quinta-feira, dezembro 31, 2015

Homofobia e agressões na rua, TV e mídias sociais gera revolta e protesto


Por Diógenes Brandão

Dois dias após a tradicional festa da Marujada de Bragança, onde cerca de 300 mil pessoas participam da procissão em homenagem a São Benedito, padroeiro da cidade localizada no nordeste do Pará, uma denúncia de um caso de homofobia revoltou a população LGBT do município e sensibilizou diversas pessoas que passaram a comentar e postar nas redes sociais, suas opiniões a respeito do episódio.

Estudante do 3º ano, no curso de Biologia da UFRA, o jovem homossexual Hiago Lima, (20), procurou a delegacia de polícia na noite da última segunda-feira (28), para denunciar que foi agredido de forma brutal pelo empresário Gleidson Veras (32), que possui uma empresa de segurança patrimonial na cidade. No entanto, o delegado que estava de plantão com uma escrivã alegou que só estava atendendo "emergências" e o orientou a voltar no dia seguinte para registrar sua ocorrência, mas que antes procurasse o IML para fazer o exame de corpo delito, onde foi logo em seguida, mas também não conseguiu atendimento pela ausência da médica plantonista. Tudo ficou para o outro dia.

Em sua versão, Hiago disse ao blog AS FALAS DA PÓLIS, que estava retornando da festa de aniversário de um amigo, quando percebeu que poderia ser assaltado por um estranho que vinha em sua direção. Assustado, pulou para dentro de um prédio abandonado, procurando se esconder. Ao adentrar o local, percebeu logo em seguida a chegada de outra pessoa com uma lanterna e ao sair, deparou-se com seu agressor que vestido com roupas de sua empresa de segurança, o interrogou, assim como o outro homem que foi liberado ao alegar que estava ali para fazer um programa sexual com o jovem estudante, o que foi negado por ele, mas mesmo assim não o impediu de ser revistado por Gleidson que teria lhe obrigado à deitar-se no chão, onde levou golpes de cassetetes, ao mesmo tempo que era agredido verbalmente com termo como "viadinho" e sob a acusação de estar fazendo programa em uma área que seria vigiada pela empresa do acusado da agressão.

A notícia propagada pela TV e as mídias sociais levou as entidades estudantis e de LGBTs, como o Levante Popular da Juventude e o Movimento Juntos, a emitirem manifestos públicos e organizarem uma manifestação denominada: "Bragança contra a homofobia", na noite desta quarta-feira (30), quando cerca de 50 pessoas tomaram as ruas da cidade e foram para a frente da “TV Mania”, afiliada à Rede Record, onde até ontem trabalhava o repórter Jorge Silva, mais conhecido como "foca".

Foca teria sido demitido pela emissora de tv, logo após a direção da empresa ter tomado conhecimento das acusações de sua participação na abordagem violenta e discriminatória, mas mais ainda pelo fato de ter sido acusado de gravar o ocorrido e divulgado na emissora local, uma matéria que favorecia o agressor e culpava a vítima. Segundo o agredido, "Foca" e Gleidson são sempre vistos juntos, no veículo da empresa de segurança, já que o repórter não tem automóvel para fazer suas matérias. Uma das suspeitas é que a parceria se deva pela relação empresarial e de propaganda da empresa de segurança, somada à uma possível promoção política do empresário.

Para Hiago, o papel de "foca" teria sido de gravar a agressão promovida e tentar jogar a opinião pública contra ele, contando com o apoio de outro funcionário da TV, o editor de imagens Jairo Reis, que fez comentários em um grupo de uma mídia social, acusando o homossexual de estar realmente praticando sexo com um suposto pescador, no interior do prédio abandonado e isso justificaria que levasse uma surra de cacete. Até o fechamento desta matéria, Jairo ainda não havia sido demito da emissora, tal como aconteceu com seu colega, o "Foca".



Assim como os funcionários da tv local, o acusado de ter sido autor das agressões contra Hiago é também apontado como difusor de conteúdos homofóbicos nas mídias sociais e de agredir verbalmente outros homossexuais em seus momentos de lazer ou de trabalho. Segundo se pode apurar, em seu perfil de uma rede social, Gleidson sempre publica e compartilha postagens com declarações políticas de apoio ao delegado Eder Mauro, deputado federal pelo Pará que integra a chamada bancada BBB (do boi, da bala e da bíblia), a qual condena de forma sistemática muitos dos comportamentos de minorias, como os homossexuais e pregam uma pauta conservadora e reacionária contra esse público no Congresso Nacional. 



A OUTRA VERSÃO

Através de contato telefônico, feito na manhã desta quinta-feira (31), o blog ouviu a versão do empresário Gleidson Veras, que disse que está sendo acusado de uma mentira contada de forma injusta e caluniosa, estando portanto preparando sua defesa para cobrar reparação de danos pela divulgação de seu nome e de sua empresa, no fato que alega ter sido totalmente ao contrário do que foi divulgado, após o relato da suposta vítima de agressão.

Segundo Gleidson, na noite  do ocorrido, ao sair para a verificação de uma área coberta pela segurança de sua empresa, deu carona para o repórter da "TV Mania", afiliada da Rede Record em Bragança e notou um movimento suspeito em um prédio em construção. Ao abordar um homem que teria alegado ser pescador e que estava ali para fazer um programa sexual com Hiago Lima, que surgiu logo depois constrangido com a presença de um repórter, com sua câmera nas mãos gravando a abordagem. A partir disso, o jovem passou a dizer em tom de ameaça que não deveria ser filmado e que, caso o repórter o gravasse, "as coisas não iriam ficar assim". A conclusão do empresário é de que o jovem estudante não queria ser exposto e por isso, segundo ele, "criou todo esse circo". 

Ao falar sobre as diversas postagens "printadas" de suas redes sociais, Gleidson diz que é uma perseguição que se dá por ele apenas ter reproduzido fatos de abrangência nacional, negando a autoria e se colocando apenas como alguém que compartilhou o conteúdo de outrem. O acusado diz também, que tanto ele, quanto seu amigo na TV possuem muitos amigos gays e até alguns funcionários e por isso as acusações de que são homofóbicos não se justifica. Além disso, o empresário nega qualquer tipo de agressão e disse que só estava cumprindo seu papel na segurança dos locais onde é contratado para monitorar.

O QUE É A HOMOFOBIA?

Segundo Maria Berenice Dias, Presidenta da Comissão da Diversidade Sexual do Conselho Federal da OAB, a homofobia compreende qualquer ato ou manifestação de ódio ou rejeição a homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Apesar de a palavra homofobia albergar todos esses segmentos, novas expressões, como lésbofobia, bifobia e transfobia, surgem para dar ainda mais visibilidade à intolerância em todos os seus matizes. Mesmo que sejam termos novos, definem velhas posturas, pois se chega a invocar a Bíblia na tentativa de absolver atitudes discriminatórias. Nada mais do que a busca de justificativas para o injustificável: preservar o “direito” de externar ódio contra alguém sem correr o risco de ser punido. 

Por um ano cheio de vitórias!



Um agência de comunicação digital que sabe como expressar a ansiedade pela campanha eleitoral, que já começa a partir de amanhã. 

Vem aí um ano de fortes emoções! Você já está preparado

quarta-feira, dezembro 30, 2015

Delator afirma que diretor de empresa levou R$ 300 mil a Aécio



Na Folha

Em delação premiada homologada pelo STF, Carlos Alexandre de Souza Rocha, entregador de dinheiro do doleiro Alberto Youssef, afirmou que levou R$ 300 mil no segundo semestre de 2013 a um diretor da UTC Engenharia no Rio de Janeiro, que lhe disse que a soma iria ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Rocha, conhecido como Ceará, diz que conheceu Youssef em 2000 e, a partir de 2008, passou a fazer entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos.

Ele disse que fez em 2013 "umas quatro entregas de dinheiro" a um diretor da UTC chamado Miranda, no Rio.

Também em depoimento, o diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, confirmou que o diretor comercial da empreiteira no Rio chamava-se Antonio Carlos D'Agosto Miranda e que "guardava e entregava valores em dinheiro a pedido" dele ou de Ricardo Pessoa, dono da UTC.

Nem Pessoa, também delator na Lava Jato, nem Santana mencionaram repasses a Aécio em seus depoimentos. A assessoria do senador chamou a citação de Rocha de "absurda" (leia abaixo).

Em uma das entregas, que teria ocorrido entre setembro e outubro daquele ano, Rocha disse que Miranda "estava bastante ansioso" pelos R$ 300 mil. Rocha afirmou ter estranhado a ansiedade de Miranda e indagou o motivo.

O diretor teria reclamado que "não aguentava mais a pessoa" lhe "cobrando tanto". Rocha disse que perguntou quem seria, e Miranda teria respondido "Aécio Neves", sempre segundo o depoimento do delator.

"E o Aécio Neves não é da oposição?", teria dito Rocha. O diretor da UTC teria respondido, na versão do delator: "Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, [...] todo mundo".

O comitê da campanha presidencial do tucano em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC em doações declaradas à Justiça. A campanha de Dilma recebeu R$ 7,5 milhões.

Rocha disse ter manifestado estranheza sobre o local da entrega ser o Rio de Janeiro, já que Aécio "mora em Minas". Miranda teria respondido que o político "tem um apartamento" e "vive muito no Rio de Janeiro".

O delator disse que não presenciou a entrega do dinheiro ao senador e que ficou "surpreso" com a citação.

Trecho do depoimento de Carlos Rocha, funcionário do doleiro Alberto Youssef

Rocha prestou o depoimento em 1º de julho. Em 4 de agosto, foi a vez de Santana também dar declarações.

Embora tenha dito que Miranda não tinha "nenhuma participação no levantamento do dinheiro para formar o caixa dois" da construtora UTC, Santana observou que "pode ter acontecido algum episódio em que o declarante ou Pessoa informaram a Miranda quem seriam os destinatários finais da entrega".

OUTRO LADO

A assessoria de Aécio Neves disse que considera "absurda e irresponsável" a citação a seu nome, "sem nenhum tipo de comprovação".

"Trata-se de mais uma falsa denúncia com o claro objetivo de tentar constranger o PSDB, confundir a opinião pública e desviar o foco das investigações". A assessoria cita o fato de que Ricardo Pessoa, dono da UTC, não incluiu Aécio na lista de quem recebeu recursos da empresa no esquema da Petrobras.

"A falsidade da acusação pode ser constatada também pela total ausência de lógica: o senador não exerce influência nas empresas do governo federal com as quais a empresa atuava e não era sequer candidato à época mencionada. O senador não conhece a pessoa mencionada e de todas as eleições de que participou, a única campanha que recebeu doação eleitoral da UTC foi a de 2014, através do Comitê Financeiro do PSDB", diz a nota.

Procurada, a UTC disse que "a acusação não tem fundamento".

segunda-feira, dezembro 28, 2015

Jornalista revela susposto assassinato do deputado Eder Mauro


Réu no STF pelo crime de tortura, o deputado paraense integrante da chamada "bancada da bala", chama a atenção do Brasil pela forma agressiva com que age no Congresso Nacional. No Estado do Pará,  onde foi eleito com cerca de 250 mil votos, o parlamentar é conhecido como "matador de pobre" e teria se candidatado para obter foro privilegiado em seu processo criminal. 

Por Luiz Gustavo Padrão*, no Facebook.


Se eu não tiver parado de defecar pela boca, fico feliz por ter parado de oferecer, gratuitamente, meu bolo fecal à sociedade.

Após 3 anos de abandono, a lembrança me emocionou de forma paradoxal. O amor que tive pela profissão e a decepção que tento esquecer.

Lembro o episódio que me fez perder o tesão pelo jornalismo e se tornar determinante para abandoná-lo. Julho de 2012, eu retornava à reportagem de TV, depois de um ano e meio afastado. Na primeira semana fui cobrir uma reportagem em Benfica, Região Metropolitana de Belém. 

Tratava-se da execução de um ajudante de pedreiro, apontado pela "elite" da Polícia Civil paraense como suspeito de envolvimento com o tráfico. A população estava revoltada com o assassinato (execução sumária) do rapaz e chegou a bloquear parte da BR-316, como forma de protesto.

Cheguei ao local e colhi depoimentos de moradores e parentes da vítima. Todos (unanimidade de cerca de 200 moradores) disseram que o rapaz nunca foi envolvido com o tráfico e que foi executado por engano e de forma covarde. 

Um dos moradores me passou um vídeo que mostrava policiais saindo de dentro do terreno onde ocorreu a morte momentos depois da execução. Entre os policiais estava o delegado Eder Mauro, chefe do grupo de polícia metropolitana (GPM) e famoso pelo número de traficantes mortos em suas operações policiais.

Ele foi apontado pelos moradores como o executor da vítima. Após colher os depoimentos, fui a delegacia para ouvir o outro lado, como mandam os melhores e piores manuais de jornalismo. O delegado Eder Mauro não quis falar sobre o caso. Escrevi a matéria e fui para TV no início da madrugada. 

Deixei todas as sugestões de imagens e de construção da matéria para a edição. No dia seguinte, na hora do almoço, aguardava a veiculação da reportagem no jornal mais importante da casa. A matéria não foi ao ar.

Liguei para chefia de reportagem para perguntar o que tinha acontecido. A chefe de reportagem não soube dar uma resposta concreta. Primeiro disse que havia ocorrido um problema com a fita onde estavam as imagens brutas. Eu não aceitei a resposta porque sabia que havia deixado a fita em perfeitas condições. Na mesma hora fui à TV para saber o que tinha acontecido de fato. 

Quando cheguei na redação, a mesma chefe de reportagem disse que a matéria não tinha sido aprovada pela direção geral da emissora pelo fato da Polícia ser "nossa parceira" (palavras da direção reproduzidas pela chefia).

A "parceria" fez com que a matéria nunca fosse veiculada. Eu recebi inúmeras ligações dos moradores, nas quais era chamado de vendido, antiético e parceiro de policial assassino. A história do rapaz foi para estática de assassinatos por conflitos armados entre policiais e "traficantes". Eu abandonei o jornalismo meses depois, após ser eleito pela direção como um dos premiados com a demissão coletiva, promovida em dezembro do mesmo ano. Parei de ler e ver jornais.

Ainda assim, assisti a vitória do mesmo policial envolvido no caso. Não na justiça, mas nas urnas. Se tornou "nosso representante" no Congresso Nacional, após ser o candidato mais votado, escolhido por mais de 250 mil eleitores. Nós, jornalistas, temos responsabilidade por isso. Nós o colocamos lá. Nós que aceitamos aquilo que nos é imposto pela mídia, ou, no caso, que nós impomos por meio da mídia.

Acredito, cada vez mais, que a maioria da prática jornalística, no mundo e no Brasil, não está exercendo sua função social, abandonando, consciente ou inconscientemente, a sua essência. Estamos prestando um desserviço à sociedade. Não estamos levando informação que provoque a reflexão e o estímulo à construção de uma sociedade de fato. Estamos enfiando goela abaixo um produto indigesto, engolido e reproduzido como excremento.

Fica a esperança de assistir a mudança jornalística e social um dia. Tento fazer minha parte em outras áreas, sempre atento ao perigo de oferecer excrementos. Temos sempre algo muito mais palatável e saudável a dar.


*Luiz Gustavo Padrão é jornalista, atuou como assessor de Imprensa no Ministério Público Federal e na TV Record de Belém. Hoje mora no Rio de Janeiro.

quinta-feira, dezembro 24, 2015

Bancada BBB estuda projeto para impedir o natal


Por Diógenes Brandão. (Em estado de ironia natalina).

Na última sessão do Congresso Nacional, antes das festas de fim de ano, os deputados federais que compõe a chamada bancada da Bíblia, do boi e da bala estariam comentando nos bastidores da Câmara dos Deputados, que planejam criar um projeto de lei acabando com a comemoração do natal no Brasil.

Para Eder Mauro, o natal mantém as crianças na vagabundagem, pois ao invés de trabalharem, esperam pelos presentes do Papai Noel, que segundo ele, pode ser um traficante disfarçado para vender drogas através dos supostos presentes. "As meias com os pedidos, podem ser o dinheiro que paga a droga deixada pelo coroa barbudo, disparou o deputado que é delegado em seu Estado.

Já Marcos Feliciano diz que as renas do trenó do velhinho barbudo fazem apologia ao estilo de vida gay. " A mensagem subliminar deste velho que não tem mulher e nem filhos, induz muitos jovens à viadagem", concluiu o deputado que também é pastor evangélico.

Jair Bolsonaro vai mais além de diz que Papai Noel é um velho comunista sósia de Karl Marx, que se veste com uma roupa fazendo alusão ao comunismo e sai pelo mundo propagandeando conceitos do socialismo utópico, onde mesmo sem dinheiro, as pessoas recebem bens de consumo. "Quem financia estes presentes?, indaga o deputado em tom de suspeita.

terça-feira, dezembro 22, 2015

Acordo livra multinacional que pagou propina aos governos do PSDB

Corrupção passou pelo governo de José Serra (à esquerda) e Geraldo Alckmin (à direita). Campanha de Aécio Neves (Centro) pode ter recebido parte da propina milionária. Processo segue em segredo de justiça.
Por Diógenes Brandão

Com o tímido título Alstom vai pagar R$ 60 mi para se livrar de processo sobre propina, a matéria publicada no jornal Folha de São Paulo, escondeu o nome do partido, que tem como ícones nacionais, os senadores Aécio Neves, José Serra e do governador de SP, Geraldo Alckmin, o qual exerce o 5º governo do PSDB, totalizando 21 anos deste grupo político no poder do mais rico e populoso estado brasileiro. 

A malandragem foi em 1998, ainda no primeiro governo de Mário Covas, que iniciou a "ditadura" (?) tucana em SP e só foi revelada em 2008 pelo jornal americano "Wall Street Journal". Segundo o processo, que corre em segredo desde então, a multinacional francesa foi acusada de pagar 17% de propina para os tucanos e assim garantir a vitória na licitação de um contrato de 317 milhões, pelo fornecimento de energia. 

A empresa é acusada ainda de operar outro método de corrupção com o PSDB, só que de forma mais sofisticada, através do cartel com outras empresas, entre elas, a Siemens. Nesta operação, as empresas teriam feito pagamentos de propina a altos funcionários e autoridades públicas de São Paulo para operar contratos com a CPTM e no Metrô paulista. O escândalo ficou conhecido como "trensalão".

Os pagamentos teriam começado em 1997, e atravessaram os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo AlckminSó neste escândalo, guardado nas gavetas da justiça paulistana, as estimativas apontam que o prejuízo com o cartel chegue a R$ 1 bilhão

MENSALÃO TUCANO FOI COMPROVADO

Na semana passada, o Brasil soube da condenação há 20 anos de prisão do ex-governador de Minas Gerais e x-presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo. O tucano foi condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro) devido ao seu envolvimento no esquema que ficou conhecido como mensalão tucano, envolvendo desvio de dinheiro de estatais mineiras para sua campanha à reeleição ao governo de Minas em 1998. 

segunda-feira, dezembro 21, 2015

Pouca gente entendeu, mas Fachin denunciou o golpe



Por Luiz Afonso Alencastre Escosteguy, via Escosteguy 


O Ministro Luiz Edson Fachin tem sido duramente criticado por seu recente voto no caso do impeachment.

Pouca atenção, no entanto, tem sido dada ao seguinte trecho do seu voto:


Eis, nas palavras de Fachin, o significado da palavra golpe, tão recusada pelos defensores do impeachment. Alegar, como tem sido feito, que o impeachment é um instituto constitucional é mero subterfúgio para não assumir a clareza dos fatos: o impeachment não prescinde da subsunção ao tipo jurídico do crime de responsabilidade. Ou o crime está tipificado na lei (“previsto em lei específica”) ou não é crime.

E quando se tenta tirar um presidente sem crime tipificado, não há semântica que resista: é, sim, golpe.

E repito o Ministro: “Se assim não fosse, o processamento e o julgamento teriam contornos exclusivamente políticos e, do ponto de vista prático, equivaleria à moção de desconfiança que, embora tenha sua relevância própria no seio ‘parlamentarista’, não se conforma com o modelo presidencialista”.

O resto não passa do exercício do direito constitucional ao mimimi…

Dilma enfrenta oposição, STF se posiciona e Cunha caminha para prisão

Junto com a maioria dos ministros da Suprema Corte do Brasil, o ministro Edson Fachin derrubou todas as ações da oposição, dando um banho de água fria na tentativa de Cunha, em facilitar o golpe, que os adversários de Dilma passaram o ano tentando legitimar.
Por Diógenes Brandão

O final de 2015 trouxe uma reviravolta na política brasileira. Após ser reeleita no final de 2014, Dilma manteve-se sob ataque pesado, tanto por parte dos barões da mídia, quanto pelos partidos de oposição, comandados pelo PSDB de Aécio Neves, que não aceitou a derrota nas urnas e manteve-se no palanque, gritando aos quatro ventos que o governo não poderia assumir e muito menos continuar.

É evidente que a imprensa brasileira ajudou a ecoar a mensagem de que a sobrevivência dos partidos da oposição estava ameaçada, caso Dilma fizesse um bom governo e repassasse a faixa presidencial para Lula, em 2018. Ter que aguentar 20 anos do governo com um nome do PT, tornou-se um pesadelo para muitos daqueles que não já não aguentam mais a recusa nas urnas.

Com a crise internacional, somada aos erros na política econômica e obrigado a operar medidas impopulares, o governo federal passou a receber críticas de centrais sindicais e movimentos sociais de diversos segmentos, mas não a ponto de derrubá-lo. O povo passou a querer mudanças na economia e no ajuste fiscal de Dilma, mas não a troca dela, que foi eleita pelo voto da maioria. 

No entanto, as ruas se encheram de pessoas convocadas pelo espírito da mudança que a imprensa incentiva noite e dia, sem explicar quem assume caso Dilma saia, ou pelo impeachment ou a simples renúncia, que a presidente já disse que não fará. 

Além das medidas impopulares, a acusação de que Dilma teria cometido um estelionato eleitoral levou Lula a admitir que o governo de sua sucessora errou, ainda durante a campanha ou depois dela.

"Tivemos um grande problema político, sobretudo na nossa base, quando tomamos atitude de fazer o ajuste que era necessário fazer. Ganhamos as eleições com um discurso e, depois, tivemos que mudar o discurso e fazer o que dizíamos que não íamos fazer. Isso é fato conhecido pela nossa querida presidente Dilma Rousseff.", afirmou Lula, durante um evento no mês de Outubro, em Teresinha-PI.

Com erros na escolha de sua nova equipe, principalmente na área da articulação política, com apenas um mês do seu segundo mandato de presidente, Dilma assistiu sua base de apoio ser vencida pela ala oposicionista do PMDB, que somou-se a oposição liderada pelo PSDB e levou os votos necessários na Câmara dos Deputados e Eduardo Cunha elegeu-se presidente da casa, com ampla maioria dos votos parlamentares. Renan Calheiros foi eleito presidente do Senado e o PMDB que já tinha o vice-presidente e maioria do Congresso Nacional, passou a ser o partido mais poderoso do país.

Com diversos pedidos de impeachment nas mãos de Cunha e tanto poder, o PMDB passou de 6 para 7 ministérios, ocupando pastas importantes, mas que não foram suficientes para sanar a volúpia do aliado do PT, desde que Lula foi eleito presidente do país, há 13 anos atrás.

Na cabeça de muitos jornalistas, por mais que obscena, a trama que a mídia insiste em não nomear de golpista, tratava para uma transição de poder do PT para o PMDB, com a concordância do PSDB e demais partidos da oposição, até que o Ministério Público da Suíça enviou para o Brasil, a valiosa e histórica informação de que o presidente da Câmara dos Deputados possui contas bancárias milionárias naquele país. Cabe lembrar que Cunha negou que possuísse qualquer conta fora do Brasil, e disse isso em uma sessão da CPI da Petrobras, onde já havia sido delatado por um dos réus da operação lava jato de ser beneficiado com o recebimento de propina em contratos fraudulentos.

De posse desta confirmação, o chefe do Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra Eduardo Cunha e logo em seguida, a Câmara dos Deputados instalou sua Comissão de Ética para apurar e julgar se o presidente mentiu ou não, o que é considerado decoro. 

Acuado ao saber que sua chantagem de aceitar o pedido Impeachment havia sido rejeitada pelos deputados do PT e pelo governo, Eduardo Cunha resolveu retaliar e cumpriu a promessa e deu início ao processo de afastamento da presidente. Em paralelo, Cunha fazia com que sua "tropa" de deputados conseguisse protelar o seguimento da Comissão de Ética e teve êxito por 6 reuniões seguidas. 

No entanto, com um atraso de vários meses, a Polícia Federal deflagou a operação "Catilinárias" que deu o baculejo na casa de Eduardo Cunha, dois ministros e várias pessoas ligadas ao PMDB, onde foram recolhidos documentos e objetos para dar prosseguimento nas investigações da operação Lava Jato. No mesmo dia, a Comissão de Ética conseguiu aprovar a continuidade do processo, que pode derrubar Cunha da presidência da câmara e cassar seu mandato como deputado, tornando inelegível por 8 anoso, o que o lhe tira a imunidade parlamentar e o deixa vulnerável, podendo acabar preso, diante de tantas provas e evidências de seu envolvimento em esquemas de corrupção que se avolumam a cada semana que se passa.

Diante disso e conforme já foi dito aqui, a semana foi dura para a direita e demais partidos da oposição brasileira, que assistiram as manifestações em prol do impeachment, realizadas no penúltimo domingo (13), transformarem-se em um verdadeiro fiasco, perto da demais que aconteceram no decorrer do ano. Ao contrário destas, as manifestações contra o impeachment, realizadas pelas ruas do país, na última quarta-feira (16), foram as mais volumosas e participativas do período e superiores, em capitais como São Paulo e Belém.

Em sua última cartada, Eduardo Cunha ainda conseguiu manobrar e garantir uma vitória da oposição na câmara, com a criação de uma comissão avulsa para analisar o pedido de impeachment, ao contrário do que diz a constituição, que obriga que a comissão de deputados que decide sobre o impedimento do chefe da União, seja formada pelos líderes de todos os partidos, mas o STF atendeu a uma reclamação do PCdoB que pedia votação aberta na apresentação da chapa avulsa e junto com a maioria dos ministros da Suprema Corte do Brasil, o ministro Edson Fachin derrubou todas as ações da oposição, dando um banho de água fria na tentativa de Cunha em facilitar o golpe, que os adversários de Dilma passaram o ano tentando legitimar.

O ano ainda não terminou e aqueles que comemoram uma certa reação de Dilma tem motivos para alegrarem-se, tal como aconteceu, onde percebeu-se a retomada do entusiasmo de muitos que passaram meses assombrados pelo pessimismo de verem bomba atrás de bomba sobre o governo. No entanto, é prudente não relaxar, pois os atores que iniciaram todo esse processo, ainda estão vivos e aptos a substituir Cunha e todos que são estão na tarefa de atrapalhar o Brasil.

DATAFOLHA: Dilma se recupera, Lula lidera rejeição e Aécio a sucessão



O Palácio do Planalto avalia que a ligeira melhora nos índices de aprovação da presidente Dilma Rousseff revelados em pesquisa do Datafolha é resultado da estratégia de dar maior exposição à petista.

"O Datafolha mostra que o governo ainda tem um caminho muito longo a percorrer mas que também existe abertura na sociedade para que a gente possa defender nossas ideias", disse o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva. "É nítido que a melhora tem ligação com o fato de a presidente ter entrado diretamente no debate", completou o ministro.

Segundo o Datafolha, o número de pessoas que consideram o governo Dilma ruim ou péssimo é de 65%. Em agosto este número chegou a 71%. Já aqueles que avaliam o governo Dilma bom ou ótimo é de 12%. Este índice chegou a ser de apenas 8% em agosto e 10% em novembro. Na cúpula do PT, o resultado foi recebido com cautela. "Está tudo dentro da normalidade. A pesquisa reflete uma percepção ainda leve das pessoas de que a substituição do governo não é o caminho para sairmos desta situação", disse o presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, Emidio de Souza.

Petistas avaliam que com a intensificação do debate sobre o impeachment, parte da população tem assimilado melhor a versão do governo. "A população começa a ter uma visão melhor do governo Dilma ao mesmo tempo em que vai afastando a ideia de impeachment", avaliou o vice-líder do governo na Câmara, Paulo Teixeira (PT-SP), integrante do diretório nacional do PT.

De acordo com o levantamento, 65% dos brasileiros querem o impeachment de Dilma contra 30% que defendem a manutenção do mandato da petista.

A pesquisa mostra ainda que 53% dos entrevistados consideram o Congresso Nacional ruim ou péssimo e apenas 8% avaliam o Legislativo como bom ou ótimo.

Para 82% dos consultados pelo Datafolha, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deveria ter o mandato cassado enquanto 8% acham que ele deve ser mantido no posto.

Segundo o Datafolha, 58% dos entrevistados avaliam que o vice-presidente, Michel Temer, seria pior ou igual a Dilma, caso venha a assumir o governo, e 30% acreditam que o vice faria uma administração melhor do que a da petista.

Faltando dois anos e meio para o início da disputa pela sucessão de Dilma, o Datafolha aponta o senador Aécio Neves (PSDB-MG) como favorito. O tucano teria 26% ou 27%, conforme o cenário, contra 20% de Lula, 19% de Marina Silva (Rede), 6% de Ciro Gomes (PDT). 4% de Jair Bolsonaro (PP), 2% de Luciana Genro (PSOL) e 1% de Eduardo Paes (PMDB) e Eduardo Jorge (PV).

Nos cenários em que Aécio é substituído pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, Marina lidera com 24%, Lula tem 21% ou 22% e Alckmin 14%.

Lula lidera a rejeição com 48% contra 26% de Aécio e Temer, 21% de Alckmin e 17% de Marina, Ciro e Bolsonaro. Para o PT, o alto índice de rejeição reflete o mal momento do PT e as investigações das operações Lava Jato e Acrônimo.

O populismo do fim de ano e seus brinquedos superfaturados



Por Diógenes Brandão

Com a chegada das festas de fim do ano, muitos candidatos e parlamentares realizam eventos em comunidades carentes, onde levam troféus e medalhas fajutas para entregar nas gincanas e torneios esportivos, além de brinquedos de baixa qualidade e cestas básicas com pequena quantidade de alimentos, que são entregues para alguns populares, que só os vêem, no máximo, duas vezes ao ano: agora e outra nas vésperas das eleições, onde reaparecem pedindo ou comprando votos.

Depois destas encenações populistas, estes políticos tomam um banho reforçado e partem para confraternizações em churrascarias, sítios ou fazendas e com o devido conforto, brindam o fim de mais um ano com empresários, amigos e colaboradores escolhidos a dedo, com festas regadas à comida e bebida que custam mais caro que a renda anual de muitas famílias comuns.

Assim, as festas dos bacanas contrasta com a falta de investimentos públicos e a ação política de quem se elege prometendo mudar a vida da maioria da população e na prática, a única mudança que promovem é de suas famílias e grupos políticos. Uma mudança sempre pra melhor.

Com as fotos postadas nas redes sociais, exaltando a figura dos velhinhos que levam presentes para crianças, foi inevitável lembrar da canção "Papai Noel Velho Batuta", um dos hits mais famosos do grupo de punk "Garotos Podres", que segundo o vocalista, foi baseada numa peça de 1982 que acabou não acontecendo, na qual o Papai Noel seria sequestrado por menores carentes.



Papai Noel Velho Batuta - Garotos Podres
  
Papai Noel velho batuta
Rejeita os miseráveis
Eu quero matá-lo
Aquele porco capitalista

Presenteia os ricos
E cospe nos pobres
Presenteia os ricos
E cospe nos pobres

Pobres, pobres

Mas nós vamos sequestrá-lo
E vamos matá-lo

Por quê?

Aqui não existe natal
Aqui não existe natal
Aqui não existe natal
Aqui não existe natal


sexta-feira, dezembro 18, 2015

Fórum Estadual de Direitos Humanos será lançado na OAB-PA



Por Diógenes Brandão

Entidades e instituições ligados à proteção da vida e do Estado de Direito realizarão nesta sexta-feira (18), uma reunião para formar o Fórum Paraense de Direitos Humanos.

Segundo Anna Lins, advogada da sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, a inciativa nasce de um grupo de ativistas que se mobilizou em Belém, após do que ficou conhecido como a "Chacina de Belém" e que depois organizou a Semana Paraense de Direitos Humanos e que sentiu a necessidade de ações mais permanentes, em prol da defesa da vida e do direito pleno dos cidadãos.

Para a ativista, tudo aquilo e todas as instituições que violam os direitos humanos no Pará serão monitorados. "Hoje em dia, é mais que urgente que todas e todos os movimentos sociais, entidades da sociedade civil, coletivos e pessoas que atuam na defesa de lutas emancipatórias, como a defesa das mulheres, da criança e adolescentes, movimento negro, contra o racismo, inclusive o religioso e ambiental, o  Machismo, a Homofobia, os que lutam pelo direito à cidade saudável, a moradia, entre outros, se unam e se mobilizem de forma estratégica para a garantia de direitos e não admitam os retrocessos. O ano de 2015 foi impactante para a maioria de nós, mas o povo ta reagindo e 2016, ao que parece será um ano mais propositivo e com ações mais diretas exigindo politicas públicas e direitos", declarou Anna Lins.

Educação, saúde e todos os direitos humanos, sejam eles sociais, culturais, econômicos e ambientais estarão em permanente debate. Além de direitos civis, como a vida e direitos políticos, como ampla participação da sociedade civil nas instâncias de decisão de politicas publicas, como conselhos também deveram ser pautados de forma mais organizada e em rede, com as instituições envolvidas no Fórum.

Dilma exige lealdade do PMDB e termina o ano com importantes vitórias

Foto da convenção que lançou Michel Temer como candidato a vice-presidente, mostra um partido unido em torno de Dilma. Menos de um ano depois, tudo mudou, mas agora pode ser que os ajustes da aliança PT-PMDB sejam refeitos. 

Por Diógenes Brandão

Uma ala oposicionista do PMDB ganhou corpo ainda nas eleições de 2014, quando fecharam apoio ao candidato do PSDBAécio Neves e foram cruciais para levá-lo ao segundo turno, onde contribuíram com a diferença de um pouco mais de 3% dos votos válidos. 

Antes do fim do ano eleitoral, a oposição levantou diversas suspeitas sobre o resultado das urnas e  já em 2015, após a posse da presidente, manteve a campanha contra Dilma, de forma implacável. 

Um mês depois, Eduardo Cunha, o candidato do PMDB à presidência da Câmara foi eleito com 267 votos, a maioria absoluta dos votantes na casa. 

Logo depois de ter sido aceito o processo do Impeachment, a presidente Dilma avisou que o governo lutaria para defender-se e a imprensa nacional tem divulgado o esforço do planalto neste sentido. 

Além disso, governadores, prefeitos, juristas, reitores e toda uma rede de apoio institucional tem surgido ao redor e na proteção do mandato da presidente, que se reelegeu em 2014 e passou o ano inteiro sob ataque, sem tréguas e nem descanso, por parte dos partidos da oposição, contando com a ajuda da grande mídia e do chamado fogo-amigo. 

O resultado não poderia ser diferente: O índice de popularidade de Dilma despencou e o governo se viu ameaçado por uma onda de protestos nas ruas e nas redes sociais, com diversos deputados de partidos aliados votando contra o governo em diversas medidas, que foram aprovadas à toque de caixa, levando o país para um retrocesso em diversas áreas. Cada derrota de Dilma no Congresso, era comemorada pela imprensa e pelos partidos da oposição.

Depois disso, o país viu o quanto o sistema presidencialista é dependente e pode ficar refém do legislativo e como um partido aliado pode se transformar em uma oposição ainda pior do que a declarada.

No entanto, nos últimos dias do ano, o governo resolveu tirar o câncer que estava lhe levando à cova e rompeu em definitivo com Eduardo Cunha e foi pra ofensiva contra quem estava lhe sugando as energias e ao mesmo tempo atacando-lhe pelas costas.

Coluna Painel Político, do jornalista Ilimar Franco, publicada no jornal Diário do Pará alerta de como o governo federal agirá de agora em diante.

No Pará, o envio de uma foto para Brasília acendeu a chama do recente caso do deputado que 'prendeu' Lula, mas nomeava amigos no governo Dilma e que logo em seguida teve como resposta do governo, a exoneração de um de seus apadrinhados. A medida está sendo usada como sinal de que o governo não irá mais tolerar traição e muito menos deixá impune.

Com a reação, o povo foi às ruas nesta quarta-feira e em diversas cidades onde as manifestações favoráveis ao impeachment começaram a ver o jogo virando com mais pessoas se manifestando contra a saída prematura de Dilma. São Paulo e Belém foram duas capitais em que esse exemplo se mostrou bem evidente.

Agora, ficamos sabendo que a presidente chamou para si aquilo que todos reclamavam: A condução de sua defesa de forma rígida e contundente, o que tem lhe garantindo importantes vitórias. Uma delas foi a aprovação do orçamento de 2016, com o Congresso Nacional sendo favorável à redução da meta fiscal, sem corte nas políticas sociais e com a CPMF mantida para recompor as contas públicas.

Além disso, como já foi dito aqui, a semana foi dura para a direita e demais partidos da oposição brasileira. Fruto de uma ação cirúrgica do governo, o deputado federal Leonardo Picciani retomou a liderança do PMDB na Câmara e garantiu assim, a volta da maioria do partido para a base de apoio do governo. 

Segundo um colunista da revista VEJA, Dilma cobrou de um dos seus ministros, o apoio de sua base estadual.

Por isso, se Dilma era criticada por deixar as coisas contra o seu governo crescerem, sem agir para evitar ou corrigir os problemas, podemos dizer que ela agora tomou decisões certeiras e sem deixar brechas para surpresas desagradáveis.

As próximas pesquisas devem mostrar uma recuperação considerável de sua popularidade e o seu governo poderá finalmente iniciar o que não conseguiu em 2015.



Como os jornais retrataram as manifestações contra e a favor do Impeachment



Por Diógenes Brandão

Depois de uma manhã inteira com o WhatsApp fora do ar, assim que o aplicativo voltou à sua normalidade, vários grupos de debates políticos no Estado do Pará, avaliaram o ato realizado em Belém, na noite desta quarta-feira (16), onde cerca de 3000 manifestantes da capital e do interior, se concentraram na praça da República, no centro, de onde saíram às ruas da cidade contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, atendendo a convocação da Frente Brasil Popular.

Segundo comentários colhidos na mídia social, além de não ter uma única chamada na capa da edição desta quinta-feira (17), a matéria "Marcha defende o mandato de Dilma", assinada pela jornalista Leidemar Oliveira, foi publicada em uma página localizada numa área tida como escondida, sem muita visibilidade no jornal Diário do Pará. Além disso, há um grave erro na matéria, que diz que a CUT foi a manifestação foi organizada pela CUT.

Na verdade, a manifestação fez parte de uma programação nacional planejada, organizada e coordenada pela Frente Brasil Popular, da qual fazem parte diversos movimentos sociais e partidos da esquerda brasileira, em uma relação horizontal e participativa.

Dirigentes de sindicatos, lideranças de partidos e de movimentos sociais que estiveram nas ruas, mesmo sob a chuva que caiu na cidade, na hora e durante o ato, concordaram com o fato do jornal Diário do Pará ter dado pouca visibilidade à manifestação realizada.

Para José Oeiras, coordenador do Comitê da Ação Cidadania Contra Fome no Estado, o comportamento do jornal deixa evidente que a linha editorial resolveu não dar muito destaque para a manifestação, diferente do que aconteceu ao noticiar as manifestações favoráveis ao impeachment. "A diferença é gritante", concluiu.

A analise do ativista social encontra a concordância de muitos internautas, que lembraram que além de uma capa e uma longa e destacada matéria publicada no jornal da família Barbalho, chama a atenção de quem sabe que o jornal Diário do Pará, que faz parte do complexo comunicacional da família do senador Jader Barbalho.

Jader foi o principal patrono da candidatura de seu filho, o ex-ministro da pesca e atual Ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos, Helder Barbalho, que concorreu as eleições de 2014 com apoio de 11 partidos, entre eles, o PT e PCdoB e que por sua vez possuem militantes nos movimentos sociais que marcharam em defesa do mandato da presidente Dilma, a chefa de Helder.

Para a professora Socorro Coelho, presidente do SINDPROIFES - Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior do Pará, a matéria "Em Belém, manifestantes enfrentam chuva" publicada pelo Jornal OLiberal, foi bem mais esclarecedora e positiva em relação aos manifestação, do que a matéria do jornal concorrente, o Diário do Pará.

Para a sindicalista foi justamente isso que causou tanta estranheza, pois segundo ela, "10 entre 10 paraenses sabem que a família proprietária do jornal OLiberal é adversária de Dilma, do partido da presidente e caminha sempre alinhada com a maioria dos grandes veículos de imprensa no Brasil, que também o são. Sem falar que os movimentos sociais são criminalizados pela grande mídia, o que precisa ser repensado com a regulação da imprensa, tal como fizeram muitos países ao redor do mundo, como a Inglaterra e o Canadá", concluiu.



Na publicação "Bonecos de Eduardo Cunha e Eder Mauro são alvo de críticas em Belém", o blog traz em destaque uma das fotos que faz parte da matéria publicada no jornal OLiberal. 

O fotografo Elcimar Neves, do Diário do Pará foi visto registrando os mesmos bonecos, mas pelo que se pode concluir, a direção do jornal preferiu vetar a imagem que criticou o presidente da câmara dos deputados e do delegado que tornou-se deputado.

Veja as imagens abaixo e tire suas próprias conclusões:

Capa do jornal Diário do Pará desta quinta-feira, um dia após as manifestações de rua em todo o Brasil, que levaram milhares de pessoas para enfrentar a chuva e o cansaço de um dia de trabalho para a maioria e de viagem para outros que vieram de várias cidade do interior, lutar contra o Impeachment da presidente Dilma.
Manifestantes, lideranças de partidos e movimentos sociais estranharam o tamanho, a localização e o pouco destaque à matéria sobre a manifestação contra o Impeachment, publicada pelo jornal Diário do Pará, nesta quinta-feira (17).

Manifestação contra Dilma, foi publicada com destaque na capa do jornal Diário do Pará, na edição do dia posterior da última grande manifestação, que pediu o impeachment da presidente.
Assim como na capa, a matéria da edição do dia posterior da última grande manifestação, que pediu o impeachment da presidente Dilma, ganhou destaque e volume superior ao que foi publicado ontem, após a manifestação contra a saída premeditada do governante do Brasil.

Bonecos de Eduardo Cunha e Eder Mauro são alvo de críticas em Belém


Por Diógenes Brandão

A manifestação contra o impeachment, o ajuste fiscal e a política econômica adotada pelo governo Dilma, convocado pela Frente Brasil Popular, reuniu cerca de 3 mil manifestantes que saíram da praça da República em caminhada para a praça do mercado de São Brás. O ato contou com dois bonecos, que no meio de tantas faixas e bandeiras, roubaram a cena, sendo filmados e fotografados por milhares de manifestantes e registrados pela imprensa local.

Produzidos por um artista plástico de Belém, que prefere não se identificar, o boneco de Eduardo Cunha já havia participado de outra manifestação, ocorrida em agosto deste ano, quando cerca de 2 mil manifestantes percorram as ruas do centro de Belém do Pará, pedindo a agilidade na reforma do Pronto Socorro Municipal, que foi parcialmente destruído por um incêndio premeditado pela omissão do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB).

O boneco do presidente da câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi levado por manifestantes que o vestiram com a roupa de presidiário, tendo o número 171 estampado no peito. O deputado foi denunciado ao STF por corrupção pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot e deve ser afastado do cargo para não atrapalhar as investigações dos desvios na Petrobras e não interferir na Comissão de Ética, onde deve perder seu mandato parlamentar.
Já o boneco de Eder Mauro foi a grande novidade e chamou a atenção de todos os que participavam do ato e de quem o viu no meio da manifestação. O parlamentar eleito pela primeira vez nas eleições de 2014, como o deputado mais votado do Pará, quando recebeu 260 mil votos.



Ao assumir seu cargo, Eder Mauro passou a fazer fama, ao se meter em diversas confusões e agressões com parlamentares de outros partidos e manifestantes que acompanham as votações na câmara dos deputados e integra a ala congressista apelidada de BBB - Bancada do Boi, da Bíblia e da Bala, onde ajuda a defesa de temas polêmicos, geralmente voltados à pauta conservadora e reacionária, contra as reformas necessárias para a maioria da população, os direitos das mulheres, das crianças e dos adolescentes e quase sempre favoráveis ao endurecimento de leis contra pequenos delitos, mas nunca contra os grandes desvios financeiros.

Conforme já foi dito aqui e aqui, o delegado que foi eleito deputado foi acusado do crime de tortura contra um jovem e foi denunciado, tanto pelo Ministério Público do Estado, quanto pelo Ministério público Federal e recentemente tornou-se réu um processo no Supremo Tribunal Federal

Em Brasília, Eder Mauro já se meteu em diversas confusões (leia aqui) e conforme foi dito aqui, em Julho, o deputado que é presidente do PSD-Belém, acabou com uma audiência pública realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Sistema Carcerário da Câmara dos Deputados. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA), "a audiência foi "autoritariamente encerrada pelo presidente da CPI, deputado Alberto Fraga (DEM) por solicitação dos deputados Major Olímpio (PDT/SP) e Éder Mauro (PSD/PA), que não gostaram da manifestação de alguns participantes da audiência pública contrários à redução da maioridade penal e atacaram a própria OAB por sediar o evento". Leia a nota completa, aqui.

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quinta-feira, dezembro 17, 2015

A semana foi dura para a direita e demais partidos da oposição brasileira

Aécio perde mais uma vez. Achando que terminaria o ano sentando na cadeira de presidente, o presidente do PSDB representa a derrota de toda a oposição brasileira. 

Por Diógenes Brandão

No domingo assistimos o fiasco das manifestações pró-impeachment.

Na segunda, foi a vez da PF visitar a casa de Eduardo Cunha e de várias pessoas ligadas a ele. 

Na quarta, tivemos as manifestações de rua contra o impeachment, em todo o Brasil, onde os movimentos sociais conseguiram levar mais pessoas para as ruas, do que aqueles que pediam a saída prematura de Dilma.

Hoje, o líder do PMDB que havia sido substituído, por agir de forma leal ao governo, voltou para o comando do partido e o STF anulou o rito do impeachment, derrubando todas as ações e manobras dos partidos da oposição. 

Pra fechar o caixão, o Ministro da Fazenda, Joaquim Levy anunciou sua saída, o que está sendo comemorado pelos que protestam contra as medidas fiscais adotadas pelo perfil liberal de suas políticas econômicas e o governo conseguiu aprovar o orçamento de 2016 conforme desejava.

No entanto, ainda não é hora de comemorar, já que ainda falta muita coisa acontecer, para que Dilma saia das lonas e garanta segurança e clima político para implantar o governo que se comprometeu em 2014. 

A mídia continua sem data e nem pressão suficiente para ser regulamentada e faz com que as eleições de 2016 sejam lideradas por uma pauta conservadora e reacionária e os índices econômicos no Brasil, não são comemorados por nenhuma das centrais sindicais e se em novembro de 2014, o desemprego era de 4,8%, agora está em 7,5%.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...