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quarta-feira, janeiro 06, 2016

Dossiê SINTEPP: Graves denúncias envolvem líderes do PSOL-PA


Por Diógenes Brandão

Considerado o maior sindicato do Pará, tanto em número de filiados, quanto em arrecadação, o SINTEPP entrou em recesso no dia 21 de dezembro de 2015 e retornou às suas atividades nesta primeira segunda-feira (04) de 2016, coincidindo com o dia em que vieram ao conhecimento público, nada mais do que sete publicações do jornalista Augusto Barata, feitas em seu blog, onde apresentou uma série de denúncias de uma representação anônima, protocolada na Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e da Moralidade Administrativa, no Ministério Público do Estado do Pará.

A assessoria jurídica do sindicato apresentou seus esclarecimentos ao MP, no dia 12 de novembro de 2015, quando cobrou o arquivamento daquilo que chamou de "procedimento repleto de graves afirmações caluniosas, difamatórias e injuriosas". Apesar da gravidade das acusações, que podemos chamar de um verdadeiro dossiê sobre o SINTEPP, não há qualquer menção às informações sobre estas denúncias no site e redes sociais do sindicato.

Volto logo em seguida.

Leia agora a publicação no blog do Barata, sob o título SINTEPP – Representação ao MPE expõe denúncias de corrupção e aparelhamento no sindicato dos professores.

Alberto Andrade, um dos alvos das denúncias feitas ao Ministério Público aparece como doador de R$8.000,00 para a campanha de Fernando Carneiro, quando este foi candidato a deputado estadual pelo PSOL, em 2014.

Com um total estimado de cerca de 22 mil associados e uma receita anual calculada em R$ 12 milhões, o Sintepp, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará, está no epicentro de graves suspeitas de malversação de seus recursos financeiros e do seu patrimônio pela atual diretoria da entidade, em desvios que, se confirmados, resvalam para a corrupção pura e simples. O estopim do escândalo é uma representação anônima, feita ao MPE, Ministério Público do Estado do Pará, elencando um vasto repertório de denúncias de corrupção, supostamente ocorridas na esteira do alegado aparelhamento do sindicato pela APS, Ação Popular Socialista, uma tendência do PSOL, o Partido Socialismo e Liberdade, na qual pontifica o vereador de Belém Fernando Carneiro. A diretoria do Sintepp rebateu parcialmente as denúncias em alegações encaminhadas ao MPE, prontamente rebatidas.

Vereador de Belém, Fernando Carneiro é o expoente da tendência do PSOL que dirige o SINTEPP e seria o principal beneficiado dos recursos supostamente desviados do sindicato, conforme denúncia apresentada ao Ministério Público.

O elenco de denúncias abrigado na representação anônima é devastador e comprometem visceralmente Conceição Holanda, tesoureira do Sintepp. Ele inclui de suspeitas de prestações de contas obscuras até concessão de empréstimos valendo-se de recursos sindicais, ao arrepio da lei, passando por pagamentos indevidos a diretor da entidade, incluindo Alberto Andrade, o Beto Andrade, vice-diretor geral. As denúncias ainda incluem despesas não devidamente esclarecidas com consumo de combustível; utilização de veículos do sindicato em locais inadequados e em períodos injustificáveis; custeios de diárias, hospedagem e alimentação não suficientemente justificados; financiamento de campanha eleitoral do PSOL, beneficiando a campanha a deputado estadual do vereador de Belém Fernando Carneiro. As denúncias ainda mencionam o uso indevido do espaço físico do Sintepp para fins político-partidários; relações absolutamente informais com prestadores de serviço, propícias a mascarar desvio de recursos; pagamento de diárias de hotel, de nomes estranhos ao sindicato, em período que coincide com a eleição de nova diretoria.

Para entender melhor o caso, sugiro a leitura dos outros posts do blog do Barata, abaixo:







O blog AS FALAS DA PÓLIS aguardará o posicionamento do Ministério Público do Estado para retornar com mais informações sobre este fato, mas registra a existência de outra grande polêmica envolvendo o SINTEPP e outro blogueiro, neste caso o Hiroshi Bogéa, que alega ter sido caluniado por diretores do sindicato, que por sua vez emitiu uma Nota de repúdio contra o prefeito de Marabá, o Secretário de Educação e ao Blog do Hiroshi.

Como diria um amigo deste blogueiro: O ano de 2016 começou cunscarvalhos!

sexta-feira, agosto 21, 2015

Derrotado em 2014, ex-senador Mário Couto deixará o PSDB

Couto gritava aos quatro ventos que Dilma cairia e como todos sabem, a presidente se mantém no cargo e no seu partido, enquanto Mário Couto perdeu o cargo e agora sai do seu partido, depois de perder a disputa interna que travava com o governador Simão Jatene.
O senador tucano que já foi preso por porte de armas de grosso calibre  e por comandar bancas do jogo do bicho no Pará, Mário Couto anunciou que se desfiará do PSDB, depois de 25 anos na legenda. O rumo do mesmo ainda é incerto, podendo até ir para o PMDB, partido que ele já foi filiado.
Em Brasília, Mário Couto sempre foi um dos senadores do PSDB que mais atacavam o PT e os governo de Lula e Dilma. Em 2014, ano em que tentou a reeleição, chegou a protocolar dois pedidos de impeachment contra Dilma, o primeiro em Abril e o outro em Novembro, já depois de derrotado, pois ficou em terceiro lugar, com apenas 18,46% dos votos válidos, enquanto Paulo Rocha (PT) obteve 46,23% e ocupou a única vaga existe naquele disputa ao senado. 
Bravatas e corrupção
Embora não muito explicada, sua saída do PSDB é tida como resultado de conflitos com seus colegas de partido no Estado do Pará e já havia sido anunciada em junho do ano passado, quando chamou o governador Simão Jatene de mentiroso e safado.

Sempre com discursos recheados de uma falsa moralidade e chamando seus adversários de corruptos, em novembro de 2012, o senador teve seus bens bloqueados por determinação da Justiça do Pará, a pedido do Ministério Público. Mário Couto foi acusado por improbidade administrativa em licitações na Assembleia Legislativa do estado, quando como deputado estadual presidiu aquela casa entre 2003 e 2007. 

Os promotores paraenses alegaram ter encontrado contratações suspeitas em sua gestão, como uma fábrica de tapioca que foi contratada para prestar serviços de engenharia, e solicitaram a devolução de R$13.000.000,00 (treze milhões de reais) desviados do erário. 
Já como senador, Mário Couto foi acusado de financiar o Cuiarana com dinheiro público do DETRAN, órgão que esteve sob o comando de apadrinhados por ele. Segundo matéria do jornal Diário do Pará, "o senador operou a mágica de transformar um clube inexpressivo do interior paraense numa agremiação com ares de Primeiro Mundo, com estrutura de deixar no chinelo até mesmo clubes tradicionais como Remo e Paysandu. Especula-se que, por baixo, a folha salarial do clube alcance R$ 400 mil por mês".
Antes disso, os cofres do DETRAN já haviam sido arrombados por outro esquema coordenado por Sérgio Duboc, amigo de confiança e indicado pelo senador Tucano para operar a gatunagem. Após ser tido como foragido da polícia, pegou o beco e até hoje seu paradeiro é desconhecido. 
Com todos esses indícios e escândalos, Couto agora teme ter que responder pelos crimes e esquemas de corrupção que sempre foi acusado, mas que a imunidade parlamentar lhe aliviada a barra. Por isso, pensa em continuar na política, vindo a "escolher" outro partido e manter-se impune. Especula-se que ele possa engrossar as fileiras do PMDB ou do PSD, mas ele ainda não confirma, só diz em alto e bom som que tem a certeza de que será amigo por toda a vida do presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves.
Que tal me acompanhar no twitter?!

domingo, junho 21, 2015

A hipocrisia da mídia que não investiga deixa órfão o jatinho do PSB, um ano depois

Morreram sete pessoas e o Brasil passou por uma comoção nacional. Não interessa, porém.


É curioso como corrupção só interessa à imprensa quando atinge o PT.

Foi preciso que o até agora dono do jato em que morreu Eduardo Campos – desastre a partir do qual decolou Marina Silva, pondo abaixo o favoritismo disparado de Dilma Rousseff – dissesse, para escapar de um pedido de indenização de R$ 350 mil feito por pessoas que tiveram suas casas danificadas na queda do aparelho , que não é, nem nunca foi, dono do avião.

João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho disse no processo que comprou, mas não comprou, o avião e que “converteu” os pagamentos feitos em “horas de voo”.

E uma empresa em recuperação judicial (!!) vendeu, mas não vendeu e continuava dona da aeronave.
Assim, tudo de boca, sem um “papelinho” assinado.

Vai fazer um ano do acidente que quase mudou o resultado da eleição presidencial.

Até agora não há informação dos inquéritos (???) que apuram suas circunstâncias.

Nem mesmo esta, básica: de quem era o aparelho?

Quem comprou e quem cedeu a Eduardo Campos e Marina Silva?

Quem o operava? Quem contratava e pagava a tripulação?

Qual era a participação do contrabandista Apolo Santana Vieira no negócio?

A Polícia Federal e o Ministério Público, que vazam tudo na “Lava Jato”, não dão um pio.
Os jornais fizeram uma ou outra matéria sobre os “mistérios” aeronáuticos, mas nunca apuraram sistematicamente.

Os blogs tentaram, mas não têm condições de ir mais fundo do que foram, seja porque faltam recursos, seja porque “otoridades” não falam com blogueiros “sujos”.

Do jeito que anda nossa mídia não demora a dizerem que o dono do avião era o José Dirceu!

Morreram sete pessoas e o Brasil passou por uma comoção nacional.

Não interessa, porém.

Não dá para atingir a Dilma; não dá para “pegar o Lula”.

É só o que importa à Polícia Federal , ao Ministério Público e ao “jornalismo investigativo”.

terça-feira, junho 02, 2015

Mariana Godoy deixa a Globo e revela a censura e os bastidores das notícias contra Dilma


"Eu Não vou à manifestação, eu não bati panela", diz Mariana Godoy, que não vê sentido nos ataques a Dilma. 
Depois de passar metade de sua vida trabalhando na maior emissora de televisão brasileira e com uma franqueza rara, porém contundente, Mariana Godoy revelou como se processam as informações e os ponto de vista expostos no jornalismo da Rede Globo. 

Com classe e ética, demostra um alívio por agora ter liberdade em poder fazer o jornalismo como ele deve ser. Além disso, dá sinais da admiração que tem pela presidenta Dilma e da forma com que a população é levada a ter ódio. Em outra entrevista ela que ela já havia dito: “Eu não vejo sentido nesse ataque, nessa agressividade, eu vi muitos palavrões, palavras de baixo calão e ofensas totalmente inoportunas. Fiquei triste de ouvir de um político do PSDB: ‘eu quero ver a Dilma sangrar’. Esse negócio de sangue nos olhos é feio, é doido, porque eu não quero que ela sangre”, declarou.

Assista a entrevista da primeira jornalista a fazer declarações tão reveladoras sobre a Rede Globo:




terça-feira, abril 14, 2015

Pesquisa: 83% dos manifestantes de SP votaram em Aécio

Pesquisa confirma que a maioria absoluta presentes nos atuais protestos ocorridos no Brasil, são eleitores de Aécio Neves.


Maioria dos manifestantes espera que consequência dos atos seja a punição aos culpados dos escândalos de corrupção.

Uma pesquisa realizada com manifestantes que foram à Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (12), pela start-up Lean Survey, mostra que a maioria das pessoas, ou 32% delas, foi às ruas protestar prioritariamente contra a corrupção no Governo Federal, enquanto 27% dos manifestantes queriam antes de tudo "Fora Dilma". O levantamento revela, porém, que os que participaram do ato já não foram eleitores de Dilma Rousseff na última eleição. Ao todo, 83% votaram em Aécio Neves (PSDB) no segundo turno do ano passado, e apenas 3% apostaram na petista.


Deputado Federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) pousou como ídolo de vários manifestantes em SP.

Entre os resultados desejados como consequência do movimento, o que aparece em primeiro é a punição aos culpados nos escândalos de corrupção (24%), seguido pela renúncia de Dilma (21%).

Sobre a forma como as pessoas ficaram sabendo e se organizaram para o protesto, as redes sociais (Facebook e Twitter) foram citadas por 60% dos entrevistados como tendo sido a principal. Em relação ao protesto do dia 15 de março, 69% também estiveram presente nele.

O perfil dos manifestantes também foi pesquisado. Dos que responderam à pesquisa, 77% possuem renda familiar superior a um salário mínimo; 60% têm o ensino superior completo e 23% completaram a pós-graduação.

A pesquisa entrevistou 561 pessoas, entre as 12 e 18 horas, no protesto que ocorreu na Avenida Paulista, no dia 12 de abril.

quarta-feira, março 11, 2015

Entenda por que os políticos devem monitorar as redes sociais mesmo após as eleições

As redes sociais foram um canal muito usado por políticos nas eleições de 2014, mas será usá-las só no período eleitoral é o suficiente?


As redes sociais revolucionaram a forma como empresas, personalidades, instituições e pessoas se relacionam e se portam. No que se refere a eleições e política, as redes desempenharam um papel determinante para que candidatos e partidos pudessem mapear e se aproximar de seus eleitores. Foi possível atestar esta nova realidade nas últimas eleições, principalmente na de 2014, com disputas entre partidários. Candidatos investiram no uso de canais digitais para, entre outras coisas, posicionarem-se trabalhando suas imagens enquanto figuras do poder público.

Mapeando votos

O monitoramento online é hoje uma das ferramentas fundamentais e mais eficazes do marketing digital que, em 2014, foi amplamente explorado no processo eleitoral. É possível coletar dados, inclusive em tempo real, identificando mensagens positivas e negativas sobre a imagem de corporações, reputação de grandes marcas no mercado e, também, sobre o que tem sido dito sobre política.

Com a utilização de métricas, filtros como identificação de gênero, dados demográficos, socioeconômicos, faixa etária etc, é possível determinar e analisar o perfil dos eleitores bem como a forma como a imagem do político tem sido percebida e discutida pela audiência. Isso permite traçar estratégias eficientes para a conquista de eleitores além de solidificar a escolha de simpatizantes. Vale lembrar que, para ter sucesso definitivo, o político não deve se olhar para esses canais apenas nos períodos eleitorais. É preciso usar as redes sociais para conhecer, ouvir e entender o que a população está querendo. O político que sabe lidar com as redes sociais como intermediárias entre ele e o público-alvo dele — mostrando-se realmente preocupado com as questões desse público — ganha vantagem em relação ao político que apenas usa essas ferramentas como forma de obter mais votos.

Monitoramento antes, durante e depois

O recente processo eleitoral foi marcado pela militância e conectividade de eleitores que nunca discutiram tanto sobre política utilizando as redes sociais como canais de interação. Em um artigo publicado na BBC Brasil, podemos aferir que durante os 3 meses de campanha eleitoral, cerca de 674,4 milhões de interações sobre as eleições ocorreram só no Facebook.

Mas, é fundamental entender que a imagem e a reputação de figuras públicas como políticos não possuem prazo de validade. Logo, é imprescindível que menções sobre a personalidade do poder público sejam acompanhadas não apenas no período eleitoral mas sim durante toda carreira política do candidato. É fundamental que haja uma rotina contínua de ações relativas ao posicionamento do político nas redes sociais tendo ele sido eleito ou não.

Arme-se para a próxima guerra digital

Durante a corrida eleitoral no Brasil, os candidatos que chegaram ao 2ª turno investiram (e muito!) nas redes sociais. O Twitter e o Facebook foram usados como  plataformas para confrontos, divulgação de personalidades com apoios polarizados, além de conquistas dos governos e a busca pelo engajamento de militantes e eleitores simpatizantes.

Se o candidato já estiver pensando em uma próxima eleição, ele pode usar esse período para divulgar seu nome, ideias e estreitar relacionamento com os eleitores.  E já que a maioria só olha para as redes sociais apenas durante o período eleitoral, o candidato que usar as redes sociais como ferramenta estratégica — mesmo fora de campanha ou mandato — estará um passo à frente da concorrência e poderá aproveitar esse momento para se firmar cada vez mais.

Prevenção de crise em tempo real 

Com o compartilhamento constante de notícias e opiniões sobre o político ou partido nas redes sociais, o mundo da política passou a lidar com situações de crise a todo momento e numa escala muito maior. Se o político fica de olho nesses canais, ele consegue identificar crises rapidamente e já pensar em formas de reverter a situação. Além disso, acompanhar a repercussão dos assuntos  nas redes sociais podem ajudar a guiar as próximas ações e a postura frente aos assuntos polêmicos.

Mais do que estratégias com o intuito de angariar votos, o posicionamento e a manutenção da imagem dos candidatos nas redes sociais demandam acompanhamento constante devido à grande exposição dos políticos que, afinal, são figuras públicas cujas posturas morais são acompanhadas e avaliadas pelo eleitorado.

E você, participou da guerra digital durante as eleições? Entendeu por que o monitoramento é essencial não só durante as eleições, mas sim durante todo o mandato do candidato? Se você tem alguma dúvida ou sugestão escreva pra nós através dos comentários!

sexta-feira, fevereiro 20, 2015

Perdeu de novo: TSE nega pedido do PSDB para cassar mandato de Dilma

Sem provas, PSDB alegava na justiça eleitoral que houve abuso de poder político na campanha de Dilma. Perdeu de novo.

Na Exame.

A ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou pedido feito pelo PSDB para cassar o diploma da presidente Dilma Rousseff e do vice-presidente Michel Temer para o mandato iniciado neste ano.

No entendimento da ministra, os tucanos apresentaram "de forma genérica supostos fatos ensejadores de abuso de poder econômico e fraude" e não apresentam "início de prova que pudesse justificar o prosseguimento de ação tão cara à manutenção da harmonia do sistema democrático".

Ela negou o prosseguimento da ação de impugnação de mandato, apresentada pelo PSDB no dia 2 de janeiro.

"Como justificado no início desta decisão, entendo que a inicial apresenta uma série de ilações sobre diversos fatos pinçados de campanha eleitoral realizada num país de dimensões continentais, sobre os quais não é possível vislumbrar a objetividade necessária a atender o referido dispositivo constitucional", apontou a ministra.

O partido alegava na justiça eleitoral que houve abuso de poder político na campanha de Dilma, com convocação de rede nacional de rádio e televisão, manipulação na divulgação de indicadores sociais, uso indevido de prédios e equipamentos públicos para atos próprios de campanha e veiculação de propaganda institucional em período proibido.

Também era apontado suposto abuso de poder econômico com realização de gastos de campanha acima do valor limite, financiamento de campanha com doações oficiais "contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas", entre outros.

O partido solicitava que a justiça eleitoral requisitasse, entre outras coisas, cópias dos inquéritos policiais produzidos no âmbito da Operação Lava Jato.

Ao analisar o pedido do PSDB, a ministra do TSE considerou que há "elevado grau de subjetivismo" nas informações prestadas, "a demonstrar a enorme distância existente entre os fatos de que dispõem e a descrição que deles fazem".

O despacho foi dado no último dia 4 e publicado na quarta-feira, 18, pela Justiça Eleitoral.

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

Impeachment, golpe e corrupção: A trama dos derrotados


Por Luanna Tomaz*

Acho ridícula essa movimentação em defesa do impeachment. 

Cada vez que recebo uma mensagem sobre esse assunto, me embrulha o estômago. Não se pode defender o impeachment de um presidente/a porque seu candidato não ganhou as eleições, ou porque aquela tomou (em um mês e meio de governo) medidas impopulares. Torna-se um acinte ao Estado Democrático de Direito e ao processo eleitoral que garantiu vitória a essa candidata. Enquanto a oposição jogar esse jogo continuará pequena e mesquinha, pois estará mais preocupada com seu espaço político do que com o desenvolvimento do país. 

Como qualquer cidadã tenho críticas ao governo, mas não posso sair por aí, achando que posso trocar de presidente como troco de roupa. Não me surpreende que os setores mais reacionários e conservadores estejam ao lado disso, que queiram construir o PT como o inimigo do povo, como o partido da corrupção, quando sabemos que esses setores não ligam a mínima para o que acontece com a população mais vulnerável desse país. 

A corrupção está arraigada em todos os espaços no nosso país, com pessoas que fraudam seu imposto de renda, que falsificam carteira de estudante, que pagam propina ao guarda de trânsito, mas que não querem perder seus privilégios, que não querem abrir mão da corrupção que os beneficia. Fico assustada, como qualquer pessoa, com os escândalos de corrupção. 

Ao mesmo tempo fico feliz em saber que eles estão sendo combatidos e espero que eles sejam extirpados do nosso país, da nossa casa, das ruas, de nossas vidas, mas isso exige uma postura crítica, inclusive com nossas práticas, e não apenas acreditar que trocar de presidente/a vai resolver alguma coisa, quando no fundo o que se quer é que os privilégios sejam redirecionados.


Luanna Tomaz é Mestre em Direito pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e doutoranda em Direito na Universidade de Coimbra.

segunda-feira, janeiro 12, 2015

Governador tucano será cassado no Pará?

Entre os pedidos estão os de cassação do diploma e declaração de inelegibilidade do govern ador eleito, Simão Jatene, e do candidato não eleito Helder Barbalho.

No blog do Miro.

O PSDB encolheu na disputa para os governos estaduais – caiu de oito eleitos em 2010 para cinco em 2014 – e ainda pode perder mais um governador. Após analisar mais de 20 ações contra 50 candidatos acusados de irregularidades no pleito de outubro, a Procuradoria Regional Eleitoral do Pará concluiu que Simão Jatene, reeleito no Estado, cometeu vários crimes e solicitou a sua cassação. O pedido foi feito pelo procurador Alan Rogério Mansur e lista inúmeras irregularidades: abuso de poder político e econômico, compra de votos e prática de condutas proibidas a agentes públicos durante as eleições.

As investigações apontaram que vários programas do governo paraense, como o "Cheque Moradia", foram utilizados para a "compra" de votos. Além do governador e de seu vice, Zequinha Marinho, o presidente da Cohab, João Hugo Barral de Miranda, e a coordenadora do "Cheque Moradia", Maria Sônia da Costa Massoud, também foram acusados. Todos podem ficar inelegíveis por oito anos. A solicitação da PRE-PA não significa que Simão Jatene será cassado e ficará inelelígel. O tucano é mestre em escapar de condenações e conta com influentes apoios, na própria Justiça e de setores da mídia local, para se blindar. Ele representa o latifúndio e o boa parte das elites empresariais do Pará.

A PRE também pediu a inelegibilidade do candidato derrotado no pleito de outubro, Helder Barbalho, do PMDB, que agora virou ministro do governo Dilma. Ele foi acusado do uso indevido dos meios de comunicação. Segundo a procuradoria, o grupo midiático RBA, que pertence ao ex-senador Jader Barbalho, foi utilizado na campanha para enaltecer o filho e para atacar seus adversários políticos. Os diretores do grupo, Jader Barbalho Filho e Camilo Centeno, também foram acusados no processo. As graves irregularidades no Pará confirmam a urgência da reforma política, da proibição de concessões de rádio e tevê para políticos e da regulação democrática da mídia no Brasil.

Veja a lista completa com as acusações e pedidos de punição feitos pela PRE à Justiça Eleitoral em http://goo.gl/iKbynW 

quinta-feira, janeiro 08, 2015

Revista Veja não consegue se manter sem verba pública

Utilizada como instrumento de apoio ao PSDB e explicitamente contrária ao PT, a Veja não é uma revista de informação.

Na página do PCO.

Após a revista Veja ser transformada em panfleto eleitoral da chapa de Aécio Neves na campanha eleitoral de 2014, o governo de Dilma Rousseff decidiu cortar a verba de publicidade da Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil da Editora Abril, responsável pela publicação no último mês de novembro. O corte chega a R$ 6,1 milhões por ano e já afeta a empresa que está em crise há anos.

A editora teve de entregar na última segunda-feira (5) metade da sua sede, um prédio na Marginal Pinheiros, para o Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que é dona do empreendimento. Nem mesmo o busto do fundador da revista Veja, Victor Civita, que ficava na recepção foi tirado, pois a Abril se tornou minoritária.

A revista Veja ainda lucra todo ano com cerca de 5 mil assinaturas feitas pelo governo Alckmin para deixar nas escolas e publicidade de outras empresas estatais, como os Correios. Assim como a Veja, a maior parte do monopólio da imprensa se mantém por meio de verba estatal, seja propaganda das empresas, isenção e sonegação fiscal.

Devido à crise, a Editora Abril fechou algumas publicações, como a revista Info, que passou a ser apenas digital, transferiu cerca de 10 publicações para a Editora Caras e devolveu o canal MTV, que possuía concessão pública até 2013, para a Viacom. As duas principais publicações, Veja e Exame, também têm sofrido cortes de gastos.

O governo federal ainda repassa cerca de R$ 150 milhões por ano com publicidade em revistas, que representa menos de 10% dos gastos na área. Mais da metade do dinheiro gasto com propaganda pelo governo vai para os canais de televisão, onde a Rede Globo, que também faz oposição aberta ao governo, recebe a maior fatia.

De acordo com declarações da própria presidente Dilma Rousseff e do ministro indicado para a Comunicação, Ricardo Berzoini, há a pretensão de criar uma regulamentação econômica dos meios de comunicação, impedindo a já existente formação de monopólios. Para começar esta mudança, o mínimo que deveria ser feito é o fim dos repasses de verba pública para financiar esta imprensa monopolista.

quarta-feira, janeiro 07, 2015

Salvo pela pesca

Ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho é empossado durante cerimônia de posse do 2º mandato de Dilma

A Secretaria da Pesca (com status de ministério) conseguirá preservar alguma forma de poder institucional para Helder Barbalho? A intenção é justamente essa. A presidente Dilma Rousseff renovou a aliança com Jader Barbalho que herdou do seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, ao garantir uma posição de influência para o filho do senador do PMDB.

O posto é de baixa categoria e difícil. Por ele, em oito anos, já passaram seis chefes. É uma deferência proporcional ao peso do beneficiado na política nacional. Mas tem sua importância. Um paraense volta ao ministério da república quase 20 anos depois da última passagem de um nativo, Fernando Coutinho Jorge, que foi ministro do meio ambiente de Itamar Franco entre 1992 e 1995. E passa a ser o quinto paraense na cúpula do governo federal em 29 anos de redemocratização.

No posto, Helder poderá dar continuidade à sua campanha por um novo mandato político, já em 2016, para uma prefeitura, ou preparando-se para nova tentativa ao governo do Estado, dois anos depois. Apesar do insucesso neste ano, ele podia ter vencido no primeiro turno e foi derrotado no segundo turno por ter relaxado a sua participação e ter perdido a orientação direta do pai, que já estava com problemas de saúde.

Em 2018, mesmo que apoie a candidatura de um correligionário para seu sucessor no exercício do cargo, Simão Jatene não poderá mais se reeleger, o que enfraquecerá um pouco o PSDB. Além disso, é pouco provável que os tucanos consigam evitar uma desunião maior do que a de 2014. Essa conjuntura poderá favorecer Helder, se ele não for apenas ministro decorativo. E se tiver um desempenho na Secretaria de Pesca melhor do que na prefeitura de Ananindeua.

De qualquer forma, Dilma Rousseff permitiu uma sobrevida melhor para os Barbalhos no Pará. PT e PMDB continuam de mãos dadas no Estado, sob o comando de Jader. 

Publicado por Lúcio Flávio Pinto, em seu novo blog.


terça-feira, dezembro 23, 2014

Simão Jatene diz que a TV RBA manipulou o tempo de Helder Barbalho na campanha eleitoral

A entrevista no programa Roda Viva com o governador reeleito do Pará, Simão Jatene me fez ficar em casa para assistir e tuitar, pois pensei que seria ao vivo. Ledo engano! O programa foi gravado, sabe-se lá o motivo.

Sob o comando do blogueiro da VEJA Augusto Nunes, acusado de publicar notícias falsas contra um site de notícias concorrente da revista que paga seu salário, o programa e seus entrevistadores deixaram Simão Jatene à vontade e em nenhum momento o governador tucano foi indagado pelos três pedidos de cassação feitos pelo Ministério Público Eleitoral do Pará, depois que este órgão comprovou a prática de ilegalidades de sua chapa, durante as eleições deste ano.

Em compensação, o blogueiro/apresentador fez questão de alfinetar a família de Helder Barbalho, o qual concorreu com Simão Jatene e quase foi eleito no primeiro turno, mas que perdeu por uma diferença de 3,24% no segundo turno das eleições no Estado.

Na entrevista, uma denúncia grave e inédita feita por Simão Jatene: A TV RBA teria manipulado o horário eleitoral gratuito para beneficiar com mais tempo e com ajustes favoráveis ao candidato Helder Barbalho, um dos herdeiros dos veículos de comunicação que inclui a TV citada. Jatene não soube explicar o motivo da "denúncia" não ter sido noticiada, algo estranho já que ele conta com o apoio irrestrito da família Maiorana, proprietária do principal veículo de comunicação concorrente do grupo de comunicação da TV citada, ainda mais em um processo eleitoral acirrado como foi o deste ano.

Um dos momentos que chama a atenção do segundo bloco é quando Simão Jatene diz: "Eu vou dizer uma coisa que certamente desagrada muito, esse país precisa repensar essa história de político dono de veículo de comunicação". Nisso tenho total concordância com o governador, pena que o apresentador não tenha deixado-o falar mais sobre o assunto, talvez por incomodar outros donos de veículos de comunicação amigos dos jornalistas presentes.

Fique com o trecho do segundo bloco da entrevista:









sábado, dezembro 20, 2014

MPE pede a cassação do diploma de Simão Jatene

Fila para cadastro para o "Cheque Moradia" alimentou a esperança de milhões de paraenses. Foto: Bruno Carachesti.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) ingressou ontem com ação de investigação judicial eleitoral contra o candidato reeleito Simão Jatene e seu vice, Zequinha Marinho, por abuso do poder econômico e compra de votos. A ação do Ministério Público reforça pedido feito na última quinta-feira pela coligação “Todos pelo Pará”.

No pedido de investigação, o MPE afirma que programas de governo, como o Cheque Moradia, foram utilizados para obtenção de votos nas campanhas e por isso pede que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) casse os diplomas dos candidatos, os declare inelegíveis por oito anos e os condene ao pagamento de multas.Além do candidato à reeleição Simão Jatene e de seu vice, Zequinha Marinho, são réus na ação, o presidente da Companhia de Habitação do Estado do Pará (Cohab), João Hugo Barral de Miranda; a diretora da Cohab, Maria Cláudia Zaidan Gonçalves de Oliveira, e a coordenadora do programa Cheque Moradia junto às lideranças comunitárias dos bairros de Belém, Maria Sônia da Costa Massoud.

Na ação, o Ministério Público Eleitoral diz que o candidato à reeleição Simão Jatene e seu vice incorreram em abuso de poder político “por meio do uso do programa Cheque Moradia, do governo de Jatene, com a finalidade de obter votos para a candidatura à reeleição, prejudicando a normalidade das eleições”. Para a Procuradoria Regional Eleitoral, os candidatos eleitos “se utilizaram do cargo público eletivo já ocupado e exerceram influência nas eleições por meio do programa”.

DADOS

Assim como os advogados da coligação Todos pelo Pará, o Ministério Público também levantou dados do Cheque Moradia. Concluiu que até o período da campanha eleitoral o mês com maior investimento do programa havia sido janeiro, com um gasto total de R$ 9,2 milhões. Em agosto deste ano, contudo, o gasto subiu para R$ 15,1 milhões e, em setembro, mês anterior à eleição, saltou para R$ 31 milhões. “Durante a campanha, aumentou o número de eventos promovidos e o número de processos abertos pelo programa, além da entrega de Cheque Moradia a eleitores que prometeram voto nos candidatos Simão Jatene e Zequinha Marinho”, ressaltaram os promotores.

Na ação, o MPE pede que o Tribunal Regional Eleitoral solicite à Cohab informações sobre o número de cada processo de pessoas cadastradas no programa Cheque Moradia e o número de cheques entregues, em cada mês de 2014, com valores dos respectivos cheques e nomes de seus beneficiários; além de informar a quantidade exata de inscritos no programa e a quantidade de cheques entregues, com levantamento quantitativo e mensal destes no período correspondente a janeiro de 2014 até o dia da eleição.

sexta-feira, dezembro 19, 2014

3º turno no Pará: Simão Jatene pode ser cassado por compra de votos

Na campanha Jatene intensificou a entrega dos cheques. Eleitores faziam filas para receber o benefício
Foto: Bruno Carachesti

Coligação entra com ação contra Jatene e Marinho é o título da matéria publicada no Diário Online que revela a medida adotada pela assessoria jurídica de Helder Barbalho - candidato derrotado no segundo turno das eleições deste ano por Simão Jatene, reeleito governador do Estado do Pará, o qual pode ter seu mandato cassado, sob a acusação de abuso do poder econômico através da compra de votos através do Cheque Moradia. Seria o caso de chamar de terceiro turno paraense?

A coligação majoritária “Todos pelo Pará” - que teve Helder Barbalho e Joaquim de Lira Maia como candidatos a governador e vice-governador, respectivamente - ingressou ontem com ação de investigação judicial eleitoral contra o governador reeleito Simão Jatene, o vice Zequinha Marinho, além de dois servidores do alto escalão da Companhia de Habitação do Pará (Cohab).

A Ação pede a cassação dos mandatos de Jatene e de seu vice, multa de R$ 100 mil e a suspensão, por oito anos, dos direitos políticos dos envolvidos. Eles são acusados de abuso de poder político e compra de votos.

O alvo da ação foi o uso do programa cheque moradia para favorecer o candidato Jatene durante a campanha eleitoral deste ano. “A isonomia entre os candidatos foi claramente afetada pela abusiva e indiscriminada concessão e liberação de verbas do programa, principalmente nos três meses que antecederam a eleição e durante a disputa do segundo turno”, explica o advogado Alex Centeno, um dos autores do pedido de investigação. 

Para pedir a cassação de Jatene, os advogados da coligação reuniram documentos que somam mais de quatro mil páginas, entregues ontem ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Como se trata de uma ação por abuso do poder político e compra de votos, o caso vai ser investigado pela Corregedoria do TRE que vai chamar testemunhas para depor. Alex Centeno conta que os advogados da coligação estão trabalhando na reunião de provas desde outubro. Ontem, as cópias da ação lotaram o porta-malas de um automóvel. 

Segundo dados da própria Cohab, em 2012, o governo liberou R$ 24, 2 milhões para o programa, beneficiando 3.483 famílias, quase 18 mil pessoas. Neste ano - com a campanha eleitoral a pleno vapor - o programa foi turbinado e o orçamento chegou a R$ 95, 2 milhões, mais que a soma dos dois anos anteriores. 

“A normalidade e a legalidade do pleito foram decisivamente prejudicadas pelo uso abusivo do Programa Cheque Moradia do governo do Estado, gerenciado pela Companhia de Habitação do Estado do Pará – COHAB, através do seu Presidente – João Hugo Barral – e da Coordenadora do programa junto às lideranças comunitárias – Sônia Massoud, utilizado com o objetivo escancarado de obter votos”, escrevem os advogados em um dos trechos da ação. Barral e Sônia Massoud também figuram como réus no pedido de investigação eleitoral.

EVOLUÇÃO

Para ingressar com a ação, a coligação analisou a evolução do programa Cheque Moradia ao longo de 2014. Os dados revelam que a distribuição dos cheques foi intensificada à medida que o pleito se aproximava. Os meses com maior concentração de benefícios foram julho, agosto, setembro e outubro, justamente após as convenções após a escolha dos candidatos em convenção partidária. 

Para se ter uma ideia, em julho, foram 3.639 famílias, o que representa mais de 18 mil pessoas beneficiadas. Em outubro, mês da eleição, foram 10.443, o que chega a mais de 50 mil beneficiados, apenas nos primeiros treze dias, o que reforça a tese de que esse é um programa eleitoreiro. 

Em termos financeiros, o programa saltou de R$ 3.3 milhões em maio para R$ 31 milhões em setembro. “O valor concedido no mês de setembro, véspera do primeiro turno, foi totalmente desproporcional aos demais meses, o que demonstra claramente a utilização do Cheque Moradia como meio para obter votos”. Apenas nos 13 primeiros dias de outubro, foi constatado um valor superior a todos os meses anteriores a agosto.

O que ela disse


segunda-feira, dezembro 08, 2014

Pedidos de impeachment de Dilma são uma farsa absoluta

Eleitor de Aécio, Lobão sentiu-se como um otário ao ir pra evento que o ex-candidato convocou e não foi. 

Por Ricardo Melo, na Folha.

“Nós vamos perder, mas vamos sangrar estes caras até de madrugada”. A frase de Aécio Neves, reproduzida em reportagem da sempre atenta Daniela Lima, desta Folha, resume melhor que tudo o programa da oposição ao governo Dilma. Não que seja exatamente original, em se tratando do autor. Ele mesmo, durante a campanha eleitoral, soltou outra pérola de nível parecido aos que aceitavam trocar de candidato como se troca de camisa: “suguem mais um pouquinho e depois venham para nós”.

Por trás do palavreado da alcateia a favor do impeachment da presidente reeleita, existe uma verdade irrefutável. As investigações, mesmo atabalhoadas, da Operação Lava Jato, desnudam um esquema de corrupção que não vem de hoje, nem de ontem. E o principal: revelam o modus faciendi de convivência entre a elite empresarial e o Estado brasileiro. Pode parecer paradoxal, mas esta é a chave que torna os pedidos de impedimento uma farsa absoluta.

O Brasil teve um episódio de impeachment, o de Fernando Collor. Pausa para breve volta ao passado. Quem tinha acesso aos humores do tubaronato percebia o andar da carruagem. “Dez por cento tudo bem, mas o PC Farias está pedindo trinta, quarenta. Assim não dá. ” A lamúria era repetida por dez entre dez ricaços que construíram fortuna à sombra de negócios escusos.

Mas não era o suficiente: além de ir com muita sede ao pote e romper o código do pessoal de cima, a turma de Collor era um fracasso completo em termos populares. Confiscou poupança, perdeu da inflação e foi incapaz de promover qualquer progresso. Conseguiu brigar com todo mundo, tanto com os endinheirados que bancaram sua eleição como com os desavisados que viram o “caçador de marajás” ser o maior de todos os marajás. Sua queda era questão de tempo.

O momento agora é distinto. O que está exposto à execração pública não é a ação de uma camarilha isolada. É o envolvimento do “crème de la crème” do empresariado local –e internacional– com práticas de achaque ao Estado. Nem o tucano mais inflamado, no íntimo, acredita que o esquema começou com administrações petistas. O inquérito sobre a bandalheira no sistema de transporte de São Paulo fala por si só. A operação Castelo de Areia, interrompida por chicanas jurídicas, também ilustra a promiscuidade entre os senhores do dinheiro e os negócios de Estado –seja quem for o gerente de plantão.

São estas as relações que vêm sendo escrutinadas. Não à toa pesquisa Datafolha deste domingo traz resultados aparentemente contraditórios: se muita gente acha que Dilma tem culpa no cartório, outros tantos aprovam a sua gestão. Mais: apontam o governo dela como o que mais combate a corrupção, com larga vantagem sobre os antecessores. Sintomático, não?

Alguém poderia achar que o resultado indica que o brasileiro se acostumou com o “rouba mas faz”. Nada disso. A maioria trabalhadora, honesta, que conta os trocados para sustentar a família, não tem nenhum tipo de conivência com roubalheiras. Mas, da mesma forma, não imagina gente como Aécio Neves, José Serra (que declarou em alto e bom som considerar cartel uma coisa normal) ou Fernando Henrique (que conquistou a reeleição na base do dinheiro vivo) no papel de guardiões da honestidade.

Disse um compositor: “Chove lá fora, e aqui tá tanto frio. Me dá vontade de saber. Aonde está você?”. No sábado, durante mais um protesto de gatos pingados em São Paulo a favor da intervenção militar e impeachment, ouviu-se lamento semelhante da boca do mesmo personagem: “Só tem inimigo aqui. Cadê o Aécio, o Caiado? Se eu passo aqui e vejo esse pessoal, acho que é tudo a mesma coisa. Estou pagando de otário”. É Lobão, a vida não é fácil.

segunda-feira, dezembro 01, 2014

Chico Cavalcante: Marketing político não faz milagre

Chico Cavalcante em sua sala na Vanguarda, durante uma conversa sobre Marketing na Internet.
"Quem é ateu e viu milagres como eu
Sabe que os deuses sem Deus
Não cessam de brotar, nem cansam de esperar
E o coração que é soberano e que é senhor
Não cabe na escravidão, não cabe no seu não
Não cabe em si de tanto sim
É pura dança e sexo e glória, e paira para além da história"
Trecho da canção "Milagres do Povo" de Caetano Veloso.


Chico Cavalcante, ou o Chiquinho da Vanguarda como é conhecido por muitos é uma das mentes mais brilhantes do Estado do Pará. Avalio que ele chegou longe por seu talento e inteligência, mas principalmente pela capacidade de escutar e não agir emocionalmente.

Por respeito ao seu trabalho e pessoalmente admirá-lo como ser humano, trago a entrevista publicada na edição dominical do jornal Diário do Pará, mas antes gostaria de dizer que acho lamentável, que o profissional Francisco Cavalcante não dê à internet a devida atenção que ela merece e chamo a atenção para a parte da entrevista, onde ele diz que a comunicação da campanha do senador Paulo Rocha foi perfeita.

Quem monitorou e observou o desenvolvimento do site e a administração das redes sociais do candidato, sabe do que estou falando. No entanto, isso é apenas um detalhe numa campanha vitoriosa e cheia de estórias para contar e o Chiquinho conta um pedaço dela.

No mais, senti falta do reconhecimento da inigualável força e empenho da militância do PT e dos partidos coligados na defesa do legado da esquerda, representados na candidatura de Paulo Rocha, que de certa forma canalizou um sentimento de injustiça, tal como outras injustiças existentes no Estado do Pará, mas isso é pauta para outra postagem.

Os desafios de fazer marketing político no Pará.

No Diário do Pará.

Conhecido por expressar opiniões sem meias palavras, titular de uma agência de marketing político e outra de marketing comercial, autor de seis livros, o jornalista e publicitário Chico Cavalcante conduziu campanhas para o PT paraense de 1994 a 2006, colecionando vitórias. Depois de um breve hiato nos pleitos de 2010 e 2012 quando não trabalhou para a legenda, Cavalcante retornou a convite de Paulo Rocha e comandou sua a exitosa campanha ao senado.


P: A vitória de Paulo Rocha foi fácil como dizem?

R: Quem acredita nisso não entende nada da mecânica complexa de uma eleição para o senado ou para o governo. Não existe vitória eleitoral fácil. Ganhamos porque somamos mais acertos do que erros. Eu diria que sou perseguido por um tipo de opinião desqualificada, que sempre diz que as nossas vitórias foram fruto do acaso. Eu estive a frente de eleições vitoriosas em 1996, 2000, 2004, 2006, 2008, 2010 e 2012. Paulo Rocha venceu porque acumulou mais acertos, desde a engenharia política estruturante até uma comunicação melhor que a dos demais. O que pode, para um leigo, parecer uma eleição fácil, uma jogada de sorte, foi a mais difícil das disputas eleitorais enfrentadas por Paulo Rocha. Entramos nesta campanha sem dinheiro e enfrentando outros cinco obstáculos dificílimos. Primeiro, a alta rejeição de Paulo Rocha, desencadeada pelos violentos ataques que sofreu quando foi arrolado no chamado “mensalão”. Paulo Rocha, um homem honrado, foi acusado pela imprensa, condenado pela opinião pública, mas inocentado pelo Supremo Tribunal Federal.

No entanto, sua inocência não teve nem 3% do espaço na mídia que foi ocupado pelos ataques que abalaram sua imagem. Essa conta desequilibrada gerou um alto resíduo de rejeição, que era o nosso primeiro e maior obstáculo a enfrentar para angariar votos suficientes numa disputa de uma única vaga ao Senado. O segundo obstáculo foi o revés jurídico, quando Paulo Rocha teve seu registro eleitoral recusado pelo Tribunal Regional Eleitoral. Passamos a eleição inteira à sombra dessa espada, à espera de uma decisão do TSE que só chegou no momento final da campanha de rádio e TV.

O terceiro obstáculo foi suplantar o corredor polonês formado por cinco candidatos com estrutura cara e apoio aberto da máquina estadual, um deles detentor do mandato e disputando com grande agressividade sua reeleição. O quarto obstáculo era a campanha suja empreendida pelos adversários. A propaganda difamatória, aquela feita com base na mentira, se fortaleceu imensamente neste pleito. Eu diria mesmo que ela se profissionalizou. Vídeos apócrifos, mensagens de texto difamatórias e falas agressivas no rádio e na TV buscavam associar Paulo Rocha a práticas antiéticas que jamais fizeram parte de sua conduta. O quinto obstáculo era o desconhecimento brutal que as pessoas tinham acerca da atuação parlamentar de Paulo Rocha e do valor de sua atuação para resolver problemas concretos da população do Pará. Ninguém sabia, por exemplo, que sem a iniciativa de Paulo Rocha, a prefeitura de Belém não teria tido condições de construir um segundo Pronto Socorro, que é o do Guamá, construído e inaugurado graças aos recursos obtidos por emendas de Paulo Rocha. 

P: Se o governador não tivesse lançado cinco candidatos ao senado, Paulo Rocha teria o mesmo desempenho.?

R: Lula disse algo muito sagaz em um dos comícios da campanha em Belém. Ele disse que o adversário precisou juntar cinco candidatos para enfrentar Paulo Rocha e que isso era sinal de força do candidato do PT. Ao fazer essa afirmação, Lula expressou na verdade a envergadura da tarefa que estava diante de Paulo Rocha: enfrentar um bloco de adversários com muito poder de fogo, agrupados em volta da máquina cuja mecânica os tucanos conhecem como poucos. Se Paulo perdesse, teria perdido para tudo isso; Lula deu a senha desse discurso. Ocorre que a estratégia do adversário era, de fato, uma ação de autodefesa. Jatene precisava de uma rede de proteção e usou os seus candidatos ao senado como escudo humano.

Então o esquema dos cinco candidatos ao senado era vital para ele criar um cinturão de força. Essa decisão foi o que deu o arranque para que Jatene iniciasse o processo de recuperação, que foi lenta e paulatina. Os senadores do governador não eram meros elementos ornamentais, eles tinham um papel estratégico, basilar, e pretendiam disputar entre si a vaga do Senado, já que tinham Paulo Rocha como previamente fora de combate. Um tucano me disse “cara, não tem como ressuscitar o Paulo Rocha; vocês vão fracassar, seja no voto, seja nos Tribunais”. A estrutura de campanha desses candidatos era milionária, intimidadora, e a máquina operou por eles com grande perícia. Estratégia política correta, comunicação impecável e o apoio fraterno de Helder e de sua estrutura, foram os elementos decisivos para começar o processo de escalada de votos que culminou com a vitória acachapante de Paulo Rocha. Ninguém tropeça nessa montanha de votos. Para conquistá-los é preciso acertar muito.

P: Em 2010, Paulo Rocha perdeu. Agora, sem tudo isso, ele venceu. Que papel a propaganda ou o marketing tiveram nessa eleição?

R: Marketing político não faz milagre. Sozinho, não ganha eleição. Quem diz o contrário é marqueteiro desonesto. O que ganha eleição é a combinação efetiva de cinco elementos: planejamento, estratégia, engenharia política, marketing e propaganda, organizados e dirigidos em torno de um candidato viável e de um processo de mobilização continuado.

É esse conjunto que pode encontrar o caminho do eleitor e combater os movimentos ofensivos dos adversários. . O marketing é um elemento importante, mas é um elemento condicionado. Do mesmo modo que as pessoas superestimam o papel do marketing e subestimam o papel da política em uma eleição, elas confundem propaganda e marketing. São categorias distintas. Marketing é estratégico; é a arte de planejar o antes, o durante e o depois da propaganda no rádio e na TV. O marketing tem a ver com o “todo”. Propaganda é um instrumento tático, tem a ver com a forma que será usada para posicionar o candidato e estimular o eleitor a nos entregar o seu voto; se expressa em diferentes meios, desde as ações de rua, web, até o horário eleitoral gratuito. Como parte de qualquer boa estratégia, o marketing que desenvolvemos para o Paulo exigiu a definição de objetivos, priorização de ações e escolha de indicadores de sucesso. 

P: Você trabalhou para o PT em campanhas exitosas, mas em 2010 e 2012 esteve fora. O que o levou a retornar justamente em uma campanha que você considerava difícil?

R: Não escolho a campanha pela facilidade ou dificuldade, mas pela identidade que tenho com o candidato. Paulo Rocha me chamou e eu aceitei. Não apenas porque temos identidade, mas porque Paulo confiou no marketing político que praticamos e que extravasa o campo da forma e se infiltra na estratégia política. Fazemos marketing sistêmico. Ouvindo os dirigentes políticos, organizamos a estratégia de modo a tornar persuasivo o discurso político respeitando a autoridade do comando. Eu não crio a diretriz política, mas posso me imiscuir a ela, interpretando-a, expressando-a, dando-lhe forma persuasiva. Paulo nos pediu isso, para traduzirmos a política para a linguagem do marketing.

Isso é Political Branding, ou “Inteligência Política”, como prefiro chamar, que está um passo além do que no Brasil se chama marketing político, que se confunde muito com propaganda eleitoral. Por exemplo, Paulo Rocha aparecia em nossos levantamentos como alguém sisudo, mal humorado. Isso é tudo o que ele não é. Paulo é um ser humano afável; um dos políticos mais dispostos a ouvir com quem já tive o prazer de trabalhar. Ele é agregador e evita o confronto. Mas não importa. As pessoas viam de outro modo e era preciso traçar um plano para resolver isso. Mostramos o Paulo Rocha humano, ante-sala do Paulo Rocha político, realizador, comprometido. E isso diminuiu a rejeição a ele de modo paulatino. Ou seja, transformamos a verdade em instrumento de reconstrução de imagem. A verdade é eficiente.

P: E quando a mentira é eficiente?

R: A mentira é eficiente especialmente quando desencadeia o medo. A propaganda de guerra está cheia de exemplos disso. Mas a mentira só funciona efetivamente quando ganha semelhança espectral com a verdade, quando ela encontra pontos de apoio no imaginário e se torna tão parecida com a verdade que passa a ser vista como tal. 

Há muitos exemplos, como aquele momento em se propagou que, se Lula fosse eleito presidente, quem tivesse duas casas teria que entregar uma delas aos sem-teto. Essa mentira, hoje vista como absurda, funcionou naquele momento, gerando medo na classe média. Na campanha ao senado aqui, os adversários de Paulo Rocha distribuíram via web e via whatsapp um link cuja manchete dizia que nosso candidato havia tido seu registro cassado pelo TSE. Ao seguir esse link, você era conduzido a uma página de um dos maiores sites de notícias do país, mas não encontrava a matéria ali. Não importa. Estava criada a verossimilhança.

A informação que ficava para o eleitor era de que Paulo Rocha havia tido sua candidatura cassada em última instância e que em algum momento essa matéria havia sido publicada naquele site de prestígio. Era mentira, mas criar um link e associá-lo a uma prestigiada página de notícias dava a essa mentira ares de verdade. Teríamos obtido uma votação ainda maior, se não tivéssemos sido alvo desse tipo de investida a eleição inteira. O outro exemplo que aconteceu aqui foi a propagação vertiginosa, em Belém e em toda a região metropolitana, do boato de que Helder, uma vez eleito, iria “dividir o Pará”. Ora, qualquer pessoa um pouco mais informada sabe que um governador – não Helder apenas, mas qualquer governador – não tem o poder de dividir um estado, não apenas o Pará, mas qualquer estado. Seria inconstitucional, mesmo porque ao tomar posse, o governador jura defender a integridade territorial do estado. 

P: Muito tem se falado das pesquisas. Há uma discussão no Congresso para proibir suas divulgações, para evitar, segundo o autor do projeto, o “fator indutor” que teriam. Como foi o uso de pesquisas eleitorais na campanha de Paulo Rocha?

R: Usamos mais pesquisa antes da campanha, para planejamento, do que durante, porque campanhas de baixo custo não têm dinheiro para investir pesado em pesquisas, que são sempre caras. Claro que são instrumentos importantes, mas penso que estão sendo superestimadas especialmente porque ganharam uma aura de novidade que não têm.

O cálculo de probabilidade, em que se baseiam as pesquisas eleitorais modernas, remonta a 1693, quando John Graunt examinou os registros paroquiais de batismo, casamentos e falecimentos em Londres e lançou seu método de tabelas e, com ele, as bases do que chamou de “uma nova racionalidade baseada nos números”. Ou seja, não há novidade alguma nas pesquisas ou em suas metodologias. O problema das pesquisas eleitorais não é fazê-las; se temos recursos, devem ser feitas. O problema é torná-las oráculos, achar que elas são espécies de escrituras sagradas que não podem ser contrariadas ou seremos punidos.


Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

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