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domingo, dezembro 17, 2017

O que a SUDAM tem a ver com uma "concessionaria" Harley-Davidson em Belém?

Com R$ 158.800 você poderá comprar uma moto dessas em Belém. Graças a empresário que dirigiu a SUDAM por 13 anos.

Por Diógenes Brandão

Uma notinha inocente, publicada no blog do Bacana, revela que mesmo em crise, muitos políticos viram empresários e vice-versa, conseguindo inclusive trazer à Belém empreendimentos luxuosos, com motos de alto padrão, tal como a CVO Limited (foto acima), a moto mais cara da linha Harley-Davidson no Brasil.



Resta saber se o Djalma Bezerra que o Marcelo Bacana se refere é o Djalma Bezerra Mello, que indicado pelo senador Paulo Rocha (PT-PA), passou 13 anos com manda chuva da SUDAM e teve durante boa parte desse tempo,  como sua chefa de gabinete a petista Alda Selma, esposa de Marcos Oliveira, ex-secretário do PT-PA e coordenador do grupo do senador acima citado.

Leia também: Petistas paraenses continuam no governo Temer

Como o blog já havia dito mês passado, não importa se o PT tenha sido arrancado do poder e chame quem está no governo de golpista, a petista Alda Selma completa esse mês, 10 anos na chefia de gabinete na SUDAM.

Enquanto isso, militantes históricos do PT mendigam dinheiro até para a passagem de ônibus, no escritório daquele que o marqueteiro Chico Cavalcante chamou de "senador de poucos".

Leia também: Com Temer: Petistas são mantidos no ministério da Cultura

segunda-feira, outubro 16, 2017

Em meio à denúncia de propina a mais um Ministro, Temer nomeia petista indicada pelo Senador Paulo Rocha

Nazaré Zucollotto retorna de Brasília para comandar a pesca no Pará, setor farto de escândalos de fraudes no Seguro Defeso aos pescadores artesanais.

Por Diógenes Brandão

Além de manter outros petistas no alto escalão na SUDAM e do Ministério da Cultura, o senador Paulo Rocha (PT-PA) amplia seu prestígio e emplaca mais uma companheira o governo de Michel Temer, dessa vez no comando de outro órgão federal no Pará: A Pesca.

Balcão de diversas denúncias de fraudes, o setor ganhou status de Ministério com Lula, assim que o ex-presidente assumiu o cargo, no dia 01 de Janeiro de 2003, com o nome de Secretaria Especial da Aquicultura e Pesca (SEAP) pela medida provisória 103, que depois se transformou na lei nº 10.683. A mudança de secretaria para ministério se deu pela lei nº 11.958 de 26 de junho de 2009. 

Na reforma ministerial de outubro de 2015, o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) foi extinto e incorporado como órgão do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviço, hoje controlado pelo PRB. 

Segundo o site Poder 360, a Veja e o jornal O Globo, três dias após a divulgação do áudio de uma conversa com o empresário Joesley Batista, o Ministro da pasta, pastor da Igreja Universal e presidente do PRB, Marcos Pereira tirou férias de uma semana, do dia 09 ao dia 13 do mês passado. Um mês depois, o Diário Oficial da União publicou a nomeação da petista Nazaré Zuculloto para comandar a Pesca no Pará.

Filiada ao PT sete meses depois do partido vencer as eleições para o governo do Estado, Zuculloto atuou em duas secretarias estaduais (Pesca e SEDUC) e estava em Brasília, desde quando o partido disputou, mas não conseguiu se reeleição de Ana Júlia em 2010. 

Ligada ao senador petista, Zuculloto assume a pesca no Pará, em meio a um escândalo que pode vir a derrubar o ministro, gravado tratando do pagamento de R$ 6 milhões em propina, conforme relatado por Joesley aos procuradores que atuam na Operação Lava Jato.


Atualização 

O blog AS FALAS DA PÓLIS informa seus leitores, que recebeu neste instante, a ligação telefônica de Nazaré Zucolotto, atual coordenadora da Pesca no Pará. A mesma informou não ser mais filiada ao PT e diz não ter sido indicada pelo senador Paulo Rocha (PT-PA), tal como informou o blog, baseado em fontes ligadas ao governo federal.

terça-feira, setembro 26, 2017

Críticas nas redes sociais causam troca de tapas entre senador e militante do PT

Segundo o militante histórico, o Senador Paulo Rocha (PT-PA) bateu duas vezes no peito de Luis Cavalcante que reagiu.

Por Diógenes Brandão

Uma semana depois deste blog ter trazido à tona a denúncia de que uma van do IFPA havia sido usado de forma irregular no transporte de militantes do PT-PA, que participaram do Encontro de Mulheres do partido e elegeram a candidata indicada pelo senador Paulo Rocha (PT-PA), o partido resolveu anular o resultado do pleito. Agora, a principal secretaria ligada às setoriais do PT deve ficar sem titular e a delegação paraense ficará sub-representada no Encontro Nacional, previsto para ser realizado em Outubro. 

Para alguns decisão demorada se deu após a análise de dois recursos impetrados por grupos internos que se opõem ao grupo dirigido pelo senador Paulo Rocha e os deputados federais Beto Faro e Zé Geraldo, o chamado CNB, antes denominado de "campo majoritário". No entanto, o que se pode analisar é que a notícia correu longe e colocou em cheque a tentativa de abafar o caso, como o presidente estadual do partido tentou, chegando inclusive a ameaçar - implicitamente - de expulsão, aqueles que divulgassem o ocorrido nas redes sociais.

O ato gerou grande indignação no seio da militância. Filiados históricos cobraram de forma enfática a apuração e punição não de quem havia denunciado e criticava a fraude, mas sim quem a cometeu. Um desse foi Luis Cavalcante, ex-vereador de Ananindeua e ex-secretário de educação do governo Ana Júlia, que escreveu no seu perfil de uma rede social:


No último domingo, Luis Cavalcante encontrou-se com o senador Paulo Rocha durante os encontros setoriais, alguns deles esvaziados pela ausência de filiados e veja o que aconteceu:


Aqui, Cavalcante explica com detalhes o ocorrido.


Outro militante histórico, o ex-radialista e sindicalista Luiz Cunha também se manifestou:



quarta-feira, agosto 16, 2017

Senador petista é criticado e pode ser o próximo a levar "ovada" de manifestantes

Senador petista vem sendo bastante criticado por manifestantes, sobretudo do seu próprio partido.

Por Diógenes Brandão

A repercussão dos gritos do senador Paulo Rocha (PT-PA) contra manifestantes do Levante Popular da Juventude, por terem jogado ovos com lama em um deputado pró-temer no Pará, iniciou uma onda de protestos de militantes petistas contra aquele que é o presidente de honra do PT no Pará.

A indignação é tanta que há diversos internautas propondo que seja o próprio senador petista que mereça receber uma "ovada" pelo seu comportamento contrário ao escracho adotado por alguns segmentos, os quais protestam contra o governo Temer e seus ataques à classe trabalhadora. 

Para muitos, a postura do senador é vacilante e não é de agora. Há inclusive filiados do PT indicados por ele, até hoje em cargos de confiança (DAS) no alto escalão do governo Temer


Diante de diversas manifestações de descontentamento, o militante do PT na capital do Pará, Marcelo Bastos, publicou em seu blog uma carta onde ele pede desculpas pelo senador Paulo Rocha e diz que aguarda que o líder petista tome a iniciativa de assiná-la urgentemente, pois segundo ele "os inimigos não estão desse lado de cá e que ele (o senador petista) ainda pode ser bem-vindo à luta política dos explorados, pelo Fora Temer e contra todos os golpistas".

Leia a carta com o pedido de desculpas do senador Paulo Rocha, publicada no blog Dilacerado.

domingo, agosto 13, 2017

Senador criticou manifestantes que jogaram ovos em deputado pró-Temer, mas 'festejou' ovos jogados em Doria


Por Diógenes Brandão

Ao ler a publicação, Paulo Rocha recebe críticas por gritar com manifestantes que jogaram ovos com lama em deputado pró-Temer leitor do blog AS FALAS DA PÓLIS chama atenção para um fato curioso: Três dias antes do fato acontece em Marabá, o senador Paulo Rocha (PT-PA) havia publicado no Facebook, o vídeo do momento em que manifestantes jogaram ovos em João Dória (PSDB), na sua chegada à Câmara Municipal de Salvador, quando o prefeito, ACM Neto (DEM) o acompanhava para receber o título de cidadão soteropolitano, ofertado pelos vereadores da cidade.


Outros diálogos deste blogueiro com petistas que preferem não serem identificados, revelam que o fato de Paulo Rocha criticar a atitude dos manifestantes do Levante Popular da Juventude, por si só já revela o quanto o senador se encontra distante dos anseios da base social que sempre defendeu as candidaturas do PT e tende a fazer com que o partido perca cada vez mais apoio popular no Pará, estado governado pela legenda entre os anos de 2007/2010.

Paulo Rocha se apresenta como pré-candidato a governador pelo PT para as eleições de 2018.

Paulo Rocha recebe críticas por gritar com manifestantes que jogaram ovos com lama em deputado pró-Temer

Senador Paulo Rocha (PT-PA) bate boca e tira satisfação com manifestante logo após a 'chuva' de ovos.

Por Diógenes Brandão

Manifestantes do 'Levante Popular da Juventude de Marabá estão muito chateados com o senador Paulo Rocha (PT-PA). O motivo: O petista foi dar uma bronca nos manifestantes que jogaram ovos com lama no deputado federal Beto Salame (PP) que participava de uma audiência pública sobre desenvolvimento socioeconômico, realizada na Câmara Municipal de Marabá, na tarde desta sexta-feira (11). 

Assista o vídeo do exato instante em que ovos são jogados em direção aos parlamentares:


Segundo Igo Silva, um dos presentes no momento do fato e citado pelo senador, os manifestantes são em sua maioria estudantes de diversos cursos de graduação e mestrado da UNIFESSPA - Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará - sendo que quatro (04) deles foram presos, mas liberados logo em seguida.

Assista abaixo o discurso de Paulo Rocha logo depois da chuva de ovos:




Líder da juventude do PT na região, Igo conversou com o blog e se disse decepcionado com reação do senador petista. Em um grupo do Whatsapp, o jovem desabafou:

"A juventude da Unidade na Luta (grupo interno do PT, do qual o senador faz parte) deveria conversar melhor com o Paulo Rocha e atualizar ele sobre as atuais formas de resistência da juventude. Desde as ocupações, aos escrachos. Pq sinceramente oq vi ontem foi um político, defendendo seus companheiros políticos, não um companheiro de partido. 

Sou uma das referências da JPT (Juventude do PT) nessa região, mesmo com toda desgraça envolvendo o nome do PT, em todos os espaços que participo, me identifico enquanto militante e secretário da JPT Marabá, ontem mesmo não tendo quaisquer participação na atitude ousada do LPJ (Levante Popular da Juventude), ele veio pra cima da nossa juventude, deferindo palavras de baixo calão e sendo machista, com homossexuais e mulheres que estavam perto dos levantinos. 

O pior não foi as ofensas da hora da confusão, foi o que ocorreu após a nossa saída da Câmara. Pediu a minha expulsão do partido, me chamou de fascista e constrangeu o companheiro Luiz Carlos, que também estava na plenária. 

Cenas lamentáveis, que nem o Salame (deputado federal alvo do protesto) protagonizou. Será que ele faria isso, com jovens homens brancos do MBL?", indaga Igo ao conversar com o blog sobre o fato.

Assista o vídeo do momento em que os manifestantes do Levante Popular da Juventude foram peitados pelo senador Paulo Rocha (PT-PA), depois de jogarem ovo com lama em deputado pró-Temer, durante audiência pública em Marabá (PA).


A ativista digital e professora de jornalismo da UNAMA e do NAEA/UFPA, Ana Lúcia Prado,  questionou a postura do senador em uma postagem no Facebook e diversos outros formadores de opinião comentaram sua publicação criticando-o.



O blog Ver-o-Fato publicou uma matéria sobre o ocorrido. Leia:

  

Os estudantes atiraram ovos contra os políticos durante a audiência pública.

Um grupo de cerca de 12 estudantes universitários de Marabá protagonizou um fato inusitado que paralisou a audiência pública sobre desenvolvimento socioeconômico na Câmara Municipal de Marabá, ontem. Toda vez que o nome do deputado federal Beto Salame (PP-PA) era anunciado pela presidência da mesa que conduzia os trabalhos, o grupo se manifestava e o acusava de “apoiar um presidente golpista”.  Já quase no final da audiência, quando o próprio Beto foi usar a tribuna, os estudantes se posicionaram no fundo do Plenário e estenderam uma faixa gigante e praticamente se “esconderam” atrás dela. Ainda no início da fala do parlamentar, os jovens começaram a jogar ovos em direção à tribuna, e acabaram acertando diversas pessoas, entre vereadores e outros participantes da audiência, menos o próprio Salame.   

sábado, agosto 12, 2017

Airton Faleiro (PT) nega ter aprovado título de 'Cidadão Paraense' a João Doria


O deputado estadual e membro da mesa diretora da ALEPA, Airton Faleiro (PT-PA),  usou seu perfil no Facebook para negar que tenha assinado o projeto de lei que homenageia o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), com o título de Cidadão Paraense.

O jornal Diário do Pará do dia 07 de Julho afirma que o projeto foi aprovado de forma unânime pela mesa diretora da ALEPA - Assembleia Legislativa do Pará, onde Airton Faleiro é membro, junto com o presidente da casa, o deputado estadual Márcio Miranda (DEM), a Deputada Cilene Couto (PSDB) e os deputados Miro Sanova (PDT), Cássio Andrade (PSB), Fernando Coimbra (PSL) e o Soldado Tercio (PROS).


Segundo a jornalista Franssinete Florenzano, Doria vem à Belém pela terceira vez participar do círio de Nazaré e fazer uma palestra, provavelmente na FIEPA, no dia 06 de Outubro. 

Pelas redes sociais, diversos internautas prometem jogar ovos, peixe e até fezes, caso o prefeito apareça em público. Para o radialista Luiz Cunha, o protesto se justifica: "Pra alguém que acorda moradores de rua em São Paulo, com jatos de água fria, às cinco horas da manhã. Será justo conceder título de cidadão Paraense pra um canalha que manda os Guardas Civis Metropolitanos, confiscarem cobertores de moradores de rua, justo na madrugada mais fria da capital Paulista?".

segunda-feira, julho 24, 2017

Mantendo petistas no governo que chama de golpista, PT agora pode salvar Temer

Acordo entre o governo e o PT pode evitar a autorização de investigação contra Temer. 
Por Diógenes Brandão
Recentemente, o líder do PT na Câmara dos Deputados, Carlos Zarattini (SP), disse que o partido pode fechar acordo com o governo para dar quórum à votação da admissibilidade da denúncia contra o presidente da República. “É preciso acertar apenas 1 rito que permita a discussão, queremos 1 amplo debate em plenário”, disse o deputado. 
O recado foi interpretado como um sinal de desistência por parte do partido de tirar Temer do poder ainda esse ano. Sabendo que Temer tem apoio suficiente para barrar as investigações pelo STF, o PT prefere que ele sangre até as eleições de 2018, onde Lula pode ser eleito fazendo oposição frontal ao governo que se apropriou do poder via um golpe.
A inusitada ajuda que Michel Temer pode receber do PT para sobreviver na presidência é divulgada pela imprensa e se isso for verdade, o pedido de eleições diretas não passa de uma mentira mantida pelo PT para desgastar Temer.  
A estratégia pode ser inteligente e tomada como uma alternativa viável para um futuro próximo, já que o presente é trágico para o partido, que encolheu em sua representatividade em todo o país, mas continua forte e resistente, pois tem algo que nenhum outro tem: Uma militância disposta a ir pra guerra se for preciso.
Mas nem todos os petistas valem o que o partido prega. No Pará, por exemplo, o PT mantém filiados em cargos de confiança de órgãos federais comandados por indicados de Temer, tornando o discurso pelo #ForaTemer em mais uma grande mentira.
Quem ousa denunciar a fraude acaba sendo ameaçado de expulsão e até de processo criminal, mas isso a gente fala em outra oportunidade.

quinta-feira, julho 06, 2017

Petista diz que aprovou homenagem a Doria sem ler e que vai retirar apoio

Deputado petista disse que vai checar se assinou a homenagem e caso tenha feito, vai retirar a assinatura do PL que dá título de Cidadão do Pará ao prefeito João Doria (PSDB).

Por Diógenes Brandão

O deputado estadual Airton Faleiro disse que vai averiguar e caso tenha assinado, vai retirar sua assinatura do Projeto de Lei que visa oferecer o título de "Cidadão do Pará", ao prefeito de SP, João Doria, sem que haja qualquer outra explicação, que não seja a da bajulação mais vira-lata possível.

A reação do parlamentar foi uma resposta à postagem que repercutiu nas redes sociais e muitos petistas cobraram coerência do deputado petista, já que Dória foi responsável pela perda da principal prefeitura do PT no país e tornou-se desde então, pré-candidato do PSDB à presidência da república e um dos principais adversários de Lula.

Sem saber dizer que assinou ou não o pedido para agraciar o prefeito tucano com tal honraria, o deputado petista justificou: "É comum as assessorias de um parlamentar procurarem outro parlamentar, solicitando que subscreva um Projeto de Lei, para que este tenha o número mínimo de assinaturas, para dar entrada na mesa diretora. Quando se trata de indicação de homenageados, como a indicação é de iniciativa do parlamentar, nem sempre atentamos muito para quem está sendo indicado.

Mas em se tratando de tal indicação, se eu confirmar que subscrevo o Projeto, vou solicitar a retirada de meu nome. Não que isso altere a indicação, pois como disse anteriormente, não é de minha iniciativa e sim de um outro parlamentar, no entanto, se trata de uma personalidade que considero não merecer que um petista subscreva sua indicação", concluiu.

Logo em seguida, o advogado Ricardo Corrêa, disparou: "É o nível de políticos que temos na ALEPA. Deputado Airton Faleiro assina sem ler o que está assinando?

Leia abaixo a publicação que motivou a resposta do parlamentar petista e a reação de dezenas de internautas:

quinta-feira, junho 29, 2017

Acusado pelo MPE por um rombo de mais de 8 milhões na prefeitura de Belém, Stefani Henrique se diz vítima de calúnia

Stefani Henrique considera-se caluniado pelo fato deste blogueiro ter revelado os processos que ele responde na justiça e tenta me intimidar através de uma queixa-crime levada à justiça, onde ele alega ser vítima de mim, sendo que é Ministério Público que lhe acusa de desviar 8 milhões de reais da prefeitura de Belém. Eu tão somente noticiei os processos que são públicos.

Por Diógenes Brandão

Na tarde desta quinta-feira (29), fui surpreendido com a postagem de fotos de dois documentos com timbre da Justiça Paraense, espalhadas propositalmente em grupos de Whatsapp. Nelas, entre outras informações, a data de uma audiência preliminar para averiguação de uma queixa contra mim, prestada pelo nacional Stefani Henrique, que se diz vítima de perseguição por conta de um embate político iniciado por ele, por causa de divergências internas no PT e acirrada durante o último processo eleitoral.

Já tem algum tempo que venho alertando que sou alvo de retaliações por ter denunciado a manutenção de filiados do PT paraense em cargos de confiança no governo Temer, assim como os acordos inconfessáveis que parte da direção estadual do partido insiste em manter. Além disso, venho fazendo críticas aos desmandos no PT, às suas alianças desastrosas com partidos e empresários inescrupulosos e o distanciamento da direção partidária das bandeiras de lutas dos movimentos sociais e das causas dos trabalhadores.

Isso tem levado determinados dirigentes estaduais, sobretudo os da estirpe de Stefani, a me rotularem como "traidor" e "vendido", em uma tentativa vil de me desmoralizar, silenciar e até me afastar do partido que sempre defendeu a pluralidade de idéias e a liberdade de expressão de seus filiados.



Posicionando-se na condição de "vítima", Stefani me acusa de calúnia, mas a verdade é que o que será provado, em local e dia apropriado é que ele é quem vive me caluniando e me difamando e por isso, poderá sair da condição de vítima para a de condenado a me indenizar pelo que diz sobre mim.

Considero que essa ação nas redes sociais visa me atingir moral, profissional e politicamente e já se arrasta por um longo período e não parou nem mesmo depois que ele procurou a Delegacia de Crimes Virtuais para prestar queixa contra mim. Para tal, ao tomar uma medida de mais profundo cinismo, o ignóbil juntou publicações do meu blog e conversas em grupos fechados no Whatsapp para "provar" que sou eu e não ele o autor de inúmeras calúnias.  

Ao ser chamado a prestar depoimento sobre o caso, falei à servidora pública que fez o meu atendimento, que todas as evidências que demonstram de que eu nunca caluniei aquele que se diz empresário e se mantém como dirigente do PT no Pará eram a própria documentação que ele havia juntado na queixa que o mesmo apresentou. Se alguém disse algo contra ele, foi o Ministério Público e a Associação de torcedores do clube do Remo, que o acusou de falta de prestação de contas e de transparência, quando Stefani Henrique passou pela diretoria de marketing, indicado pela polêmica gestão do presidente Zeca Pirão. Cabe lembrar que o caso ganhou notoriedade e publicação de matérias na blogosfera e na imprensa local, como no jornal Diário do Pará.

O que escrevi no meu blog foi com tão somente com o objetivo de resgatar sobre os processos que Stefani Henrique responde na justiça e os problemas que ele protagonizou no PT e alguns locais por onde passou, entre eles, talvez o mais grave, tenha sido o que foi movido pelo Ministério Público do Estado, onde é denunciado como responsável de um rombo de mais de 8 milhões na SAAEB, autarquia da prefeitura de Belém que ele dirigiu anos atrás.

Ao ser perguntado se eu retiraria alguma das informações que publiquei, respondi que não, obviamente, por entender que estou exercendo o meu direito de livre expressão, além do exercício legal de noticiar fatos de interesse público, o que é garantido pela Constituição Brasileira, que por sua vez legitima a liberdade de imprensa, pois tudo que escrevo e publico são fatos incontestes e de interesse público e por eles estou disposto a ir onde for preciso para reafirmá-los, sobretudo perante a justiça.

TÁTICA LEVIANA

Cabe lembrar que não é a primeira vez que Stefani Henrique usa a internet para exibir e espalhar fotos de documentos, na tentativa de me expor e induzir que assim como ele, eu respondo por algo de errado. Mas quem não deve, não teme, já dizia o ditado popular.

Em 2016, sorrindo em um foto onde exibia um documento nas mãos, Stefani Henrique comemorou nas mídias sociais o fato de ter pedido a minha expulsão do PT. Como se isso fosse acontecer e acontecendo, seria um prêmio de consolação pra ele.

Mas o documento que ele ingressou no Diretório Estadual do PT-PA, nada mais passou de um pedido para que fosse instalada a Comissão de Ética do partido, afim de avaliar motivos risíveis expostos por ele, que diziam ser necessária a minha expulsão do PT. É claro que o documento foi desconsiderado de forma sumária pela direção do partido, mas Stefani segue com sua tentativa de imputar-me alguma punição por eu denunciar seus tropeços.

No momento em que vi a referida foto, resolvi dar divulgação da mesma e relatei um pouco do que acontecia no interior do partido, com as ameaças, ofensas e toda a perseguição do nacional, que já prestou pífios serviços na área de comunicação e planejamento para prefeituras, mandatos parlamentares e campanhas eleitorais do PT e do PMDB, principalmente e hoje age como se estivesse acima de tudo e de todos. A atitude do petista repercutiu nas redes sociais e blogs locais, tal como você pode ver aqui.

A reação das pessoas que conhecem bem a história política e profissional de Stefani Henrique foi imediata. Através de comentários que retratam bem a fama daquele que hoje tenta pousar de vítima, o pedido de expulsão foi sumariamente criticado por internautas de diversas matizes políticas.


Sem nem mesmo ter tido a preocupação de constituir advogado para o caso, aguardo a notificação da justiça para me manifestar de forma tranquila e serena, tal como tem sido o meu comportamento diante deste nacional, que nenhuma chance tem de tirar de mim, algum centavo, tal como confessou em grupos do whatsapp, onde espalhou e pediu para espalharem as imagens dos documentos judiciais, que logo em breve se voltarão contra ele e quem deverá arcar com indenização será o próprio.





terça-feira, junho 13, 2017

A polêmica de Miriam Leitão com os petistas. Quem está falando a verdade?

Sem nenhuma foto ou vídeo que comprove o fato, jornalista diz ter sido agredida verbalmente por petistas durante um vôo.

Por Diógenes Brandão

Sob o título "O ódio a bordo", a jornalista que é funcionária das empresas da Organização Roberto Marinho, Miriam Leitão diz ter sido vítima de violência verbal, segundo ela, durante um vôo da Avianca, saído de Brasília com destino ao Rio de Janeiro. 

O fato gerou muita polêmica na internet, depois que diversos outros jornalistas e blogueiros questionaram alguns trechos do relato da colega. Entre solidariedade e críticas, até a informação de um dos passageiros do vôo que afirmou que Miriam Leitão faltou com a verdade, muitos internautas acabaram deixando de lado outros fatos marcantes do início da semana, para debater o acontecido com a jornalista que escreve para o jornal O Globo e tem espaço como comentarista na TV Globo e na Globo News.

Estranho também é o fato da jornalista só publicar 10 dias após o vôo, a suposta agressão recebida. O presidente do do PT Carioca, Bob Calazans, também se manifestou sobre o ocorrido.

"Miriam Leitão falta com a verdade.Estive no voo de volta do 6º congresso do PT, com a delegação do Rio e de outros estados que iria fazer escala para outros estados. E sentei ao lado da jornalista na poltrona 15D e posso afirmar categoricamente: Ela faltou com a verdade na coluna dela do jornal.Acredito que ela tenha criado essa “Fanfic” por falta e matéria jornalística tendo em vista que a viagem já ocorreu há mais e 10 dias. Esse voo inclusive já tinha sido alvo de matérias da Revista Fórum, há mais de uma semana. Por ter sido filmado, a todo momento pelos comissários de Bordo e Policia Federal ter constrangido Militantes do PT. 

Um agente inclusive estava presente em todo o momento pois viajou conosco de terno e à paisana.Em momento nenhuma essa senhora foi xinga, ofendida e muito menos empurrada como falsamente afirma em sua coluna. O único membro da delegação do PT que se dirigiu a jornalista foi eu. Isso ocorreu quando a uma comissária segundo ela a pedido da PF, pediu para que a jornalista sentar na frente no voo, e eu a tranquilizei falando que não seria necessário. Me causa surpresa ela vir com essa versão agora. Não sou adepto a teorias de conspiração, mas tudo parece estranho, ela por coincidência ter pego um voo no fim do congresso do PT com mais de 100 Petistas", concluiu.

Em seu perfil no Facebook, o jornalista Leandro Fortes questiona o fato de não haver nenhuma prova de que Miriam Leitão tenha falado a verdade.


Já a jornalista e blogueira do Socialista MorenaCynara Menezes repreende aqueles que Miriam Leitão acusa de violentos.


O jornalista e blogueiro do Portal Fórum, Renato Rovai condena o escracho supostamente ocorrido e corrige uma informação dita por Miriam Leitão sobre a Globo.

Já no blog do Éden Valadares, a afirmação sem vacilos: "Quem semeia vento, sem erro, colhe tempestade". Vale a pena ler aqui.

Agora leia o artigo de Miriam Leitão e tire suas conclusões.

O ódio a bordo

Sofri um ataque de violência verbal por parte de delegados do PT dentro de um voo. Foram duas horas de gritos, xingamentos, palavras de ordem contra mim e contra a TV Globo. Não eram jovens militantes, eram homens e mulheres representantes partidários. Alguns já em seus 50 anos. Fui ameaçada, tive meu nome achincalhado e fui acusada de ter defendido posições que não defendo. 

Sábado, 3 de junho, o voo 6237 da Avianca, das 19h05, de Brasília para o Santos Dumont, estava no horário. O Congresso do PT em Brasília havia acabado naquela tarde e, por isso, eles estavam ainda vestidos com camisetas do encontro. Eu tinha ido a Brasília gravar o programa da Globonews.  

Antes de chegar ao portão, fui comprar água e ouvi gritos do outro lado. Olhei instintivamente e vi que um grupo me dirigia ofensas. O barulho parou em seguida, e achei que embarcariam em outro voo.

Fui uma das primeiras a entrar no avião e me sentei na 15C. Logo depois eles entraram e começaram as hostilidades antes mesmo de sentarem. Por coincidência, estavam todos, talvez uns 20, em cadeiras próximas de mim. Alguns à minha frente, outros do lado, outros atrás. Alguns mais silenciosos me dirigiram olhares de ódio ou risos debochados, outros lançavam ofensas.  “Terrorista, terrorista”, gritaram alguns.  

Pensei na ironia. Foi “terrorista” a palavra com que fui recebida em um quartel do Exército, aos 19 anos, durante minha prisão na ditadura. Tantas décadas depois, em plena democracia, a mesma palavra era lançada contra mim.  Uma comissária, a única mulher na tripulação, veio, abaixou-se e falou:  “O comandante te convida a sentar na frente”.  “Diga ao comandante que eu comprei a 15C e é aqui que eu vou ficar”, respondi.  

O avião já estava atrasado àquela altura. Os gritos, slogans, cantorias continuavam, diante de uma tripulação inerte, que nada fazia para restabelecer a ordem a bordo em respeito aos passageiros. Os petistas pareciam estar numa manifestação. Minutos depois, a aeromoça voltou:  “A Polícia Federal está mandando você ir para frente. Disse que se a senhora não for o avião não sai”.  “Diga à Polícia Federal que enfrentei a ditadura. Não tenho medo. De nada”.  Não vi ninguém da Polícia Federal. Se esteve lá, ficou na porta do avião e não andou pelo corredor, não chegou até a minha cadeira. 

Durante todo o voo, os delegados do PT me ofenderam, mostrando uma visão totalmente distorcida do meu trabalho. Certamente não o acompanham. Não sou inimiga do partido, não torci pela crise, alertei que ela ocorreria pelos erros que estavam sendo cometidos. Quando os governos do PT acertaram, fiz avaliações positivas e há vários registros disso.  

Durante o voo, foram muitas as ofensas, e, nos momentos de maior tensão, alguns levantavam o celular esperando a reação que eu não tive. Houve um gesto de tão baixo nível que prefiro nem relatar aqui. Calculavam que eu perderia o autocontrole. 

Não filmei porque isso seria visto como provocação. Permaneci em silêncio. Alguns, ao andarem no corredor, empurravam minha cadeira, entre outras grosserias. Ameaçaram atacar fisicamente a emissora, mostrando desconhecimento histórico mínimo: “quando eles mataram Getúlio o povo foi lá e quebrou a Globo”, berrou um deles. Ela foi fundada onze anos depois do suicídio de Vargas.  

O piloto nada disse ou fez para restabelecer a paz a bordo. Nem mesmo um pedido de silêncio pelo serviço de som. Ele é a autoridade dentro do avião, mas não a exerceu. A viagem transcorreu em clima de comício, e, em meio a refrões, pousamos no Santos Dumont. A Avianca não me deu - nem aos demais passageiros - qualquer explicação sobre sua inusitada leniência e flagrante desrespeito às regras de segurança em voo. Alguns dos delegados do PT estavam bem exaltados. Quando me levantei, um deles, no corredor, me apontou o dedo xingando em altos brados. Passei entre eles no saguão do aeroporto debaixo do coro ofensivo.  

Não acho que o PT é isso, mas repito que os protagonistas desse ataque de ódio eram profissionais do partido. Lula citou, mais de uma vez, meu nome em comícios ou reuniões partidárias. Como fez nesse último fim de semana. É um erro. Não devo ser alvo do partido, nem do seu líder. Sou apenas uma jornalista e continuarei fazendo meu trabalho.

quarta-feira, maio 24, 2017

Paulo Rocha chama tucanos de companheiros, diz que Aécio fez uma campanha brilhante e que o PSDB seja um partido sério

Sem citar até agora o teor das delações dos donos da Friboi, que revelaram um repasse de alguns milhões de reais para o PT paraense, quando ele foi o principal candidato pelo partido na chapa de Helder Barbalho (PMDB-PA), durante as eleições de 2014, o senador Paulo Rocha (PT-PA) fez o seu primeiro pronunciamento no senado, pós-escândalo da JBS, nesta segunda-feira (22). 

Chamando os políticos do PSDB de companheiros e dizendo que Aécio Neves (PSDB-MG) fez uma campanha brilhante em 2014, Paulo Rocha superou-se ao dizer que o PSDB é um partido sério. 

Além disso, o senador petista admitiu que o PT errou por fazer caixa 2, mas questiona em tom de mágoa, o fato dos tucanos considerarem que o dinheiro que foi para o PT seja sujo e o dinheiro que foi para o PSDB seja limpo.

Assista:
















segunda-feira, maio 22, 2017

Delatores: Se for contra Lula e o PT, tudo bem

A imprensa tenta inocentar Temer e incriminar o do dono da Friboi, que não é o filho do Lula.

Por Diógenes Brandão

A delação dos donos da JBS incendiou o país e colocou nua a hipocrisia e cumplicidade dos principais donos das empresas de imprensa no Brasil, tais como a Globo, BAND, Jovem Pan, UOL, entre outros portais de internet, jornais, revistas e emissoras de rádio e TV.  

A hipocrisia se dá por um motivo muito claro: As delações sempre foram comemoradas pela mídia e os delatores, colocados na condição de heróis da pátria, sobretudo quando elas atingiam os ex-presidentes Lula e Dilma, assim como outros petistas. 

Agora não. 

Reviram a vida dos empresários e questionam o acordo de leniência feito pelos procuradores do Ministério Público e os empresários corruptos donos da Friboi, que até outro dia era propagandeada como sendo do filho de Lula.   

Vale lembrar aos desavisados, que o que permitiu com que os empresários delatores, tivessem sua liberdade garantida, tal como confere a lei, foi a mesma coisa que Sérgio Moro fez com outros delatores na operação Lava Jato.  

Agora que os delatores resolveram denunciar criminosos como Michel Temer e Aécio Neves, a imprensa muda de opinião e os condena antes mesmo da justiça, que os deixou livres por conta do acordo feito para que eles abrissem o jogo de como funcionam as coisas entre as grandes empresas e os governos no Brasil.  

A cumplicidade da imprensa com a classe política que hoje tomou o poder através do impeachment da ex-presidente Dilma é tanta que não importa mais a denúncia e sim como ela foi feita. A ilegalidade alegada por Temer, do ato de ter sido gravado dando aval em pagamento de propina para manter Eduardo Cunha em silêncio na cadeia, afim de evitar com que ele entregue o chefe da quadrilha, faz com que jornalistas se contorçam nas mesas das emissoras de TV, afim de tentarem convencer a sociedade brasileira de que os delatores são os únicos bandidos neste filme que mal começou e já tem seu fim decretado com um final feliz para os protagonistas. Só que não.  

As investigações comandadas pela Polícia Federal, a pedido do Ministério Público Federal, avançaram para além do esperado por Temer e sua gangue. Agora ele desafia a justiça brasileira, ao dizer em entrevista para o jornal Folha de São Paulo: “Não vou sair, se quiserem me derrubem!”.

Mesmo assim, o Jornal Nacional continua querendo envolver o nome de Lula, mesmo quando o mesmo não é citado. Veja o exemplo, publicado por Lula em sua página no Facebook:


sexta-feira, abril 21, 2017

Troika do CNB: Eles querem rachar o PT?

Rochinha, Florisvaldo e Farina: CNB orienta tratar os adversários internos como inimigos do Partido.

Por Valter Pomar*, em seu blog e na Tribuna de Debates

Participei no dia 17 de abril de um debate sobre a reforma da previdência. 

Neste debate, um dos participantes afirmou que a reforma da previdência seria um "tiro no pé" do capitalismo brasileiro, pois estaria nos levando para um capitalismo sem consumidores. 

É uma tese sedutora, mas incorreta, sustentada na fantasia de um capitalismo harmônico, equilibrado, baseado na produção e venda de mercadorias a consumidores cujos salários provém das empresas produtoras das tais mercadorias.


A íntegra do texto assinado pela troika pode ser lida ao final destes comentários.

Qual a relação entre uma coisa e outra? 

Explico. 

Os três integram uma tendência chamada "Construindo um novo Brasil". 

Esta tendência é atualmente majoritária na direção nacional do PT. 

Logo, deveria ser a maior interessada no sucesso do Congresso do Partido. 

Sucesso que supõe enfrentar com o rigor do regimento as inúmeras denúncias de que teria havido fraudes na eleição partidária dia 9 de abril. 

Especialmente na situação política que estamos atravessando, não pode pairar nenhuma dúvida sobre a legalidade e a legitimidade do processo de eleição dos delegados e delegadas, bem como das direções e presidências partidárias.

Entretanto e contraditoriamente, em muitos dos estados em que há denúncias de fraude, tem prevalecido o desprezo olímpico pelas provas e evidências (por exemplo, cidades com 100% de participação e 99% de votos numa determinada chapa), a desatenção com os procedimentos e principalmente uma atitude burocrática e desatenta às consequências políticas disto tudo. 

Por exemplo, o risco de que o Congresso nacional seja contaminado pelo debate acerca das fraudes.

Frente a isto, a primeira reação é acreditar que alguns dirigentes da CNB estariam dando um tiro no pé, ou seja, estariam agindo contra seus próprios interesses.

Infelizmente, como no caso da reforma da previdência, esta é uma tese sedutora, mas errada. 

A leitura do texto da troika (que, curiosamente, é escrito na primeira pessoa) mostra que o que está ocorrendo é perfeitamente compatível com a concepção que os signatários -- e, portanto, de um setor da tendência hoje majoritária -- têm acerca da política e do Partido. 

Vamos aos pontos que revelam isto.

O texto comemora o "comparecimento de quase 300 mil filiados" e a realização de "encontros municipais em quase quatro mil municípios".

Na verdade, encontros não houve em lugar nenhum. Houve votação em urnas, algo bem diferente. Além disso, se é verdade que o comparecimento deve ser comemorado, também é verdade que foi o menor comparecimento relativo desde 2001.

O texto afirma, então, que "o jogo está só começando. Temos que ter a grandeza e deixar exigências pontuais de lado, pensar no Brasil que passa por um momento extremamente difícil e preservar a unidade da corrente CNB no partido, porque ela é a principal ferramenta para a assegurar e legitimar a democracia interna do PT".

Repito: "preservar a unidade da CNB no partido", porque ela é "a principal ferramenta para a assegurar e legitimar a democracia interna do PT".

Dito de outra maneira: o que é bom para a CNB é bom para o PT. 

Eis o porquê da atitude desassombrada e sobranceira frente às fraudes.

Eis o porquê, também, da confusão entre o Partido e a tendência, explícita na seguinte frase: "Peço aos dirigentes e delegados/as da CNB que se apressem em resolver pendências políticas que ficaram dos encontros municipais, para que a Secretaria Nacional de Organização possa concluir rapidamente os seus trabalhos".

Não é genial? Um artigo escrito ou pelo menos assinado pelo secretário nacional de organização do Partido, o companheiro Florisvaldo, deixa claro que para que a Sorg (uma instância do Partido) possa "concluir rapidamente os seus trabalhos", é preciso que a CNB (uma tendência) se apresse em resolver suas "pendências políticas".

O texto fala, também, que os dirigentes e militantes da CNB foram orientados a "procurar não errar para não dar munição àqueles que historicamente em todos os PED´s tentam ganhar no tapetão, se utilizando de usinas de recursos". 

Ao assinar este texto, o secretário nacional de organização destrói a legitimidade de sua atuação na Câmara de Recursos. 

Pois está clara qual sua posição sobre os recursos que porventura afetem a votação de chapas vinculadas a CNB: "Tapetão" e "Usina de recursos".

Mas o grande momento do texto da troika está ao final: "o momento é grave e exige paciência, tolerância e tomada de decisões firmes. O mundo externo tenta nos eliminar".

O mundo externo tenta nos eliminar???

Não é a classe dominante, o empresariado, a direita, a mídia, os coxinhas.

É o "mundo externo". O mundo!!!

Paranoias a parte, quem acredita nisto é levado a tratar, da mesma forma, o inimigo de classe e o adversário interno.

Por isto, as fraudes não são um tiro no pé. 

São consequência direta de uma orientação que trata os adversários internos como inimigos do Partido. Mesmo que o preço seja colocar em questão a legitimidade das instâncias e, no limite, rachar o Partido.

Já que a troika falou do "mundo externo", eu concluo citando Snoopy, que num quadrinho célebre afirmou: "desisti de tentar entender o mundo, agora ele que tente me entender".

Eu entendi a troika e até onde ela pretende chegar. E não gostei nada do que entendi. 

Espero que o restante da CNB discorde publicamente da troika, desautorize o fracionismo e garanta a unidade partidária.

*Valter Pomar é gráfico e historiador. Foi dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores e secretário-executivo do Foro de São Paulo entre 2005 e 2013. 



Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...