Por Diógenes Brandão
A campanha eleitoral para a escolha dos novos gestores da UEPA, termina nesta quinta-feira (06) e hoje mesmo saberemos quem será o futuro reitor e o vice-reitor eleito pela maioria. Muitas das coisas que acompanhei nos bastidores da disputa pela direção desta universidade, poderia ter dito antes, mas venho admitir que nesta reta final, não tenho mais o direito de esconder a realidade dos fatos que vivenciei.
Das três chapas inscritas, duas saíram do grupo político do atual reitor, o Profº Juarez. Eleito em 2013, sucedendo a ex-reitora Marília Brasil, eleita depois de um mandato como pro tempore, após o resultado eleitoral ter ido parar nas barras da justiça, o que teve a decisão da ex-governadora Ana Júlia, de não nomear o professor Silvio Gusmão, eleito com a maioria dos votos, e nem do segundo colocado, o professor Bira Rodrigues.
Com a casa mais ou menos arrumada, a gestão do atual reitor quase nada fez daquilo que prometeu, tendo ao seu lado o vice que agora tenta lhe suceder e terminam juntos a gestão, com uma rejeição que assemelha-se a de Michel Temer e Eduardo Cunha, tal como comenta-se pelos corredores da UEPA.
Para piorar, um racha interno, expôs os diferentes interesses existentes na composição imaginada por Juarez. A falta de consenso entre partidários do PT, PCdoB, PMDB e uma ala governista, que gira em torno do chefe da casa civil da governadoria, fizeram com que outra chapa surgisse, ficando então duas chapas da atual gestão em disputa visceral: A comandada por Rubens e a outra comanda por Cesar.
Rubens é arrogante, boçal e mente que nem se sente, mas está com a “caneta” ou como queira, com a “máquina” a seu favor e além da boa retórica, sabe usar o que tem em mãos, mesmo que desfavorecido pela empatia que nutre na maioria da comunidade universitária. Pessoas ligadas à sua chapa dizem serem apoiadas por assessores de Jatene, mas ninguém próximo ao governador confirma.
Cesar tem propostas frágeis e fez uma campanha como sendo de oposição, mas foi delatado por Rubens, logo no primeiro debate, tanto por ter feito parte do grupo que estava na formação da chapa da gestão, quanto por responder a um processo administrativo de quase meio milhão de reais, que segundo o próprio vice-reitor, deveriam ser usados no Ginásio de Educação Física, de onde licenciou-se do cargo de vice-diretor para poder concorrer à reitoria. A atual secretária de educação do estado, que concorreu à eleição passada e foi derrotada, seria a financiadora e madrinha da chapa.
Com essas fragilidades das duas chapas do atual reitor, diversas denúncias de mal uso dos recursos públicos que sumiram, deixan-do a UEPA com bibliotecas desatualizadas, sem laboratórios de pesquisas e bolsas de estudo sendo usadas de forma política, afim de atender interesses de partidos políticos e parlamentares, professores, estudantes e técnicos-administrativos construíram de forma independente, a chapa dos professores Augusto Carvalho e Altem Pontes, ambos sem filiação ou qualquer vínculo partidário, mas que souberam dialogar com os mais variados atores, afim de conquistarem aprovação de projetos, equipamentos e recursos para a UEPA, durante todos esses anos em que estão na universidade.
Voltados aos interesses acadêmicos, a chapa 10 representada por Augusto e Altem, diferencia-se das demais, não só pela forma democrática, ilibada e propositiva com que se apresenta, mostrando ser a mais preparada para os futuros desafios que se impõem já no presente da UEPA, mas sobretudo por trazer dois professores que conhecem profundamente a universidade que se propõem a administrar e com suas personalidades fortes e visão de futuro, mantiveram-se trabalhando em prol da coletividade, acreditando que esta precisa ter sua autonomia político-administrativa e distanciar-se de toda e qualquer força partidária, que por acaso venha tentar tirar proveito, para fins que não sejam lícitos e de benefício da comunidade acadêmica.
Mesmo com o devido respeito aos componentes das chapas 20 e 80, encabeçadas por Rubens e Cesar, que travam uma disputa visceral para permanecerem no poder institucional, ignorando os apelos de professores, técnicos e estudantes, que exigem melhorias na estrutura física e administrativa da UEPA, mas se deparam com uma mistura de diferentes matrizes partidárias, que giram em torno destas duas chapas, que como já foi dito, são oriundas do mesmo grupo político que há anos dirige a UEPA, mantendo a universidade sucateada, isolada e sem o diálogo propositivo com os poderes executivos (governo do estado e prefeituras), legislativos (ALEPA e câmaras de vereadores, onde estão os 15 campi) e do judiciário, já que a academia é formadora de agentes públicos e deve prestar serviços e oferecer produtos e colaboradores ao Estado como um todo.
Entre os diversos fatos que vivenciei nesta campanha, destaco:
A falta de pulso da Comissão Eleitoral para com as duas chapas da atual gestão, já que diversas atividades que foram proibidas no regimento eleitoral, acabaram sendo praticadas, como a fixação de material de propaganda no interior da universidade;
A abuso de poder econômico, da estrutura, de cargos e até de bolsas estudantis para beneficiarem com voto e apoio político de alunos e servidores;
O descaso com a estrutura física dos campi, como o da Escola de Educação Física que foi denunciado e noticiado pela imprensa paraense, envergonhando a instituição tal o abandono que atravessa e mesmo assim foi negado pelos atuais responsáveis pelo status quo;
A pressão e o assédio moral contra servidores temporários para que estes fizessem campanha de forma quase obrigatória em seus locais de trabalho e até nas redes sociais;
O uso de imagens de reuniões promovidas em salas de aulas, passando a ideia deturpada de que todos os apoiam;
O uso de perfis falsos na internet, bem como o patrocínio de postagens das redes sociais, o que a lei eleitoral restringe, assim como a tentativa de desqualificar apoiadores da chapa oposicionista;
E por fim, a luta dos professores Augusto, Altem e todos os demais docentes, estudantes e técnicos-administrativos que de forma voluntária deram todo o seu melhor para estarem juntos até o fim, acreditando que é possível reerguer a UEPA, com honestidade, austeridade, diálogo e democracia permanente. Assim como fizeram e continuarão fazendo, independente do resultado eleitoral, todos e todas desta chapa, estão convencidos da necessidade de transformar a Universidade do Estado do Pará, em uma das principais formadoras de mão de obra qualificadas em todos os 15 municípios onde está consolidada, expandindo seus cursos e formando novos profissionais para o mercado de trabalho, e acadêmicos para o ensino, a pesquisa e a extensão.
Por isso, venho a público declarar meu apoio à chapa 10, denominada “Renova UEPA” e conclamar a comunidade universitária uepiana, para que não se deixe enganar e reaja caso venha presenciar ou souber de alguma irregularidade e manobra que altere esse dia de votação, tal como acontece com as disputas onde certos partidos participam.
Clique no cartaz e visite a fanpage que foi a mais acessada, curtida e compartilhada nesta campanha e conheças as propostas de Augusto e Altem para renovar a UEPA.