Mostrando postagens com marcador Justiça. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Justiça. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, novembro 27, 2017

Tucurui: Justiça manda Josy Brito novamente pra cadeia e nega pedido de Artur Brito para voltar à prefeitura. Radialista condenado entra em defesa da família de acusados

Tucuruí: Enquanto a mãe volta pra cadeia, o filho é mantido afastado da prefeitura. 

Por Diógenes Brandão

Mais um capítulo da dramática situação política do município de Tucuruí revela que as coisas continuarão difíceis para a família Brito. 

Na manhã desta segunda, após decisão aprovada por 4 votos a um, os desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado do Pará decidiram derrubar a liminar concedida na última sexta-feira (24), pelo desembargador Ronaldo Marques Valle, que atendeu os pedidos feitos pelos advogados de Josenilde Silva Brito (Josy Brito) e concedeu o Habeas Corpus liberatório e a liminar determinando a libertação da acusada de ser mandante do assassinato do prefeito Jones William.




Josy Brito é mãe de Artur Britoafastado do cargo de prefeito pela justiça do município, no último dia 13 de Novembro, por fortes suspeitas de corrupção em contratos de obras e prestação de serviços para a prefeitura. A defesa de Artur Brito alega que a justiça e o Ministério Público estejam sendo usados pelo empresário Alexandre Siqueira, autor das denúncias que levaram o prefeito a ser afastado.

A versão dos advogados de defesa do prefeito afastado é amplamente reproduzida pelo assessor de comunicação da prefeitura, Wellington Hugles e hoje foi repetida pelo radialista Nonato Pereira, na rádio Mix FM, ligada ao sistema Marajoara de Comunicação. 

Cabe lembrar que o radialista que usou seu programa para defender a versão apresentada pela família Brito foi preso e condenado a 13 meses e 20 dias de detenção, mais pagamento de uma multa, por ter participação em um esquema de fraudes em licitações de várias prefeituras do Pará. 

Só na prefeitura de Parauapebas, o esquema desviou mais de R$ 22 milhões dos cofres públicos. Além nisso, Nonato Pereira possui outras condenações pelo crime de calúnia, injúria e difamação e foi preso com dólares e maconha em sua casa.

Filho é mantido afastado da prefeitura e mãe retorna à cadeia

Depois de passar 03 (três) dias fora da cela onde estava presa desde o dia 31 de Outubro, Josy Brito teve o relaxamento de sua prisão derrubado nesta segunda-feira (27). A prisão preventiva temporária decretada pelo Juiz José Leonardo Frota de Vasconcellos Dias, da Vara Criminal da Comarca de Tucuruí foi novamente reestabelecida e Josy Brito já dorme em sua cela novamente.

Nesta segunda-feira, o Tribunal de Justiça do Pará também decidiu negar o pedido dos advogados de seu filho, para que retomasse o cargo de prefeito, mas por decisão judicial, Artur Brito (PV) continua afastado do cargo. 




Advogados consultados pelo blog AS FALAS DA PÓLIS avaliam que as chances de Artur Brito retomar o poder municipal são muito improváveis e uma nova eleição deverá acontecer ainda no primeiro semestre de 2018.

terça-feira, novembro 14, 2017

Tucuruí: Polícia investiga boataria após afastamento do ex-prefeito

Afastado do cargo, Artur Brito (PV) luta na justiça e nas redes sociais para reverter situação em que sua família se encontra perante a opinião pública de Tucuruí.

Por Diógenes Brandão

Menos de quatro (04) meses após a morte do prefeito de Tucuruí, Jones William (PMDB), o clima de hostilidade política cresce com os desdobramentos das investigações do assassinato do mesmo e  o avanço das denúncias de que o grupo político que assumiu o poder, tramava formas de desviar recursos públicos.

Fontes do blog dão conta de que a Polícia Civil já investiga a ação de assessores do ex-prefeito afastado de Tucuruí, Artur Brito (PV), que estão usando perfis falsos nas mídias sociais para espalhar ataques de boataria contra Alexandre Siqueira, por este ter denunciado a tentativa de superfaturamento de obras e serviços no município, logo depois que Jones William foi assasinado.  

EX-VICE-PREFEITO FOI AFASTADO POR SUPOSTA CORRUPÇÃO 

O Ministério Público acatou as denúncias e a justiça determinou que o prefeito e mais dois assessores não pisem em órgãos públicos municipais durante 06 meses, tempo que pode ser afastado definitivamente pela Câmara de Vereadores, que hoje recebeu o 2º pedido de cassação do prefeito e que será avaliado na próxima terça-feira (21). 

Além de ter sido afastado pela tentativa de corrupção, o vice-prefeito que passou três (03) meses no cargo de prefeito, amarga a prisão de sua mãe, Josy Brito, presa como suspeita de ser uma mandantes do cruel assassinato do ex-prefeito Jones William, morto com cinco (05) tiros na cabeça, enquanto fiscalizava uma obra no município, em Julho deste ano.  


Para Alexandre Siqueira, amigo pessoal e prestador de serviços na gestão de Jones William, os ataques que vem recebendo não passam de uma tentativa do grupo político - que tomou o poder logo após a morte do ex-prefeito - de jogar uma nuvem de fumaça sobre as investigações que estão desvendando aos poucos, a estratégia macabra utilizada para tomarem a prefeitura daquele que foi eleito pela população, que revoltada pede a saída definitiva do prefeito e de seu irmão, que é vereador no município.   

PROTESTOS

Semana passada, milhares de pessoas ocuparam a frente da Prefeitura e da Câmara de Vereadores de Tucuruí exigindo a renúncia do prefeito Artur Brito, que ontem foi afastado do cargo pela justiça, pelo prazo de 180 dias. Agora a população exige a saída definitiva do prefeito e do vereador, Lucas Brito (PV), irmão de Artur Brito.



EX-PREFEITO REBATE ACUSAÇÕES E ATACA

Após saber da determinação judicial para que ele dois de seus assessores, o Chefe de Gabinete e o Secretário Municipal de Obras fossem afastados dos seus cargos na prefeitura de Tucuruí, o ex-prefeito Artur Brito disse em uma rádio que todos os contratos do empresário denunciante seriam fraudados e superfaturados. O prefeito disse que a denúncia é falsa,de um empresário desesperado porque tem seus contratos fraudulentos todos investigados pela prefeitura”

DENUNCIANTE DIZ QUE A DECISÃO DE AFASTAMENTO FOI DA JUSTIÇA

Por sua vez, o empresário Alexandre França Siqueira disse à mesma emissora de rádio que tem como provar tudo o que disse aos promotores. Segundo ele, o grupo de Artur Brito está tentando roubar a prefeitura para tentar se safar dos processos relativos à morte do ex-prefeito Jones William.  “A cidade está sendo governada por mãos de sangue e se o prefeito tivesse bom senso já teria renunciado”, disse, numa alusão direta à prisão da mãe de Artur Brito, Josy Brito, acusada de ser a mandante da morte de William. Alexandre Siqueira lembrou que, quando ocorreu o assassinato do prefeito Jones Wiliam, o grupo que está governando o município tentou ligá-lo ao crime. “Mas a polícia não foi na minha casa, eu não fui alvo de condução coercitiva, ninguém pediu meu depoimento”.


Procurado por este blog, Alexandre disse que seus adversários precisam reclamar com a justiça e não com ele, pois não é justo e nem inteligente dizer que ele foi o responsável pelo afastamento do ex-prefeito e sim o Tribunal de Justiça do Pará, que se agiu como agiu, é porque teve motivos para tal.

NOVA POSSE

Após o afastamento de Artur Brito, o vereador Benedito Joaquim Campos Couto, o Bena Navegantes (PROS), foi empossado na manhã de hoje (14) como prefeito de Tucuruí. Ele permanecerá no cargo por 06 meses, ou menos, caso a Câmara de Vereadores decida afastar em definitivo o ex-prefeito e convocar novas eleições para que o povo decida quem deve ser o seu governante.

Segundo o blog do João Carlos, "a posse de Bena Navegantes se deu em sessão extraordinária da Câmara de Vereadores, que teve início às 9h. Muita gente foi acompanhar o ato de posse do novo prefeito. O plenário do Legislativo ficou totalmente lotado durante todo o tempo da sessão."

quarta-feira, outubro 18, 2017

Imperdível: O complô



Na Folha

Temer é vítima de um complô, Aécio, de armação, e Lula, de perseguição. Se os três estão certos, seria preciso imaginar que diferentes braços do Ministério Público, a Polícia Federal e a imprensa foram todos contaminados por uma espécie de vírus do niilismo e abraçaram o temerário projeto de destruir as instituições republicanas, abatendo as lideranças dos principais partidos políticos do país.  

É possível? Bem, tudo o que não é proibido pelas leis da física é possível —e isso inclui viagens no tempo e discos voadores alienígenas visitando a Terra. Parece-me mais verossímil, porém, acreditar que os três políticos, bem como várias centenas de outros, se meteram em relações absolutamente promíscuas com empresários que já confessaram atos de corrupção na casa dos vários bilhões de reais. Em muitos casos, exibiram provas físicas das propinas.  

É possível que nossos três líderes sejam mesmo santos em meio a um oceano de pecadores e que os delatores estejam mentindo quando incluem seus nomes no rol de autoridades compradas. Ademais, para que sofram uma condenação penal, é necessário que o Estado demonstre seu envolvimento para além da dúvida razoável na opinião de um tribunal colegiado. Não precisamos, porém, estabelecer o mesmo nível de exigência para os efeitos políticos.  

Ao contrário, boa parte da crise que vivemos pode ser atribuída ao fato de que foros políticos passaram a operar com balizas do Judiciário. Eu me explico. Num país mais "normal", o presidente que se vê envolvido num escândalo como o que enredou Michel Temer renuncia, seja ele culpado ou inocente. Um senador flagrado numa fita tão comprometedora como a de Aécio é rapidamente cassado pelo Conselho de Ética da Casa. Já Lula, este, por não contar mais com foro privilegiado, ao menos tem o mérito das acusações que pesam contra si avaliado pela Justiça, o que não ocorre com os outros dois. 

segunda-feira, outubro 16, 2017

Juiz da operação italiana, que inspirou a Lava Jato, diz que Moro não poderia investigar e julgar sozinho, o ex-presidente Lula e que não se pode por na cadeia uma pessoa para ela falar



Via Jornal do Brasil

Ex-magistrado italiano que atuou na Operação Mãos Limpas - inspiração da Operação Lava Jato no Brasil -, Gherardo Colombo disse em entrevista publicada neste domingo (15) no jornal O Estado de S. Paulo que na Itália não seria possível o juiz Sérgio Moro ao mesmo tempo conduzir a investigação e julgar sozinho o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva.  

"Notei que o juiz [Sérgio Moro] que fez a investigação contra Lula é o mesmo da sentença e isso me deixou um pouco surpreso porque aqui na Itália isso não poderia acontecer", disse.   

No país europeu existe uma separação: o juiz que conduz a investigação não pode ser o mesmo que julga o processo. E esse mesmo juiz também não pode emitir sozinho a sentença, que tem que ser feita por um colegiado de três pessoas. Moro conduziu sozinho um processo que na Itália seriam necessários cinco juízes diferentes.   

O ex-magistrado italiano Gherardo Colombo, que atuou na Operação Mãos Limpas Gherardo Colombo também disse que pessoas não poderiam ser presas para forçar delações premiadas.  

"Não existe na Itália um sistema para a corrupção similar ao vosso da delação premiada. Não existe. A delação premiada é um termo que não se pode usar. Nós falamos de colabores de Justiça no campo da Máfia e do terrorismo. A Máfia e o terrorismo são tratados geralmente de um modo muito particular. Não se pode pôr na cadeia uma pessoa para fazê-la falar. Ok? Para contar fatos dos outros", enfatizou.

quarta-feira, setembro 27, 2017

PCdoB emite nota contra afastamento do senador Aécio Neves

“Pau que dá em Chico dá em Francisco”, diz dirigente comunista pregando o direito de Aécio Neves ser julgado por seus pares e não pelo STF.

Ameaça ao Estado de Direito: o Judiciário que intervir no Senado - Por Haroldo Lima, membro da Comissão Política Nacional do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil

A posição tomada ontem, dia 26 de setembro, pela Primeira Turma do STF, de afastar do exercício de seu mandato o senador Aécio Neves é um desrespeito aberto à Constituição e não pode ser aceita. 

Mostra o quanto certos setores do Judiciário, e inclusive do Supremo, estão exorbitando de suas funções, assumindo funções que não têm, usurpando funções.  

O senador Aécio Neves é hoje um parlamentar desclassificado. E já o é de há algum tempo. Aliás, quando se tratava de Aécio, as instituições, em particular os grupos que estão mandando no país, do Judiciário, da Procuradoria Geral, da Polícia Federal, simplesmente não faziam nada. Foi por exemplo o caso acontecido em 24 de novembro de 2013, quando foi apreendido o chamado “helicóptero do pó”, uma aeronave pertencente ao deputado estadual Gustavo Perrella, com 450 quilos de cocaína, e que acabara de sair de uma fazenda da família de Aécio Neves, seu amigo. O episódio está completando quatro anos e não há notícia de nada apurado. Politicamente, o senador perfilou-se do lado dos que deram o golpe parlamentar-judicial-midiático no Brasil em 2016.

Entretanto, o problema não é apreciar as más atitudes ou errôneas posições do senador. O que está em pauta, é muito mais grave. É o precedente de um Poder da República, o Judiciário, intervir direta e abertamente em outro Poder, o Legislativo, e cassar o mandato de um de seus membros, à revelia do que diz a Constituição. Aliás, não é bem um precedente, porque precedente já houve quando também um membro do Supremo se outorgou a prerrogativa de mandar prender outro senador, no caso o Delcídio do Amaral, que também praticara ato desabonador, mas que, como senador no exercício do mandato, só poderia ser preso em flagrante delito de crime não afiançável, como diz a Constituição, o que não ocorrera.  

No caso do Delcídio, o Senado examinou a questão e, acuado, apoiou a prisão ilegalmente feita pelo Supremo, contra aliás a posição do seu presidente Renan Calheiros, que nesta e em outras oportunidades, defendeu a prerrogativa da Casa e a não ingerência de um Poder no outro. Aécio, naquela oportunidade, votou pelo apoio à prisão irregular de Delcídio! No caso, o Senado poderia ter mandado soltar o Delcídio e, em seguida, pela gravidade dos atos a ele imputados, cassar-lhe o mandato.  

Em uma hora em que o Judiciário, através de alguns de seus membros, ou às vezes como Instituição, está cada vez mais assumindo poderes arbitrários, aquele gesto de fraqueza do Senado abriu um precedente grave.  

Mas nem por isso, agora, o Senado deve acatar a truculência de um grupo do Supremo, o que consolidaria a ideia de que os três Poderes da República são “independentes e harmônicos entre si”, como diz a Constituição, mas um Poder, o Judiciário, é “mais harmônico” do que os outros.  

O juiz Marco Aurélio, do Supremo, já havia dito que “Sejam quais forem as denúncias contra o senador mineiro, não cabe ao STF, por seu plenário e, muito menos, por ordem monocrática, afastar um parlamentar do exercício do mandato. Trata-se de perigosíssima criação jurisprudencial, que afeta de forma significativa o equilíbrio e a independência dos Três Poderes. Mandato parlamentar é coisa séria e não se mexe, impunemente, em suas prerrogativas”. 

Agora, no dia 26, o mesmo Marco Aurélio acrescentou: “A suspensão do mandato eletivo, verdadeira cassação temporária branca, sequer está prevista como cautelar substitutiva da prisão, no caso descabida, e não está prevista no artigo 309 do Código de Processo Penal.”   

Os setores democráticos e os de esquerda em especial devem tomar cuidado. “Pau que dá em Chico dá em Francisco”, já ensina a sabedoria popular. Manter as prerrogativas constitucionais é um mecanismo de defesa democrática contra a tendência ditatorial-judiciária em curso. No caso em tela, suspensão ou cassação de mandato, cabe, nos termos da lei, e seguindo o devido processo legal, ao próprio Senado.

terça-feira, agosto 08, 2017

Urgente: Justiça manda soltar policiais acusados do Massacre de Pau D’Arco



Por Diógenes Brandão, com informações da assessoria jurídica das famílias das vítimas

A assessoria jurídica dos familiares das vítimas do Massacre de Pau D'Arco denuncia ao blog AS FALAS DA PÓLIS, que as testemunhas que presenciaram o ato de violência extrema no acampamento e os parentes dos dez trabalhadores rurais mortos, estão com medo e sob grande risco de vida.

O motivo seria a decisão do juiz substituto Jun Kubota, tomada hoje, de conceder a liberdade aos 13 policiais acusados do crime. A prisão temporária havia sido pedida há um mês, mas o Ministério Público solicitou a prorrogação ontem (9), enquanto conclui o inquérito no qual apresentará a denúncia formal contra os acusados. A reclusão era exatamente uma estratégia para assegurar que as investigações seguissem sem interferência, assim como para resguardar todas as pessoas envolvidas no caso.

A liberação dos acusados se torna ainda mais estranha por ter ido em uma direção completamente oposta da tomada pelo juiz titular da vara, Haroldo Fonseca; Kubota assumiu o caso por causa das férias dele. O promotor Leonardo Jorge Lima Caldas lamenta a decisão e deixa claro que ela afetará as investigações. “Temos diversas testemunhas que apenas falaram após a prisão temporária. As investigações caminharam muito após isso. A soltura dos acusados certamente afetará o nosso trabalho”, afirma o promotor, que é um dos três que cuidam da investigação.

Leia a decisão do juiz substituto Jun Kubota




domingo, julho 30, 2017

Justiça suspende ação contra Samarco/VALE e prova que o dinheiro compra tudo

A decisão da justiça de MG é inacreditável e deixa o Brasil em situação vexatória

Por Diógenes Brandão

Em publicação no Facebook, o GreenPeace revela: "Justiça mineira suspende ação civil pública contra Samarco movida pela procuradoria. A justiça de Minas mostra que está ao lado de Vale e BHP e não concede indenizações pelo maior desastre socioambiental do Brasil". 

Ou seja, a justiça mineira nos prova, que de fato, o dinheiro compra tudo. No país, onde milhares de pessoas são presas por roubar comida, empresas responsáveis por prejuízos incalculáveis, conseguem driblar as leis e zombar da razão.

A Folha de São Paulo trouxe a informação abaixo e este blog que existe há mais de dez anos, demorou a acreditar, mas é verdade.

Leia e comente se for capaz: 

A Justiça suspendeu por prazo indeterminado a ação civil pública movida pelo MPF (Ministério Público Federal) contra a Samarco no processo relacionado ao rompimento da barragem de Fundão. 

A informação foi divulgada em comunicado da Vale nesta terça-feira (18). O MPF não foi localizado para comentar.  

Na ação, de maio de 2016, procuradores pediram indenizações de R$ 155 bilhões como reparação pelo desastre ambiental gerado após a ruptura da barragem em Mariana (MG), em novembro de 2015. 

Os valores seriam usados para reparação dos danos sociais, econômicos e ambientais causados pelo rompimento da barragem de Fundão. Inicialmente, seriam depositados R$ 7,7 bilhões. A decisão é da 12ª Vara Federal Cível/Agrária de MG, de segunda-feira (17).  

A Vale é sócia da BHP Billiton na Samarco, e informou que está mantida decisão judicial anterior que prorroga até 30 de outubro acordo final sobre as indenizações relativas ao caso. A reportagem tentou contato com o Ministério Público Federal no final desta terça, sem sucesso.

terça-feira, julho 04, 2017

Professor vence primeira batalha contra a Vale

Queixa-crime foi julgada improcedente e justiça absolveu o denunciado pela VALE.


Após pouco mais de um ano, o professor universitário Evandro Costa de Medeiros venceu uma das batalhas judiciais contra a mineradora Vale e foi absolvido da acusação de “fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite”, conforme artigo 345 do Código Penal, que tem como pena detenção de 15 dias a um mês ou multa.

A sentença foi exarada em maio pela juíza Adriana Divina da Costa Tristão, da 1ª Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Marabá, e divulgada hoje (4) no Diário Oficial do Tribunal de Justiça do Estado do Pará. O processo é referente a um ato público realizado na entrada do Bairro Araguaia, onde passa a Estrada de Ferro Carajás (EFC), em 20 de novembro de 2015, por professores, estudantes e moradores da região. Apenas o professor foi denunciado.

De acordo com a sentença, a Vale alega que Evandro Medeiros, do corpo docente da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), liderou invasão e interdição da EFC, sob o pretexto de promover ato de solidariedade ao povo de Mariana, em Minas Gerais. No dia 5 de novembro de 2015, ocorreu o pior acidente da mineração brasileira no município, em decorrência do rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton.

A juíza avaliou, por meio das provas, que a intenção do agente ativo era de manifestação e não de defesa de interesse, pelas próprias mãos, ainda que para tanto o denunciado tenha contado com auxílio de outras pessoas (alunos, outros professores e atingidos). “O fato de ir às ruas e manifestar nas linhas férreas, em apoio às vítimas do desastre de Mariana, não configura pretenso de satisfazer interesse que poderia ser resolvido judicialmente, mormente porque não representante daquelas vítimas”.

Avaliou, ainda, por meio dos depoimentos e documentos juntados aos autos, que o ato não foi feito apenas por uma pessoa, mas por várias, o que “dificulta a individualização da conduta e indivisibilidade da ação privada “. Para a juíza, a conduta pode até configurar outro tipo de crime, mas não o apontado pela mineradora.

A magistrada acrescenta que a manifestação não durou muito tempo e que não há provas efetivas de que tenha atrasado o transporte de cargas e/ou passageiros feito pela Vale e, muito menos, que o ato seria capaz de interferir na atuação da Vale S/A ou da Samarco frente a um possível processo judicial. Por fim, a juíza afirma entender que os atos praticados pelo autor não se enquadram na definição legal do crime imputado, julgando improcedente a acusação e absolvendo o professor.

“Alívio”

Procurado pelo Correio de Carajás, Evandro Medeiros comemorou a decisão. “Que bom que a Justiça prevaleceu, mais que um alívio bate um sentimento de que ainda é possível acreditar que as instituições não estão todas corrompidas e há a possibilidade de prevalecer a Justiça neste país”.

Destacou ter passado momentos difíceis em 2016, enquanto respondia ao processo. “Me criou um ano cheio de tensões, não por medo de ser condenado ou ser preso, disso não me cabe o medo, mas tensão pelo sentimento de indignação e de revolta, de injustiça. Essa indignação só aumentava a cada notícia de um novo crime ou violação de direito da Vale cometido contra as pessoas da região e a cada notícia nacional sobre Mariana e como a empresa vinha sendo beneficiada por órgãos públicos. Foi um ano de revolta muito grande e de expectativa em saber o que iria acontecer".

O professor diz esperar que a decisão sirva também para pautar novas decisões em favor da população e daqueles que “são criminalizados e processados continuamente pela Vale”, além de servir de exemplo para a população local e para aqueles que lutam por direitos. “Para mostrar que não podem baixar a cabeça jamais, não podem se vender, se acovardar, se entregar e nem ter medo dessa empresa e da violência praticada de maneira simbólica contra as pessoas”, diz, acrescentando que o “esforço da Vale nesse caso” foi para “criar um processo de criminalização das pessoas que lutam por direitos”.

Evandro Medeiros também é cineasta e no ano em que foi processado vinha realizando um documentário, junto da companheira Alexandra Duarte, junto aos atingidos pela EFC no Bairro Araguaia. Em decorrência da mesma manifestação, ele foi indiciado também criminalmente pela Polícia Civil em dois artigos do Código Penal: 260 (impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro) e 286 (incitar, publicamente, a prática de crime), cujo processo ainda está em andamento. As penas dos crimes, caso somadas em concurso material, podem chegar a mais de cinco anos e meio de privação da liberdade.

Mineradora

Procurada a assessoria de comunicação da Vale, esta afirmou que a mineradora tomou ciência da sentença absolutória e informou que, no prazo legal, adotará as providências cabíveis para a reforma da decisão. (Luciana Marschall)

quarta-feira, maio 17, 2017

Justiça Federal derruba decisão de juiz que suspendeu Instituto Lula

Para o desembargador federal, a decisão em primeira instância 'se distanciou dos parâmetros da legalidade e da razoabilidade'. 


O desembargador federal Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1), decidiu nesta terça-feira (16) revogar a suspensão das atividades do Instituto Lula, localizado em São Paulo.

"No caso, dificilmente os danos eventualmente causados ao paciente e ao Instituto Lula poderiam ser revertidos, sendo essa mais uma razão para que a medida cautelar não tivesse sido deferida na primeira instância, muito menos de ofício; e sendo também essa mais uma razão para que de imediato lhe seja imposto a competente eficácia suspensiva para fazer cessar seus efeitos deletérios", escreveu o desembargador federal.

"É certo que nas informações da autoridade indicada como coatora, poderão ser prestados esclarecimentos que possam reverter a convicção agora formada. Contudo, pela gravidade dos fatos processuais aqui veiculados e, visando, pelo menos por ora, impedir a propagação de efeitos que se afiguram ilegítimos e que decorrem da decisão enfrentada, o mais adequado (...) é, sem dúvida, o deferimento da medida de contracautela liminarmente requerida", concluiu Néviton Guedes.

No dia 5 de maio, o juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, suspendeu as atividades do Instituto Lula nos autos de uma investigação sobre o ex-presidente no âmbito da Operação Lava Jato. Ao justificar a suspensão das atividades, o juiz destacou que, embora desenvolva projetos de cunho social, o instituto poderia ter sido instrumento ou local de encontro para a perpetração de crimes.

Para o desembargador federal, a decisão em primeira instância se distanciou dos parâmetros da legalidade e da razoabilidade. Em sua decisão, Néviton Guedes também ressaltou que aquela decisão já está causando danos ao ex-presidente e ao seu instituto.

sexta-feira, maio 12, 2017

Lula, Moro e a mídia: O dia que iniciou a campanha eleitoral de 2018

1 contra milhões. Mais uma charge genial do Carlos Latuff.

Por Diógenes Brandão

Depois de três (03) dias repetindo os mesmos trechos da audiência de Lula ao juiz Sérgio Moro, a grande mídia pensando que destruiria a imagem de Lula, acabou ajudando  esquentar o clima eleitoral e para isso contou com a colaboração da justiça do Paraná, que juntas ajudaram a catapultar e consolidou a candidatura de Lula para 2018.

Diante de milhões de telespectadores, os apresentadores da Globo estavam perdidos tentando interpretar as palavras de Lula e de Moro, sem conseguirem encontrar elementos que dessem conta do intento de mostrar quem se saiu melhor naquele histórico depoimento da Lava Jato.

É claro que até mesmo jornalistas de veículos de imprensa que não disfarçam seu ódio contra Lula, tiveram que admitir que Lula deu um banho no juiz paranaense, em seu próprio quintal, o Fórum de Justiça de Curitiba-PR.

Apoiado com a força de milhares de pessoas de diversas partes do Brasil, Lula teve seu dia de glória ao ser confrontado no ambiente em que mais sabe conviver e combater: O político. 

Alertado pelos advogados de defesa do ex-presidente, o juiz Sérgio Moro ignorou o risco e quis adentrar no debate político, ao invés de deter-se ao jurídico e abriu a zaga para que Lula o goleasse. 

Quem assisti as mais de quatro horas de depoimento, chega muitas vezes a rir do que acontece na sala onde a imprensa brasileira esperava um massacre ao político de 71 anos, mas que acabou sendo uma pior para o jovem juiz chamado de herói pelos conglomerados da grande mídia nativa.

Diante disso, o publico nacional correu para a internet, sabendo que a edição da Rede Globo e cia, nunca é isenta e deparou-se com diversos momentos, onde Moro mais parece assumir o lugar de réu e Lula do juiz carrasco.

Quem vivencia a dinâmica das redes sociais, não pôde deixar de perceber que muitos daqueles que diziam não querer mais votar no PT, depois desta audiência da Lava Jato, passaram a declarar apoio incondicional a Lula, esquecendo um pouco os erros cometidos e assumidos e não assumidos por seu partido, por supostamente entenderem que as eleições de 2018, podem por fim à uma serie de contradições daqueles que dizem estar combatendo a corrupção, mas claramente usam de instrumentos jurídicos e midiáticos para perseguir e coibir a presença de Lula na disputa eleitoral. Algo agora quase impossível de evitarem.

No entanto, cabe perguntar: Moro pode prender Lula? 

Evidente que pode e para muitos, este é o seu maior intento, no entanto, se a estratégia de sangrar, ao invés de matar logo a "Jararaca", foi equivocada, cabe perguntar também se a decisão já não é extemporânea e por isso, arriscada demais, possibilitando até mesmo uma convulsão social, que permitiria que Lula deixasse a prisão e fosse eleito logo no primeiro turno, em 2018.

As certezas caem dia após dia e o que nos resta é continuar noticiando a resistência ao golpe, iniciado por Cunha e sequenciado por Moro, o juiz que entra para a história como o juiz mais político do país. 


quarta-feira, maio 03, 2017

A greve dos professores e a Justiça dos ricos

Cassado pelo TRE-PA e prestes a ser julgado por desvios de recursos, Jatene ganha na justiça medida contra educadores.


Por John Charles Torres*

No último domingo (30), um dos maiores fraudadores deste país, o empresário Eike Batista, saiu da prisão de Bangu direto para sua mansão, no bairro Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro, onde irá cumprir “prisão domiciliar”, após seu grupo de advogados conseguir uma liminar favorável no Supremo Tribunal Federal (STF). 

Entre os crimes de Eike, está o suposto repasse de uma propina de R$ 16 milhões ao ex-governador Sérgio Cabral, em troca de contratos de obras milionárias no Estado.

Enquanto isso, pensem nos milhares de pais de família de espírito fraco que encontram-se presos pelo país afora por roubarem um quilo de carne ou uma caixa de leite para alimentar seus filhos ou se deixaram seduzir pelo mundo do crime e não tiveram a sua segunda chance, porque não têm dinheiro para pagar pelo menos um advogado de porta de cadeia. Alguns deles já até cumpriram sua pena, mas não receberam alvará de soltura.

Agora, pensem num governador que descumpre uma lei federal, chamada Lei do Piso Nacional dos Professores, negando-se a fazer o reajuste desse piso salarial desde o ano de 2012? Só que além de descumprir a lei, esse mesmo governador descumpre também algumas decisões judiciais de órgãos que já o determinaram a efetivar esse reajuste, entre eles o Tribunal de Justiça do Pará e o próprio STF.

Agora, pensem num governador que foi cassado recentemente por abuso de poder econômico e político na última eleição, quando aumentou assustadoramente a emissão de “cheques-moradia”, para poder vencer uma eleição que corria grandes riscos de perder.

Sabem quem é esse governador? Sabem o que vai acontecer com esse governador? Absolutamente, nada. Sabem por quê? Por que a Justiça neste país só serve àqueles que tem dinheiro e influência política, como é o caso do "nosso" governador, esse que há décadas vem pagando, à preço de ouro, o principal grupo de comunicação do Estado – o Grupo Liberal –, para que este manipule a realidade, sempre em seu favor e contra aqueles que contra ele se levantam, mesmo que por uma causa justa.
Essa mesma Justiça é a que acabou de decretar “ilegal” a greve dos professores, a mesma greve que luta por um direito reconhecidamente legal - o pagamento do piso salarial - e que o governador recém-cassado nega-se descaradamente a cumprir.

Portanto, faça de tudo para não precisar da Justiça, por que se precisar, talvez você não tenha condições de pagar por ela. Aí você vai ver a diferença entre você e um Eike Batista ou entre você e um Simão Jatene.

*John Charles Torres é professor da rede pública estadual.

domingo, janeiro 08, 2017

Acusado pelo MPE por um rombo de mais de 8 milhões em Belém, Stefani Henrique quer contrato na prefeitura de Altamira


Por Diógenes Brandão

Respondendo a três processos no Tribunal de Justiça do Pará, acusado pelo Ministério Público do Estado do Pará por irregularidades nas contas da SAEEB que ultrapassam 8 milhões de reais, Stefani Henrique é réu por improbidade administrativa, em sua conturbada passagem pela presidência da autarquia municipal, na gestão de Edmilson Rodrigues, quando este foi prefeito de Belém e o exonerou depois de diversas denúncias e crises.

Dirigente de um grupelho petista e suposto empresário, Stefani Henrique usou recentemente as mídias digitais para dizer que ajudou a eleger e deverá ser contratado pelo prefeito reeleito de Altamira, Domingos Juvenil (PMDB). A afirmação foi feita por ele próprio, em um grupo de debate político no aplicativo Whatsapp e chamou a atenção de quem conhece a ficha corrida do petista.



Além de responder por três (03) processos na justiça paraense, Stefani deixou o PT para não ser expulso e voltou. Indicado para ser diretor de Marketing do Clube do Remo, na gestão do então presidente Zeca Pirão e por falta de transparência, foi pivô de uma revolta dos associados do clube, que segundo um blog de notícias esportivas, "ele foi acusado de promover festas e vender camisas do clube e não prestar contas".

Fonte: Tribunal de Justiça do Estado do Pará.
Fonte: Tribunal de Justiça do Estado do Pará.

Passadas as eleições de 2016, Stefani espera agora ser contratado em Altamira e outras prefeituras, onde oferece suas notas fiscais para prestação de serviços com valores subjetivos. A fiscalização do Ministério Público Estadual deveria ficar de olho.

Além de responder por processos pelo crime de improbidade administrativa e despejo por falta de pagamento do aluguel de um imóvel, Stefani é operador de velhos esquemas eleitorais do hoje deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL), a quem serve como "Cavalo de Tróia" deixado pelo PSOL no PT, tendo para isso o comando da "Militância Socialista", grupo interno do PT e uma empresa denominada como ISKRA. Tanto o grupo interno, quanto sua empresa, servem como complemento de um negócio lucrativo para o "militante-empresário", geralmente responsável pela contratação das equipes de rua nas campanhas eleitorais no Pará. 

Notícia publicada em um site esportivo confirma a indignação da Associação dos Sócios do Remo, contra o então diretor de marketing do clube, onde poucos dias depois foi defenestrado.

Em 2014, por exemplo, a campanha de Helder Barbalho, contava com pessoas da referida empresa, as quais faziam volume nas caminhadas do candidato do PMDB pela periferia de Belém e até o carregavam nos ombros, na saída dos debates que o herdeiro de Jader participava. O mesmo sempre foi feito nas campanhas de Edmilson Rodrigues.

Empoderado pelo dinheiro de campanha que o partido outrora esbanjava, Stefani filiava pessoas desempregadas, no ato de seus contratos como ‘formiguinhas’ (aquelas pessoas que balançam bandeiras e jogam panfletos pelas ruas e caminhadas pelas quais recebem cerca de R$ 150,00 por semana). 

Hoje, as ‘formiguinhas’ que ainda fazem parte do cadastro da empresa de Stefani, esperam com ansiedade os clientes que o ‘tamanduá’ (apelido que Stefani conquistou sabe-se lá a razão) ludibria em poucas campanhas eleitorais que ainda consegue se meter, as quais não se limitam mais ao PT. 

sexta-feira, dezembro 16, 2016

Justiça investiga vereador e mais 17 por fraudarem o seguro-defeso no Pará

Pastor e vereador de Belém já havia sido preso pela PF durante investigações de desvios na pesca.


O MPF é o autor da denúncia contra os integrantes o esquema, entre os quais um vereador de Belém.

A Justiça Federal aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra 18 acusados de integrarem um esquema no Pará de fraudes na concessão do seguro-desemprego do pescador artesanal, o chamado seguro-defeso.

Entre os réus está o vereador em Belém Pastor Raul Batista.

Os denunciados agora passam a responder, como réus, processo judicial pelos crimes de estelionato, corrupção ativa e passiva, inserção de dados falsos em sistema de informações, e associação criminosa. As penas para esses crimes, somadas, chegam a 45 anos e oito meses de prisão, e multa.

A denúncia foi ajuizada pelo MPF em setembro deste ano, mas o processo tramitava sob sigilo até a última segunda-feira, 12 de dezembro.


A decisão de recebimento da denúncia, tomada pelo juiz federal Rafael Franklin Bussolari, foi comunicada ao procurador da República Alan Mansur Silva, titular do caso.

O esquema de fraudes foi desmontado em outubro de 2015 pela operação Arapaima (nome científico do pirarucu, um dos maiores peixes de água doce do planeta), do MPF e Polícia Federal, após investigação que durou um ano e cinco meses, com participação da Controladoria-Geral da União (CGU).

Atuação

Os réus, segundo a denúncia, atuavam na sede da Superintendência Federal da Pesca no Pará (SFPA), em Belém, e em postos do Sistema Nacional de Emprego e agências da Caixa Econômica Federal. Também participavam do esquema intermediários ligados a entidades de pescadores (colônias, associações etc) e ex-servidores públicos.

Em troca de suborno, os servidores públicos e empregados terceirizados da SFPA denunciados privilegiaram representantes de colônias ou associações de pescadores ligadas ao grupo político que comandava a superintendência na época, relata o MPF.

Os denunciados inseriam informações falsas no banco de dados de beneficiários do seguro-defeso, cadastrando como pescadores artesanais pessoas que não trabalham com a pesca e que não têm direito ao benefício.

Cadastrados

Em apenas um dos meses investigados, a SFPA cadastrou quase 6 mil pescadores, número considerado exorbitante pelos investigadores, na comparação com a quantidade rotineira de registros cadastrados.

Só em uma amostragem de 58 registros analisados pela CGU foram encontrados beneficiários do seguro-defeso com vínculo empregatício, beneficiários que receberam o benefício antes de terem sido registrados, menores de 18 anos, empresários e servidores públicos.

Como os pescadores só podem ter acesso ao seguro-defeso depois de um ano de registrados como beneficiários, o grupo também imprimia carteiras de pescador com datas de registro antigas.

Banco e dados

Muitas vezes as fraudes eram feitas fora do horário de expediente, e até mesmo fora do prédio da SFPA, por meio de acesso remoto aos computadores do órgão.

Testemunhas também denunciaram que pessoas estranhas ao quadro de pessoal do órgão foram vistas acessando o banco de dados.

Para privilegiar os presidentes das associações e as associações de pescadores alinhadas ao grupo criminoso, os integrantes do esquema chegavam a inventar desculpas para não entregar a carteira de pescador a pescadores que procuravam individualmente o órgão. Os documentos só eram entregues aos presidentes das entidades.

Denunciados:

Ademir Gonçalves Rodrigues

Adriana Patrícia Silva de Oliveira

Allan Araújo Matos

Amilton Trindade Alho

Ana Cristina da Silva dos Santos Pires

Emerson Felipe Santos de Lima

Igor Pedrosa Araújo

Ismaelino Vieira Filho

Izabela Cristina dos Santos Gomes

Joelson Ramos de Queiroz

Jurandir Jefferson Moraes Oliveira

Mônica Celeste dos Santos Cardoso

Raimundo Matias Felipe Gonçalves Neto

Raimundo Nonato Medeiros

Raul Batista de Souza

Thayara Kindolle da Silva Costa

Viviane Rodrigues Gonçalves

Wagner de Castro Tavares

TRE-PA adia julgamento e Zenaldo será diplomado prefeito

Mesmo com diversos processos por crime eleitoral e cassado pela justiça, Zenaldo Coutinho será diplomado prefeito pelo TRE-PA. Processo pode se arrastar por anos como aconteceu com Duciomar Costa.

Por Diógenes Brandão

Tal como AS FALAS DA PÓLIS havia previsto na matéria "Exclusivo: Zenaldo empurra seu julgamento para 2017", o TRE-PA adiou o julgamento do prefeito reeleito de Belém, Zenaldo Coutinho, onde ele é acusado de cometer crimes eleitorais na eleição deste ano.


Por Diógenes Brandão

O blog Ver-o-Fato noticia o caso e confirma a notícia adiantada pela blogosfera e que foi duramente criticada e desacreditada por alguns militantes, que esperavam pela diplomação de Edmilson Rodrigues (PSOL), tal como foi erroneamente divulgado pelo jornal Diário do Pará e reproduzido por diversas páginas nas redes sociais.

Em uma postagem do blog do jornalista Carlos Mendes, ele afirma que "o TRE navegou ao sabor das conveniências de uma das partes. E Zenaldo será empossado".

Os motivos? Carlos Mendes esclarece: "Os Advogados de Zenaldo Coutinho e do vice eleito, Orlando Reis, entraram aos 45 minutos do segundo tempo com pedido de suspeição do relator do processo, Alexandre Buchacra, alegando que ele seria ligado ao Partido dos Trabalhadores.

Sem saída e premido pela necessidade, como manda a lei, de julgar a suspeição contra ele, e depois os próprios juízes do TRE também julgarem a suspeição, Buchacra foi obrigado a pedir adiamento. 

A manobra fria, calculada e certeira de Zenaldo e Orlando Reis provocou a indignação do próprio presidente do TRE, desembargador Raimundo Holanda Reis, além do advogado Egídio Sales Filho, que defende o candidato derrotado na eleição, Edmilson Rodrigues. Visivelmente aborrecido, Sales definiu a situação como "escárnio e deboche" contra a Justiça Eleitoral. 

Sábato Rosseti, defensor de Zenaldo, pediu a palavra para afirmar que "não partiu do meu escritório o pedido de suspeição do relator". Ele disse que estava preparado para o julgamento. E até comentou, com ironia, que as condenações tratavam de "coisas repetidas e tiradas da Internet". Na platéia, houve indignação e bate-boca. Fora do prédio, na rua, manifestantes vaiaram o adiamento.

Resumo da opera bufa: no próximo dia 19, segunda-feira, o TRE terá sessões para julgar dezenas de processos e depois entrará em recesso. O objetivo de Zenaldo e Reis de empurrar o caso para 2017 foi alcançado com sucesso. 

A dupla aposta no efeito suspensivo contra a condenação decidida pelo juiz Antonio Cruz para ser diplomada no dia 19 e tomar posse. Ou seja, não há nada que impeça isso. 

E mais: com o caso chutado para 2017, os advogados de Zenaldo e Reis apostam numa nova composição no quadro de juízes do TRE para evitar sobressaltos quando houver o rumoroso julgamento. 

Por exemplo, o presidente do Tribunal não será mais o desembargador Raimundo Holanda Reis, mas a desembargadora Célia Regina Pinheiro"

quarta-feira, dezembro 07, 2016

Antes de fugir para os EUA e abandonar Lava Jato, Sérgio Moro comemora com Temer e PSDB


Por Diógenes Brandão

Antes de fugir para os EUA, onde diz que pretende estudar, o juiz responsável pela quebradeira das principais empresas brasileiras, que julgou e condenou boa parte dos seus proprietários em busca de provas contra Lula e ainda não as teve, Sérgio Moro segue sua saga para ridicularizar a política nacional e para tal não faz o mínimo esforço para disfarçar.

A Folha assim noticiou:

Diante uma plateia de políticos tucanos e do presidente Michel Temer, o juiz Sergio Moro recebeu o prêmio "Brasileiro do Ano na Justiça" na noite desta terça (6) e homenageou colegas magistrados.

Na cerimônia, promovida pela revista "IstoÉ", no Citibank Hall, na zona sul de São Paulo, Moro permaneceu no palco em um assento ao lado do senador Aécio Neves (PSDB-MG), com quem cochichou ao longo da cerimônia. Os três ministros do PSDB participaram do evento, no qual houve entrega de premiações à atriz Grazi Massafera e à cantora Ludmilla.

Moro foi o mais aplaudido e foi lembrado em discursos dos homenageados, como o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB).

Temer, que fez um breve discurso, não mencionou o juiz. Em discurso de apenas três minutos, Moro cumprimentou o presidente e disse que o ano foi muito cansativo.

Disse dedicar o prêmio a magistrados "de todas as instâncias", especialmente os do Supremo Tribunal Federal.

"[A Justiça] tem assumido um papel cada vez mais importante na vida brasileira."

Moro se opõe ao projeto de abuso de autoridade, em tramitação no Congresso, que prevê punições a juízes e a integrantes do Ministério Público e é muito criticado por procuradores da Lava Jato. 

O jornalista Leandro Forte foi mais fundo ao ponto e disparou: 

domingo, dezembro 04, 2016

Escândalo: Campanha eleitoral para vaga de Procurador geral de Justiça é feita com recursos públicos




Eis aí O Liberal acusando o procurador-geral de Justiça do Estado do Pará, de fazer campanha eleitoral, para eleger o seu sucessor, “com recursos do erário”.

Políticos também costumam fazer isso, mas no caso do políticos, a prática é crime eleitoral, improbidade administrativa, peculato, corrupção ativa et caterva, e o Ministério Público referente, que antes mandava primeiro um oficial de justiça citar, agora já manda a polícia para prender e perguntar depois.

Mas longe de mim querer sugerir alguma coisa para acabar com a lambança, pois tudo o que eu sugerir pode ser interpretado como tentativa de acabar com a Lava Jato.

terça-feira, novembro 22, 2016

O Liberal em fúria



Por Lúcio Flávio Pinto, em seu blog

Hoje é um dia em que se pode ler com proveito o Repórter 70, a principal coluna de O Liberal.

Os Maioranas sempre fizeram parte do poder. Por frequentarem seus bastidores e alcovas, têm informações privilegiadas no circuito da restrita elite local. Em geral, reservam para si esse cardápio privilegiado. Mas quando seus interesses (contrariados ou não integralmente satisfeitos) exigem, destilam informações, mas em linguagem cifrada.

Assim a mensagem vai diretamente aos destinatários, só resvalando pela opinião pública. E de tal forma codificada que sugere o que os personagens precisam fazer para corresponder às expectativas do autor da mensagem. Mais uso lateral da informação para fins políticos e comerciais do que exatamente jornalismo.

PRIMEIRA NOTA                                                                     

A nota de abertura da coluna é só maldade. Diz:

“Todos estão carecas de saber que corre sangue dos Barbalhos nas veias do advogado Sábato Rssetti, contratado para defender o prefeito Zenaldo Coutinho no processo de cassação do TRE.

O que pouca gente sabe – comenta-se nos bastidores do tribunal– é que teria sido o próprio advogado camaleão que armou a arapuca que quase tirou o prefeito da eleição e agora barganha uma saída para a contenda judicial, que estaria empatada em 3 a 3 no pleno do Tribunal, faltando um voto para decidir em favor de Zenaldo ou Edmilson. A questão é: para qual dos dois lados sobrará o preço alto dessa fatura?”.

De pronto a nota sugere que os votos – no todo ou em parte – foram comprados. Se não em dinheiro vivo, em função de algum jogo de pressão fora dos autos. Para não lançar lama sobre pessoas limpas ou condenar inocentes, a coluna, se praticasse o jornalismo, prosseguiria na notícia, substituindo a especulação por fatos.

Daria então os nomes dos três juízes que estão a favor de Zenaldo Coutinho, do PSDB, o vencedor da eleição, e dos outros três do lado de Edmilson Rodrigues, do PSOL, o derrotado nas urnas, que apelou para o judiciário, acusando o rival de abuso de poder para conseguir votos. Uma vez identificados os juízes definidos, ficaria revelado o nome daquele que teria o voto de Minerva.

Como sobram especulações e insinuações, a nota pode ter o objetivo de queimar Rossetti com o seu cliente. Ou, em manobra mais tortuosa, criar a imagem de traído para Zenaldo conseguir simpatia.

SEGUNDA NOTA

A segunda nota da coluna é mais um disparo contra os seus terríveis concorrentes comerciais e inimigos políticos, os Barbalhos:

“O cerco está se fechando em torno das concessões de rádio e TV dos Barbalhos. Ao endossar as cassações, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acabou jogando um balde de água fria nos planos do ministrinho [trata-se de Helder Barbalho, da Integração Nacional] de pavimentar sua candidatura ao governo do Estado, em 2018, numa campanha que já dura quatro anos e tem nas emissoras de rádio e TV uma espécie de mala propulsora. Bem, a mentira tem pernas mais curtas do que se pensa”.

A observação procede: se for cumprida a lei, os Barbalhos perderão mesmo as concessões públicas. Eles e dezenas (ou centenas) de políticos na mesma situação em todo país. Até agora a lei não foi cumprida nesses casos.

Só faltou acrescentar que se os Barbalhos usam seus veículos de comunicação como mola propulsora da candidatura de Helder, os Maioranas usam as suas como instrumento de faturamento, poder e prestígio. O roto falando do esfarrapado.

TERCEIRA NOTA

Por ironia, com 48 horas de atraso, o Repórter 70 repetiu o comentário que o Repórter Diário, a principal coluna do Diário do Pará, fez no domingo e este blog meses atrás:

“Tem um influente desembargador do Tribunal de Justiça tentando fazer lobby junto ao governo do Estado para aumentar mais seis vagas no desembargo. O objetivo seria preencher o cargo com a nomeação de um parente próximo. É esperar e conferir”.

O desembargador é Milton Nobre. O parente é o seu filho, Marcelo, que responde pelo escritório do ex-presidente do TJE desde o seu afastamento para assumir um dos lugares do tribunal. Como vai se aposentar (é o decano dos desembargadores), Milton está articulando para o filho ser indicado na vaga que pertence à OAB, no quinto constitucional, caminho por ele mesmo seguido até o desembargo, sem precisar fazer carreira na magistratura.

Daí a necessidade de mais seis vagas para a garantia da eventual presença de Marcelo na lista de candidatos à vaga, primeiro no processo eleitoral da Ordem para montar a lista que será submetida ao despacho final do governador Simão Jatene.

Por que o R-70 não deu os nomes? Porque deve estar querendo estabelecer um entendimento à parte com Milton Nobre? Porque há alguma divergência entre eles? Ou o desembargador traiu os Maioranas?

Aliás, para ser fiel à “verdade verdadeira”,  diga-se o certo: quem está por trás dessas notas costuma ser apenas um único deles, Romulo Maiorana Júnior.

Ele deve estar furioso com alguma coisa, como a ingratidão. Por isso a primeira nota Em Poucas Linhas, com licença da lógica: “O assoalho do inferno é feito de tábua [naturalmente, de madeira que não queima] e mal-agradecidos. E por falar nisso, em Belém é o que não falta”.

Enfatizando a revolta, a citação de uma frase de 32 anos atrás atribuída a Romulo Maiorana, o pai: “Não quero que me paguem pelo bem que faço. Quero que Deus me ensine a perdoar os ingratos”.

Para o redator da coluna, Romulo estava se referindo “àqueles que costumam virar as costas a quem o [os] ajudou em momentos difíceis”.

Por favor, ingratos: se apresentem, assumam suas culpas e paguem (mas paguem mesmo) a penitência pelo grande delito cometido.

Crise: Edmilson Rodrigues perde seu braço esquerdo no PSOL

Luiz Araújo deixou o PT para fundar o PSOL, onde viveu até então organizando a corrente interna "Primavera Socialista" e supostame...