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terça-feira, março 17, 2015

A direita tira a máscara, a Globo incentiva resto e a esquerda faz o quê?




































Por Diógenes Brandão

Este domingo sem dúvida ficará registrado.

Assim como o dia 15/03 de outros anos, outros eventos também já haviam registrado fatos marcantes da história brasileira.

A coincidência (?) é quem todos tinham alguma relação com a ditadura militar.

E ontem foi um dia intenso de percepção e interpretação das informações que a grande mídia e as pessoas manifestaram, tanto nas ruas, como nas mídias digitais, com destaque para o Facebook, o Twitter e o Whatsapp. 

Por internet, ou pela PT pudemos ver um pouco de tudo.

Do lado direito, manifestantes pedindo a intervenção militar, ofensas do pior tipo, tais como aquela que surgiu na copa, onde a televisão deveria não permitir as crianças assistirem de dia, como: "Ei Dilma, vai tomar no ** e defendendo até a morte da presidente Dilma, do ex-presidente Lula, dos filiados ao PT, além de frases contraditórias misturando a palavra "democracia", com "ditadura".

A percepção sobre a cobertura jornalística da grande mídia, com destaque à rede Globo é de que houve um investimento pesado na mobilização dos seus telespectadores.

E não foi nada discreta.

Trocaram o jornalismo por propaganda do evento. Marketing puro.

Cinegrafistas e editores trabalhando em real time, amparavam os comentaristas espalhados pelas empresas de televisão afiliadas da poderosa rede globo e não disfarçavam o incentivo para que as pessoas saíssem às ruas, pois segundo os jornalistas, estava tendo uma manifestação "pacífica", "ordeira", com segurança da PM, que garantiam até momentos de descontração de famílias, até com crianças (Sic).

O resultado não poderia ser outro: Pessoas saíram às ruas em algumas das principais capitais brasileiras, não de todas, e atenderam o chamado de criticar apenas o PT e o governo federal.

Lá, a responsabilidade da lógica capitalista, da justiça, dos governadores e prefeitos foi esquecida.

Tudo virou "culpa da Dilma e do PT".

Mas sobra pra socialistas, comunistas, anarquistas, centristas e até grevistas!

Esperar que o golpe em curso seja concretizado e aceitar ou simplesmente não se posicionar-se sobre o que aconteceu neste domingão, é deprimente. Urge a necessidade da unidade política dos setores progressistas como um todo, para organizar e estruturar as ações que deverão ser realizadas daqui em diante.

Precisamos cobrar e ajudar que isso se realize, sob pena de registrarmos nossa omissão histórica. 

Não é de hoje que intelectuais, jornalistas, blogueiros e ativistas digitais alertam a sociedade sobre o risco de transformarmos o debate político partidário em uma arena de guerra e selvageria. 

A turma que organizou essa manifestação não tem moral e nem passado limpo pra criticar desse jeito este governo, que pode não ser perfeito, mas foi o melhor que o Brasil já teve. 

Veja os números e compare qualquer índice, seja ele social ou econômico. Se quiser entender como a mídia é manipuladora e faz com que acreditem em tudo que dizem, pesquise sobre a palavra corrupção e compare o que este governo fez para combatê-la e perceberás que nunca um governo fez tanto para tentar remover esse câncer da sociedade brasileira. 

Apesar de ter casos onde petistas, (claro, o partido é enorme e temos corruptos nas igrejas, empresas e qualquer outra instituição) estão envolvidos em desvios éticos e corrupção, mas no geral é o governo que menos houve casos desta praga que chegou no Brasil em 1500 e até hoje persiste. Não surgiu agora, como tentam te fazer acreditar.

Se eu fosse dirigente de um partido de esquerda ou de uma central sindical, não deixaria de dialogar e de organizar um levante e ocupação das ruas, com trabalhadores do campo e da cidade. 

domingo, maio 10, 2015

Comissão da Verdade Pará investigará conflitos agrários durante a Ditadura



Na segunda-feira, 11 de maio, às 17 horas a Comissão da Verdade do Pará instala o Grupo de Trabalho Camponês-Indígena que vai examinar questões ligadas à ocupação da terra, no Pará, durante o período da Ditadura Militar.

O centro político das medidas empreendidas pelos militares para a Amazônia foi a penetração econômica nacional e estrangeira na região que, via de regra, engendrou os conflitos do passado e do presente.

terça-feira, janeiro 23, 2018

Lula errou e deve ser condenado a pagar o que deve ao povo brasileiro



Por Diógenes Brandão*

Passam os anos e a história se repete: Nesse país os poderosos nunca pagam pelos seus crimes.

Afinal de contas, Fernando Henrique Cardoso que aprovou a lei da reeleição e por isso foi presidente por oito (08), privatizou o que bem entendeu e impediu a abertura de dezenas de CPIs que  poderia ter investigado o seu governo, que deixou o país de joelhos ao FMI e ao Banco Mundial, com desemprego e juros de 45%, mesmo assim quando deixou a presidência pôde comprar um apartamento de luxo em Paris. Da mesma forma que Joaquim Barbosa depois de julgar e condenar diversos políticos no "Mensalão", abriu empresas offshore em paraíso fiscal, para comprar um apartamento em Miami, livrando-se assim de pagar os impostos que qualquer cidadão comum pagaria ao realizar tal compra.

Mas isso jamais os fez serem investigados e nem há algum brasileiro sóbrio que imagine que isso seja possível acontecer. Por que? São deuses? Ou gozam de imunidade por não serem petistas ou aliados de Lula?  

E a riqueza e impunidade dos juízes? E as outras lideranças políticas, como José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin, o que os torna acima da lei e nenhuma investigação de diversas denúncias vai em frente? Isso só para citar aqueles com quem Lula disputou as eleições presidenciais. Até Fernando Collor, que após o impeachment que sofreu - hoje ostenta mansões e carros de luxo - jamais foi condenado por seu vasto patrimônio e pela riqueza que acumulou e tem dito que será candidato novamente

Mas ele, o nordestino que chegou a São Paulo em um pau de arara e tornou-se operário e lá perdeu um dedo de uma mão - em uma fábrica de automóveis onde trabalhava no ABC paulista - não gostava de política, mas logo tornou-se líder sindical, não pode. 


Depois de disputar e perder 03 eleições, tornou-se presidente do Brasil em 2002 e foi reeleito em 2006, batendo recorde histórico de popularidade durante seu mandato. Mesmo com sua vida revirada de cabeça pra baixo, a verdade é que nunca encontraram provas materiais de que seja dele qualquer propriedade ou recurso adquirido de forma ilegal.   

Mas Lula errou. E pelos erros de Lula, eu também o condeno. 

Condeno-o principalmente por não ter feito o que deveria enquanto pode e agora promete fazer caso seja reeleito pela 3º vez: Regular a mídia brasileira.


José Sarney, Jader Barbalho, ACM e tantos outros políticos se tornaram poderosos ao se apropriarem de concessões de rádios e TVs e desde então, nunca mais suas famílias deixaram o poder. Com isso, políticos se tornaram empresários e empresários se tornaram políticos, num ciclo que nos escraviza e mantém a corrupção viva, ascendente e no controle inclusive do poder legislativo, executivo e judiciário.    

Por nunca ter feito questão de enfrentar essa chaga, em seus 08 anos enquanto presidente do Brasil, Lula errou e precisa pagar pelo seu erro! Para tal, se disputar as próximas eleições e for eleito, precisa pagar sua dívida para com o povo brasileiro.  

E antes que algum acéfalo venha dizer que a regulação da mídia é para cercear a liberdade de imprensa, ou implantar uma ditadura socialista, saibam que países capitalistas como os EUA, França e Inglaterra regulamentaram os seus meios de comunicação e colocaram ordem na casa, onde alguns empresários fazia o que bem entendiam, em nome da tal liberdade de empresas e não de imprensa. 

O link acima leva ao site da BBC Brasil, filiada à BBC de Londres, TV estatal Inglesa, berço do capitalismo mundial.

*Diógenes Brandão é redator publicitário e membro da Comissão Organizadora do Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais.

terça-feira, março 29, 2011

Jair Bolsonaro: O filhote da Ditadura

Chamar o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) de figura folclórica seria um elogio desmesurado. É uma vergonha para o país que essa viúva da ditadura militar ainda circule com poder pelo corredores do Congresso, defendendo as barbaridades do período mais tenebroso da história republicana brasileira e rasgando o respeito aos direitos fundamentais. 

  Leia mais no Blog do Sakamoto.


 

quinta-feira, abril 08, 2021

Parecer do MPE que pede cassação do prefeito de Belém é factóide, diz advogado

Advogado da coligação "Belém de Novas Ideias", chama de "peça de ficção" e de "mero factóide", pedido de condenação de Edmilson Rodrigues (PSOL) e Edilson Moura (PT), acusados de compra de votos e abuso do poder econômico e dos meios de comunicação, conforme concluiu o Ministério Público Eleitoral do Pará, que pede a cassação dos seus mandatos e a perda dos diretos políticos por 8 anos, além de multa ao prefeito e vice-prefeito de Belém.


Por Diógenes Brandão

O parecer do Ministério Público Eleitoral que avaliou como justa a denúncia de que a chapa vencedora das eleições municipais de Belém, formada por Edmilson Rodrigues (PSOL) e Edilson Moura (PT) cometeu crimes eleitorais, devendo serem passivos de "aplicação de inelegibilidade e a cassação do registro ou diploma", conforme determinou o MPE, provocou uma resposta por parte do advogado da coligação "Belém de Novas Ideias", Lucas Salles.

Lucas diz de forma despojada, que o processo contra seus clientes é "uma grande peça de ficção" e deixa entender que a decisão do MPE é "um mero factóide".

Como advogado, Lucas Salles bem que poderia basear-se na Lei Eleitoral para consubstanciar e arguir a defesa de seus clientes, mas preferiu enveredar para a retórica política e midiática, com o claro intuito de alimentar um discurso raso e vazio para a militância partidária dos seus clientes, sem explicar à sociedade, o que pretende fazer juridicamente e à luz da doutrina, para salvar o mandato do prefeito eleito e seu vive, acusados de cometerem crimes eleitorais,  conforme publicamos ontem, em primeira mão, na matéria MP eleitoral acata pedido de impugnação de Edmilson Rodrigues.

Ao criar uma narrativa militante, que o próprio Ministério Público já havia derrubado, quando proferiu a sentença em sua análise do caso da compra de votos, representada no programa Bora Belém, alardeado com abuso dos meios de comunicação e do poder econômico, a promessa eleitoral de pagamento de um auxílio de até R$450 reais, o advogado da chapa vencedora não defende seus clientes da forma mais inteligente e competente, limitando-se ao uso de um clichê político-ideológico, usando para tal, a lembrança dos tempos da ditadura militar.

Para quem leu o parecer do Ministério Público Eleitoral, as denúncias contra Edmilson e seu vice estão de acordo com a legislação brasileira e o Estado Democrático de Direito, que o advogado Lucas Salles aparenta desconhecer.

"É inegável que a maciça propaganda eleitoral desenvolvida em torno do programa eleitoreiro que foi “BORA BELÉM”, ao longo da campanha dos candidatos investigados, caracterizam as condutas abusivas descritas na inicial. Vale ainda ressaltar que cada beneficiário do programa “BORA BELÉM”, promessa da campanha dos investigados, pode significar o voto de pelo menos 5 pessoas do mesmo núcleo familiar, envolvendo o beneficiário e os familiares que direta ou indiretamente, podem ser beneficiados.

A conclusão está em plena harmonia com a descrição dos fatos, não pedido juridicamente impossível – pois a aplicação de inelegibilidade e a cassação do registro ou diploma são claras consequências das práticas imputadas aos demandados, conforme inteligência do artigo 22 da LC 64/90 – e os pedidos estão perfeitamente compatíveis entre si.

Ademais, como se pode observar, os investigados valeram-se do projeto do programa assistencial “BORA BELÈM”, de maneira indevida para conquistar o apoio de eleitores que que manifestaram expressamente sua simpatia e intenção de voto nos candidatos ora investigados, visando o benefício em tela", concluiu o MPE.

Leia agora a nota do advogado Lucas Salles, divulgada pelas redes sociais do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL):

A ação promovida pelo, então, candidato à Prefeitura de Belém, Everaldo Eguchi, buscando um terceiro turno nas eleições, caracteriza-se, do início ao fim, como uma grande peça de ficção, digna de literatura de folhetim.

E aceitar os argumentos da tese, erguida pelo candidato derrotado, é querer banir da esfera pública brasileira o debate de ideias e de programas de governo durante o processo eleitoral. É querer retornar às trevas da ditadura, quando o estado democrático de direito submetia-se à vontade do general de plantão.

Respeitar sim a opinião emitida pelo membro do Ministério Público Eleitoral, mas temos convicção de que não há qualquer ilegalidade na discussão de propostas de governo durante o processo de campanha eleitoral. Aliás, funda-se na necessidade de tornar público o que pensa e o que fará cada candidato, para possibilitar uma melhor escolha por parte do eleitor. Porque então haveria de ser depositado junto à  Justiça eleitoral os programas de governo previamente?

Trata-se, portanto, tal ação de um mero factóide, que não prosperará na Justiça. 

Lucas Salles, advogado da coligação "Belém de novas ideias"

terça-feira, novembro 13, 2012

Zé Dirceu: "Vou lutar mesmo cumprindo pena"

 
O jovem Zé Dirceu que foi preso durante a ditadura militar, hoje foi condenado à prisão pelo STF.
 
Dediquei minha vida ao Brasil, à luta pela democracia e ao PT. Na ditadura, quando nos opusemos colocando em risco a própria vida, fui preso e condenado. Banido do país, tive minha nacionalidade cassada, mas continuei lutando e voltei ao país clandestinamente para manter nossa luta. Reconquistada a democracia, nunca fui investigado ou processado. Entrei e saí do governo sem patrimônio. Nunca pratiquei nenhum ato ilícito ou ilegal como dirigente do PT, parlamentar ou ministro de Estado. Fui cassado pela Câmara dos Deputados e, agora, condenado pelo Supremo Tribunal Federal sem provas porque sou inocente.

A pena de 10 anos e 10 meses que a suprema corte me impôs só agrava a infâmia e a ignomínia de todo esse processo, que recorreu a recursos jurídicos que violam abertamente nossa Constituição e o Estado Democrático de Direito, como a teoria do domínio do fato, a condenação sem ato de ofício, o desprezo à presunção de inocência e o abandono de jurisprudência que beneficia os réus.

Um julgamento realizado sob a pressão da mídia e marcado para coincidir com o período eleitoral na vã esperança de derrotar o PT e seus candidatos. Um julgamento que ainda não acabou. Não só porque temos o direito aos recursos previstos na legislação, mas também porque temos o direito sagrado de provar nossa inocência.

Não me calarei e não me conformo com a injusta sentença que me foi imposta. Vou lutar mesmo cumprindo pena. Devo isso a todos os que acreditaram e ao meu lado lutaram nos últimos 45 anos, me apoiaram e foram solidários nesses últimos duros anos na certeza de minha inocência e na comunhão dos mesmos ideais e sonhos.

José Dirceu, em seu blog, sob o título "Injusta Sentença", publicado em 12/11/2012.

terça-feira, dezembro 01, 2009

A origem do Mal - Parte I

Por Fernando Rodrigues

O Democratas nasceu de uma costela do PDS (ex-Arena, esteio da ditadura militar). Ainda com o nome de PFL, o partido sempre se apresentou como uma das forças motrizes responsáveis pela volta do país à democracia.

Adversários dos "demos" pensam de forma diferente. A sigla só teve senso de oportunidade. Em 1984, com a ditadura atolada no brejo, o grupo saltou fora do barco. Aliou-se às forças emergentes. Manteve-se mais tempo no poder.

A fórmula pefelista deu certo por muitos anos, quase duas décadas. Forte em oligarquias estaduais, nos grotões do país, o partido foi ficando. Em Brasília, praticou o quanto pode a genuflexão aos poderosos, um a um. Serviu a José Sarney, Collor e FHC.

Mas ninguém engana a todos o tempo todo. O PFL elegeu seis governadores em 1998. Caiu para quatro em 2002. Em 2006, ficou com apenas um: José Roberto Arruda, em Brasília, um ex-tucano renascido "demo" depois de ter caído em desgraça por causa de um escândalo anos antes -a violação do painel de votação do Senado.

Agora, Arruda entra em um buraco mais fundo. Há indícios claros de sua participação num esquema já chamado de mensalão do DEM em Brasília. É difícil haver explicação dentro da legalidade para a imagem do único governador "demo" recebendo um pacote de dinheiro, refestelado em um sofá, e respondendo: "Ah, ótimo".

No caso dos mensalões do PT e do PSDB, é bom lembrar, nunca apareceu imagem tão eloquente.

O Democratas encolhe a cada eleição. Foram 105 deputados eleitos em 1998. Uma queda para 84 em 2002. Só 65 em 2006. Hoje, prova do próprio veneno: a infidelidade partidária o desidratou e a bancada com meras 55 cadeiras.

Em 2010, ressalvada uma ou outra exceção, os "demos" devem aumentar a sua insignificância.


segunda-feira, setembro 22, 2008

Até Quando?

Depois da invasão do escritório e da casa do empresário Eike Batista na chamada operação Midas e da descoberta de um suposto grampo ilegal, no Supremo Tribunal Federal, foi desencadeada toda uma operação midiática, como gosta de dizer o ministro da Justiça, Tarso Genro, contra aquilo que ficou conhecido como abusos da Polícia Federal, com participação de juízes e procuradores da República, nas investigações, operações, inquéritos contra a corrupção e o crime organizado. A mesma imprensa, começando pela revista Veja, não economizou páginas e palavras para combater aquilo que ela mesma promovia e estimulava meses atrás contra o PT e o governo Lula: os grampos ilegais ou autorizados sem base legal, as prisões espetaculares, com o uso abusivo de algemas, os vazamentos dirigidos e articulados com a própria mídia, que tinha e tem informações privilegiadas sobre as investigações, operações e inquéritos. Nessa cruzada, como era de se esperar, a mídia teve a companhia da oposição, a mesma que aplaudia os excessos das ações quando o alvo era o governo. A pergunta que não quer calar é por que a imprensa mudou de lado e de comportamento? Estará ela escondendo algo ou apenas deu-se conta do monstro que criou, estimulou e cultivou? Como podemos acreditar na mídia se ela, há meses apoiava e estimulava linchamentos de acusados ou mesmo investigados, ou apenas suspeitos, sem a presunção da inocência e o respeito ao devido processo legal, se estimulava a pressão da opinião pública e do clamor popular sobre juízes e tribunais para condenar sumariamente suspeitos e acusados sem culpa formada? Fica aqui a pergunta. Independente desse grave comportamento da mídia, estamos diante de um desafio numa democracia de apenas 20 anos, num país que viveu a metade de sua vida republicana submetido a ditaduras e ao arbítrio, que sempre conviveu com a impunidade dos de cima e com os esquadrões da morte para os de baixo, com uma ditadura militar que se impôs pela força em nome do combate “à subversão e à corrupção”. Precisamos discutir como construir e organizar instituições aptas para combater a corrupção, sem que descambem para o abuso e o arbítrio, para o uso de suas atribuições legais na luta política partidária ou simplesmente a auto promoção de seus integrantes. Pior ainda, para a perseguição de adversários ou supostos suspeitos, desrespeitando os mais elementares direitos constitucionais. Os recentes acontecimentos envolvendo a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência, delegados, juízes e procuradores, demonstram que precisamos, para manter a ação dessas instituições a serviço do país, rever toda legislação sobre abuso de autoridade, interceptação telefônica, guarda e proteção do sigilo legal, uso de algemas. Essas medidas são necessárias não para colocar um fim as investigações e operações, inquéritos e processos judiciais contra a corrupção e o crime organizado, mas ao que assistimos nos últimos meses: o abuso e o uso político dessas operações, o desrespeito ao sigilo, estimulado e promovido pela mídia, o vazamento dirigido de informações, operações dirigidas, atos ilegais, que só favorecem os investigados, acusados e processados, os que se dedicam a corrupção e ao crime organizado, já que levam a absolvição dos acusados ou anulação dos processos, seja por razões legais ou por pura chicana jurídica. Tenho sido criticado por denunciar abusos e o comportamento da mídia, por apoiar as mudanças legais necessárias e urgentes que porão um fim nesses abusos. Muitos tomam minha posição como conivente com envolvidos em graves denúncias e crimes, mas é meu dever de cidadão e homem público não compactuar com a violação daqueles direitos e garantias que tanto lutamos para conquistar, mesmo ao preço de incompreensões e suspeitas descabidas. Tenho a convicção de que compactuar com essas ilegalidades e abusos é um caminho sem volta para o arbítrio e a ditadura, mesmo que seja das próprias instituições policiais e da Justiça. Por Zé Dirceu no Jornal do Brasil, em 18 de Setembro de 2008.

segunda-feira, março 31, 2008

UEPA: um breve olhar histórico

“A desgraça de quem não gosta de política é ser governado por quem gosta" (Anônimo) A UEPA, antiga FEP, tem seu nascedouro em 1944 com a criação da Escola de Enfermagem Magalhães Barata (EEMB). Meio século depois, com tumultuadas situações jurídicas e políticas (incluindo o surgimento relâmpago da UEP), juntam-se: a dita Escola de Enfermagem, a Faculdade de Educação (FAED), a Escola Superior de Educação Física (ESEFPA) e a Faculdade Estadual de Medicina do Pará (FEMP), para tornarem-se UEPA, em maio de 1993, através da Lei Estadual nº. 5.747.

Referindo-se a esses episódios conflituosos, o jornal estudantil A-TUAAÇÃO, do Diretório Acadêmico de Enfermagem-DAEnf, datado de março de 1996, destacava: “Era uma vez a FEP que virou UEP que virou FEP que virou UEPA (Que virou?)”.

Com esse escrito, os líderes estudantis faziam uma provocação ao então governador Carlos Santos (Jader Barbalho havia deixado o cargo meses antes), ponderando acerca da destituição do Reitor da época professor Manoel Moutinho, colocando em sua cadeira um médico cardiologista que foi um exímio colaborador da ditadura militar, Paulo Toscano.

Em abril de 1996, Almir Gabriel, usufruindo de prerrogativa estatutária da “maldita” lista tríplice, nomeia Isabel Amazonas, a segunda colocada nas eleições democráticas. Ana Júlia, na ocasião, amiga e companheira partidária do eleito em primeiro lugar, professor Mário Cardoso, esbravejava apaixonadamente numa saleta da Reitoria, lotada de membros da comunidade acadêmica, políticos, sindicalistas e intelectuais: “Isso é um absurdo! Um desrespeito à comunidade universitária! Um abuso de poder! Almir Gabriel é um autoritário, foi eleito democraticamente Governador do Estado do Pará e realiza um ato desta natureza, de extrema arbitrariedade!”

Isso nos faz lembrar uma máxima da política: “ditadura é quando tu governas; democracia é quando eu governo”.

À luz desse cenário da historiografia da educação superior paraense, seria prudente politicamente, por parte dos Assessores da Governadora, orientarem-na a nomear o Reitor eleito em novembro de 2007, professor Sílvio Gusmão, evitando, deste modo, mais um “gargalo” na história de lutas e conquistas do Partido dos Trabalhadores, tendo em vista que o candidato eleito está aberto ao diálogo (verbalizado pessoalmente à Ana Júlia) e, sobretudo, disposto a contribuir com o desenvolvimento do nosso Estado nos campos da qualificação de recursos humanos, ciência, tecnologia, cultura, letras e artes. Materializando, pois, os princípios fundamentais da UEPA, tão poeticamente registrados em seu projeto institucional.

Para não concluir, queremos também repudiar a atitude das possíveis interventoras professoras Marília e Maria das Graças (CCBS e CCSE, respectivamente), por não terem a humildade de reconhecerem e entenderem que em um processo democrático prevalece a vontade da maioria, dando-nos a impressão que não possuem os atributos da ética. Virtude esta condizente com a postura de verdadeiras educadoras. Isto diminuiria ainda mais a autonomia universitária e do CONSUN, que tem a supremacia de indicar Reitor e Vice-Reitor em caso de vacância na Administração Superior da UEPA.

POR UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA, DEMOCRÁTICA, GRATUITA E DE QUALIDADE! NÃO À INTERVENÇÃO!

Belém, março/abril de 2008.

Jorge Costa - Pedagogo, estudante de Sociologia, Ex-Coordenador do DCE-UEPA, gestão 1995 a 1998 e Movimento Ronaldo vive.

segunda-feira, dezembro 07, 2015

A melhor análise sobre o golpe que a grande imprensa já publicou

Troque o nome Mazzili por Aécio e veja a capa que a grande imprensa tanto quer estampar novamente nos jornais do Brasil.

Passei o dia vendo este artigo da Folha de São Paulo sendo compartilhado, mas só agora que fui lê-lo por completo. Considero importante para que nossos amigos e familiares conheçam esta análise, não só por ser de uma pessoa isenta e respeitada, mas sobretudo por lançar luz sobre o momento político que o nosso país atravessa e nem sempre todos tem a oportunidade de se dar conta do que está por de trás de tudo isso.

O DIA DA INFÂMIA. Por Fernando Morais*

Publicado no jornal Folha de São Paulo, neste domingo, 06/12/2015. 

Minha geração testemunhou o que eu acreditava ter sido o episódio mais infame da história do Congresso. Na madrugada de 2 de abril de 1964, o senador Auro de Moura Andrade declarou vaga a Presidência da República, sob o falso pretexto de que João Goulart teria deixado o país, consumando o golpe que nos levou a 21 anos de ditadura.

Indignado, o polido deputado Tancredo Neves surpreendeu o plenário aos gritos de "Canalha! Canalha!".

No crepúsculo deste 2 de dezembro, um patético descendente dos golpistas de 64 deu início ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A natureza do golpe é a mesma, embora os interesses, no caso os do deputado Eduardo Cunha, sejam ainda mais torpes. E no mesmo plenário onde antes o avô enfrentara o usurpador, o senador Aécio Neves celebrou com os golpistas este segundo Dia da Infâmia.

Jamais imaginei que pudéssemos chegar à lama em que o gangsterismo de uns e o oportunismo de outros mergulharam o país. O Brasil passou um ano emparedado entre a chantagem de Eduardo Cunha –que abusa do cargo para escapar ao julgamento de seus delitos– e a hipocrisia da oposição, que vem namorando o golpe desde que perdeu as eleições presidenciais para o PT, pela quarta vez consecutiva.

Pediram uma ridícula recontagem de votos; entraram com ações para anular a eleição; ocuparam os meios de comunicação para divulgar delações inexistentes; compraram pareceres no balcão de juristas de ocasião e, escondidos atrás de siglas desconhecidas, botaram seus exércitos nas ruas, sempre magnificados nas contas da imprensa.

Nada conseguiram, a não ser tumultuar a vida política e agravar irresponsavelmente a situação da economia, sabotando o país com suas pautas-bomba.

Nada conseguiram por duas singelas razões: Dilma é uma mulher honesta e o povo sabe que, mesmo com todos os problemas, a oposição foi incapaz de apresentar um projeto de país alternativo aos avanços dos governos Lula e Dilma.

Aos inconformados com as urnas restou o comparsa que eles plantaram na presidência da Câmara –como se sabe, o PSDB, o DEM e o PPS votaram em Eduardo Cunha contra o candidato do PT, Arlindo Chinaglia. Dono de "capivara" policial mais extensa que a biografia, Cunha disparou a arma colocada em suas mãos por Hélio Bicudo.

O triste de tudo isso é saber que o ódio de Bicudo ao PT não vem de divergências políticas e ideológicas, mas por ter-lhe escapado das mãos uma sinecura –ou, como ele declarou aos jornais, "um alto cargo, provavelmente fora do país".

Dilma não será processada por ter roubado, desviado, mentido, acobertado ou ameaçado. Será processada porque tomou decisões para manter em dia pagamentos de compromissos sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.

O TCU viu crimes nessas decisões, embora não os visse em atos semelhantes de outros governos. Mas é o relator das contas do governo, o ministro Augusto Nardes, e não Dilma, que é investigado na Operação Zelotes, junto com o sobrinho. E é o presidente do TCU, Aroldo Cedraz, e não Dilma, que é citado na Lava Jato, junto com o filho. Todos suspeitos de tráfico de influência. Provoca náusea, mas não surpreende.

"Claras las cosas, oscuro el chocolate", dizem os portenhos. Agora a linha divisória está clara. Vamos ver quem está do lado da lei, do Estado democrático de Direito, da democracia e do respeito ao voto do povo.

E veremos quem se alia ao oportunismo, ao gangsterismo, ao vale-tudo pelo poder. Não tenho dúvidas: a presidente Dilma sairá maior dessa guerra, mais uma entre tantas que enfrentou, sem jamais ter se ajoelhado diante de seus algozes."

*FERNANDO MORAIS, 69, é jornalista e escritor. É autor, entre outros, dos livros "Chatô, o Rei do Brasil" e "Olga".

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Nota do Blog: A imagem que ilustra essa postagem é capa do jornal OGlobo, pertencente à família Marinho, que apoiou o golpe, a implantação e todos os 21 anos que a Ditadura Militar durou no Brasil e só assumiu seu erro nas vésperas das manifestações de rua promovidas pela juventude brasileira, nos meados de 2013, quando teve sua sede pichada com os dizeres "Globo mente", além de ser alvo de fezes que foram arremessadas por participantes do ato, no Rio de Janeiro e depois em várias capitais brasileiras.

Ou seja, embora a Globo já tenha admitido que errou, nunca assumiu que mentiu por diversas vezes ao publicar inverdades de forma leviana, como a capa em questão, onde afirmou que o presidente João Goulart havia fugido. 

Agora vejam como tudo se repete, quase 50 anos depois desta poderosa empresa familiar servir como principal instrumento midiático, usado na desestabilização de um governo democraticamente eleito e que foi sumariamente retirado do poder em 1964, por uma manobra realizada no Congresso Nacional, após um golpe muito parecido com o que tentam novamente impor ao Brasil.

sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Veja, a Revista do Império

Tendo em vista o abaixo assinado abaixo, este blog inicia a campanha "Abaixo a VEJA e a editora ABRIL" para que possamos mostrar nosso repudio aos radicais defensores do imperialismo mundial, instalados no editorial da revista mais reacionária da extrema direita brasileira.
REPUDIO E SOLIDARIEDADE 
Ante a viva lembranca da dura e permanente violencia desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente repudio a arbitraria e inveridica revisao historica contida no editorial da Folha de S. Paulo do dia 17 de fevereiro de 2009. Ao denominar ditabranda o regime politico vigente no Brasil de 1964 a 1985, a direcao editorial do jornal insulta e avilta a memoria dos muitos brasileiros e brasileiras que lutaram pela redemocratizacao do pais. Perseguicoes, prisoes iniquas, torturas, assassinatos, suicidios forjados e execucoes sumarias foram crimes corriqueiramente praticados pela ditadura militar no periodo mais longo e sombrio da historia polà tica brasileira. O estelionato semantico manifesto pelo neologismo ditabranda e, a rigor, uma fraudulenta revisao historica forjada por uma minoria que se beneficiou da suspensao das liberdades e direitos democraticos no pos-1964.
 
Repudiamos, de forma igualmente firme e contundente, a Nota de redacao, publicada pelo jornal em 20 de fevereiro (p. 3) em resposta as cartas enviadas a Painel do Leitor pelos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fabio Konder Comparato. Sem razoes ou argumentos, a Folha de S. Paulo perpetrou ataques ignominiosos, arbitrarios e irresponsaveis a atuacao desses dois combativos academicos e intelectuais brasileiros. Assim, vimos manifestar-lhes nosso irrestrito apoio e solidariedade ante as insolitas criticas pessoais e politicas contidas na infamante nota da direcao editorial do jornal.
Pela luta pertinaz e consequente em defesa dos direitos humanos, Maria Victoria Benevides e Fabio Konder Comparato merecem o reconhecimento e o respeito de todo o povo brasileiro.
Assine o abaixo assinado AQUI

terça-feira, novembro 20, 2012

A história de um poeta negro e sindicalista


No site do SINDPD-PA.

No dia da Consciência Negra, o SINDPD-PA foi em busca da história de vida de um trabalhador negro para compor a publicação de uma matéria alusiva à data e encontrou um tesouro: Dois álbuns repletos de poesias, panfletos, jornais e poemas do escritor e jornalista autodidata, Edivaldo Parente.
Ex-presidente do sindicado e hoje aposentado há 12 anos como funcionário do SERPRO, o “Parente” como é mais conhecido, foi entrevistado em sua casa, no bairro da Sacramenta, pelo Diretor de Comunicação do SINDPD-PA, Edu Maciel, com quem teve uma conversa rica em detalhes, com a história de luta dos trabalhadores do SERPRO e demais empresas de processamento de dados do Pará, desde os anos 60.

Em entrevista à assessoria de comunicação do sindicato, Parente, o poeta-operário resgatou uma parte vibrante da história de luta dos trabalhadores no Brasil. No auge de seus 76 anos e dotado de uma memória invejável, disse na gravação: “Quando ingressei no serviço público, nós trabalhadores, não tínhamos consciência de nossa condição de explorados intelectual e fisicamente pelo governo militar e foi na busca de nossa união e organização, durante as reuniões que fazíamos, que aos poucos fomos reconhecendo que havia a luta de classes, percebendo as mazelas do capitalismo e a necessidade de nos organizarmos.”

Com sua Olivetti no colo, Parente relatou como foi enfrentar a Ditadura Militar e ajudar a organização dos trabalhadores, no tempo em que reivindicar direitos trabalhistas e melhorias salariais era tido como subversão e perturbação da ordem pública. Logo, a conquista da Carta Sindical, e por conseguinte, da fundação do SINDPD-PA, vindo assumir anos depois a presidência do mesmo, deu-lhe mais esperança e convicção de que lutar era importante e garantia vitórias e conquistas.

“Como ainda não existiam computadores, os digitadores da época eram perfuradores de cartões em maquinas da IBM garantindo assim o processamento dos dados das empresas públicas”, revela o sindicalista que sempre se assumiu como negro e usou a escrita como instrumento de luta e mobilização de sua categoria, bem como contra o preconceito e a descriminação racial, praticada até por outros negros que ocupavam cargos superiores e queriam igualar-se aos brancos que adotavam práticas racistas.
No final da entrevista, provocado por Diógenes Brandão, Assessor de Comunicação do SINDPD-PA, Edvaldo Azevedo Parente, concordou em doar seu acervo pessoal para o sindicato que na manhã desta terça-feira (20) assumiu o compromisso de publicar um livro e um blog com os textos do poeta que sempre sonhou e lutou por uma sociedade mais justa e igualitária.
Além do sindicato, nosso poeta protagonista também foi membro da APE - Associação Paraense de Escritores e do CEDENPA, bem como participou da fundação da CUT no Pará e em 1988, ano em que se comemorava o centenário da abolição da escravidão no Brasil e a Igreja Católica lançava a Campanha da Fraternidade: "Ouvi o clamor deste povo", com a temática negra, Edvaldo Parente escreve um poema arrebatador!

 






Confraternizando com o Negro

Antes de ser o ano do negro brasileiro...
Antes de ser (o negro) a frente de batalha,
Antes de (o negro) não ter sido liberto a cem anos atrás...
Antes de (o negro) enfrentar de frente s tonelagens dos pré-conceitos,

Entendemos que de nada adiantará “Campanha da Fraternidade” se continuarmos:

Viver sem amor,
Será o mesmo que viver sem afeto
Será morrer um pouco cada dia,
Será sofrer sorrindo da vida pela fé,
Será chorar sem consolo na escuridão,
Será ignorar porque respiramos.

Porque amar é contemporizar.
Amigo você sabe,
Há muitas formas de ser dar...
Amor aos nossos semelhantes
Que não se encontram em meio às multidões,
Amigo você sabe, ama-se,
Para renascermos na luta

Através de nossos filhos,
Fruto do mais belo amor,
E para continuarmos vivendo.
Sem violência sê possível,
Sem agressões morais ou o equivalente,
Sem os pré-conceitos divisores,
Sem diferenças de classes cor e raça,
Enfim, sem a malfadada intolerância,
Vamos pensar infinitivamente no amor,

E viver...!

Edvaldo Parente.

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