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terça-feira, julho 26, 2011

OAB-PA e o calvário imposto pelo Jaderquistão

NOTA PÚBLICA DE ESCLARECIMENTO

O Jornal Diário do Pará na edição do dia, 23.07.11, mais uma vez manipula a notícia para atacar a OAB-PA, acusando o Presidente da Instituição, Jarbas Vasconcelos, de agir por conta própria para intimidar a promotora Érika Menezes, como se procedesse ilegalmente na defesa dos colegas Cláudio Bordalo e Cezar Assad.

Esclarecemos que a decisão de promover a defesa das prerrogativas dos advogados citados, decorreu de decisão do nosso Egrégio Conselho Seccional. Foi publicada nota de desagravo, a qual foi lida em sessão de desagravo presencial do Conselho, em frente a sede do Ministério Público do Estado (MPE) e ainda, a interposição de medidas administrativas e judiciais para fazer cessar e reparar o abuso de autoridade.

Tratou-se da defesa, não somente dos colegas referidos na reportagem, mas de todos quantos prestam serviços às prefeituras municipais no Estado do Pará, que segundo nosso entendimento, o fazem amparado na lei e na Constituição.
 
Acreditamos que a amplificação desmedida desse fato isolado por aquele jornal, feita com claro propósito de desviar atenção do público daqueles que vivem da afronta contumaz à lei e à moralidade pública, não irá abalar a relação institucional respeitosa que a OAB mantém com o MPE e que tanto tem incomodado pessoas e políticos ligados aquele veículo de comunicação.
 
A OAB seguirá firme na defesa das prerrogativas da classe como direito fundamental da sociedade.

JARBAS VASCONCELOS.

Presidente da OAB-PA.

domingo, julho 24, 2011

O Sarcasmo de Quino sobre a inversão de valores

Quino, o cartunista argentino autor da Mafalda, desiludido com o rumo deste século no que diz respeito a valores e educação, deixou impresso no cartum o seu sentimento:
 
 
A genialidade do artista faz uma das melhores críticas sobre a criação de filhos (e educação) nos tempos atuais.

"Você não é um ser humano que está passando por uma experiência espiritual. Você é um ser espiritual que está vivenciando uma experiência humana."   Wayne W. Dyer



Enviado por email por Zé Varella, autor de diversos blog, entre eles Acadêmia do Peixe-frito.


domingo, junho 26, 2011

Tapa sem mão da Ministra




“Numa nota malévola, Lauro Jardim, da coluna Radar, insinuou que Gleisi Hoffmann teria um apartamento de padrão palocciano; bastou que ela o colocasse à venda, ao próprio jornalista, para que ele recuasse, com o rabo entre as pernas


Pouco a pouco, o Brasil começa a conhecer o estilo da nova ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Ela é simpática, possui um sorriso cativante, mas também sabe ser dura, quando necessário. E deu a primeira prova, neste fim de semana, de que não tolera o mau jornalismo. O alvo foi o colunista Lauro Jardim, da revista Veja, que, numa nota malévola, insinuou que Gleisi possuiria um apartamento de padrão palocciano.

Eis a nota de Lauro Jardim:

“Gleisi Hoffmann não é a única política a proceder dessa maneira, pois a lei permite que se aja assim, mas nunca será perda de tempo lançar holofotes sobre a prática: o apartamento de 412 metros quadrados que Gleisi possui num bairro nobre de Curitiba vale 245 000 reais, de acordo com a declaração de bens feita por ela ao TSE no ano passado. O valor real, no entanto, é quase o quádruplo disso. De acordo com um corretor que vende um apartamento no mesmo prédio, um imóvel sai ali por 900 000 reais”.

De bate-pronto, a ministra soltou uma nota oficial endereçada ao jornalista Lauro Jardim:

“O apartamento que possuo em Curitiba tem menos de 190 metros quadrados de tamanho e não 412 metros, como afirma nota divulgada hoje, 25, no radar online. Há outros erros na nota. A saber: diferentemente do que informa Lauro Jardim, a lei não permite, mas DETERMINA que o valor declarado no Imposto de Renda seja o de compra. Assim, o apartamento, que adquiri em 2003, tem sido declarado pelo valor de compra desde 2004. Sobre o valor de R$ 900 mil, citado na nota: é claro que meu apartamento valorizou-se nesses oito anos após a compra, mas, se Lauro Jardim ou o corretor que, diz ele, avaliou o imóvel, desejarem comprá-lo por este preço, poderemos conversar.”

Lauro Jardim, evidentemente, tem capacidade econômica para morar num apartamento de R$ 900 mil. Mas ele preferiu não avaliar a proposta imobiliária feita por Gleisi Hoffmann.

Depois da nota da Casa Civil, ele recuou, com o rabo entre as pernas, e publicou a seguinte correção:

“Houve um lamentável erro de apuração na nota acima. O apartamento da ministra Gleisi Hoffmann, comprado em 2003, possui 192 metros quadrados. A ministra esclarece que o imóvel valorizou-se, mas não chega a valer 900 000 reais.”

Acompanhe-me no twitter: @jimmynight

e leia os blogs:






terça-feira, março 01, 2011

A lógica "Futrico-Mentista"

 Do Blog na Ilharga, de Jorge Paz Amorim.

Tem como fundamento o mantra baratista, "aos amigos, os favores da lei...aos inimigos, os rigores da lei". Em duas reporcagens publicadas hoje, percebe-se como a manipulação de dados procura induzir o leitor a aderir à dita lógica.
 
Na primeira, parte da munição barbálhica contra os maioranas no caso do convênio Funtelpa/TV Liberal, não faz uma referência sequer ao fato de Simão Lorota passar quatro anos abastecendo com dinheiro público o convênio que a reportagem em tela denuncia. É citado apenas o ex-governador e breve aliado nas últimas eleições, Almir Gabriel, e o atual scretário de comunicação Nei Messias, não propriamente um amigo da "casa". Por sinal, que corre até o risco de ser defenestrado da secretaria, caso a justiça acate os argumentos da PGE e o demita a bem do serviço público.

Mas, contra Simão, não há qualquer referência, naturalmente porque este aquinhoou áulicos barbálhicos com acesso aos cofres públicos, e isto é o que mais amolece o coração de Jader, como todos nós sabemos.
 
Na segunda reporcagem, assinada pelo flibusteiro/escrevinhador Mentes, a base é um vago dossiê com denúncias tão bombásticas quanto vazias, divagando a respeito de um conluio para beneficiar o dono do Grupo Leolar com sonegação de tributos, tendo a participação de Darci Lemen, prefeito de Parauapebas; e Cláudio Puty, ex-Chefe da Casa Civil e atual deputado federal pelo PT paraense.
 
Não há fato concreto que estabeleça elos entre os acusados pela criminosa reporcagem, apenas afirmações vagas do tipo, o auditor fiscal designado a investigar a empresa foi dirigente do Águia de Marabá e é amigo do prefeito de Parauapebas(e daí?), sendo que este tem acesso a Puty; "a sonegação de ICMS de atacadistas é estimada em mais R$2 bilhões(detalhe: o Grupo Leolar é varejista)" e coisas do gênero.
 
Paradoxalmente é que, no ano referido por Mentes(2009), a arrecadação própria do Estado, especialmente a do ICMS, cresceu 8% e ajudou na redução da pobreza,conforme o próprio escrevinhador acaba involuntariamente reconhecendo ao citar que existem cerca 2,5 milhões de paraenses com renda mensal de R$120,00, números bem menos constrangedores dos que os 3,4 milhões que havia no primeiro reinado lorótico e infinitamente melhores do que os números da cleptoadministração barbálhica dos anos 90, quando o rendimento domiciliar de 3/4 da população era bem menor do que a média nacional, àquela altura em 2,52 salários mínimos, ou seja, nosso Baby Doc bem antes de Caetano Veloso já dizia que o Haiti era aqui.
Depois que o Encontro Estadual do Partido dos Trabalhadores, quando foram definidos os nomes dos postulantes à Prefeitura de Belém e não estava listado o nome de Cláudio Puty, a Futrica Barbálhica(Diário do Pará) concedeu-lhe uma trégua, provavelmente por avaliar que Puty deixava de ser o adversário preferencial.
 
Porém, bastou circular a notícia que a bancada federal do PT indicou o deputado paraense para presidir a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal para que hoje fosse reiniciada essa ofensiva calhorda. O que teme Barbalho? Que Puty use de suas prerrogativas para vasculhar os negócios de famiglia? Que eventualmente seja flagrado algum deslize na aplicação dos recursos oriundos de convênios, operados pelo Gulliver ananin? Ou, que haja algo inconfessável no processo de metamorfose do outro rebento, de tocador da mídia familiar a reitor na região de Marabá? O tempo dirá... 

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

A origem do "Rainha das Rainhas do Carnaval"

Enviado via email por Isabela do Lago*, sob o título "O Carnaval do Sistema escravocrata machista com os dias contados no Grão Pará"


Fotografia de Olaf Martens.

O dote é uma antiga prática herdada dos portugueses, fatos de insensatez, machismo e barbárie do colonialismo no Brasil, que só merece ser relembrado para ser aniquilado e combatido de uma vez por todas.

Esta prática assegurou, dentre outras coisas, a existência do sistema econômico escravocrata de produção de riquezas e multiplicação da miséria brasileira que usava a mulher como mercadoria. Na negociação era a própria filha do barão que era vendida a outro filho de barão em união matrimonial selada pela igreja católica para unir riquezas e multiplicar carências afetivas, violência conjugal, e abandono da coisa amor.

As moças que não tinham riquezas financeiras, não tinham dote, assim não teriam chance de casar-se com um “partidão” e ascender economicamente, e corriam o risco de não casar mesmo que o pretendente fosse pobre. Ficar solteira significava não ter respeito diante da sociedade, trabalhar no campo, no meretrício, viver na mendicância, no mercado informal, ser escravizada de alguma forma e ser ridicularizada e submetida ao título de “titia” ou outras injúrias e calúnias de origem promíscua.

Pensando em promover-se politicamente no Grão Pará através de ações sociais, um grupo de aristocratas criou um concurso de beleza que se chamava “Um dote para uma moça pobre”, divulgado no jornal “O paraense” (Belém, abril de 1892) este concurso consistia em doar à mais bela felizarda um dote de quantia de dinheiro e enxoval de casamento junto à merecendência da companhia de algum filho de dono-da-terra que estivesse dando sopa por aí (de acordo com aspirações políticas ou coisa que valha).

O corpo de uma mulher até se vende, mas o coração resiste e não se entrega jamais.
Parece que, não durou muito tempo, pois a doce luta pelo poder, dizem as más línguas[1] que no meio da disputa pelo poder, denunciaram em escândalo high society que algumas moças vencedoras do concurso já eram filhas do dinheiro, da borracha e do glamour, por medo da classe de misturar-se ao sangue tapuio, a farsa foi desfeita em nome duma eugenia mal lapidada.

Muitos anos depois, em 1947 alguém[2] resolveu ter a “grande idéia” de resgatar estes valores, para não repetir o vexame do golpe burguês, criou o Rainha das Rainhas do Carnaval, estreito e restrito à elite, com toda a pompa das fantasias luxuosas e, lógico, de gosto estético alienígena e escalafobético. Na década de 60, a nova grande idéia foi da família Maiorana, e assim a família paraense vem reproduzindo esta prática imoral de exploração do corpo feminino, cada vez mais carregando os pesos, da sociedade e das fantasias, cada vez mais se equilibrando no sapatos de saltos altíssimos com as coreografias mais absurdas a mulher paraense vem aprendendo a admirar um modelo artificial de folia , politicamente falido e esteticamente risível, nossa maior expressão de mentalidade colonialista.

Enquanto isso as escolas de samba que nascem e se desenvolvem na periferia, da criatividade franca dos barracões, das coletas de tostões e rifas dos trabalhadores e trabalhadoras assalariados, passam por sucessivas humilhações pra sair na avenida com algum brilho e alegria, o valor da subvenção não chega à metade do valor de uma fantasia de candidata à rainha.

O Rainha das Rainhas do carnaval é, portanto, o lado mais grotesco, cafona e medíocre da pior farsa elitista do estado do Pará, e tem mais títulos também, como o de maior afronta à dignidade da mulher paraense.

Precisamos começar a refletir seriamente sobre este tema, para que as mulheres superem de uma vez por todas este um molde escravocrata e subserviente desse espartilho que nos aperta, fere e sufoca nossos desejos de liberdade, respeito, expressão e de folia.    


*Isabela do Lago é professora de Arte, Cineclubista, Libertária entre outras forças. (Definição minha)


[1] CODEM – Centro de Documentação e Informação: Relatório do Intendente de Belém, 1912 a 1916.
[2] Tendo sua primeira edição em 1947, criado pela família Maranhão então proprietária do jornal "Folha do Norte", na época o mais tradicional do Pará. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Rainha_das_Rainhas_do_Carnaval_de_Bel%C3%A9m


quinta-feira, fevereiro 03, 2011

A Esquerda e as Tecnologias da Informação - Parte III

 Frei Betto é autor de As Tarefas Revolucionárias da Juventude e Um homem Chamado Jesus entre outros bons livros.

Lembrei de que há 07 anos atrás, ouvi em Porto Alegre, durante o Fórum Social Mundial 2003, As Falas de Frei Betto alertando os Movimentos Sociais  que estes não deveriam se esmorecer pelo fato da vitória eleitoral de Lula. Foi enfático ao dizer que a luta deveria continuar, pois as pressões internas no governo, de  dentro do Congresso e dos diversos setores da sociedade (Latifúndio, Judiciário, Meios de Comunicação, etc.), eram imensas e intensas e o presidente Lula só conseguiria fazer políticas mais à esquerda, favorecendo os movimentos sociais, se a pressão desse lado fosse superior ou compatível. Assim, pedia que as manifestações continuassem, que não saíssem das ruas, que não achassem que o jogo já estava ganho só pelo resultado das urnas.

Com o episódio do dito mensalão, as forças da mídia corporativa e conservadora, extremamente poderosas, serviram de caixa de ressonância dos interesses mais escusos da elite e dos partidos de direita no Brasil que  utilizaram uma denúncia de caixa 2 na possibilidade concreta de  promoverem um golpe-branco no país e o processo de alienação intensificou-se deixando marcas até os dias de hoje.

No entanto, a política acertada e a inclusão social de milhares de Brasileir@s superaram a manobra comunicacional sobre a pseudo-ética conclamada pelos adversários do PT e Lula reelegeu-se por mais quatro anos, vindo eleger sua sucessora em 2010, demonstrando que a força e a sabedoria do povo  não foram destruídas e que é possível sonhar com um outro mundo possível, de forma democrática, socialmente justa e sustentável, mesmo que para isso seja necessário conhecer os motivos exposto na nota do PCB, quando do segundo turno das eleições passadas.

A Esquerda e as Tecnologias da Informação - Parte II

As passeatas pela meia-passagem em Belém na década de 80 iniciaram um processo de formação política da juventude que acabou vitoriosa com o direito assegurado no início dos anos 90.

Aos 13 anos, finalizando meu ensino fundamental e entrando no ensino médio, tive contato com lideranças dos movimentos estudantil de Belém quando a luta da meia-passagem era a bandeira de luta que agitava a cidade e naquela época comecei a perceber a necessidade de termos a compreensão da realidade social que nos cerca e da qual paradoxalmente somos protagonistas.


Além de fundamental para o processo de evolução social coletivo, a formação sociocultural e política dos jovens, requer empenho das gerações que hoje estão como pais e avós e conheceram as revoluções ao redor do mundo, presenciaram ditaduras e guerras, seja presencialmente ou através dos livros, filmes, rádios e a própria TV, que completa 75 anos de existência.


Para que o twitter, facebook e demais redes sociais sejam utilizadas  como instrumentos de comunicação voltados à educação, formação política e ao processo de mobilização social para as novas bandeiras de luta deste século, necessitaríamos primeiro romper com a alienação de toda uma geração, tanto de brancos com de negros e mestiços, de ricos e pobres, de oftalmologistas e sindicalistas, pois a alienação priva, ignora e prevalece o ter pelo ser, o obter pelo conquistar e dá resignificação às coisas, aos bens de valor e não à informação, esta, uma verdadeira arma revolucionária deste século, ainda pouco utilizada para a guerra contra a burrice, o domínio e a exploração capitalista.



Mas o que aconteceu com os camaradas de luta no Brasil e principalmente no Pará, que ainda não estão debatendo suas idéias com as novas gerações, como fazia até bem pouco tempo atrás? Será que a eleição de Lula e os avanços foram paradoxalmente negativos para a manutenção da luta, da organização sócio-política como víamos e fazíamos parte outrora?

A Esquerda e as Tecnologias da Informação - Parte I


Ultimamente tenho exercitado pelo twitter e Facebook, um ativismo político mais denso e crítico do que por aqui pelo blog. Tal opção se dá pelas vantagens que o rei dos micro-blogs oferece. Além do que muito do que você escreve lá, além de ser diretamente encaminhado para um roll de pessoas que o seguem por identificação/opção, o twitter é uma espécie de messenger onde acabamos encontrando pessoas que estão on-line e isso acaba gerando uma interação que ainda inexistente nos blogs convencionais.

Ontem, comentava com amigos na Marambaia, de que a imensa maioria dos ativistas políticos de esquerda, lideranças do movimento popular, sindical, das ONG's, enfim, a  turma dos movimentos sociais, não utiliza as ferramentas de comunicação disponíveis.

Tal constatação me angustia mas é o retrato da exclusão digital, que pode ser considerada um dos efeitos nocivos de anos de exclusão social que muitos lutadores foram e outros continuam submetidos. 



Fico imaginando se meus/minhas amig@s e companheir@s de luta, de todos os segmentos sociais, muitas vezes chamados de minorias sociais, estivessem presentes nas redes sociais, opinando, divergindo, fomentando e debatendo temas oriundos de sua realidade. Ah, o Twitter não seria o mesmo, não seria mesmo...


Lembro que parcela significativa de um público que só fala de academia, comenta novelas, prega morte aos nordestinos em SP e pede votos para os big brothers, entre outras bizarrices constantes nas redes sociais, é a mesma que ignora a história, a geopolítica e os temas relevantes do século passado e as mudanças de paradigmas que  forjaram este processo de evolução tecnológica que hoje desfrutamos.

sexta-feira, janeiro 14, 2011

Concursados + Governo: Nada x Nada

“Caro Barata,
 
Na reunião que tivemos na Casa Civil, Zenado Coutinho afirmou que o governador Simão Jatene, poderia, a qualquer momento, contingenciar recursos dos órgãos do governo, inclusive da Defensoria Pública, para suprir necessidades do Estado, em decorrência da grande dívida deixada pelo governo anterior.

Lembro, inclusive, que, para ilustrar a necessidade de se remanejar recursos de um órgão para outro, ele usou como exemplo um fato havido quando assumiu a presidência da Alepa, a Assembléia Legislativa do Pará. Disse que um dos seus primeiros atos, teria sido a doação de R$ 800.000,00 (oitocentos mil reais) para que o governador recém empossado Almir Gabriel, pudesse adquirir veículos novos para a Policia Civil".

José Emílio Almeida, presidente da ASCONPA (Associação dos Concursados do Pará), militante filiado ao PSOL, em email enviado ao blog do Barata em tom comemorativo, afirmando a disposição do governo Simão Jatene em contigenciar recursos de órgãos estaduais, como da Defensoria Pública, para resolver o "problema" das nomeações dos concursados que aguardam ávidos para ingressaram no Estado.

Na opinião do blog, Emílio soube ser um severo opositor ao governo petista, o que é comum e típico por ser militante de um partido que disputa votos e militantes com o PT mas amenizar a crítica aos tucanos e sair de cabeça baixa, sem qualquer definição concreta de quantos, quando e como os concursados irão ser nomeados e sequer sem data de uma nova reunião com o governo para tratar do assunto é no mínimo demonstração que a luta de uma categoria é muitas das vezes utilizada como correia de transmissão de interesses partidários.

terça-feira, outubro 05, 2010

Serra acusa Marina de "mensalão"

Há uma semana atrás Marina no Debate da Globo diz que Serra não responde as perguntas dela e só fala uma série de coisas que "diz" que fez em São Paulo e que não faz autocrítica. Serra por sua vez rebate e diz que ela - Marina - e Dilma tem muito mais coisas em comum do que com ele. Passada a eleição e agora desesperado em ter o apoio da verde, Serra diz totalmente o contrário. Veja a postagem no blog amigos do Presidente Lula:
José Serra continua no segundo turno o mesmo demagogo e mentiroso de sempre. Hoje, em Minas, Serra elogiou Marina e disse espera "aproximação" com verdes no segundo turno."Ela merece respeito e a admiração da minha parte", disse Serra.
Mas não era isso que Serra pensava até uma semana atrás quando esteve frente a frente com Marina no debate da Globo. Veja o vídeo, confira.

segunda-feira, setembro 06, 2010

Dudu: A cria de FHC, Jatene e Almir Gabriel

A foto extraída do site oficial do senador Flexa Ribeiro, candidato à reeleição pelo PSDB-PA, não deixa dúvida sobre o criador e a criatura, hoje reflexo da ambiguidade política paraense.

Se um ET tivesse acabado de chegar a terra e tenha pousado em Belém, Duciomar Costa seria visto lido e comentado por jornalistas, radialista e outros blogueiros com sendo um prefeito eleito com apoio do PT e todas suas tramoias foram gestadas com apoio de Ana Júlia, Paulo Rocha e acobertada pelos militantes petistas que sempre o amaram e defenderam.

O fato se dá porque o Inquérito policial que envolve o secretário de saúde de Duciomar Costa, prefeito de Belém está mais do que sendo lembrado, está sendo usado contra a candidatura de Ana Júlia.

Mas se você é cidadão de Belém ou conhece um pouco da recente história política do Pará, ao não deixará de lembrar que a persona que hoje governa a capital do nosso estado só chegou a tal posto porque o PSDB de FHC, Simão Jatene e Almir Gabriel o fizeram e fizeram mais, transformaram o ex-taxista e ex-feirante em gestor municipal, com o intuito de contrapor o PT que governou Belém por 08 anos (1997/2004), período em que o PSDB governou o Pará por 12 anos (1994/2006).

Nas cabeças pensantes do tucanato passavasse a estratégia de frear o poder de penetração do PT e para isso tiveram a brilhante ideia de retirar R$ 360 milhões, valor reajustado pela justiça, dos cofres da prefeitura de Belém, através do repasse do ICMS pelo governo do Estado na nefasta gestão tucana.

sexta-feira, agosto 27, 2010

Caldo de Galinha pra Tabajara FM

Muito suspeito o espaço dado pela mídia da RBA ao fechamento da Rádio Tabajara. Outras rádios comunitárias foram fechadas neste estado e a grande mídia sempre utilizava a manchete " MAIS UMA RADIO PIRATA FOI FECHADA".

Era e é assim que a grande mídia se referia às radios comunitárias que ainda não possuem registro (outorga).

Não podemos esquecer que a ABERT fez spots e distribuiu para todas suas afiliadas, inclusive as do Estado do Pará, onde insistia que as rádios comunitárias derrubavam aviões, até um 0800 foi colocado à disposição dos ouvintes/telespectadores para denunciar nossas pequenas rádios, num claro patrulhamento contra nossas radios comunitárias.

Muito suspeita e estranha mesma esta defesa intransigente de uma rádio que tem proprietário, mas não tem como a maioria a liberação da ANATEL.

De qualquer forma solidariedade ao pessoal da Tabajara, pois somos radicalmente contra fechamento de radcom, porém, não me consta que os "donos" dessa emissora façam parte de um movimento em defesa de RADCOM, aliás nunca os ví em nenhuam atividade relacionada à defesa de nossos movimentos.

Cautela e caldo de galinha não fazem mal à ninguém.

Luiz Cunha - Radialista e sindalista, fundador da Rádio Comunitária Erê-FM.

quarta-feira, junho 30, 2010

Lula e o Ódio de Classe

Do sempre interessante Vi o Mundo sob o título:

Minha cópia do Estadão chamou Lula de quadrúpede

Em minhas longas viagens rumo à periferia de São Paulo, dentro de um carro de reportagem, em geral sirvo-me dos jornais lidos pelas equipes de gravação. Normalmente há sempre um cópia do Agora ou dos jornaizinhos distribuídos de graça nos sinaleiros (é assim que se diz em Bauru). Hoje, porém, comprei o Estadão, jornal que sempre foi muito respeitado em casa, pela consistência ideológica: foi, é e sempre será um jornal reacionário.

Ao ler o editorial “A Noruega tropical de Lula”, no entanto, fui pego de surpresa. Muito bem escrito, com bons argumentos e até mesmo algumas pitadas de ironia e sarcasmo, características que o jornal chupou da imprensa britânica e que seriam muito benvindas em página tão austera, que leva o solene título de “Notas e Informações”.

Lá pelas tantas, no entanto, o jornal chama o presidente da República de quadrúpede (escolha você o que se encaixa melhor, se mula, jumento, cavalo, besta, jegue, burro ou muar): “Mas a megalomania se livra dos arreios quando, para justificar o seu intento de fazer pelos latino-americanos, caribenhos e africanos o que se vangloria de ter feito pelos brasileiros, Lula não deixa por menos: “Não podemos ser uma ilha de prosperidade cercada por um mar de pobreza e injustiça social”.”

Acho que o texto diz mais sobre o Estadão do que sobre Lula.

Do ódio de classe da elite brasileira em relação ao presidente da República já temos exemplos muito mais descarados. Quem se der ao trabalho de ler os jornais diariamente terá farto material para estudar este fenômeno explícito de preconceito.

A elite que se expressa através dos jornais, que os alimenta e através deles se retroalimenta, sempre acreditou ter o monopólio do idealismo (são os únicos que pensam no Brasil sem considerar primeiro seus próprios interesses políticos ou econômicos), do discurso (até que surgisse a internet, um paredão inabalável se erguia diante dos leitores) e da educação (eram, de fato, os únicos que tinham acesso à educação superior).

Era possível entender, portanto, que decidissem escrever um script para encaixar o sindicalista que se tornou presidente: tosco, intelectualmente limitado, grosseiro, à imagem e semelhança do penetra que não sabe se comportar na festa. A alguém assim, recomendava a etiqueta do andar de cima, se dedicava o desprezo das piadas sussuradas, quando muito.

Quando um jornal gasta tempo e miolos na elaborada tarefa de taxar de quadrúpede um penetra meramente desprezível, é indício de que ele fez muito mais do que arrombar a festa.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Cara, Coroa e a Mídia

Por: Celso Horta

O 4º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, realizado este fim de semana em Brasília, formalizou a indicação da ministra Dilma Rousseff pré-candidata à sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva.

A mídia conservadora tentou carimbar a decisão partidária como afirmação de um novo posicionamento político do PT.Dilma prega Estado forte”, destacou em manchete o Estado de S.Paulo; Dilma faz defesa de Estado Forte e Prega Estabilidade”, foi a variação da Folha de S.Paulo; “Dilma defende Estado forte”, diz O Globo.

A uniformidade das manchetes de três dos mais importantes veículos conservadores revela o tom da campanha da oposição contra a candidatura petista. De qualquer forma, o combustível para a polêmica proposta pela mídia conservadora é importante. Entre os feitos do governo Lula, um dos mais importantes foi interromper o processo de desmonte do Estado que vinha sendo perseguido com decisão pelo governo tucano.

Na sua fala durante o 4º Congresso, o presidente defendeu a continuidade e, se necessário, aprofundamento da política de fortalecer o Estado. Aliás, ao levantar a questão do fortalecimento do Estado, a mídia conservadora alimenta a proposta de estratégia da campanha petista que quer um plebiscito entre o governo Lula e o governo FHC. O ponto é um dos comparativos mais favoráveis ao governo petista. Foi graças a políticas públicas de fomento à atividade produtiva, políticas fiscais e investimentos diretos do Estado, que a economia brasileira conseguiu atravessar a crise mundial eclodida em 2008 sem maior abalo.

Mas, por que a mídia conservadora resolveu, em uníssono, atacar as políticas petistas de fortalecimento do Estado? Aí vale lembrar como funciona a comunicação. As notícias que, efetivamente, chegam até nós, leitores e eleitores, e buscam formar a opinião pública, são todas intermediadas pela mídia. Elas constituem cenários desenhados ponto a ponto, traço a traço, no dia a dia dos vários veículos de comunicação. Desde sempre, o cidadão acompanha na mídia o teatro da vida brasileira. No cenário, que passa despercebido, está a inoperância do Estado, o inchaço do serviço público, e da bem aventurança da iniciativa privada, capaz de garantir celulares para todo mundo. É em cima deste preconceito que a oposição está experimentando sua artilharia.

A arte da comunicação no mundo moderno é cada dia mais complexa e atuar sobre ela é cada vez mais difícil. Mas, felizmente, não são apenas os noticiários de TVs e jornais que constroem estes cenários e formam a opinião dos cidadãos. A internet, por exemplo, ocupa mais e mais espaço no tempo dedicado pelos leitores a obter informações. É o que explica o sucesso de blogs como os dos jornalistas Luiz Carlos Azenha, Luiz Nassif, Paulo Henrique Amorim bem como o do site do ABCD Maior (www.abcdmaior.com.br).

Desfazer preconceitos como este e mostrar que há eficiência e deficiência nos dois campos, seja o público ou o privado, exige muito trabalho. Um desafio que esteve à altura de Lula, que para Barak Obama, “é o cara”. E, como diz o slogan da pré-candidata Dilma, também estará à altura da “coroa”.

Fonte:ABCDMaior

quarta-feira, outubro 14, 2009

Alimentação um direito inviolável

16 de outubro- Dia Mundial da Alimentação
"Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.” (Artigo XXV / Declaração Universal Dos Direitos Humanos)
Estatísticas da Fome Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo, um bilhão de pessoas passando fome, 30 mil crianças morrem de fome a cada dia, 15 milhões a cada ano, um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso no crescimento físico e intelectual, 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõe de água potável, 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são anêmicas e encontram-se abaixo do peso. Uma pessoa a cada sete padece fome no mundo. A cada dia 275 mil pessoas começam a passar fome ao redor do mundo. O Brasil é o 9º país com o maior numero de pessoas com fome, tem 15 milhões de crianças desnutridas. 45% de suas crianças, menores de cinco anos sofrem de anemia crônica. O Brasil é o 5º país do mundo em extensão territorial, ocupando metade da área do continente sul-americano. Há cerca de 20 anos, aumentaram o fornecimento de energia elétrica e o número de estradas pavimentadas, além de um enorme crescimento industrial. Nada disso, entretanto, serviu para combater a pobreza, a má nutrição e as doenças endêmicas. Em 1987, no Brasil, quase 40% da população (50 milhões de pessoas) vivia em extrema pobreza. Nos dias de hoje, um terço da população ainda é mal nutrido, 9% das crianças morrem antes de completar um ano de vida e 37% do total são trabalhadores rurais sem-terras. Enquanto o consumo diário médio de calorias no mundo desenvolvido é de 3.315 calorias por habitante, no restante do globo o consume médio é de 2.180 calorias diárias por habitante. Metade dos habitantes da Terra ingere uma quantidade de alimentos inferior às suas necessidades básicas. Cerca de um terço da população do mundo ingere 65% dos alimentos produzidos. A quarta edição do Inquérito Mundial sobre Agricultura e Alimentação, patrocinado pela ONU em 1974, concluiu: "Em termos mundiais, a quantidade de alimentos disponíveis é suficiente para proporcionar a todos uma dieta adequada". O aumento dos preços dos alimentos fez o número de famintos no mundo crescer 40 milhões para 963 milhões de pessoas em 2008, ante o ano passado, de acordo com dados preliminares divulgados hoje pela ONU para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês). A entidade advertiu que a crise econômica mundial pode levar ainda mais pessoas a essa condição. Levando em conta dados do US Census Bureau, departamento de estatísticas do governo norte-americano, que contam a população mundial em 6,7 bilhões de pessoas, o número de famintos representa 14,3% do total. Em 2007, no planeta havia 860 milhões de famintos; em janeiro de 2009 109 milhões mais. A metade da população africana subsahariana, por citar um exemplo dessa África crucificada, mal vive na extrema pobreza. A ladainha de violência e desgraças provocadas é interminável. No Congo há 30 mil meninos-soldados dispostos a matar e a morrer a troco de comida; 17% da floresta amazônica foram destruídos em cinco anos, entre 2000 e 2005; o gasto da América Latina e do Caribe em defesa cresceu um 91%, entre 2003 e 2008; uma dezena de empresas multinacionais controla o mercado de semente em todo o mundo. Os Objetivos do Milênio se evaporaram na retórica e em suas reuniões elitistas os países mais ricos dizem covardemente que não podem fazer mais para reverter o quadro. “Quase cem mil mortes diárias no planeta se devem à fome. Dentre elas, 30 mil são de crianças com menos de cinco anos. Mais do que três torres gêmeas por dia que se desmoronam em silêncio, sem que ninguém chore ou construa monumentos”, declarou à swissinfo Carlos Alberto Libânio Christo, mais conhecido como Frei Betto. Essas são algumas das estatísticas da fome que o mundo se acostumou a acompanhar de tempos em tempos. Todavia a fome segue matando de maneira endêmica em muitas regiões do globo. Um mundo livre da fome Nós, do Planeta Voluntários buscamos um mundo sem fome e desnutrição – um mundo no qual cada uma e todas as pessoas possam estar seguras de receber a comida que necessitam para estar bem nutridas e saudáveis. Nossa visão é a de um mundo que protege e trabalha para que haja assistência social e dignidade humana para todas os povos. Um mundo no qual cada criança pode crescer, aprender e florescer, e desenvolver-se como membro ativo da sociedade. * Marcio Demari é colaborador do http://www.planetavoluntarios.com.br/ - A maior Rede Social de Voluntários e ONGs do Brasil !!!

domingo, outubro 11, 2009

MST e as laranjas

O MST é detestado por todos: da direita ruralista à esquerda chavista, passando por tucanos, petistas, psolentos, verdes, azuis e amarelos. Mesmo os que fingem apoiar o MST o detestam. Isso porque há uma antipatia ancestral e inata contra o MST, esse arquétipo de nosso inconsciente coletivo, esse cancro irremovível que insiste em nos lembrar, mesmo nos períodos de bonança, que fomos o último país do mundo a abolir a escravidão e continuamos sendo uma porcaria de nação que jamais fez a reforma agrária.
O MST é o espelho que reflete o que não queremos ver.
Há duas questões, na vida nacional, que contradizem qualquer discurso político da boca pra fora e revelam qual é, mesmo, de verdade, a tendência ideologica de cada um de nós, brasileiros: a violência urbana e o MST. Diante deles, aqueles que até ontem pareciam ser os mais democráticos e politicamente esclarecidos passam a defender que se toque fogo nas favelas, que se mate de vez esse bando de baderneiros do campo, PORRA, CARAJO, MIERDA, MALDITOS DIREITOS HUMANOS! O MST nos faz atentar para o fato de que em cada um de nós há um Esteban de A Casa dos Espíritos; há o ditador, cuja existência atravessa os séculos, de que nos fala Gabriel García Márquez em O Outono do Patriarca; há os traços irremovíveis de nossa patriarcalidade latinoamericana, que indistingue sexo, raça, faixa etária ou classe social: O MST é o negro amarrado no tronco, que chicoteamos com prazer e volúpia. O MST é Canudos redivivo e atomizado em pleno século XXI. O MST é a Geni da música do Chico Buarque - boa pra apanhar, feita pra cuspir – com a diferença de que, para frustração de nossa maledicência, jamais se deita com o comandante do zeppelin gigante. E, acima de tudo, O MST é um assassino de laranjas! E ainda que as laranjas fossem transgênicas, corporativas, grilheiras, estivessem podres, com fungos, corrimento, caspa e mau hálito, eles têm de pagar pela chacina cítrica! Chega de impunidade! Como o João Dória Jr., cansei! Jornalismo pungente Afinal, foi tudo registrado em imagens – e imagens, como sabemos, não mentem. Estas, por sua vez, foram exibidas numa reportagem pungente do Jornal Nacional - mais um grande momento da mídia brasileira -, merecedora, no mínimo, do prêmio Pulitzer. Categoria: manipulação jornalística. Fátima Bernardes fez aquela cara de dominatrix indignada; seu marido soergueu uma das sobrancelhas por sob a mecha branca e, além dos litros de secreção vaginal a inundar calcinhas em pleno sofá da sala, o gesto trouxe à tona a verdade inextricável: os “agentes“ do MST são um bando de bárbaros. (Para quem não viu a reportagem, informo,a bem da verdade, que ela cumpriu à risca as regras do bom jornalismo: após uns dez minutos de imagens e depoimentos acusando o MST, Fátima leu, com cara de quem comeu jiló com banana verde, uma nota de 10 segundos do MST. Isso se chama, em globalês, ouvir o outro lado.) Desde então, setores da própria esquerda cobram do MST sensatez, inteligência, que não dirija seu exército nuclear assassino contra os pobres pés de laranja indefesos justo agora, que os ruralistas tentam instalar, pela 3ª vez, como se as leis fossem uma questão de tanto bate até que fura, uma CPI contra o movimento (afinal, é preciso investigar porque o governo “dá” R$155 milhões a “entidades ligadas ao MST”, mesmo que ninguém nunca venha a público esclarecer como obteve tal informação, como chegou a esse número, que entidades são essas nem qual o grau de sua ligação com o MST: O Incra, por exemplo, está nessa lista como ligado ao MST?). A insensatez dos miseráveis Ora, o MST é um movimento social nascido da miséria, da necessidade e do desespero. Eles estão em plena luta contra uma estrutura agrária arcaica e concentradora. Não se pode esperar sensatez de movimentos sociais da base da pirâmide social, que lutam por um direito básico do ser humano. Pelo contrário: é justamente a insensatez, a ousadia, a coragem de desafiar convenções que faz do MST um dos únicos movimentos sociais de fato transgressores na história brasileira. Pois quem só protesta de acordo com os termos determinados pelo Poder não está protestando de fato, mas sendo manipulado. Se os perigosos agentes vermelhos do MST tivessem sensatez, vestiriam um terno e iriam para o Congresso fazer conchavos, não ficariam duelando com moinhos de vento, digo, pés de laranja. Mas é justamente por isso que o MST incomoda a tantos: ele, ao contrário de nós, ousa desafiar as convenções: ele é o membro rebelde de nossa sociedade que transgride o tabu e destroi o totem. Portanto, para restituição da ordem capitalista/patriarcal e para aplacar nossa inveja reprimida, ele tem de ser punido. Ele é o outro. Quantos de nós já se perguntaram como é viver sob lonas e gravetos – em condições piores do que nas piores favelas -, à beira das estradas, em lugares ermos e remotos, sujeito a ataques noturnos repentinos dos tanto que os detestam? Quantos já permaneceram num acampamento do MST por mais do que um dia, observando o que comem (e, sobretudo, o que deixam de comer), o que lhes falta, como são suas condições de vida? Poucos, muito poucos, não é mesmo? Até porque nem a sobrancelha erótica do Bonner nem o olhar-chicote da Fátima jamais se interessaram pelo desespero das mães procurando, aos gritos, pelos filhos enquanto o acampamento arde em fogo às 3 da madrugada, nem pelas crianças de 3,4 anos que amanhecem coberta de hematomas dos chutes desferidos pelos jagunços invasores, ao lado do corpo de seus pais, assassinados covardemente pelas costas e cujo sangue avermelha o rio. Para estes, resta, desde sempre, a mesma cova ancestral, com palmos medidas, como a parte que lhes cabe neste latifúndio. Para a mídia, pés de laranja valem mais do que a vida humana, quero dizer, a vida subumana de um miserável que cometeu a ousadia suprema de lutar para reverter sua situação. Mas os bárbaros, claro está, são o MST. Por isso, haja o que houver, o MST é o culpado. FONTE: http://cinemaeoutrasartes.blogspot.com/2009/10/mst-e-laranjas.html

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...