo ser alvo do partido, nem do seu líder. Sou apenas uma jornalista e continuarei fazendo meu trabalho.

terça-feira, maio 30, 2017

PSB apresenta pré-candidatura de Sidney Rosa ao governo do Pará

Em inauguração da nossa sede do partido, lideranças estaduais do PSB revelaram planos do partido para 2018. 

Por Diógenes Brandão

Com a presença de lideranças do partido, entre os quais o seu presidente nacional, o PSB apresentou sua principal estratégia eleitoral para 2018: Lançar a candidatura do atual deputado estadual Sidney Rosa ao governo e do deputado estadual Cássio Andrade como deputado federal.

Realizada na noite desta segunda-feira (29), em Belém, a inauguração da nova sede estadual do PSB contou com a presença de diversas lideranças política. Na abertura do evento, o presidente estadual do partido, Cássio Andrade, fez um breve resgate sobre a história da legenda no estado, lembrando da importância do ex-senador Ademir Andrade, seu pai que fundou e levou o PSB aos quatros cantos do Pará. Ao lado de deputados e vereadores, Cássio fez a apresentação dos presentes, entre os quais, o convidado de honra da noite, o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira.

Entre os presentes, o vereador eleito por Ananindeua e atual secretário de cultura de Ananindeua, Fábio Figueiras, que lembrou do legado do partido no estado e no cenário nacional, destacando a campanha de Eduardo Campos a presidente do Brasil em 2014, quando com seu nome, o partido foi muito longe.

O vice-prefeito de Belém, Orlando Reis, deu as boas vindas ao presidente nacional do PSB em nome do prefeito da cidade e depois de revelar que não será mais candidato nas próximas eleições, disse que vai se dedicar à campanha de eleitoral de Cássio Andrade para a câmara dos deputados, uma das prioridades do partido para 2018.

Michel Durans, atual secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado do Pará, disse que se orgulha de fazer parte do PSB e que o Brasil e o Pará precisam se preocupar com o desenvolvimento social para fazer com que haja justiça de fato.

O prefeito de Ananindeua, Manoel Pioneiro (PSDB), admitiu ser pré-candidato ao governo do Estado, dizendo de forma metafórica de que joga melhor como centro-avante, mas se for para ocupar outra posição, ele certamente atuará e quer jogar junto com times como o do PSB.

Presidente da ALEPA, Márcio Miranda (DEM) falou da importância do PSB no Brasil e no Pará.

O presidente da ALEPA, dep. estadual Márcio Miranda (DEM), saudou os integrantes do partido e destacou os valores e a importância das duas principais lideranças do partido no Pará: Cássio Andrade e Sidney Rosa, pré-candidatos do PSB a deputado federal e ao governo do Estado, respectivamente.  

Márcio Miranda foi enfático ao dizer que acredita que mesmo que o DEM e o PSB sejam partidos de porte mediano, “com o esfacelamento das estruturas partidárias e as investigações que recaem sobre as principais lideranças políticas, as chances de renovação são promissoras”.

Cotado para ser candidato a governador, Sidney Rosa disse que PSB ainda vai dialogar muito sobre 2018.

Bastante aplaudido, o deputado estadual Sidney Rosa destacou que a crise política brasileira, embora traga abalos à nação, ao mesmo tempo abre espaço para que mudanças possam acontecer. Ao se referir sobre a sua pré-candidatura, abordada por quem o antecedeu, Sidney foi comedido: “O PSB continuará dialogando para ver o que é mais importante para o partido e por consequência, para o nosso povo”.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, iniciou sua fala dizendo o quanto gostou de ouvir novamente o sotaque dos paraenses e que nestes 70 anos de fundação do partido, 25 anos foram de suspensão dos direitos partidários por causa da ditadura. Com o retorno à democracia, o partido de lança ao desafio de contribuir com o enfrentamento das desigualdade sociais e destacou: “Com a crise política que atravessamos, o PSB tem o compromisso de fazer diferente”.

Carlos lamentou a ausência de Ademir Andrade, fundador do partido no Pará e nas palavras do presidente nacional, um grande político. O dirigente dos socialistas brasileiros disse que quanto mais se conhece o país, mas orgulho dá de ser brasileiro.

“Alguma coisa errada está acontecendo com o Brasil, pois o nosso povo é trabalhador e cheio de energia, sendo um dos países com mais possibilidade de crescer, de se desenvolver”. E prosseguiu: “Acredito que estamos chegando ao fim de um ciclo que nos trará uma nova visão. Com o avanço tecnológico, as pessoas passam a exigir uma nova forma de fazer politica”, enfatizou ao falar das novas tecnologias da informação, que com as redes sociais possibilitou mais participação no debate político público.

Citando uma frase do falecido Eduardo Campos, Carlos Siqueira disparou: “Enquanto o mundo é cada vez mais digital, os políticos continuam analógicos”. E continuou: “Quando eu olho para o Pará e vejo esse PMDB do Jader Barbalho, percebo o quanto está superado. Ai eu olho para vocês e vejo tantas pessoas que podem substituir essa classe política. 

Se depender da direção nacional, o Sidney Rosa será sim, candidato ao governo do Pará, mas ele é quem vai decidir depois de conversar com vocês e o povo paraense. E se essa sinergia funcionar, o PSB vai governar o Pará com homens e mulheres de bem, assim como o Brasil, que tanto precisa de pessoas bem-intencionadas”, preconizou.

Carlos Siqueira destacou a importância de pensar no futuro do país, com mais pessoas de bem e menos partidos.

Da safra política de Miguel Arraes, Carlos Siqueira deu um destaque primoroso em seu entendimento do que seja um dos principais desafios do Brasil e da classe política, considerando que o principal problema por quase toda a unanimidade, seja a corrupção, ele abordou sobre a necessidade da descentralização de recursos e impostos da União para os estados e municípios e da importância do equilíbrio fiscal.

Em seus argumentos, há uma necessidade de união de todos os partidos em prol do desenvolvimento do país, capaz de pensar e aplicar uma nova carga tributaria e esta seja distribuída de forma equilibrada. Citou que Lula e Dilma em suas campanhas falavam da construção de creches pelo governo federal, assim como de UPAs, quadras de esporte e outros aparelhos que poderiam ser construídos pelos estados e municípios.

Sem falar o termo reforma política, disse 35 partidos no país é inviável. “Com 05 a 08 partidos já seria suficiente para garantir o pluralismo político, econômico, cultural e religioso brasileiro. Precisamos sim é de instituições mais consistentes, entre elas, os órgãos públicos, os partidos, os sindicatos”.

Tendo evitado até então falar a palavra “socialismo”, a qual o partido traz em seu nome, Carlos Siqueira insistiu na necessidade dos seus filiados pensarem sempre no social e do compromisso do PSB em diminuir as distâncias entre as classes sociais. “Precisamos acima de tudo reconhecer a existência delas, pois somos um partido socialista, mas também temos empresários que contribuem com a economia do país”.

Ainda que também não tenha falado da palavra “reformas”, mas com referências que  introduziram a elas, disse que os investidores optam por países com segurança jurídica, mão de obra qualificada, infraestrutura sólida, como malha viária, portos, ferrovias e sistemas de comunicação eficazes, para poderem produzir com eficiência, gerando empregos e desenvolvimento no país”.   E foi além ao tratar da reforma tributária: “Há um grave problema no Brasil que não se fala. A carga tributária do Brasil equipara-se aos países escandinavos, e se pagamos tanto, deveríamos ter a saúde, educação e segurança de primeiro mundo.

E continuou: “Não e só a corrupção, a dívida pública, potencializada pelos juros cresceu de forma assustadora. Saiu de 120 bilhões do governo Itamar para o de FHC e deste para Lula chegou em 650 bilhões. De Lula a Dilma foi a um trilhão e hoje com Temer se encontra nos 03 (três) trilhões. Esse é um nó que precisa ser desatado para reorientar a nossa economia, para que nossos recursos financeiros façam o país crescer. 

Precisamos debater isso na campanha de 2018, para alertar todos dos problemas que isso nos traz, para isso precisamos nos unir, independente das diferenças políticas para superar esses desafios. Esse e o momento de ter esperança para organizar as mudanças”.

A respeito da ética partidária, o presidente nacional do PSB lembrou do Papa: “Precisamos fazer a boa política, pois não há solução fora da política. O papa Francisco, que falou que a política é uma das atividades mais sublimes que existe, se a política fizer o seu melhor para as pessoas. O exemplo está lançado e precisamos encontrar boas pessoas para o nosso partido. Estamos fazendo isso, chamando pessoas que estão fora da política para contribuir com o nosso momento político”.
  
Finalizando sua fala, o pernambucano Carlos Siqueira foi taxativo: “Por sua grandeza e riqueza, o Pará e a Amazônia são o futuro do país”. 

domingo, maio 28, 2017

Edmilson saiu do PT, mas o PT continua com Edmilson

Edmilson Rodrigues (PSOL) ao lado de seu fusquinha, na campanha eleitoral de 2016.

Por Diógenes Brandão

"Enquanto o Paulo Rocha era vaiado e impedido de falar, o "Ed" tirava selfies e falou o que queria, o tempo que quis".

Foi exatamente assim que o blog foi informado (e confirmou com diversas outras pessoas presentes, a veracidade dos fatos) sobre um acontecimento histórico, ocorrido durante a última Greve Geral, realizada em Belém e no restante do país, no dia 28/04. 

Digo que é um acontecimento histórico, pelo fato de nunca termos presenciado uma liderança da esquerda paraense ser vaiada em público. Ainda mais em uma manifestação convocada pela própria esquerda, leia-se: PT, PCdoB, PSOL, CUT, CTB e outras centrais sindicais e seus sindicatos filiados, sob a égide da "Frente Brasil Popular" e "Frente Povo Sem Medo".

A demonstração de insatisfação com o senador Paulo Rocha (PT), hoje o maior representante político da esquerda paraense contrasta com a empatia com que o "Ed" - abreviação do nome do deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL) nutre entre o mesmo público.

O que construiu essa diferença no imaginário e receptividade popular? 

Cabe lembrar que Edmilson Rodrigues, quando petista, sempre teve um grupo que embora pequeno em número, era potente em capacidade intelectual, o que garantia formulação de estratégias arrojadas, o que o levou a indicá-lo a bater chapa contra Lula, para as prévias em 2002, onde o ex-metalúrgico que tornou-se ícone da esquerda latino-americana foi escolhido candidato a presidente e elegeu-se pela primeira vez, após três tentativas para chegar ao cargo máximo de representatividade na República brasileira.

Se disputou a liderança do país com Lula, quando este vivenciava seu auge político e carismático, o que impediria de Edmilson e seu grupo arquitetarem um "chega pra lá" em Paulo Rocha, que foi eleito em 2014 com mais de 1 milhão e meio de votos, enquanto Edmilson Rodrigues recebeu nesta mesma eleição apenas 11% dos votos do senador petista, ou para ser exato, 170.604 votos? 

Seria esse o resultado de uma investida muito bem formulada de fora para dentro do PT, que fez com que em pouco mais de dois anos, Paulo Rocha seja hostilizado nas manifestações e nas redes sociais, enquanto Edmilson é abraçado pela militância e simpatizantes de todos os partidos da esquerda local?  
É em busca destas respostas que o blog suspeita de uma confirmação que muitos teimam em não admitir: 12 anos depois de sua saída do PT - após o "mensalão", dirigentes petistas e cutistas continuam venerando e idolatrando, aquele que foi durante 8 anos, o chefe dos que atuaram em seus dois mandatos como prefeito de Belém e talvez por isso, muitos destes até hoje sonham em voltar a ter o "micropoder" que um dia tiveram.

Não que devamos achar essa admiração pela liderança que Edmilson representa para a esquerda paraense, seja como um todo descabida ou fruto de interesses pessoais de todos os seus seguidores. Depois dele, quem surgiu ou se destacou com o seu preparo intelectual e sua oratória?

No entanto, lembro da campanha eleitoral da então candidata Maria do Carmo (PT), quando esta disputou com Simão Jatene (PSDB) e quase é eleita como a primeira governadora do estado em 2002, perdendo por R$0,05 centavos - Em uma pegadinha do marketing eleitoral, Jatene perguntou à sua adversária santarena, se ela sabia quanto custava o preço da tarifa urbana do transporte público em Belém e ela respondeu que era R$0,60, sendo que era R$0,65.   

Desde ali, tornou-se perceptível que o discurso inflamado e prolongado de Edmilson havia sido superado pela firmeza daquela voz feminina, vinda do interior do estado e que argumentava com destreza sobre os problemas sociais, enfatizando as diferenças regionais e o abismo geopolítico que se configura neste estado de dimensões continentais. 

Edmilson sempre lançou mão de elementos retóricos revolucionários, evocando para si a herança dos líderes dos combatentes cabanos, mas aquela mulher simples, porém estudiosa, bem vestida e com um poder de síntese incomparável ao ainda colega de partido, revelou-se muito mais preparada para aquele cargo de governadora e até outros, que depois de ser eleita e reeleita prefeita de Santarém, ela não quis disputar. Cabe lembrar que Maria do Carmo é do mesmo grupo do senador Paulo Rocha.

No entanto, a pegadinha criada pelo marqueteiro Orly Bezerra e utilizada pelo tucano Simão Jatene naquele ano, garantiu sua primeira vitória eleitoral e depois disso ele venceu mais três eleições como governador, sempre a peso de muito dinheiro, hoje sabidamente oriundo de "doações" que envolveram empresas como a CERPASA, Odebrechet e a Friboi.  

Mas voltando ao cerne do post, Edmilson segue como deputado federal do PSOL, abraçado por “votos petistas” em todas as eleições que disputa, tanto proporcionais, quantos as duas majoritárias em que disputou com Zenaldo Coutinho (PSDB) e foi derrotado, mesmo com votos oriundos da imensa maioria dos filiados, simpatizantes, eleitorado petista e da esquerda paraense como um todo.  

E esse carisma, embora continue contaminando a maioria esmagadora do PT, não consegue retomar os votos que ele já teve e fazer com que Edmilson tenha êxito nas disputas majoritárias e acaba impedindo que novos nomes se apresentem, tanto no PSOL, quanto no PCdoB, PSTU e no próprio PT, de onde ele saiu e continua alimentando o imaginário de que seja o único nome capaz de retomar a prefeitura de Belém para a esquerda. Tal fenômeno pode ser justificado pela falta de preparo de e nos quadros dos demais partidos?

Marinor Brito (PSOL) é uma excessão, principalmente quando falamos em potencial de votos? 

Ao alcançar a terceira maior votação para o senado em 2010, Marinor tornou-se senadora após o senador Jader Barbalho (PMDB) ter sido impedido de ser diplomado, logo depois de ter sido o mais votado entre os candidatos ao senado, mas foi impedido por uma interpretação equivocada da Lei da Ficha Limpa, retornando para assumir sua vaga dois anos depois, já que o STF decidiu que a lei não poderia retroagir e atingir os eleitos em 2010.

Marinor, que ficou dois anos no senador, esbravejou mas voltou à Belém e em 2016 conseguiu ser reeleita como a vereadora mais votada na capital do estado. 

Seus aliados dizem que em 2018, Marinor possa tentar novamente uma vaga ao senado e ter êxito, tendo para tal um campo aberto pela maior crise política já existente no Brasil, após as delações feitas contra seus principais adversários do PMDB e PSDB.  

Edmilson por sua vez não deverá arriscar sua permanência na Câmara dos Deputados e seu grupo político no interior do PSOL, já cogita que com ele mantido na disputa como deputado federal e Marinor disputando o senado, o partido poderia voltar a ter uma cadeira, ou duas, na ALEPA.  

Essa possibilidade pode ser considera prematura, mas pelo que temos visto nas ruas, toda vez que Edmilson e Marinor se apresentam, diante do público presente nas manifestações que agregam os partidos, centrais sindicais e movimentos sociais e populares, são eles que brilham. Com destaque muito maior para Edmilson.

Entre um selfie e outro, o deputado do PSOL surfa em meio aos seus fãs que controlam o microfone dos atos políticos, tendo o tempo e o momento estratégico que bem entender para discorrer seus famosos discursos intermináveis. Embora esse comportamento seja criticado por algumas lideranças, para a grande parte da nata burocrata, isso não lhe retira o direito de falar mais do que os demais.

Conforme afirmei no título, a falta de preparo de outras lideranças petistas e a manutenção desta áurea de superioridade que insistem em manter sobre a cabeça de Edmilson, como o nome mor da esquerda para disputar as últimas eleições para a prefeitura de Belém e tem sacrificado o PT e este vem sendo desidratado ano a ano.

A tese se confirma ao olharmos as duas últimas eleições onde o partido obteve apenas 3% e 1,5% de votos válidos, quando disputou a prefeitura de Belém com Alfredo Costa (2012) e Regina Barata (2016), respectivamente. Isso sem falar que após as eleições de 2014, onde o PT apoiou o PMDB ao governo do Pará e perdeu 02 dos 04 deputados federais que tinha em Brasília e dos oito (08) deputados estaduais eleitos, ficou apenas com três (03).

MP pede quebra de sigilo bancário e fiscal do prefeito de Ananindeua

O blog recebeu o processo de número  0810605-68.2024.8.14.0000,  que tramita no Tribunal de Justiça do Esado do Pará e se encontra em sigilo...