No site do Ministério Público Federal.
Atuação de Duciomar Costa, Edmilson Rodrigues e secretários  de saúde apresentou graves falhas no gerenciamento de repasses federais;  em outro processo, Justiça cancela em definitivo compra do hospital  Sírio-Libanês pela prefeitura.
Já está no gabinete do juiz federal Alexandre Buck Medrado Sampaio,  da 1ª Vara Federal em Belém, mais uma ação judicial do Ministério  Público Federal (MPF) por irregularidades no gerenciamento de recursos  da saúde na capital paraense. O procurador da República Bruno Araújo  Soares Valente acusa o prefeito Duciomar Costa, o secretário de saúde  Manoel Dias Pantoja, o ex-prefeito Edmilson Rodrigues e o ex-titular da  secretaria municipal de Saúde (Sesma) Amaury Braga Dantas por  improbidade administrativa na utilização dos recursos federais  destinados à saúde entre 2002 e 2007.
O processo foi encaminhado para despacho do juiz federal nesta  quinta-feira, 8 de setembro. Segundo o MPF, o Departamento Nacional de  Auditoria do SUS (Denasus) constatou diversas irregularidades, como, por  exemplo, a inexistência de dirigente responsável direto pelas unidades  de saúde da família e pelas casas de saúde bucal, as equipes de saúde  bucal e do Programa Saúde da Família (PSF) não estacam completas em  algumas unidades de saúde, havia falta de atendimento à demanda em saúde  bucal em todas as unidades de saúde da família visitadas, além de baixa  produtividade e falta de condições estruturais das unidades de saúde da  família.
E os problemas não param aí: em 2002, 2003 e 2007 não foram  apresentados os planos de assistência farmacêutica com a devida  aprovação pelo conselho municipal de saúde, medicamentos foram entregues  sem que fossem obedecidos os prazos estabelecidos na compra, a seleção  de medicamentos adquiridos foi feita em desacordo com o perfil  epidemiológico local, a central de abastecimento farmacêutico  apresentava condições físicas e ambientais inadequadas de temperatura,  ventilação, luminosidade, umidade, instalações físicas precárias e  higienização comprometida, a demanda por medicamentos não foi atendida e  foi constatada fragilidade no sistema de estocagem e controles internos  de medicamentos na Sesma. Não foi comprovada a aplicação de um total de  R$ 1 milhão em recursos do programa de assistência farmacêutica.
![]()  | 
| Edmilson Rodrigues é candidato à prefeitura de Belém. | 
"Faltou aos requeridos a observância da transparência devida na  gestão de recursos públicos. Ademais, ante a não prestação de contas e a  insuficiência dos serviços públicos prestados, pode-se mascarar a  subtração ou o desvio das verbas repassadas, ficando o responsável  omisso equiparado àquele que desvia ou desfalca", acusa o MPF na ação.
Sírio-Libanês - Em outro processo relativo a  improbidade com recursos da saúde, a Justiça Federal decidiu anular, em  caráter definitivo, a compra do hospital Sírio-Libanês pela prefeitura  de Belém. A sentença, que confirma decisão liminar (urgente e  provisória) de 2005, é assinada pelo juiz federal Rafael Araújo Torres.
A Justiça Federal concordou com o MPF em relação ao fato de que houve  dispensa irregular da licitação exigida pelo Conselho Municipal da  Saúde para a compra do prédio, além de tentativa de burlar restrições  legais que impedem o poder público de fazer contratos com entidades  privadas endividadas com o Estado. Era o caso da empresa Clínica Zoghbi  Ltda, proprietária do hospital. A clínica tinha uma dívida de R$ 8  milhões com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Mesmo com a  proibição, a prefeitura ignorou a legislação, assinou o contrato  diretamente com os dois médicos proprietários da clínica e depositou em  favor deles R$ 1,6 milhão.
"Verifico que houve flagrante ilegalidade e insanáveis  irregularidades tanto no procedimento de dispensa de licitação quanto na  aquisição propriamente dita do hospital Sírio-Libanês", afirma o juiz  federal.
Devido a essa mesma negociação, em 2008 o MPF entrou na Justiça com  ação de improbidade administrativa contra o prefeito Duciomar Costa, a  ex-secretária de saúde Cleide Mara Ferreira da Fonseca e os médicos  Orlando Salomão Zoghbi e Maria José Bastos Zoghbi. O caso aguarda  decisão.
Se condenados, o prefeito, a ex-secretária e os dois médicos terão  que ressarcir integralmente os cofres públicos pelos danos causados,  poderão perder as funções públicas e ter os direitos políticos suspensos  por cinco anos, além de ficarem sujeitos a multa de até duas vezes o  valor do dano.
Processos:
0022881-57.2011.4.01.3900 - caso recursos da saúde, na 1ª Vara Federal em Belém. Íntegra da ação aqui. Acompanhe a tramitação aqui.
0007040-32.2005.4.01.3900  - caso irregularidades na tentativa de compra do Sírio-Libanês, na 5ª  Vara Federal em Belém. Acompanhe o trâmite processual aqui.
0006022-68.2008.4.01.3900  caso improbidade na tentativa de compra do Sírio-Libanês, na 1ª Vara  Federal em Belém. Acompanhe a tramitação aqui.












 

