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sábado, abril 15, 2017

Quase sozinho, Frei Betto admitiu: "Nós erramos". A maioria da esquerda nega



Por Frei Betto*, no jornal Hoje em Dia, edição 25.09.2016

Continuo a fazer coro com o "Fora Temer" e a denunciar, aqui na Europa, onde me encontro a trabalho, a usurpação do vice de Dilma como golpe parlamentar. Porém, as forças políticas progressistas, que deram vitória ao PT em quatro eleições presidenciais, devem fazer autocrítica.

Não resta dúvida, exceto para o segmento míope da oposição, que os 13 anos do governo do PT foram os melhores de nossa história republicana. Não para o FMI, que mereceu cartão vermelho; não para os grandes corruptores, atingidos pela autonomia do Ministério Público e da Polícia Federal; nem para os interesses dos EUA, afetados por uma política externa independente; nem para os que defendem o financiamento de campanhas eleitorais por empresas e bancos; nem para os invasores de terras indígenas e quilombolas.

Os últimos 13 anos foram melhores para 45 milhões de brasileiros que, beneficiados pelos programas sociais, saíram da miséria; para quem recebe salário mínimo, anualmente corrigido acima da inflação; para os que tiveram acesso à universidade, graças ao sistema de cotas, ao ProUni e ao Fies; para o mercado interno, fortalecido pelo combate à inflação; para milhões de famílias beneficiadas pelo programas Luz para Todos e Minha Casa, Minha Vida; e para todos os pacientes atendidos pelo programa Mais Médicos.

No entanto, nós erramos. O golpe foi possível também devido aos nossos erros. Em 13 anos, não promovemos a alfabetização política da população. Não tratamos de organizar as bases populares. Não valorizamos os meios de comunicação que apoiavam o governo nem tomamos iniciativas eficazes para democratizar a mídia. Não adotamos uma política econômica voltada para o mercado interno.

Nos momentos de dificuldades, convocamos os incendiários para apagar o fogo, ou seja, economistas neoliberais que pensam pela cabeça dos rentistas. Não realizamos nenhuma reforma estrutural, como a agrária, a tributária e a previdenciária. Hoje, somos vítimas da omissão quanto à reforma política.

Em que baú envergonhado guardamos os autores que ensinam a analisar a realidade pela óptica libertadora dos oprimidos? Onde estão os núcleos de base, as comunidades populares, o senso crítico na arte e na fé?

Por que abandonamos as periferias; tratamos os movimentos sociais como menos importantes; e fechamos as escolas e os centros de formação de militantes?

Fomos contaminados pela direita. Aceitamos a adulação de seus empresários; usufruímos de suas mordomias; fizemos do poder um trampolim para a ascensão social.

Trocamos um projeto de Brasil por um projeto de poder. Ganhar eleições se tornou mais importante que promover mudanças através da mobilização dos movimentos sociais. Iludidos, acatamos uma concepção burguesa de Estado, como se ele não pudesse ser uma ferramenta em mãos das forças populares, e merecesse sempre ser aparelhado pela elite.

Agora chegou a fatura dos erros cometidos. Nas ruas do país, a reação ao golpe não teve força para evitá-lo.

Deixemos, porém, o pessimismo para dias melhores. É hora de fazer autocrítica na prática e organizar a esperança.

*Frei Betto é autor de 58 livros, no Brasil e exterior, estudou jornalismo, antropologia, filosofia e teologia.

sábado, abril 08, 2017

PT escolhe neste domingo se muda ou fica do jeito que está

Eleições acontecem neste domingo (09), das 09 às 17h. Na disputa, duas chapas com propostas distintas para o futuro do PT: A CNB e a Esquerda Petista.

Por Diógenes Brandão

As eleições internas do PT que escolherão os nov@s dirigentes do partido acontecem amanhã (09), em todos os estados brasileiros. Dessa vez, os filiados não escolherão os presidentes nacionais e estaduais, cabendo aos delegados eleitos de forma indireta através do Processo de Eleição Direta (PED), participarem dos Congressos Estaduais e depois do Nacional, onde poderão eleger os novos presidentes estaduais e nacional do partido.

O PED (Processo de Eleição Direta) municipal acontecerá no dia 09 de Abril (Domingo) e renovará as direções municipais e escolherá os delegados e delegadas estaduais, que serão eleitos através de chapas estaduais, por cédulas e voto secreto realizada em todo o País das 9h às 17h, de acordo com o horário de cada região. Os municípios com Diretórios Zonais organizados, realizarão, no mesmo dia e horário, eleição para renovação das Direções Zonais, do Diretório Municipal e escolha dos delegados e delegadas para o Congresso Estadual.

Os Congressos Estaduais serão realizados simultaneamente, nos dia 5, 6 e 7 de maio de 2017, enquanto o Congresso Nacional do PT acontecerá nos dias 1, 2 e 3 de junho de 2017.

O PT PRECISA SAIR DA LONA EM QUE FOI COLOCADO

Desde que foi fundado em 1980, o PT já teve 18 anos com eleições (82, 85, 86, 88, 89, 90, 92, 94, 96, 98, 2000, 2002, 2004, 2006, 2008, 2010, 2012, 2014) e foi se tornando aos pouco numa máquina eleitoral azeitadíssima. 

Em 2004, embalado pela vitória de Lula em 2002 e antes do escândalo do mensalão, o partido elegeu 411 prefeitos. O número continuou crescendo nas eleições seguintes, até os 644 do penúltimo pleito. No entanto, se em 2012 elegemos 630 prefeitos, em 2016, foram 256. Um encolhimento de 59,4%.

MULHERES AINDA TEM MUITO A CONQUISTAR

No 4º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, foi realizada uma reforma no estatuto do partido que garante a paridade de gênero, prevendo participação feminina de 50% na composição das direções, delegações, comissões e cargos com funções específicas de secretarias.

De 2011 para cá, o Partido dos Trabalhadores entrou para a história como o primeiro partido político do Brasil a implementar a paridade entre homens e mulheres nos cargos de direção. Dentre as deliberações, também foi aprovada cotas mínimas de 20% para negros e negras e 20% para jovens – com menos de 30 anos.

Em 2016, o PT elegeu conquistou 256 prefeituras , sendo que apenas 31 tem mulheres como prefeitas e tão somente 439 vereadoras dos 2.795 eleitos pelo partido.

Em vídeo, o senador Paulo Rocha (PT-PA) fez uma convocação para que os filiados e filiados votem neste domingo, em CANDIDATOS do PT. A insistência com a palavra CANDIDATO pode ser uma mera forma politicamente incorreta de se expressar, desconectada da luta feminista que muitas companheiras do PT protagonizam, mas em tempos de luta contra misóginos, que dominam a cena pública, no alto de sua liderança política, o senador bem que poderia adotar um discurso de rompimento com a cultura hegemônica masculina, que também contamina o PT, mas já deveria ter sido superada. 



No Pará, o ex-campo majoritário, que teve grande parte de seus dirigentes atingidos pelo "Mensalão" e a "Lava Jato", apresentam como pré-candidato ao PT estadual, o nome do veterano João Batista, o qual já esteve durante muitos anos na presidência do partido, sempre defendendo alianças como partido com o PMDB e faz parte do setor que ainda concorda com a manutenção de petistas nos cargos de confiança de Ministérios do governo Temer, como o da Integração Nacional, onde o ministro Helder Barbalho (PMDB), mantém dirigentes estaduais da chapa de João Batista, no alto comando da SUDAM.

Sem nomes para apresentar na capital, o campo majoritário, hoje denominado de CNB (Construindo um Novo Brasil) foi obrigado a apoiar uma candidatura que não faz parte das tendências alinhadas com o grupo e até outro dia era da DS - Democracia Socialista. O nome de Milene Lauande para presidenta municipal do PT Belém é um desafio para o CNB, já que a mesma declara apoio ao pré-candidato a presidente nacional da Esquerda Petista, o senador Lindbergh Farias, que no Pará está sendo apoiado e representado pela chapa que está na disputa com o CNB.

A Esquerda Petista, que em sua maioria é formada por militantes e dirigentes ligados aos movimentos sociais e setores de base do PT, posiciona-se e contesta a aliança ainda mantida pela atual direção do PT-PA com o PMDB e apresenta Paulo Gaya como candidato a presidente do PT Belém e Socorro Coelho como pré-candidata à presidência do PT paraense.

Segundo Rui Moreno, presidente zonal do maior colégio eleitoral da capital paraense, o DAGUA, "A militância petista não pode perder a oportunidade de mudar os rumos do partido, neste domingo. Como a eleição de 2018 está na porta, o PT não pode continuar sendo dirigido por aqueles que não pensam duas vezes antes de direcionar o partido para compor chapas municipais e estaduais com partidos fisiológicos e até golpistas".

Para quem esteve no último debate entre as chapas municipais, realizado Belém, na última quinta-feira (06), militantes feministas manifestaram-se em apoio à candidatura de Milene Lauande, dizendo que era a hora e a vez do PT ser presidido por uma mulher. Paulo Gaya, devolveu-lhe a provocação, incentivando que estas mesmas militantes não esqueçam dessa necessidade de afirmação de gênero e sejam coerentes, votando no Congresso Estadual em outra mulher, a candidata à presidenta estadual do PT-PA, a professora Socorro Coelho.

Em vídeo gravado há duas semanas atrás, Socorro Coelho explicou a necessidade de renovar o partido e para tal precisa ter uma direção que traga de volta aos ideais da esquerda e no enfrentamento permanente ao golpe e todos que estão condenando o futuro do país.


sexta-feira, março 24, 2017

Lula diz não ao CNB e descarta assumir a presidência do PT

Ex-presidente pretende se dedicar à candidatura ao Planalto. Foto: Michel Filho/Agência O Globo.

Por Sérgio Roxo, em O Globo

Apesar da insistência de integrantes da corrente majoritária do partido, a CNB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recusou definitivamente, na noite desta quinta-feira, assumir a presidência do PT, a partir de junho. Com o ex-presidente fora do páreo, a disputa pelo comando da legenda deve ficar polarizada entre o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e um nome da CNB, que discute a indicação do ex-ministro Alexandre Padilha ou do atual tesoureiro Márcio Macedo.

Segundo aliados, Lula, que nesta sexta-feira participará de uma debate em São Paulo promovido pelo PT sobre os efeitos da Lava-Jato para o país, avaliou que deve concentrar esforços na consolidação de sua candidatura para voltar à Presidência da República em 2018. O petista planeja anunciar que vai concorrer novamente ao Planalto em abril.

A indicação de Lula para presidir o PT era vista como uma tentativa de unir o partido e evitar que ocorra uma disputa no momento em que a legenda enfrenta a maior crise de sua história, com risco de saída de quadros. Desde o final do ano passado, ex-presidente vinha hesitando em assumir a missão, apesar dos apelos. Dirigentes de seu instituto trabalharam para demovê-lo da ideia.

Em alguns momentos, Lula chegou a dar sinais de que aceitaria voltar ao comando do partido, posto que ocupou até os anos 1990. No começo do mês, ele se reuniu com o atual presidente da legenda, Rui Falcão, e com três representantes da corrente majoritária CNB para responder que não estava disposto a encarrar a tarefa. Mas diante dos apelos dos presentes, acabou aceitando que fosse feita uma consulta sobre a sua indicação às demais correntes.

Os integrantes do Movimento Muda PT, que reúne quatro correntes de esquerda da legenda, se manifestaram contra, com o argumento de que a prioridade de Lula deve ser a disputa presidencial. A posição do Muda PT contribuiu para a desistência do ex-presidente, que queria uma indicação por unanimidade.

Sem um outro nome de consenso, a CNB seguiu insistindo na tentativa de convencer Lula. Agora, a corrente majoritária vai discutir se o candidato será Márcio Macedo ou Alexandre Padilha. Apoiado pelo Muda PT e pela corrente Novo Rumo, do atual presidente Rui Falcão, Lindbergh manteve a sua campanha pelo Brasil, mesmo com a possibilidade Lula concorrer.

Reunida nesta quinta-feira, a Executiva do PT divulgou resolução em que diz que “permanecem na ordem do dia, cada vez com mais intensidade, a necessidade de denunciar os abusos cometidos pela Operação Lava Jato e sua natureza arbitrária, a solidariedade aos companheiros injustamente presos e a defesa do ex-presidente Lula contra tentativas de afastá-lo arbitrariamente da disputa eleitoral”. Afirma ainda que os militantes e parlamentares devem estar dedicados “para a organização da greve geral contra as reformas trabalhista e previdenciária”, se as centrais sindicais e os movimentos sociais decidirem por esse tipo de mobilização.

segunda-feira, fevereiro 27, 2017

PT: Entre a juventude e os caciques burocratas




Por Diógenes Brandão

Realizada nesta última quinta-feira, a transmissão ao vivo, em uma rede social, recebeu muitos elogios e deu uma demonstração de que o PT está finalmente se encontrando com a atualidade e a dura realidade.

A iniciativa da secretária-geral do PT-PA, Karol Cavalcante, de fazer um live no Facebook para tirar dúvidas dos filiados sobre o Processo de Eleição Direta (PED) - no qual serão eleitos os novos dirigentes do partido, em Abril deste ano, foi muito bem recebida e elogiada por militantes e dirigentes nacionais e municipais.

Karol vem sendo indicada para ser a futura presidente do PT paraense e isso está incomodando setores mais conservadores do partido. Se aceitar o desafio, seu concorrente será o ex-presidente João Batista, indicado pelo senador Paulo Rocha e os deputados Zé Geraldo e Beto Faro, que tentam a todo custo manter o comando petista no Pará. 

Hoje com mais de 70 anos, João Batista tem 40 anos a mais do que a jovem dirigente, que pode ser uma alternativa para tirar o PT da situação em que se encontra, já que a velha burocracia do partido distanciou-se dos movimentos sociais e da juventude e mesmo depois de tudo que aconteceu, submete o partido a um processo que não pensa em outra coisa que não seja a manutenção de alguns mandatos parlamentares e seus interesses individuais.

Estudo e realidade petista no Pará

É da Karol, o estudo inédito realizado pelo partido no Pará, logo depois do resultado das urnas, o qual mostrou a real situação da legenda, que amarga o pior desempenho entre os partidos que mais perderam prefeituras no Estado, nas eleições de 2016. Para se ter uma ideia do estrago causado pelos erros de estratégia política; más gestões; mas, sobretudo, dos ataques que sofreu da mídia e dos partidos adversários, o PT-PA perdeu 17 prefeituras, já que tinha 23 e agora só tem 06, restando a administração de apenas 3% do eleitorado paraense, ao tempo que o PSDB tem 38% e o PMDB 24%, seguidos do DEM com 11% e o PR que ficou com 6%. 

Cacique desmente jornalista e sonha alto

Mesmo como os números desfavoráveis, o cacique petista no estado, senador Paulo Rocha, respondendo a um post do jornalista Carlos Mendes, em seu blog ver-o-fato - o qual lhe acusou de estar ligado ao PMDB por puro oportunismo - ligou para o blogueiro e negou tudo. O senador petista ficou incomodado com a publicação e aproveitou para afirmar que o partido terá candidatura própria em 2018. No entanto, um dirigente petista de Ananindeua, perguntou ao blog: “O partido já reuniu seus filiados para definir democraticamente a estratégia eleitoral, ou o senador “de todos” falou novamente aquilo que veio à sua cabeça, sem consultar a militância, tal como reza o estatuto e a história petista?”. 

Deputado Beto Faro e Senador Paulo Rocha investem alto para manter o controle do PT e seus indicados no governo Temer.

O blog prometeu publicar a pergunta e manter a fonte preservada, tal como foi pedido. O blog AS FALAS DA PÓLIS lembrou ao petista que já noticiou a estranha manutenção de diversos petistas em cargos de DASs, os quais foram indicados pelo senador Paulo Rocha e o deputado federal Beto Faro para a SUDAM, desde os governos Lula/Dilma, e que mesmo depois do impeachment, continuam ocupando diretorias e cargos de confiança, com a benção de Jader, Helder e Temer, chamado de “golpista” por 10 entre 10 petistas.

sexta-feira, fevereiro 03, 2017

Ódio no Brasil: Estamos nos armando, mas a guerra ainda não começou



Políticos, religiosos e parte da mídia inflamam a população, desumanizando o adversário e transformando o jogo democrático em uma luta do bem contra o mal. Quando um grupo de pessoas passa a desejar e a festejar a morte daqueles que foram desumanizados, os políticos, os religiosos e essa parte da mídia dizem que não têm nada a ver com isso.

Líderes de certos movimentos travam guerras na internet, dizendo que a esquerda é a razão de toda a corrupção e dor que há no mundo. Quando um punhado de ignorantes resolve espancar quem ousa vestir roupas vermelhas ou quando médicos passam a divulgar e ridicularizar, nas redes sociais, prontuários médicos sigilosos de pacientes de esquerda, os líderes desses movimentos dizem que não têm nada a ver com isso.

Articulistas afirmam que a direita merece ser exterminada pelo que prega. Quando um grupo de malucos passa a pedir o assassinato de juízes e políticos conservadores, esses articulistas dizem que não têm nada a ver com isso.

Certos humoristas elegem apenas iletrados, negros, prostitutas, gays, nordestinos, travestis, população de rua como alvos de suas piadas, ignorando brancos, ricos, grandes empresários. Quando a população reproduz essas piadas no dia a dia, humilhando colegas no trabalho e na escola, esses humoristas dizem que não têm nada a ver com isso.

Campanhas publicitárias transformam mulheres em objetos sexuais, instrumentos de limpeza ou vasilhames de cerveja. Quando homens tratam mulheres como coisas descartáveis, os publicitários e profissionais de mídia dizem que não têm nada a ver com isso.

Grupos sociais e parlamentares defendem que há uma doutrinação comunista nas escolas, militando contra a pluralidade de pensamento e chegando, no limite, a propor que alguns livros sejam vetados, jogados no lixo ou queimados. Quando jovens ignoram a História e cometem os mesmos crimes contra minorias de 80 anos atrás, esses grupos sociais e parlamentares dizem que não têm nada a ver com isso.

Lideranças de taxistas inflamam a categoria contra motoristas de Uber. Quando um grupo espanca um motorista, essas lideranças dizem que não têm nada a ver com isso.

Figuras públicas da TV inflamam a população contra o que chamam de degradação da civilização e das famílias de bem. Quando um grupo resolve amarrar alguém em um poste e linchar até a morte ou quando prefeituras mandam arrancar página de livros didáticos que versam sobre o direito de não ser humilhada por ser mulher, essas figuras públicas dizem que não têm nada a ver com isso.

Parlamentares dizem que as torturas e os assassinatos cometidos pela última ditadura civil-militar brasileira foram necessários para que o país não se tornasse uma grande Cuba. Daí quando a tortura segue sendo utilizada como método de investigação policial e o Estado usa métodos que nem a ditadura cubana usaria, esses políticos dizem que não têm nada a ver com isso.

Certas famílias inflamam seus filhos contra jovens negros e pobres da periferia e pessoas em situação de rua, dizendo que são uma ameaça à vida nas grandes cidades e não valem nada. Quando um grupo resolve despejar preconceito ou dar pauladas e por fogo nessas pessoas, as famílias dizem que não têm nada a ver com isso.

Pastores e padres de certas igrejas inflamam seus fieis contra aquilo que consideram um desrespeito às leis de seu deus. Quando um grupo espanca um gay, uma lésbica ou uma travesti, esses pastores e padres dizem que não têm nada a ver com isso.

Alguns jornalistas, progressistas e conservadores, inflamam seus leitores, ouvintes, telespectadores, repassando conteúdo violento, sem checar e de forma acrítica. Quando um grupo passa a assediar, de forma injusta, pessoas ou instituições com base nesse conteúdo, os jornalistas dizem que não têm nada a ver com isso.

Políticos inflamam seus eleitores contra jornalistas, progressistas e conservadores, por eles estarem divulgando fatos reais e não as opiniões que convém a esses políticos. Quando jornalistas passam a apanhar nas ruas porque cismam em não concordar que emoções superam provas, esses políticos dizem que não têm nada a ver com isso.

No Brasil, ninguém reconhece que fomenta ódio contra outros seres humanos.

Porque, no Brasil, muitos não reconhecem como ser humano quem é diferente deles.

Gritar isso para a nossa bolha nas redes sociais não resolve. Ou você respira fundo e conversa com quem pensa de outra forma, promovendo a empatia onde ela não existe e concedendo – nessa conversa – o mesmo tratamento que confere aos seus amigos, ou continuaremos vendo exércitos se armarem de cada lado para uma guerra em que apenas as baratas sobreviverão.

E não se enganem, ela ainda nem começou.

quinta-feira, fevereiro 02, 2017

Paulo Rocha zomba e ignora apelos para não votar em golpistas para mesa do senado

Paulo Rocha segue o bloco petista que não abre mão de se aliar com o PMDB para ocupar cargos no Congresso Nacional.

Por Diógenes Brandão

Em nota divulgada em suas redes sociais, o senador petista do Pará, que compõe a ala do partido que não abre mão de fechar acordos com o PMDB, volta a mostrar que ignora os apelos de seus eleitores e da militância do seu partido.

Na noite da última terça-feira (31), as principais lideranças populares do PT paraense, reuniram-se na sede do sindicato dos bancários, onde realizaram o Ato Petista não vota em golpista, onde apelaram para que o senador Paulo Rocha não cometesse o que consideram um erro e uma traição à sua militância e seus eleitores.

Mesmo assim, Paulo Rocha e outros 7 senadores entenderam que ocupar espaço na mesa diretora do senado e alguns cargos nas assessorias da casa é mais importante do que a imagem negativa e contraditória que tal medida trouxe perante a sociedade. Por isso,  a militância petista,  em resposta, desde ontem repugna e começa a "vomitar" em postagens feitas nas redes sociais do parlamentar petista, que se elegeu sob o slogan "Senador de Todos" e hoje é chamado de traidor pela maioria da militância do PT.


Clique acima em "Ver mais" e leia o post completo e os comentários dos internautas.

E hoje, mesmo depois de todos os apelos e críticas que vem recebendo, Paulo Rocha exibe em suas redes sociais, com orgulho uma nota publicada pelo jornal O Globo, da família Marinho, onde diz: "A política é a arte das ideias e do convencimento. É assim que se constrói maiorias, principalmente entre parceiros". 

A pergunta que fica no ar é se Paulo Rocha acha que o fato de ter se aliado ao golpista eleito com o seu voto e da maioria dos deputados federais para a presidência da Câmara, conta com o apoio da maioria da sociedade brasileira, ou pelo menos pelos filiados do seu partido. 










terça-feira, janeiro 10, 2017

Petistas deixam o partido com fortes críticas à direção

O único vereador petista e o presidente municipal do partido, deixaram o PT com fortes críticas à direção.

Cley Alves era o único vereador que o PT mantinha até o final de 2016, na Câmara Municipal de Ananindeua, onde Beto Ribeiro era até semana passada, o presidente do partido. Ambos pediram desfiliação da legenda alegando contradições e problemas na direção partidária.


Por Diógenes Brandão

Ananindeua é o segundo maior e mais populoso município paraense, e, por consequência, o segundo maior colégio eleitoral do Pará. Com décadas de alternância de governos eleitos pelo PSDB e o PMDB, a cidade apresenta um dos piores índices de criminalidade e falta de saneamento, além de amargar altas taxas de desemprego e baixa expectativa de vida para os jovens, que morrem de forma avassaladora pela violência urbana.

Tal cenário não colabora para a afirmação e o empoderamento dos partidos de esquerda, que historicamente cresceram e tornaram-se fortes nestas cidades, onde a pobreza e o descaso dos governos de direita, que se revezam no poder, arrastam milhões de brasileiros para uma vida sem oportunidades e direitos sociais, como os prometidos nas campanhas eleitorais.

Declínio e desfiliação

Eleito vereador com 887 votos em 2012, nas eleições de 2016 Cley Alves obteve 886 votos, ou seja, um (01) a menos do que há quatro (04) anos atrás, mas não conseguiu manter-se como o único representante petista na Câmara de Vereadores de Ananindeua, devido o partido não alcançar o coeficiente eleitoral.  

Uma fonte do blog revelou que o ex-vereador alega que sua saída do partido no qual militou por 17 anos, "se dá pelo forte desgaste de sua identidade ideológica e pela renúncia deste na defesa de bandeiras no passado defendidas aguerridamente por sua militância, pois as mesmas foram retiras da linha programática de lutas pela cúpula partidária", que segundo Cley, hoje é vista de forma negativa pela sociedade. O ex-vereador também disse "que o PT sofre de uma decadência imensurável, tendo como prova o último resultado eleitoral".

Ainda segundo a fonte petista, o mesmo raciocínio moveu o presidente municipal a entregar o cargo e desfiliar-se do PT. Para Beto Ribeiro, "sair do PT depois de 22 anos como filiado não está sendo fácil, mas é necessário", pois assim como o ex-vereador, ele também é jovem e desejar continuar na vida política e participando de processos eleitorais. 

O blog procurou informações se ambos já possuem um partido em mente para se filiarem, mas não conseguiu contato com os ex-petistas e nem respostas precisas com outras fontes, mas há uma possibilidade muito forte deles dois ingressarem no PDT. 

O partido deve vir com Ciro Gomes, como candidato a presidente do Brasil em 2018 e hoje no Pará tem três deputados estaduais (Antônio Tonheiro, Junior HageMiro Sanova) e em Ananindeua três (03) vereadores (Diego Alves, Neto Vicente e Robson Barbosa), tendo como presidente estadual, o ex-deputado federal Giovanni Queiroz.

Dados do TRE confirmam o declínio petista no Pará

Nas eleições municipais de 2016 no Pará, o PT lançou candidatos a prefeitos em 35 municípios paraenses e elegeu tão somente 07 prefeitos. 

Comparando com a eleição anterior, onde o partido elegeu 23 prefeitos, foram 16 prefeituras perdidas de uma eleição para outra. Isso sem contar que nenhum prefeito em 2012, conseguiu a reeleição em 2016. 

Ao contrário de seu aliado favorito, o PMDB - que ganhou 27 municípios nas eleições de 2012, e em 2016 elegeu 42 prefeitos - comandado pelo ministro Helder Barbalho e o senador Jader Barbalho tornou-se o partido paraense que mais cresceu, enquanto que o PT foi o que mais diminuiu.

domingo, janeiro 08, 2017

Acusado pelo MPE por um rombo de mais de 8 milhões em Belém, Stefani Henrique quer contrato na prefeitura de Altamira


Por Diógenes Brandão

Respondendo a três processos no Tribunal de Justiça do Pará, acusado pelo Ministério Público do Estado do Pará por irregularidades nas contas da SAEEB que ultrapassam 8 milhões de reais, Stefani Henrique é réu por improbidade administrativa, em sua conturbada passagem pela presidência da autarquia municipal, na gestão de Edmilson Rodrigues, quando este foi prefeito de Belém e o exonerou depois de diversas denúncias e crises.

Dirigente de um grupelho petista e suposto empresário, Stefani Henrique usou recentemente as mídias digitais para dizer que ajudou a eleger e deverá ser contratado pelo prefeito reeleito de Altamira, Domingos Juvenil (PMDB). A afirmação foi feita por ele próprio, em um grupo de debate político no aplicativo Whatsapp e chamou a atenção de quem conhece a ficha corrida do petista.



Além de responder por três (03) processos na justiça paraense, Stefani deixou o PT para não ser expulso e voltou. Indicado para ser diretor de Marketing do Clube do Remo, na gestão do então presidente Zeca Pirão e por falta de transparência, foi pivô de uma revolta dos associados do clube, que segundo um blog de notícias esportivas, "ele foi acusado de promover festas e vender camisas do clube e não prestar contas".

Fonte: Tribunal de Justiça do Estado do Pará.
Fonte: Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

Passadas as eleições de 2016, Stefani espera agora ser contratado em Altamira e outras prefeituras, onde oferece suas notas fiscais para prestação de serviços com valores subjetivos. A fiscalização do Ministério Público Estadual deveria ficar de olho.

Além de responder por processos pelo crime de improbidade administrativa e despejo por falta de pagamento do aluguel de um imóvel, Stefani é operador de velhos esquemas eleitorais do hoje deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL), a quem serve como "Cavalo de Tróia" deixado pelo PSOL no PT, tendo para isso o comando da "Militância Socialista", grupo interno do PT e uma empresa denominada como ISKRA. Tanto o grupo interno, quanto sua empresa, servem como complemento de um negócio lucrativo para o "militante-empresário", geralmente responsável pela contratação das equipes de rua nas campanhas eleitorais no Pará. 

Notícia publicada em um site esportivo confirma a indignação da Associação dos Sócios do Remo, contra o então diretor de marketing do clube, onde poucos dias depois foi defenestrado.

Em 2014, por exemplo, a campanha de Helder Barbalho, contava com pessoas da referida empresa, as quais faziam volume nas caminhadas do candidato do PMDB pela periferia de Belém e até o carregavam nos ombros, na saída dos debates que o herdeiro de Jader participava. O mesmo sempre foi feito nas campanhas de Edmilson Rodrigues.

Empoderado pelo dinheiro de campanha que o partido outrora esbanjava, Stefani filiava pessoas desempregadas, no ato de seus contratos como ‘formiguinhas’ (aquelas pessoas que balançam bandeiras e jogam panfletos pelas ruas e caminhadas pelas quais recebem cerca de R$ 150,00 por semana). 

Hoje, as ‘formiguinhas’ que ainda fazem parte do cadastro da empresa de Stefani, esperam com ansiedade os clientes que o ‘tamanduá’ (apelido que Stefani conquistou sabe-se lá a razão) ludibria em poucas campanhas eleitorais que ainda consegue se meter, as quais não se limitam mais ao PT. 

quinta-feira, dezembro 15, 2016

Vazamento de pedido de expulsão no PT repercute nos blogs e gera indignação

No canto esquerdo: Stefani Henrique exibe documento interno que apresentou ao PT-PA, onde pede a expulsão de militante que denuncia os acordos com partidos e empresários corruptos, além das perdas que o partido acumula, desde a campanha eleitoral de 2014, onde o PT apoiou o PMDB ao governo do Pará e só elegeu o senador Paulo Rocha (com camisa vermelha), quando o partido teve um saldo extremante negativo, pois perdeu metade dos deputados federais e oito (08) dos deputados estaduais que tinha, ficando apenas com três (03). Isso sem falar que sob o atual comando, o partido que tinha 23 prefeituras, perdeu 16 nestas eleições municipais deste ano, ficando apenas com sete (07).

Há um comportamento sendo proliferado no PT e outros partidos da esquerda paraense: Aqueles que percebem as mudanças de rumo e não se calam - denunciando a presença de filiados no governo Temer, as alianças eleitorais proibidas, o financiamento de campanhas por empresários cleptocratas e acordos inconfessáveis - estão sendo rotulados como traidores, numa tentativa vil de serem desmoralizados, silenciados e até afastados do partido.

Por Diógenes Brandão

A publicação com o título Abaixo-assinado pedindo a saída de petistas dos cargos de confiança no governo Temer acaba com pedido de expulsão repercutiu nas redes sociais e dois, dos blogs mais acessados no estado do Pará noticiaram o caso.

Foram eles, o Ver-o-Fato, do jornalista Carlos Mendes, correspondente do jornal Estadão e Uruatapera, da jornalista Franssinete Florenzano

O Ver-o-Fato foi mais adiante e citou o PCdoB, que segundo comenta-se nos bastidores da política paraense, a exemplo do PT, mantém militantes em cargos de confiança e terceirizados em órgãos como a SPU - Superintendência do Patrimônio da União, que ficou nas mãos do partido desde o início do governo Lula (2002), quando Newton Miranda foi o gerente regional, sucedido por Lélio Costa e Jorge Panzera, que assumiu o comando do órgão em Junho e ficou até o impeachment de Dilma, quando saiu dizendo que não ficaria em governo golpista. Por sua publicação, Carlos Mendes foi ofendido, mas respondeu à altura e manteve o que disse.


Além do blog, Franssinete Florenzano publicou a matéria em seu perfil pessoal, onde recebeu a visita de um militante ligado ao grupo do empresário-dirigente, que tentou em vão persuadi-la de retirar a postagem, o que evidentemente foi rechaçado pela jornalista que finalizou o debate bloqueando o troll infeliz.



No meu facebook, a postagem obteve diversas manifestações de apoio e solidariedade, assim como críticas aos dirigentes petistas e seus filiados que permanecem nos cargos de confiança do governo Temer e diversas pessoas se posicionando contra o empresário-dirigente, que segundo diversas pessoas, grande parte delas do PT, afirmam que o mesmo não tem a mínima condição moral para pedir a expulsão de alguém do partido, sendo ele um dos que mais trai e tem desvios éticos na legenda que escapou de ser expulso, por ter pedido pra sair antes, mas voltou com a anuência de quem o contrata para 'trabalhos' inconfessáveis.









segunda-feira, dezembro 12, 2016

Temerosos



Por Diógenes Brandão

A petição online criada por militantes do PT para reunir assinaturas e assim pressionar a saída de petistas que permanecem no governo Temer, tem trazido algumas queixas de quem se vê atingido pela campanha, que visa dar fim à contradição daqueles que chamam o presidente de golpista e pedem sua saída, mas nada falam dos amigos que ainda ocupam cargos de confiança no governo federal.

Dentre os insatisfeitos, o assessor do deputado federal Zé Geraldo, Durval Souza, marido de Regina Lima, que permanece na ouvidoria do Ministério da Cultura, em resposta ao post "Com Temer: Petistas são mantidos no ministério da Cultura" entrou em contato com este blog para justificar que o salário da esposa, divulgado pelo Portal da Transparência, no montante de mais de 20 mil reais é a soma do salário de servidora da UFPA e mais o vencimento como assessoria superior (DAS) da União e que mesmo lecionando na instituição federal de ensino superior, faz isso sem rendimentos, já que ocupa função de dedicação exclusiva. O blog confessa que não compreendeu muito bem a explicação, mas buscará se informar melhor sobre o caso.

Durval também alega que sua esposa não foi indicada pelo deputado federal Zé Geraldo ou pelo o senador Paulo Rocha e que todos os cargos federais em que atuou nos governos de Lula e Dilma, foram através de convites dos seus respectivos superiores, ou seja, ministros e chefias imediatas e que só permanece no MINC por ainda não ter sido devolvida pelo ministério da cultura à UFPA. 

A pergunta que ficou no ar depois da conversa é se Temer já pagou o 13º salário dos seus DASs e se algum deles vai recusar permanecer nos seus cargos no amanhecer de 2017.

O PÃO NOSSO DE CADA DIA

Enquanto uns defendem e justificam a permanência de seus familiares e amigos mais próximos, no governo de Michel Temer, há aqueles que defendem que os petistas que continuam no governo federal, precisam do cargo para poderem pagar suas contas. O petismo governista encontra eco nas mais esdrúxulas e irracionais justificativas.

sexta-feira, dezembro 09, 2016

Petistas paraenses continuam no governo Temer

Petistas são mantidos no governo Temer. PT considera o atual governo como golpista e já orientou para todos desembarcarem, mas dirigentes e militantes fazem vista grossa com quem desobedece.

Por Diógenes Brandão

Quando a ex-presidenta Dilma sofreu o impeachment, muitos petistas deixaram o governo imediatamente, outros, só algum tempo depois, mas há quem se mantenha até hoje, talvez aguardando que sejam retirados, ou quem sabe descobertos pela militância que cobra bom senso entre o que o #ForaTemer que o partido prega e o que muitos fazem.

Alguns podem argumentar que o PT não obrigou ninguém deixar o governo Temer (já que não houve resolução para tal) e que apenas orientou seus filiados (as) que ocupam cargos de confiança no governo federal a deixarem seus postos no governo ilegítimo do presidente interino, no dia 12 de maio de 2016.

Outros podem justificar que manter "companheiros" nestes espaços, ajuda o partido a dar continuidade às políticas públicas importantes para a classe trabalhadora e os mais oprimidos. Ou quem sabe, alegar que os que permanecem no governo, tem direito de lá estarem por terem suas capacidades técnicas reconhecidas pelos novos gestores. 

Bem, para começo de conversa, no Pará, a questão parece ser mais pragmática do que programática, afinal o que justificaria manter DASs estratégicos em órgãos que não atuam diretamente com políticas públicas que os movimentos sociais onde PT atua e tem forte influência?

Tomemos como exemplo, Inocêncio Renato Gasparim, indicado pelo senador Paulo Rocha e o Deputado Federal Beto Faro é um dos que se encontram no comando da SUDAM, onde recebe o salário mensal de R$ 11.852,93, como Diretor de Gestão de Fundos e Incentivos e de Atração de Investimentos. Que benefício social ou político sua estadia no governo Temer traz ao PT, ou ao conjunto da sociedade?

E Alda Selma Frota? 

Esposa de Marcos de Oliveira, coordenador estadual do grupo político (Articulação Unidade na Luta) comandado por Paulo Rocha, Alda está na SUDAM desde 2005, onde desde então ocupa o cargo superior de confiança, atualmente como chefa de gabinete do superintendente, com remuneração básica bruta, no valor de R$ 9.025,21 mensal, o mesmo salário de Ana Paula Catete, ocupante da Assessoria de Comunicação Social e Marketing Institucional. Além delas, outras pessoas ligadas ao senador petista continuam ocupando cargos estratégicos no órgão, após o impeachment de Dilma e a chegada de Temer, como na Coordenação de Incentivos Fiscais e Financeiros e diversos outros empregados através de empresas terceirizadas. 

O grupo político (Democracia Socialista) comandado por Ana Júlia Carepa e pelo ex-deputado Federal Cláudio Puty, que internamente faz oposição aos grupos de Paulo Rocha e Beto Faro, também mantém indicados em outros órgãos federais, como no Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA, com Jorge Rezende Oliveira, atualmente respondendo como delegado regional, pois entrou no órgão em setembro de 2015, com o salário de R$ 2.993,59, mas por substituir o ex-delegado Edilson Moura (ex-secretário de cultura no governo de Ana Júlia e que assim como Cláudio Puty deixou o cargo federal, após o impeachment de Dilma), hoje, Jorge Rezende tem como salário bruto, 'seus merecidos' R$ 8.153,03 mensais.

Este blogueiro conhece todas as pessoas citadas nesta postagem e não busca conflitos ou inimizade com quem quer que seja, mas sente-se na obrigação* de cobra-lhes coerência política e partidária, apesar de ficar feliz por todos estarem mantendo suas finanças em dia, ao contrário de milhares de petistas que nunca tiveram a oportunidade de participar de qualquer órgão ou aqueles que entregaram seus cargos no governo que o PT considera e toda a esquerda chama de golpista.

*Como profissional da informação, que toca em temas políticos diariamente e mantém críticas sobre o comportamento de outros partidos, o blogueiro não acha justo ser parcial e calar diante de erros do partido em que é filiado.

terça-feira, novembro 15, 2016

Petista denuncia senador Paulo Rocha de receber propina

Em nota publicada no seu Facebook, o senador Paulo Rocha (PT-PA), diz que as afirmações do militante petista são um amontoado de denúncias sem provas e que sofre o crime de calúnia e difamação, parte de uma estratégia nacional de perseguição. 

Por Diógenes Brandão

Um vídeo do militante do PT, Josué Carvalho, circula pelas mídias sociais com fortes e contundentes denúncias contra o senador Paulo Rocha (PT-PA)

Gravado de forma intencional, o vídeo é tido pelo denunciado, como uma delação.

Com menos de quatro (04) minutos de duração, o material gravado traz informações sobre lobby em obras e contratos de órgãos do governo federal e estadual e que o motivo das denúncias seria para garantir a vida do denunciante e de sua família.

Em contato com pessoas próximas ao denunciante, o blog foi informado que o mesmo enfrenta dificuldades financeiras e que há algum tempo reclamava a falta de um pagamento por parte do senador Paulo Rocha, pelo qual sempre fez campanha e que segundo o próprio, apresenta uma delação, onde admite ser uma das pessoas responsáveis por arrecadar dinheiro para as suas campanhas. "Algumas de forma lícita e a maioria de forma ilícita", diz Josué e cita nomes de empresários e assessores, que segundo o denunciante, operavam lobby e propinas para o parlamentar.

Josué também alega que foi convencido por Paulo Rocha a vender a sua única propriedade (sua casa?) para pagar dívidas de campanha do parlamentar, com a promessa de que seria ressarcido com a venda de livros didáticos para prefeituras que o senador indicaria depois de eleito. O tom da denúncia evidencia que o acordo não foi cumprido.

Por fim, Josué diz que entregará a delação para o Ministério Público Federal e à Polícia Federal e reitera que tudo que disse é verdade.

Assista o vídeo:



Em nota publicada no Facebook, o senador Paulo Rocha se defende e diz que está tomando as medidas cabíveis, contra o que considera crime de calúnia e difamação, parte de uma estratégia nacional de perseguição, linchamento midiático e criminalização de lideranças do PT, tal como ele e Lula.

Leia:

terça-feira, novembro 08, 2016

O papel da trairagem dentro do PT

François Lemoyne, óleo sobre tele - 149x 114 cm - 1737 (Wallace Collections - London, United Kingdom).

Por Jorge Amorim, no seu blog Na Ilharga 

Nos quase 14 anos em que foi governo, o PT caracterizou-se também pelo abandono ao diálogo militante com os segmentos populares que sempre foram aliados e base de sustentação das grandes conquistas sociais, hoje ainda um capital político importante no enfrentamento ao golpismo dissimulado de austeridade.

Nesse período, foram construídas pelo partido eventuais maiorias parlamentares geralmente surgidas de cooptações oportunistas que elegeram figuras que nada tinham a ver com aquilo que o governo realizava.

Três exemplos são fundamentais na compreensão desse afastamento das ruas e adoção sem reservas do burocratismo institucional que despolitizou a atuação petista.

Flávio iniciou a carreira política em 1990, quando se candidatou a deputado federal pelo PSDB, logrando êxito, e sendo reeleito por três vezes seguidas. Em 2001, deixou o PSDB e filiou-se ao PT. Em 2002, foi eleito senador, e em 2006 concorreu ao governo do Paraná, obtendo o terceiro lugar com 9,3% dos votos. Em 19 de agosto de 2009, anunciou que se desligaria do PT e voltou ao PSDB.


Flávio Arns, hoje vice-governador tucano do estado do Paraná, foi senador petista tão omisso quanto prejudicial na defesa parlamentar do governo Lula. Hoje, não só é patrão da esposa do verdugo togado Sérgio Moro como é acusado de mentor de um esquema milionário que morde uma fatia do orçamento da educação pela indústria da educação especial.

No governo FHC, foi diretor da Petrobrás, entre 2000 e 2001, quando ficou filiado ao PSDB, entre 1998 e 2001. Depois disso, se aproximou do PT e se tornou secretário de infra-estrutura do então governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT e, na sequência, apoiado por este, elegeu-se ao Senado em 2002, pelo PT.  Disputou o governo de Mato Grosso do Sul em 2006 e em 2014 lançou-se a candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pela segunda vez. Acabou derrotado pela segunda vez. Em 2015, foi escolhido pela presidente Dilma Rousseff como líder do governo no Senado e no Congresso Nacional. Em dezembro de 2015, teve seu nome levado ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, onde foi aberto um processo que pediu a perda do mandato de Delcídio, preso na Operação Lava Jato. Em 15 de março de 2016, após a homologação de sua delação premiada, se desfiliou do Partido dos Trabalhadores.

Delcídio Amaral já tinha considerável folha corrida ao agir por interesse próprio pra impedir a delação de Nestor Cerveró, que citava propinas de empresas privadas (G.E. e Alstom) recebidas pelo ex-senador, quando este era diretor da Petrobrás no governo Fernando Henrique Cardoso. E também de que o ex-senador teria desviado US$ 2.5 milhões para sua campanha ao governo de Mato Grosso do Sul em 2006.

Iniciou a sua militância social e política em 1983, eleito vereador na cidade de Londrina em 2000. Em 2002 foi eleito deputado estadual e em 2006 foi eleito deputado federal. Nas eleições de 2010 André Vargas foi reeleito o terceiro Deputado Federal mais votado do Paraná. Em 25 de abril de 2014, após 24 anos no Partido dos Trabalhadores, por carta ao diretório do PT em Londrina, comunicou a desfiliação da legenda.

André Vargas, também do Paraná, sempre foi um outsider no dia a dia petista no parlamento. Unha e carne com o doleiro Alberto Youssef, foi presa fácil pra lava Jato por continuar filiado ao PT já que todos sabiam o que tinha feito em verões, invernos, outonos e primaveras passados.

Por sinal, quando foi preso tentando obstruir o trabalho da justiça, Delcídio era líder do governo Dilma no Senado, cargo de extrema confiança, agora sabe-se, exercido por alguém sem escrúpulos e indigno da confiança do mais ingênuo integrante de organização franciscana, tanto que sua primeira atitude foi denunciar, de forma mentirosa, o presidente Lula, como se este estivesse fazendo aquilo que quem fazia era esse celerado chamado Delcídio.

Agora que a legenda inicia um amplo debate que resgate aquela credibilidade que a tornou a mais popular do país, é hora de fazer com que essa discussão venha acompanhada da cobrança de certas obrigações do conjunto da militância, inclusive aquela que faz ver aos seus ungidos ao parlamento que os respectivos mandatos que exercem não foram conquistados com votos de amigos e familiares.

Com efeito, o resgate da noção que mandatos pertencem ao partido proporcionará o resgate da politização da atividade partidária, coisa que se perdeu em grande parte a partir da composição de bancadas alheias na sua atuação à história do partido. Claro que isso não é tudo, mas é bastante para resgatar a condição militante, popular e democrática do Partido dos Trabalhadores. 

sexta-feira, maio 27, 2016

A demorada e necessária autocrítica do PT

O PT, mesmo golpeado e desmoralizado, ainda tem mais militância do que qualquer outro partido brasileiro.

Por Diógenes Brandão

Com um artigo que vai direto ao ponto, sem muitos rodeios, Saturnino Braga enumera as conquistas dos governos do PT e destaca sua importância para a construção de uma nação que estava entregue aos interesses do capital exterior e de uma burguesia nacional avessa ao desenvolvimento social pleno, que por sua vez clamava por governos que aplicavam uma política econômica fundamentada no neoliberalismo e na diminuição do Estado, trazendo arrocho salarial, desemprego e especulação financeira, o que quebrou o Brasil três vezes, quando FHC foi aumentar a dívida que o país tinha com o FMI. Lula assumiu e o pacto de governança custou caro, mas deu para fazer muita coisa avançar em relação à áreas sociais.

No entanto, os erros que os dirigentes e mandatários do PT insistem em não avaliar com sua militância e emitir sinais de autocrítica para a sociedade, levaram o petista que redigiu o texto abaixo, a insistir sobre a necessidade do partido se rever por dentro, antes que seja tarde de mais e sua militância incomparável, dê adeus aos sonhos nutridos nestes 36 anos de existência.

Saturnino é reconhecidamente um homem coerente e crítico por natureza, mas honesto e com a moral necessária para ajudar a encontrar saídas para o PT se reconstruir, o que pode ser constatado neste vídeo publicado pela GloboNews.


Fique agora com o novo artigo de Saturnino Braga, publicado no editorial da Carta Maior.


Eis o momento para o PT fazer sua autocrítica

Jamais perderá o crédito dos importantes avanços que deu à Nação Brasileira nos seus treze anos de governo: a redistribuição de renda, a valorização dos salários, como nunca antes, a multiplicação das universidades no interior, e das escolas técnicas, e a nova articulação no campo internacional, a adesão aos BRICS e a união sulamericana, que deu ao Brasil uma presença com destaque que nunca teve antes. Ademais, deu completa liberdade à polícia e à Justiça para combaterem a corrupção, desbaratarem quadrilhas, envolvendo importantes líderes políticos e empresariais, sem nenhum cerceamento ou engavetamento, como antes frequentemente se fazia. Eram seus compromissos fundamentais.

Registrados os êxitos, cumpre inventariar os erros. Houve alguns de natureza econômica, como uma desatenção em relação à prioridade do desenvolvimento industrial, uma exacerbação no incentivo ao consumo e na ampliação do crédito em direção a um endividamento excessivo das famílias, e ainda uma fixação grave na supervalorização do real ensejada pela boa onda de exportação de commodities. Erros importantes, sim; entretanto não tão graves quanto os erros políticos, que acabaram propiciando o golpe e o risco enorme de um desmanche bruto nos avanços conquistados.

O PT nasceu e cresceu com uma proposta política nova, isenta de vícios antigos, como um partido emproado que nos desprezava, a nós os lutadores históricos do campo da esquerda, como os trabalhistas, os socialistas e os comunistas. Em sua alardeada pureza, recusava alianças com qualquer outro partido, lançava sempre candidatos próprios, para construir sua militância. Pessoalmente, eu fui alvo desta intransigência ranheta do PT quando negou o apoio à minha gestão socialista na prefeitura do Rio e, mais, no momento mais agudo da crise da falência, foi um opositor duro que chegou a mover um processo de expulsão dos dois petistas que colaboravam na minha administração: Sérgio Andréa que era secretário de desenvolvimento social e Chico Alencar que era uma das figuras principais da secretaria de educação.

Brizola foi também alvo de críticas severas do PT, e deu límpida demonstração de consciência política quando, superado por Lula por uma quantidade mínima de votos, na eleição de 1990, imediatamente reuniu o PDT para, sem nenhum ressentimento e sem nenhuma condição, apoiar Lula no segundo turno.


Após a terceira derrota pela Presidência, o comando do PT deve ter concluído que, na nova configuração da atividade política instaurada pelo domínio absoluto do mercado e pela conseqüente mercantilização de todos os aspectos da vida nacional, era necessário, era realisticamente indispensável entrar no jogo mercantil e conseguir bons financiamentos para as futuras campanhas eleitorais.

Assim foi pensado, assim foi decidido, assim foi feito, suponho, e na eleição seguinte Lula saiu vencedor e foi elevado à presidência da República. José Dirceu foi a grande figura no comando deste processo. O preço que está pagando é altíssimo, e flagrantemente injusto em relação às responsabilidades de centenas de outros líderes da política e da sociedade brasileira que procederam da mesma maneira. A pena de 23 anos que lhe foi imposta agora pelo torvo juiz Moro é uma decisão hedionda.

Bem, mas o PT já não era o mesmo da pureza original e, no jogo das composições políticas para o exercício do poder, foi avançando mais e mais nas práticas da mercantilização política. Na aliança com partidos useiros e vezeiros na corrupção eleitoral, foi aprendendo e praticando com maior desenvoltura as mesmas normas. A saída, discreta mas significativa, de Frei Betto das funções que exercia no Palácio foi um primeiro aviso, que o PT não quis perceber. O episódio rumoroso do mensalão e a saída do grupo de militantes que fundou o PSOL foi um segundo e definitivo aviso. Que o PT ainda não quis escutar.

Claro que, paralelamente, no exercício do poder, e no apego a este exercício, descuidou-se também das sua ligações históricas com os movimentos sociais e foi perdendo apoios importantes na sociedade.

O desfecho foi o golpe, a imprevidente abertura do flanco para o golpe, que atingiu a Presidenta, que certamente teve os seus erros mas nunca, jamais, entrou na prática ilícita de muitos dos seus companheiros. Mas atingiu especialmente o Partido dos Trabalhadores, assim como o seu líder maior, Luiz Inácio Lula.

Muito ruim tudo isso para o PT, que agora tem que fazer sua autocrítica e se reorganizar para um futuro incerto. Incerto porém não desesperador. Nas eleições seguintes a todo este triste episódio, os empresários doadores com certeza serão muito parcimoniosos nos seus investimentos eleitorais, e os partidos que puderem contar com militância própria terão melhores condições de campanha. Pois certamente o PT, mesmo golpeado e desmoralizado, ainda tem mais militância do que qualquer outro partido brasileiro.

Pior que o PT está a Nação Brasileira e o seu povo, com sua economia desorganizada pelos golpistas e ameaçada de retrocessos muito graves, comandados pelo Império do Norte que recapturou sua presa.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...