"Na política não há amigos, apenas conspiradores que se unem. (Victor Lasky)
Posso estar errado, equivocado, abstruso – toma-te!
Pode ser que o açaí com peixe que almocei ontem me tenha feito alucinar.
Ou poderia ser que a latinha da Cerpa, com o emblema do Clube do Remo que aceitei, ontem no lançamento do bloco “Cadeado” na Marambaia, tenha feito mal ao meu cérebro.
Mas suspeito.
Sabe aquela suspeita a gente só tira da cabeça quando não tem mais jeito de se provar o contrário.
Do que suspeito?
De que a matéria publicada no Jornal Diário do Pará de ontem, assinada pelo Jornalista Carlos Mendes sob o título “Escândalo na SEMA envolve cinco deputados”, sendo inclusive a capa da edição dominical, seja fruto de uma articulação entre o comando da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado do Pará com os líderes do PSDB e do PMDB de Jader Barbalho, o dono do jornal e aliado de Simão Jatene, o governador que está 30 anos no poder e diz que o atraso do Pará é culpa do PT e da gestão de quatro anos de Ana Júlia.
Ao meu ver, na minha suspeita, os objetivo mor da trama seria matar 2 coelhos, um de Jatene, outro de Jader.
O primeiro é tirar a atenção das pessoas para a volta do caso Jatene x Cerpa, que retornou aos meios de comunicação por força das redes sociais e blogs atuantes* no início do governo tucano, com a possibilidade de julgamento do escandaloso esquema de corrupção que se implantou no Pará, quando o governador Simão Jatene teve seu nome envolvido no processo que apura o perdão de uma dívida milionária da Cerpa com os cofres públicos do Pará.
A isenção de impostos e o perdão da dívida seriam “pagamentos” pela “ajuda” que a CERPASA teria dado ao governador em sua campanha eleitoral em 2002 quando disputou e venceu Maria do Carmo (PT) no segundo turno das eleições e manteve a hegemonia tucana no Pará por 12 anos, retornando agora em 2010 com a vitória sobre Ana Júlia (PT) a quem acusa de ter deixado uma enorme dívida para sua gestão.
O segundo coelho, seria selar a estratégia tucana que retomou a aliança PSDB/PMDB e contemplar a tática pmdbista, pois Jader se acha na obrigação de ajudar o início do governo tucano, do qual faz parte, controlando secretarias e mesmo sem mandato, procura manter órgãos tanto estatais como federais, sob sua tutela, por acordo da aliança entre o PT e o PMDB nacional.
Juntando a fome com a vontade de comer, o rancor do jornalista Carlos Mendes seria o fato que faltava para o banquete que seria servido aos leitores do Diário do Pará e os telespectadores do Sistema RBA de comunicação.