Prosseguindo a série que prometi aqui, passemos a alguns novos comentários. Em primeiro lugar, em relação aos movimentos do governo (perdão, interregno) Jatene concertes ao campo eleitoral que começa a ser desenhado visando as eleições municipais de 1012. No que se refere à prefeitura de Belém, ao que parece, o governo vai fingir trabalhar com duas opções durante certo tempo, a “solução interna” (Zenaldo Coutinho, impulsionado pela Casa Civil) e a “solução externa” (Arnaldo Jordy, do PPS). Fingir porque, em termos práticos, ninguém trabalha duas candidaturas, para o mesmo cargo, ao mesmo tempo. A conveniência do “ fingimento” significa ganhar o tempo necessário para minar a candidatura Jordy, provavelmente com apoio do PMDB e do seu grupo de comunicação. Se funcionar, Zenaldo sai candidato. E não deve estranhar que Zenaldo seja chefe da Casa Civil. Alguns perguntam: Jatene vai cometer o mesmo erro que Ana Júlia cometeu? Bom, é que, aos olhos da direita, botar Cláudio Puty na Casa Civil foi uma estratégia que deu certo, e eles querem, inconfessamente, repetir… A conjuntura do primeiro semestre de 2012 vai levar à decisão sobre essa candidatura e sobre essa conjuntura pesam alguns fatores naturais: a pressão do PMDB em torno do seu próprio candidato, as relações do governo com com a prefeitura e o papel do prefeito Duciomar Costa (mais que seu partido).
Já no que se refere a Ananindeua, parece que se terá um confronto inconciliável do PSDB com o PMDB. A conciliação seria um acordo de espaço hoje imponderável. Do lado do governo, o deputado Manuel Pioneiro, e do lado do parceiro-adversário, a continuidade do poder da família Barbalho, que tem no município, hoje o segundo colégio eleitoral do estado e terceira maior cidade da Amazônia, seu espaço de poder mais pronunciado. O candidato do PMDB poderia, por exemplo, ser o deputado Chicão, que goza de total confiança dos Barbalho. Se compusesse uma chapa com o PR, do ex-vereador do município e, hoje, também deputado estadual, Eliel Faustino, teria um candidatura altamente competitiva. Ambos, afinal, tiveram o apoio do prefeito Helder Barbalho.
Por sua vez, a eleição para Santarém passará pelo vice-governador, Helenilson Pontes (PPS), que, ao que tudo indica terá um papel politico real, ao contrario do pitoresco Odair Corrêa, o vice de Ana Júlia. Helenilsson poderá ser candidato, mas isso não é certo. Mais provável é que se cacife, para pleitear, mais tarde, a deputação federal, por meio da operação simbólica de ungir o candidato do governo à prefeitura do munic’ipio. Isso equivale a escolher entre Alexandre Von (PSDB) e Lira Maia (DEM), muito mais provavelmente o primeiro. Mas Santarém é governada pelo PT. Apesar da avaliação pesada, hoje em dia, da prefeita Maria do Carmo, há a força do partido no munic’ipio e a força da máquina municipal. E do lado do PMDB, não sendo impossível uma dobradinha com o PT, há o nome, sempre lembrado, de Antonio Rocha.
Já Marabá está na mira de dois deputados estaduais – João Salame (PPS), Tião Miranda (PTB) – e de um federal, Asdrúbal Bentes (PMDB). Os dois ultimos deixaram as cadeiras para as quais foram eleitos para herdar secretarias no governo Jatene: Tião a secretaria de Obras Públicas e Asdrúbal a secretaria da Pesca. O PT tende a uma candidatura fraca, diante desses nomes. Fala-se na vereadora Toinha, apoiada pela deputada estadual Bernadetre Ten Caten. Mas o ponto vetorial da eleição é a posição que vai ocupar o atual prefeito, Maurino Magalhães (PR), que não pode se reeleger. O nome apoiado por ele receber’a um pouquinho mais que o impulso da máquina local.
Para Altamira, prevê-se mais um ponto de desequilíbrio entre PSDB e PMDB, o primeiro com a candidatura de Wandenkolk Gonçalves e o Segundo com a de Domingos Juvenil, pai do novo deputado estadual Ozório Juvenil, que assumiu a vaga deixada por Chicão Melo quando assumiu a secretaria de transportes do governo.