Foto Heraldo Peres |
Os veículos de comunicação de Jader Barbalho marcaram em cima, estavam ansiosos, pareciam saber antecipadamente do resultado e não demoraram em dar a notícia, e mesmo os mais crédulos, duvidavam da permanência de Jarbas Vasconcelos à frente da presidência da OAB-PA, depois do bombardeio promovido pelo sistema de comunicação do poderoso coronel paraense.
Seus jornalistas, invariavelmente fizeram uma campanha diária, sangraram lentamente a imagem do homem que ousou conduzir a histórica e combativa entidade para o enfrentamento dos sério problemas de corrupção, tráfico de influência e nepotismo que atingem o poder executivo, legislativo e judiciário no Pará.
A sentença do Conselho Nacional da Ordem não é isenta de influências políticas, claro que não! Mas Jarbas perdeu tempo em defender-se, subestimou o poder de fogo dos inimigos que já tinha antes da campanha que venceu para presidência da OAB-PA e os demais que arrumou no caminho. Criou uma defesa técnica, extramente voltada para sua defesa no interior da entidade. Deixou de dialogar com a sociedade, recuou na ofensiva que estava fazendo contra os corruptos e acabou se fechando num otimismo demasiado por achar que os indícios levantados por seus algozes, seriam insuficientes para tirar-lhe do poder. Foi pra uma guerra de mísseis, com uma baladeira.
Deu no que deu e agora ficará 06 meses afastado do cargo de presidente da seccional da OAB-Pará, mas nada confirma a hipótese ventilada de perda da carteirinha e das prerrogativas de advogado, no entanto, o desgaste é sem dúvida amargo e abrirá fendas na história da entidade que nunca foi de fato às ruas lutar por ética e nem tão pouco havia tido intervenção parecida.
Fique com a matéria publicada neste domingo em o Diário do Pará.
Pela primeira vez na história da Ordem dos Advogados do Brasil o Conselho Federal aprova uma intervenção em uma de suas seccionais. Por 22 votos a 4 a OAB nacional decidiu intervir no Pará, ficando todos os dirigentes envolvidos no processo afastados por seis meses das atividades administrativas da OAB/PA.
A intervenção será por seis meses, até que a 2ª Câmara da Ordem decida o futuro dos envolvidos.
Após mais de 9 horas de um julgamento tenso, os 81 conselheiros decidiram também abrir processo disciplinar contra os acusados. Caso sejam provadas as denúncias contra os envolvidos, eles podem ser punidos com a perda da carteira da Ordem e ficarão impedidos de advogar.
Após mais de 9 horas de um julgamento tenso, os 81 conselheiros decidiram também abrir processo disciplinar contra os acusados. Caso sejam provadas as denúncias contra os envolvidos, eles podem ser punidos com a perda da carteira da Ordem e ficarão impedidos de advogar.
O processo em julgamento fez parte de uma série de matérias feitas pelo jornalista Carlos Mendes, do Diário do Pará e culminou com o episódio da venda de um terreno da subseção de Altamira, suspeita de irregularidades que culminaram na falsificação da assinatura do vice-presidente da OAB/PA.
Foram julgados como envolvidos no processo , além do presidente Jarbas Vasconcelos, o secretário-geral, Alberto Campos Júnior e os diretores licenciados Evaldo Pinto, Jorge Medeiros e Albano Martins.
Foi um dos mais longos julgamentos da história da Ordem. A reunião foi aberta as 14h30min de domingo, 23 e acabou por volta de 0h 30 de hoje (segunda-feira, 24).
(Luiza Mello/ Diário do Pará)